segunda-feira, 9 de abril de 2018

O Corpo no Fim da Vida...


A morte normal é realmente um processo tranquilo - algo que podemos reconhecer, para o qual podemos nos preparar e algo com o que podemos lidar'.

A sociedade nos leva a evitar falar desse processo e... a substituir a palavra "morte" por eufemismos. E isso torna muito mais difícil lidar com a perda de um ente querido.

Nós deixamos de falar sobre a morte. Deixamos de usar a palavra 'morrer' e passamos a usar outras similares. Em vez de 'morto', dizemos 'falecido'. Em vez de dizer que alguém está morrendo, dizemos que ele está 'muito doente'. ... Quando se usam essas palavras, as famílias não entendem que está se aproximando o momento da morte. Isso é um grande problema porque, quando a família está junto ao leito de alguém prestes a morrer, não sabe o que dizer entre si ... - ou para o próprio doente, que também não sabe o que dizer ou o que esperar. Trata-se de uma cena marcada por tristeza, ansiedade e desesperança. Não precisa ser assim.... Acho que perdemos a imensa sabedoria humana de aceitar a morte de um modo normal.

Acho que é hora de voltar a falar da morte e recuperar essa sabedoria. Como é morrer normalmente? Assim como nascer, é apenas um processo. Gradualmente, a pessoa vai se cansando, se esgotando.

À medida que o tempo passa, ela vai dormindo mais, passa menos tempo acordada. A família pode ir aprendendo sobre os melhores momentos para dar os medicamentos (ao paciente) ou deixar as visitas entrarem.

Pode acontecer de visitantes ou familiares encontrarem o paciente dormindo. E muitas vezes pode estar acontecendo uma mudança que é pequena, porém muito significativa. É que, em vez de estar dormindo, a pessoa pode estar temporariamente inconsciente. Não podemos acordá-la nem dar a ela o medicamento. Não podemos dizer que chegou uma visita.

Ainda assim, quando ela acorda, ela conta que teve um bom sono. Então ficamos sabendo que esse estado de coma não foi aterrorizante. Simplesmente não percebemos esse lapso à inconsciência no momento em que ele ocorre.

À medida que o tempo passa, essa pessoa passa menos tempo acordada, mais tempo dormindo, até que, no final, fica inconsciente o tempo todo.

Essas pessoas estão tão relaxadas que nem se darão ao trabalho de pigarrear, limpando a garganta, então pode ser que a respiração passe por pequenas quantidades de muco ou saliva na parte de trás da garganta. Isso pode causar um ruído estranho, que muitos chamam de 'estertor da morte' (death rattle, em inglês).

As pessoas falam desse som como se fosse algo terrível, mas esse som, na verdade, me diz que o paciente está tão profundamente relaxado, e em um estado de consciência tão profundo, que sequer a saliva na garganta o incomoda enquanto as bolhas de ar entram e saem dos pulmões. Então, bem no finzinho da vida, haverá um período de respiração superficial, e uma expiração que não será seguida por uma inspiração. Às vezes é algo tão suave que os familiares sequer percebem.

Por isso, a morte normal é realmente um processo tranquilo - algo que podemos reconhecer, para o qual podemos nos preparar e algo com o que podemos lidar. E isso deveria ser algo a ser celebrado. Algo com o que podemos nos consolar uns aos outros.

Mas por muitos considerarem indelicado falar sobre a morte, isso virou, de fato, o segredo mais bem guardado da medicina. Por isso, na minha opinião, morrer é algo que deveríamos recuperar, algo sobre o que deveríamos falar e nos consolar mutuamente.

Kathryn Mannix 
http://www.bbc.com/portuguese/geral-43690170


segunda-feira, 2 de abril de 2018

Antes do pôr do Sol, o que devemos fazer?


"Antes que refresque o dia e caiam as sombras, volta, amado meu." Ct 2:17

O livro de Cantares é um grande segredo que Deus tem revelado nesta última hora, para que a igreja fiel saiba a que horas está do relógio de Deus.

O arrebatamento da igreja se aproxima. Os sinais dados pelos profetas e pelo próprio Senhor Jesus estão cumpridos. Não sabemos o dia, nem a hora, somente o Pai. Cada sinal cumprido, dado na palavra, a igreja, noiva de Jesus, reconhece. Os sinais estão proclamando, é para quem quiser crer.

O Senhor Jesus ensinou sobre as palavras das dez virgens que todos conhecemos: "Mas, à meia noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o noivo ..." (Mt 25:6-13).

Jesus nos convida: "Vinde às bodas", tudo já está preparado.

"Antes que refresque o dia ..." Fala-nos do período da tarde; o sol vai se pôr e as sombras vão cair. É o momento que vivemos. É a hora em que a igreja se prepara para o encontro com o noivo. É hora de estarmos prontos, com nossas candeias acesas.

Só quem tem o Espírito Santo, só quem tem sua candeia cheia, acesa, pode caminhar. A salvação é individual. Jesus está às portas. É momento de vigiarmos, buscar, conhecer a palavra, para não se deixar envolver pelos enganos que esta hora apresenta. É momento de ensinar a nossos filhos, netos, crianças, adolescentes, jovens: Jesus breve vem! A nossa missão é proclamar ao mundo esta grande verdade: Jesus virá buscar a igreja e muitos estão desatentos para este momento profético, que é o momento de estarmos vigilantes quanto a esta última hora.

Quem crê nesta maravilha, a volta de Jesus, santifique-se, para fazer parte daquele momento. Os sinais estão proclamando; é para quem quiser ver. A igreja, na fidelidade, ouve e aguarda a vinda do Senhor Jesus. A igreja anseia por este dia (ama e deseja). É o amor da noiva pelo noivo e do noivo pela noiva. A noiva que aguarda, diz: "Vem depressa".

"Antes que refresque o dia e caiam as sombras, volta amado meu." Nesta última hora a igreja fiel clama: Maranata, o Senhor Jesus vem!

"E o Espírito e a esposa dizem: vem. E quem ouve, diga; vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida."

Você costuma agradecer a Deus antes do pôr do Sol? Período da tarde; o sol vai se pôr e as sombras vão cair. Antes do pôr do Sol, que devemos fazer? Devemos agradecer ao Senhor Deus por tudo o que recebemos durante o dia.

“Devemos fazer as obras daquele que me enviou enquanto é dia. A noite vem, quando ninguém pode trabalhar.” João 9:4

“Irai-vos, e não pequeis: Não se ponha o Sol sobre a vossa ira, e não deis lugar ao diabo.  Aquele que furtava, não furte mais, antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o necessitado.” Efésios 4:26-28;

“Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, pois é tarde, e o Sol já declina. Então, Jesus entrou para ficar com eles.” Lucas 24:29

“Antes que refresque o dia, e caiam as sombras, volta, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou ao filho das gazelas sobre os montes escabrosos.” Cant. 2:17

Agradecer ao Senhor Deus pelo dia vivido é muito importante para você se sentir bem. Você se sentirá leve, aliviado, com o dever cumprido.

Recordar aquilo que você fez durante o dia. Perdoar as pessoas que foram agredidas por você; seja por palavras, gestos ou outra forma de agressão.
Abraçar seus pais, filhos, irmãos. Enfim, sorrir para eles. Ainda que o dia não lhe tenha sido tão bom assim. Lembre-se de que amanhã vem outro dia, e você terá a chance de corrigir tudo o que fez de errado hoje. Coloque Jesus em seu coração. Em vez de reclamar das coisas que não deram certo, peça ajuda a Deus de modo que lhe surjam ideias para bolar novos projetos. Sinta-se feliz. Considere-se feliz. Ainda que lhe digam o contrário: Seja realmente feliz.

Antes que refresque o dia, e caiam as sombras, volta amado meu É o grito da igreja, da noiva: Maranata. Ora vem Senhor Jesus. Faze-te semelhante ao gamo, vem depressa.
A igreja infiel pergunta: Guarda, a que horas estamos da noite? Ela não sabe. Ela não tem comunhão com o noivo. A noiva sabe, ela aguarda, ela diz: Vem depressa.

De noite. É caracterizada esta hora, pelo cair das sombras, cair das trevas, hora em que as luzes apagam. Quanto a palavra de Deus fala sobre essa hora. É hora em que as luzes têm que estar acesas. O apóstolo João assim dizia: “Filhinhos, é já a última hora”. l João 1:18.

Quando Israel estava para sair do Egito, caíram trevas sobre aquela terra, e tão densas era, que não puderam levantar do lugar onde estavam, presos ficaram, e no meio de Israel houve luz, e assim prepararam-se para sair daquele lugar. O Israel de Deus hoje, a igreja fiel tem candeia, azeite e fogo, para esteja acesa esta hora em que estamos de noite, luz para a caminhada, que se faz urgente.

De noite busquei em minha cama. Cama é símbolo de comodismo. Não se coloca uma candeia debaixo da cama, disse Jesus. A candeia é símbolo do Espírito Santo, e não o podemos colocar sujeito ao nosso comodismo. Ele é feito para ser posto no alto: A lição que nos vem disso, é resumida assim, bem claro. Nesta hora da noite, neste cair de tarde - período das trevas - neste fim de tempo, não se pode buscar ao Senhor no comodismo.

Busquei-o e não O achei. Não vai achar mesmo, é a afirmação que se lê na palavra. Triste, procurar o Amado e não o achar. Há vidas que falam do Senhor, não há dúvidas a esse respeito, são religiosos, muitas vezes vão até a igreja durante a semana, e aos domingos, muitas vezes de manhã e à noite, são consideradas como do Senhor por elas mesmas, e pelos que estão em volta. Já o Senhor, há muito tempo falou sobre elas. Buscam no seu comodismo, é como o caso das virgens tolas. Eram virgens? Perguntaremos. Sim. Tinham a candeia em suas mãos? Sim. Estavam esperando o noivo? Sim. Mas, porque o Senhor disse que ficaram? Por que ao ouvirem o grito: Aí vem o Esposo, lhes faltavam fogo, lhes faltavam o azeite. Pediram azeite, mas só o homem da venda podia vender, e a venda já estava fechada. O homem da venda, é o Espírito Santo. Só Ele pode dar o azeite, mas ao ser a igreja arrebatada, Ele irá também com igreja. O dono da venda também estava na festa. Quem buscar nessa hora, desse jeito não vai achar.

"E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida." Ap 22:17

domingo, 1 de abril de 2018

Feliz Páscoa!


A Bíblia foi escrita por 40 autores, entre 1500 e 450 a.C. (livros do Antigo Testamento) e entre 45 e 90 d.C. (livros do Novo Testamento), totalizando um período de quase 1600 anos. É o livro mais vendido de todos os tempos com mais de seis bilhões de cópias em todo o mundo. Já foi traduzida, para pelo menos 2.500 línguas e dialetos, Que argumento viável explicaria a perfeição com a qual o universo funciona, de maneira que tudo se encaixa e se harmoniza, incluindo nós mesmos! 

Imagine, por exemplo, um livro de geometria perpetuamente reproduzido. 

Embora a ciência possa explicar que uma cópia do livro se originou de outra, ela não chega à existência completa, à razão de existir daquele livro ou à razão de ele ter sido escrito. Keller “apazigua” o filósofo: “A ciência nos dá o conhecimento do mundo e a religião nos dá o significado” 

Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, fala sobre os mistérios das condições cósmicas, como a ausência de gravidade que interfere nas leis da física. Como explicar a massa negra que envolve o universo e faz nossos astronautas flutuarem? Como explicar a formação de algo que está além da compreensão do homem? (não existe explicação). Keller afirma a possibilidade de encontrarmos Deus nos conceitos da física quântica, onde se estuda a relação dos átomos. Dependendo do polo de atração, um determinado átomo pode atrair outro e, assim, Deus e ciência também se atraem. “E, se a ciência tem a capacidade de atrair algo, esse algo inexoravelmente existe”. 

Quer saber se Deus existe, pergunte a ele, se abrir seu coração ele mostrará sua grandeza, sentirá sentimentos inexplicáveis, ele ama cada um de nós, e só quer que o aceitemos como único Deus. Tudo o que não conhecemos e não sentimos realmente não temos como acreditar ou explicar, mas se dermos espaço para o novo, podemos descobrir algo que nunca teríamos descoberto se não tivéssemos tentado. 

Quatro importantes elementos que são provas da ressurreição de Cristo e que são fundamentais quanto à veracidade da fé cristã. 

Não existe dúvidas entre os estudiosos que Jesus realmente estava morto depois de ser crucificado; a figura do chamado Jesus histórico não é contestada por eruditos sérios. 

Mesmo que se olhe para a Bíblia apenas como um livro histórico – conforme a arqueologia já comprovou várias vezes – é possível concluir que havia relatórios da ressurreição, incluindo testemunhas oculares identificadas pelo nome, que morreram dando testemunho da ressurreição de Jesus. Isso tem um grande valor histórico, pois não faz sentido acreditar que tantas pessoas se sacrificariam em nome de uma mentira. 

Existem pelo menos nove fontes, dentro e fora do Novo Testamento, confirmando e corroborando a convicção dos discípulos de que eles encontraram com o Jesus ressuscitado. Essa é uma avalanche de dados históricos. 

Relatos de historiadores romanos e registros da Igreja no primeiro século, confirmam os sofrimentos a que muitos foram submetidos simplesmente por proclamarem que Jesus havia morrido e ressurgido dos mortos. 

A ressurreição de Jesus é uma realidade histórica baseada não na mitologia, mas em um sólido fundamento da verdade histórica. A negação dos fatos sobre Jesus se deve, na maioria das vezes, por ignorância sobre as inúmeras provas históricas e arqueológicas sobre o que ocorreu no primeiro século. Muitas das coisas chamadas de “mito” pelos céticos partem de uma simples pressuposição ou preconceito. 

Muitos cristãos hoje em dia têm vergonha de falar sobre sua fé no sobrenatural, não querendo parecer loucos aos olhos de seus parentes e amigos. No entanto, as evidências bíblicas nos mostram que os milagres não são apenas possíveis, mas que Deus ainda intervém em nosso mundo de maneiras inegáveis. 

Gary Habermas é um historiador americano. No seu livro The Risen Jesus and Future Hope [O Jesus ressurreto e a esperança do futuro] ele aponta 12 fatos históricos capaz de provar a respeito de Jesus. São 12 evidências que são historicamente comprovadas não apenas pelo uso da bíblia, mas sim por fontes extra bíblicas, ou seja, isso não tem nada ver com fé: 

1. A morte de Jesus deu-se por meio da crucificação romana. (evidências cristãs e não cristãs vão afirmar isso). 

2. Ele foi sepultado, muito provavelmente, num túmulo particular. (não foi deixado exposto) 

3. Pouco tempo depois, os discípulos ficaram desanimados, desolados e desacorçoados, tendo perdido a esperança. 

4. O túmulo de Jesus foi encontrado vazio pouco tempo depois de seu sepultamento. 

5. Os discípulos tiveram experiências que acreditaram serem aparições reais do Jesus ressurreto. (podemos até questionar se eles realmente viram ou não, porém é inegável dizer que eles disseram. Eles realmente acreditavam nisso). 

6. Devido a essas experiências, a vida dos discípulos foi totalmente transformada. Depois disso, até mesmo se dispuseram a morrer por sua crença. (na época eles poderiam ser questionados pelos próprios Judeus). 

7. A proclamação da ressurreição aconteceu logo de início, desde o começo da história da igreja. (a ressureição é a parte central da história) 

8. O testemunho público e a pregação dos discípulos sobre a ressurreição de Jesus aconteceram na cidade de Jerusalém, onde Jesus fora crucificado e sepultado pouco tempo antes. 

9. A mensagem do evangelho concentrava-se na pregação da morte e da ressurreição de Jesus. 

10. O domingo passou a ser o principal dia de reunião e adoração.( mudaram a adoração do sábado para o domingo, inconcebível para Judeus). 

11. Tiago, irmão de Jesus e cético antes desse evento, converteu-se quando acreditou que também vira o Jesus ressurreto. 

12. Poucos anos depois, Saulo de Tarso (Paulo) tornou-se cristão devido a uma experiência que ele também acreditou ter sido uma aparição do Jesus ressurreto. ( Paulo era perseguidor de Cristãos e logo depois se converteu. Algo muito importante deve ter acontecido). 

Habermas reuniu mais de 1.400 obras dos eruditos mais críticos que falam sobre a ressurreição de Jesus, escritas de 1975 a 2003. Ele expõe que quase todos os estudiosos, independentemente do espectro ideológico — desde os ultraliberais até os conservadores defensores da Bíblia -, concordam que os esses pontos apresentados são todos relacionados a Jesus e ao cristianismo. 

Além de todos esses fatos apresentados também temos outro muito importante. Nos evangelhos eles mostram que a primeira testemunha de Jesus ressuscitado era mulher (Maria Madalena). Porém, testemunho de uma mulher naquela época não era válido, ou seja, se queriam inventar algo deveriam ter dito que os homens viram Jesus. 

Se você é uma daquelas pessoas que ainda insiste em dizer que Jesus foi apenas um mito você está mais do que atrasado. Pois grandes nomes no ateísmo confirmam essa verdade sobre a historicidade de Cristo. 

Todos esses fatos podem ser questionados de como se deu, porém, não desmentidos. 

Porque os discípulos colocariam sua vida em risco por causa de um homem chamado Jesus se não houvesse algo mais importante em relação a Ele? 

Se de fato tudo isso é mentira isso teria que ser chamado de surto coletivo. Porém alucinações não são experimentadas por grupos, mas apenas por indivíduos. 

Um total de mais de 500 pessoas viu o Jesus ressurreto. 

De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. (2 Pedro 1:16)

terça-feira, 27 de março de 2018

Pó, barro, caco e vaso!

O texto bíblico acima mostra claramente que quando olhamos para nós mesmos em relação a Deus devemos sempre lembrar que somos feitos do pó da terra. 

A Bíblia diz que “formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2.7), ou seja, Deus molhou a terra, quebrou os terrões e amassou o barro, para formar o ser humano do pó da terra. Este contato do Senhor nos moldando demonstra seu amor para conosco.

Contudo o pó pode estar em três estados: poroso, úmido ou endurecido.

A terra porosa é o pó em si sem mistura, mas não há como fazer nada com ele a menos que seja misturado com água e bem amassado para ser moldado. O caco é o pedaço barro seco quebrado e também não há como fazer nada com ele amenos que seja bem quebrado, triturado ou moído e volte a ser como pó para então ser molhado e formado como barro novamente. O barro é a massa moldável que pode ser formada em diversas formas.

A vida espiritual pode ser comparada com a terra em pó, em cacos ou em barro. Muitas vezes estamos secos, outras vezes estamos endurecidos. Precisamos ser moldáveis como o barro nas mãos do Senhor.

Como você está? Vamos refletir sobre estes três estados:

1- CACO: Isaías 30.14

O caco é o barro endurecido e precisa ser moído para ser moldado.
Quando estamos endurecidos, rígidos e sem fé, precisamos ser quebrantados por Deus.

O que endurece o nosso coração? O orgulho, a incredulidade, a religiosidade, tradicionalismo, falta de temor de Deus... tudo isso endurece o ser humano fazendo com que “têm cauterizada a própria consciência” (I Timóteo 4.2).

O caco representa a pessoa que mesmo sendo religiosa, está endurecida. Não reconhece seus erros. Coloca a culpa nas pessoas e acha que é vítima. Por isso o ‘caco’ fere o seu próximo.
A pessoa que está como um caco, acha que já está formada e moldada e não precisa mudar. Até que seja totalmente quebrada novamente e reconheça a necessidade de transformação.

O apóstolo Paulo é um exemplo de pessoa que foi como um caco. Ele era religioso, mas o orgulho endurecia sua fé e não queria se converter. Mas Deus quebrantou ele até o pó para ser transformado num novo homem (Atos 9).

Davi certa vez disse que estava assim: “Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte” (Salmos 22.15). Ele foi quebrantado por Deus quando reconheceu que estava na dureza do pecado. 

Não endureça seu coração (Salmos 95.7,, pois será como um caco que precisará ser moído.

Você já se sentiu como um caco? Deus quer quebrantar e remodelar sua vida!

2- PÓ: Isaías 26.5

O pó é seco e precisa ser molhado para ser moldado.

Quando estamos secos e ‘esfarinhados’ pelos atritos desta vida, somos como o pó da terra e precisamos ser molhados para ser moldado.

O que molha o pó? Há duas coisas que molham o pó: lágrimas (Salmos 42.3) e a água da Palavra de Deus para quem está sedento da presença do Senhor (Salmos 42.1). A palavra de Deus e as lágrimas tornam nossas vidas mais moldáveis. As lágrimas que derramamos são úteis para reconhecermos nossa necessidade de Deus e mudar de vida umedecendo o que estava seco.

Davi também foi um exemplo de pessoa que estava no pó do pecado e teve que reconhecer sua necessidade de Deus dizendo: “Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Salmos 103.14). 

As coisas do mundo enfraquecem a fé para você secar diante de Deus (I João 2.16).

Você já se sentiu como o pó? Deixe Deus molhar sua vida com a água da Palavra!

3- BARRO: Isaías 64.8

O barro é a massa de pó de argila e água e pode ser moldado facilmente.

Deus disse: “Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? — diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” (Jeremias 18.6).

Precisamos manter nossa vida sempre irrigada pela Palavra de Deus (II Pedro 3.5) para nunca secarmos ou endurecermos impedindo de ser moldados pelo Senhor.

O apóstolo João era um jovem discípulo de Jesus que em toda sua vida teve um coração sensível à ação do Senhor. Ele gostava de deitar a cabeça no peito de Jesus para sentir seu coração bater expressando seu amor e carinho (João 21.20).

Permita que Deus molde seu temperamento, atitudes e caráter. Cuidado com as coisas do mundo que endurecem o seu coração contra Deus.

Você já s sentiu como barro? Deus o Oleiro, seja barro nas mãos do Senhor! Deus quer moldar sua vida!

Como é triste vermos pessoas que estão secas e enrijecidas não aceitando o Senhor. Também há pessoas que estão no pó, mas não permitem que Deus as toque.

Todos nós já estivemos como um caco que precisou ser triturado e como o pó que com lágrimas precisou ser molhado. Mas como é bom estar sendo amassado pelo Oleiro que molda nossas vidas. Com certeza Ele fará uma peça de honra para o Seu nome.

Não endureça seu coração! Não siga as coisas do mundo que te levarão ao pó! Deixe Jesus, a água da Vida, te molhar e moldar!

segunda-feira, 19 de março de 2018

Primeiro Culto Protestante no Brasil

Neste mês de março relembramos a realização do primeiro culto evangélico no Brasil. O evento aconteceu no dia 10 de março de 1557 na ilha de Villegaignon, no Rio de Janeiro (RJ), completando em 2018 seus 461 anos.

Para melhor compreensão do assunto, vamos voltar ao passado. Os primeiros seis jesuítas chegaram ao Brasil em 1549. E somente em 1553 chegou o mais conhecido de todos, José de Anchieta. Dois anos depois, cerca 600 franceses chegaram em solo brasileiro sob a liderança de Nicolas Durand de Villegaignon.

Eles fundaram o Forte Coligny na Baía da Guanabara-RJ, dando origem à "França Antártica".

João Calvino agora entra como participante fundamental na história do Brasil. Nicolas Durand de Villegaignon pediu ao famoso reformador o envio de pastores. Foi então, que no dia 7 de março de 1557, chegaram dois pastores.

Os doi, representando um grupo de huguenotes (protestantes franceses e calvinistas) e refugiados vindos de Genebra.

Entenda a história

Antes da chegada dos pastores, houve uma primeira expedição. Mas, Villegaignon não teve o cuidado de selecionar os homens que viriam. Meses após a chegada, alguns expedicionários conspiraram contra o vice-almirante, sendo por este presos e mortos 16 dos conspiradores. Então, foi requerido uma segunda expedição, com 300 homens e três navios.

Entre os tripulantes dos três navios havia 14 huguenotes, considerados protestantes franceses de renome, cujo chefe era Felipe de Corguilarai. Havia também os dois pastores.

Então, no dia 10 de março de 1557 foi celebrado o primeiro culto protestante no Brasil. Quem dirigiu foi o pastor Pierre Richier, o qual pregou com base em Salmos 27.4. O Salmo 5 foi entoado. Já a primeira Santa Ceia aconteceu no dia 21 de março do mesmo ano, em rito Genebrino.

Neste mesmo dia, um domingo, eles organizariam a primeira Igreja Evangélica das Américas. O vice-almirante Villegaignon foi o primeiro a participar do momento da ceia. Este veio a trair a confiança dos protestantes e perseguiu os huguenotes, passando a ser considerado pelos historiadores, por esse ato de traição, como o "Caim das Américas".

Mártires da fé

Jean de Bourdel, MathieuVerneuil e Pierre Bourdon, que chegaram ao Brasil na segunda expedição, foram os três primeiros mártires da fé evangélica no Novo Mundo. Executados em 9 de fevereiro de 1558, uma sexta-feira, por ordem do próprio Villegaignon. Sabe-se que o nome primitivo da atual Ilha de Villegaignon era Serigi ou Serigipe.

Dez anos após a realização do primeiro culto na Guanabara, outro huguenote também pagou com a vida, pelo "crime" de pregar o Evangelho. No dia 20 de janeiro de 1567, quando se lançavam os fundamentos da cidade do Rio de Janeiro, Jacques le Balleur foi enforcado, por ordem de Mem de Sá, e com a assistência do padre José de Anchieta. Jacques le Balleur chegou à Guanabara na primeira expedição dos franceses.

Fonte: Guiame

sábado, 10 de março de 2018

A linda falsa vida que muitos sentem a necessidade de mostrar

Tem gente que anda tão preocupado em se mostrar bem e agradar, que acaba se perdendo de si mesmo. Quando a pessoa se deixa seduzir pelas tentações do ego e da vaidade, acaba entregando a vida para uma viagem só de ida. Só na tela.
São tantos que vivem iludidos por espelhos de pequenas ilusões e escondidos atrás de cortinas de grandes mentiras, que com o passar do tempo perdem a noção da realidade. Já não conseguem viver sendo verdadeiros.  É há uma cobrança coletiva por baixo disso. Somos cobrados pelo sucesso alheio e incentivados a sermos iguais. Mal sabemos que, em algumas situações, por detrás de uma foto postada, quase sempre há máscaras, quase sempre há pessoas com a alma ferida, tentando se mostrar fortalecidas.
Quando a pessoa se deixa seduzir pelas tentações do ego e da vaidade, acaba entregando a vida para uma viagem só de ida. Só na tela. Tentar competir com o mundo é a melhor e mais rápida maneira de ser derrotado.
Existe um enquadramento relacionado entre as redes sociais e sua fábrica de ilusões. Parece absurdo, mas, na maioria das vezes, só postamos aquilo que queremos que os outros vejam. Postamos aquilo que queremos ser (e muitas vezes não somos). A verdade nem sempre é mostrada. Poses e mais poses, filtros e mais filtros para se chegar na foto perfeita. Quantas são as vezes que em busca de aprovação de outras pessoas, pintamos um quadro totalmente disforme da realidade. Nem sempre é o que parece, por vezes as pessoas estão prestes a cair num precipício, mas querem que todos pensem o contrário. A busca doentia por “likes” transforma fulanos e fulanas em reféns de suas próprias mentiras.

A postagem dos outros se torna uma provocação e é preciso se mostrar melhor. Mudar a aparência não é mais suficiente, é preciso fingir outra vida.  

Na verdade, há casos em que a diferença de imagem entre a pessoa real e a pessoa mostrada na tela do computador é tão grande, que, na grande parte das vezes, é algo inacreditável. São figuras distintas, quase que irreconhecíveis quando colocadas lado a lado. A sociedade se reconfigura quando se projeta uma imagem vitoriosa.  Há uma aceitação maior. Há uma glorificação da figura do ser bonito, rico e perfeito e não se enquadrar nisso é dolorido para pessoas (em sua maioria) com a autoestima abalada demais ou elevada demais. Umas de um lado, outras de outro. Paradoxos difíceis de compreender. Um sonho de consumo que faz muitos se sentir inseguros e tristes. Um sonho de consumo que faz muitos se mostrar alegres e bem-sucedidos. Um sonho de ser além do que as outras pessoas comuns aparentemente são.
Os perfis são tão perfeitos, as pessoas tão alegres, as fotos tão bonitas, as comidas tão gostosas, as selfies mais incríveis, as festas mais chiques, os amigos tão sorridentes, as famílias tão impecáveis, empregos poderosos, romances maravilhosos, viagens inesquecíveis, as roupas mais caras: A melhor vida possível! Depois desse prazer dos diversos likes, essas ações viciam e tendem a se repetir.

Quando tudo isso é verdadeiro e realmente vivemos e temos essa vida, é bom demais expor as conquistas.

Ostentar sucesso e trabalhar o marketing pessoal, pode fazer parte, saudavelmente, do dia a dia do vaidoso. Quando é sem muitos exageros, melhor ainda. O perigo é quando muita parte do que é exibido não é real, é montado, disfarçado, é fake. Existe o risco de ser descoberto e o castelo cair, o prazer pode virar dor, a luxúria pode virar amargura, aplausos viram vaias, beleza vira vergonha e sorrisos viram choro.
É complicado pensar que atualmente os níveis de felicidade, realização e sucesso das pessoas são calculados pelo número de likes e coraçõezinhos em seu perfil. Cliques esses, muitas vezes feitos por pessoas que nem se conhecem.

Fica mais difícil saber que isso também nos atinge. Essa falsa prosperidade que muitas vezes encontramos na vida dos outros, nós tentamos concretizar na vida da gente também e nem sempre conseguimos.
A vida não nos cobra perfeição, mas a sociedade sim, os amigos sim, a família sim e com isso projetamos uma imagem de vencedor para agradar. Esse limite entre o real e o virtual, nos traz para uma reflexão sobre o que fazemos e o quanto ficamos invejosos sobre o que os outros fazem melhor do que nós. É como se a felicidade interior só tivesse alguma serventia se as outras pessoas vissem e curtissem. Como se a felicidade alheia fosse algo para incitar inveja.
Muitas vezes a gente se sente assim, insuficiente. Sentimos inveja. Sentimos que não chegamos lá. Mas não queremos assumir e não pretendemos nos esconder. Mas, se você precisa mudar seu jeito e esconder suas verdades para caber no mundo, saiba que jamais nada disso o deixará mais feliz, nem mais aceito, nem mais bonito ou bem-sucedido.
Quando você se mostra grande em cima de algo que você não construiu, a queda é certa e sua pequenez será exposta algum dia. Não existe quem não precise de melhorias, sempre deve haver uma inspiração que nos guie aos acertos, mas é preciso repelir os erros, é preciso aceitar quem somos.

Se a gente tiver um coração do bem, ele se abre e cria espaço para receber energia positiva e somente um coração cheio de alegria e verdades pode fazer uma alma repleta de felicidade.

A alma é que deve se mostrar feliz e não aquela foto maquiada da rede social. Só por isso já vale a pena a gente lutar para se mostrar como é. Não deixe que as vaidades o impeçam de andar somente pelos caminhos da verdade. Somente a verdade deve ser mostrada, mesmo que ela não o enobreça, mesmo que ela não o cresça, mesmo que ela não o coloque em palanques e palcos, não lhe traga prêmios e palmas. Mas entenda que só ela importa. Só ela é nobre. Só ela interessa.

CLEONIO DOURADO
https://osegredo.com.br/linda-falsa-vida-que-muitos-sentem-necessidade-de-mostrar/

terça-feira, 6 de março de 2018

ASPECTOS PEDAGÓGICOS DA PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS NA CEIA DO SENHOR


No Antigo Testamento as crianças participavam da Páscoa judaica. Inclusive, uma das orientações era que os pais explicassem aos seus filhos o porquê de todo aquele ritual:

“Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou.” (Ex 12.26)

É evidente que é possível que uma criança a partir de certa idade (talvez quando já estiver entrando na pré-adolescência) consiga compreender com exatidão todas as implicações envolvidas na Ceia do Senhor. Se essa criança tem essa possibilidade, poderá fazer seu discipulado, ser examinada, fazer sua profissão de fé e participar da Ceia normalmente. Os pais devem se esforçar por explicar o que está acontecendo ali e preparar seus filhos para que possam participar totalmente desse momento único.

Outra observação importante é que as crianças, mesmo não participando dos elementos, não devem ser excluídas do momento de comunhão. Pelo contrário, devem ser incentivadas a compreendê-lo cada vez mais, a fim de crescerem espiritualmente e no conhecimento das coisas de Deus. Pois, muito da Páscoa estava focalizado sobre as crianças e requeria a participação das mesmas. As crianças não ficavam em alguma outra sala, numa “igreja para crianças”. Os pais não devem fugir das perguntas, antes, devem aproveitar esse momento para a instrução de seus filhos, no Senhor.

A doutrina da Ceia do Senhor apenas de adultos é um erro da Igreja Católica remanescente, que se incorporou à Igreja devido à adoção da doutrina da transubstanciação pelo IV Concílio de Latrão, em 1215. A comunhão é para os crentes e suas crianças. Este é o fato evidenciado pela relação da Páscoa com a Ceia do Senhor, pela natureza familiar dos pactos e sacramentos bíblicos, pela natureza de uma “ceia” e pelo registro histórico.

A Páscoa era uma refeição da qual as famílias judaicas participavam, a despeito da idade dos seus membros (a refeição era para a “família” - Êxodo 12:3) e foi antecipado que as crianças perguntariam qual era significado daquele culto Pascoal (Êxodo 12:26). Além do mais, a Páscoa se focalizava, em parte, sobre as crianças, porque ela celebrava como o Senhor em Sua misericórdia livrou os primogênitos, mesmo os infantes (Êxodo 12:27-30). A noção de que as crianças devem ser excluídas da ceia não tem precedente na Escritura. Por exemplo, as crianças dos levitas podiam comer a mesma carne dos sacrifícios que os pais deviam comer: a Páscoa já mencionada acima. Todas as referências às crianças no contexto dos pactos dizem que as crianças estavam incluídas no pacto. A criança bem pequena não tem consciência de pecado, por isso pode participar da Ceia do Senhor. Nessa idade ela ainda não sabe sobre o significado dos elementos da Ceia, mas sua participação não traz condenação e pode ser uma oportunidade para ensiná-las o amor que Jesus demonstrou por nós e a necessária reverência desse momento, lembrá-las de como Cristo se importa conosco e ir despertando esses sentimentos em relação ao sacrifício de Jesus.

No caso de crianças maiores, que não nasceram de novo, mas já tem entendimento para participar com consciência, é importante fazer o apelo antes para que ela tenha oportunidade de receber a Cristo como Senhor da sua vida. Essas crianças precisam ser orientadas a só participar se realmente sentirem que são nascidas de novo. Quanto às crianças que já nasceram de novo, elas estão aptas a participar de tudo que o Reino de Deus disponibiliza para elas, inclusive a Ceia. No antigo testamento os meninos e meninas participavam ativamente da vida religiosa junto com os adultos. Em várias passagens na Bíblia podemos observar esse fato. Em Deuteronômio 31:12 está escrito:

“Congregai o povo, homens, mulheres e crianças e os estrangeiros, que estão dentro de vossas portas, para que ouçam e aprendam e temam ao senhor vosso Deus, e tenha cuidado de cumprir todas as palavras desta lei”.

A Bíblia também ensina as crianças a aprenderem através da atenção que lhes é dada nas respostas às suas perguntas, em Êxodo 12. 26 e 27 a Palavra ensina sobre a páscoa dizendo:

“E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: que culto é este? Então direis: este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou”.

O próprio Jesus em Lucas 18:16 disse:

“Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus.”

Baseado na importância que o próprio Deus deu às crianças e de como elas foram tratadas como pessoas que precisam, tanto quanto o adulto, dos benefícios da vida cristã, poderão serem incluídas em atividades do culto como a Ceia do Senhor. O cuidado será trazer para criança o verdadeiro sentido do que ela está participando, trazer o conhecimento, a consciência e compreensão chegará com a maturidade do seu crescimento físico emocional e espiritual.

Faça sempre o apelo para novo nascimento, antes da cerimônia da Ceia, não deixe esse momento para o final do culto para que todas as crianças participem da ceia, só peça que haja reverência por esse momento, ensinando-as a discernir o corpo de Cristo para que conheçam e tenham consciência do Seu sacrifício.

Finalmente, se prepare para celebrar o culto de Ceia com muita propriedade, trazendo para a criança o sentimento e a seriedade que o momento pede, não deixando que haja brincadeiras e nem conversas paralelas para que o momento com as crianças seja especial.

É importante sublinhar que há uma diferença importante entre a Eucarístia dos católicos e a ceia dos protestantes. Os católicos acreditam que o corpo e o sangue de Cristo, apresentados pelo padre, se transformam em corpo e sangue de Cristo.

Os protestantes, invés, não tem essa fé, embora historicamente a questão seja bem complexa, visto que Lutero era favorável à "consubstanciação" (o pão e o vinho mantêm sua natureza, mas ao mesmo tempo se tornam substância do sangue e corpo de Cristo), Zwingli diz que há somente um significado simbólico e Calvino fala de uma presença espiritual e de uma participação real ao corpo de Cristo.

Na Bíblia, o fundamento para essa celebração se encontra no momento em que Jesus diz para repetir, em sua memória, o gesto que fez com os discípulos (1Coríntios 11,24). Mas nada é dito sobre quem pode ou não participar dessa celebração, exceto a recomendação de Paulo aos Coríntios, sobre a coerência que supõe tal liturgia (1Coríntios 11,17-33).

A Ceia do Senhor é uma refeição comunitária. Para os povos antigos havia um sentido especial para as famílias estarem em união. Famílias inteiras participavam destas celebrações, inclusive as crianças.
Nas refeições o chefe da família abençoava os alimentos, assim todos os que participavam da refeição recebiam uma participação na bênção.

A Ceia da Páscoa, era também a recordação dos atos misericordiosos de Deus que livraram o povo de Israel da opressão e da escravidão no Egito. O ritual se iniciava quando um filho (uma criança) perguntava: “Que ritual é este?”. Então o chefe da família começava a celebração lembrando do significado da Páscoa. Ninguém do povo de Israel podia ficar sem participar da Ceia da Páscoa, ninguém do povo de Israel podia ser excluído. Em Ex 12:3-5, Deus ordena às famílias pequenas que convidassem seus vizinhos para a refeição pascal.

 “Jesus explica o significado salvador de sua morte: dar a salvação “Em favor de muitos”, ou seja, de todos. Deus quer colocar toda a humanidade em uma nova relação com ele, sendo assim; É impossível excluir as crianças.

Podemos dizer, portanto, que, ao instituir a Ceia do Senhor, Jesus inaugura o culto cristão: cultuar a Deus significa celebrar a morte e a ressurreição de Jesus. O culto era a reunião do Corpo de Cristo, judeus e gentios, homens e mulheres, adultos e crianças. Acreditava-se que das crianças vinha o perfeito louvor. (Mt 21:15-16). 

Assim como a aliança de Deus era com uma pessoa, mas envolvia toda sua família e sua descendência, o culto cristão era algo para o adulto que entrava em aliança com Deus e também sua família e sua descendência, inclusive seus filhos, suas crianças.

A criança como herdeira do Reino de Deus, deve participar da Ceia do Senhor, preferencialmente junto com seus pais, ou outros familiares, ou acompanhadas pelas pessoas responsáveis pela sua educação cristã, depois de terem sido orientadas pelos mesmos sobre a relevância da celebração e o seu significado.

Criança não entende o sacrifício de Jesus – No Antigo Testamento, eram os pais, os responsáveis legais e espirituais da criança que deviam ter a fé em Deus, optar por participar da Aliança com Deus e buscar entender a vontade de Deus.

Ensinamos nossos filhos a falar, mesmo sabendo que pequeninos ainda não conseguem entender o sentido das palavras. Eles são educados através da repetição, do testemunho, do amor. 

A Bíblia em Provérbios 22:6: “Educa a criança no caminho em que deve andar”.

Em 1Corintios 3:6-7 diz: Nós “lançamos a semente” e “regamos a semente”, mas quem dá o crescimento é Deus".

A criança deve participar da Ceia do Senhor não porque é capaz de entender ou não entender, mas porque é amada por Deus. 

Certa vez eu ouvi de um Pastor a seguinte frase; “Jesus não deu Ceia para criança”. É verdade, mas Jesus também nunca batizou ninguém, nem criança nem adulto. Jesus nunca nomeou um pastor ou pastora. Nunca construiu um templo nem nunca recolheu ofertas. Jesus nunca teve um discípulo brasileiro. Jesus não se casou nem teve filhos. O fato de Jesus não ter feito não quer dizer que não temos de fazê-lo, poderemos fazer sim se parecer bem ao Espírito Santo de Deus (At 15:28). A não ser quando que a palavra de Deus determine que não.

Hoje o mesmo Espírito que chamou brasileiros para serem discípulos de Jesus, que chamou mulheres para o pastorado da igreja, também nos desafia a pensar nas crianças como parte da Igreja de Jesus e em particular a participação das crianças na Ceia do Senhor. Não há nenhuma restrição bíblica quanto à participação das crianças na Ceia do Senhor. Todos os argumentos contrários à participação das crianças na Ceia do Senhor resumem-se de fato a preconceitos e desinformação, sem falar na cegueira espiritual.

A Bíblia fala do autoexame para discernir o Corpo de Cristo –1Co 11:17-34. O objetivo deste texto era para os adultos que tinham condições de discernir o Corpo e não o estavam fazendo. Apresentavam um modo de vida indigno do Evangelho de Cristo. Pecavam deliberadamente. A Igreja estava dividida em grupos inchada de orgulho, tolerando a imoralidade, a prostituição, a idolatria, a confusão e a desordem nos cultos inclusive na celebração da Ceia do Senhor.  O medo de alguns é que a participação das crianças na Ceia do Senhor vulgarize a Ceia e tire a “expectativa” das crianças de tornarem-se membros da Igreja.

Nós respeitamos todos os grupos cristãos. Deus nos deu um caráter e uma personalidade própria. Assim como os dedos das mãos e os membros de uma mesma família não são iguais. Não devemos ser como as demais denominações apenas por que eles não concordam com a nossa prática.   

Não fomos autorizados a impedir o acesso de quem quer que seja à mesa da Ceia do Senhor. As crianças devem ser incentivadas a participar da Ceia do Senhor.

Temos a responsabilidade de orientar as famílias e as crianças sobre a participação delas na Ceia do Senhor; é um momento de comunhão.  Com certeza “Onde há o Espírito do Senhor aí há liberdade”; (1Co 14:40); “Mas, devemos fazer tudo com ordem e decência”. 

A participação das crianças na Ceia do Senhor não fere a santidade da Ceia, mas a falta de seriedade com as coisas do Senhor, com certeza, fere a santidade necessária à celebração da Ceia do Senhor, com ou sem as crianças.

Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus. Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo. Mas se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar. (Mateus: 18.1-6); e, também: “Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos Céus”.

Agora, quando elas tiverem com a idade de 12 anos, daí sim, precisam arrepender-se de seus pecados para que se possam participar da Ceia do Senhor. A Ceia é para os santos e, as crianças também são santas; ou não são? Você desejaria que seus filhos, ainda pequenos, ficassem aqui, no arrebatamento da Igreja de Cristo? Certamente que não; então, por que é que não participam da Ceia? Sendo que serão também arrebatadas por Cristo! 

Que nossas crianças possam ser aceitas e reconhecidas como chamadas pelo amor e pela graça de Deus. Que possam ser aceitas e reconhecidas na resposta de gratidão e amor que a Igreja presta com seu culto ao Senhor. Que as crianças possam ser aceitas e reconhecidas como parte da Igreja do Senhor Jesus.
Que fique bem claro para adultos, leigos ou pastores, pais e mães, etc., que não há orientação ou motivos bíblicos e teológicos contra a participação de crianças na Ceia do Senhor. Uma das coisas que as pessoas querem saber é o que a Bíblia diz. Por isso é importante explicar bem que na Bíblia não há argumentos contrários à participação de crianças na Ceia do Senhor.

Não há argumentos contrários à Ceia do Senhor para crianças. Pelo contrário, parece haver vários argumentos a favor. Parece-nos cada vez mais importante não excluir, mas incluir as crianças. Geralmente argumentos contrários à participação das crianças na ceia do Senhor resumem-se de fato a preconceitos e desinformação.

A prática da participação das crianças poderia começar com os pais levando junto de si seus filhos para participarem da Ceia do Senhor e ali repartirem com os filhos, se possível, o pão e o cálice (onde não for possível, os próprios pais devem tomar os elementos da ceia e entregá-los às crianças, dizendo ali mesmo de forma reverente e sintética do amor de Jesus por elas e de como é bom sermos povo de Deus!). Possivelmente podem aparecer algumas situações delicadas que serão precisos ser administradas com tato, sensibilidade e amor.

“O amor cobre todas as transgressões” (Pv 10:12). “Onde está o espírito do Senhor aí há liberdade” (2Co3:17). “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito – diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6).

Não devemos ter um culto separado exclusivamente para as crianças. Pelo contrário, o nosso culto, como toda a nossa igreja, deve ser projetado para todas as idades. O Senhor Jesus diz:

“Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus”.

Será que esse impedimento ou embaraço, como diz outras traduções bíblicas, não seria a atitude insana de pseudo-teólogos, que insistem em negar a participação de nossas crianças em cerimoniais bíblicos em nossas igrejas? Não poderá existir imagem mais linda do que esta: um menino, uma menina, uma criança participando do Corpo e do Sangue do Senhor dentro de um templo!

Também não deixemos de participar e nem proibamos as criancinhas. “Deixai vir a mim os pequeninos”, os visitantes, os pecadores...

A ceia foi feita principalmente para eles! A ceia é um ato de adoração que relembra o Salvador na cruz; e lá na cruz, ele não excluiu ninguém do seu sacrifício.

Que história é essa que inventaram de que A, B e C não podem participar? Onde está na Bíblia esse critério? Onde é que diz que a Ceia do Senhor é só para os batizados? Jesus disse simplesmente para “fazer isso em memória de mim, pois quando comerdes este pão e beberdes deste cálice, anunciais a minha morte, até que eu venha”.

Deixemos Jesus cear conosco, abramos a porta de nossa Igreja para o que Ele estabeleceu. Abramos a porta de nossa Igreja para a verdade que é Ele. Abramos a porta, chega de pré-conceitos, de pré-tradições, chega de portas fechadas, de mentes fechadas.