“Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer. E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono” Ap. 4,1-2.
João estava preso em uma ilha, exilado, longe de sua terra, de sua família e de tudo mais que amava. Um servo de Deus, que conhecia a “voz de muitas águas”, que já havia falado com ele antes.
Mas entre a última vez em que havia escutado aquela maravilhosa voz e agora, talvez João possa ter ficado abatido ao olhar em volta e não encontrar uma saída para sua situação. Dia após dia, incomodado pela saudade dos irmãos e familiares, aquele servo de Deus pode ter se sentido como nós, às vezes nós sentimos também.
Talvez neste exato momento, você esteja olhando ao redor e procurando uma saída, um escape. Talvez, como João, pareça que sua sorte está entregue a uma autoridade local, um carcereiro que parece deter as chaves de todas as portas.
Mas aquela voz – ó quão preciosa! – volta a soar e, apesar de retumbante, faz um doce convite àquele homem tão sofrido: Sobe aqui. Ele não escreve ter visto uma escada, apenas a porta lá em cima, no céu. Pode ser que, como acontece conosco, aquela maravilhosa voz o tenha elevado, tirado João de sobre a Terra, da prisão e o levado ao céu. Sim, porque é isso que essa voz, a voz do Espírito Santo tem feito aos servos de Deus ainda hoje: desviado nossa atenção da terra para o céu, nos conduzindo à Porta – a única e maravilhosa: figura do Senhor Jesus – e nos chamado para ver o trono do Altíssimo.
João descobriu: A saída não está aqui embaixo e quem governa a nossa vida não é nenhum carcereiro. É o que está assentado sobre o trono celestial!
Quando o Rei dos Reis bradar a sua voz, neste momento a igreja vai subir cantando e dando glória, e receberemos nossa vitória, por servir Aquele que marcou história. Quando a igreja atravessar os portais eternos, um barulho muito forte, todos ouvirão. É o cordeiro que está vindo receber a noiva, e com um sorriso no seu rosto, vai dizer... “Vinde benditos de meu pai, possui por herança o Reino que está preparado antes da fundação do mundo”.
Ninguém nunca antes havia atravessado aqueles portais. Nunca alguém havia ousado passar por aquele lugar. Os céus pararam. Todos os seres celestiais criados estavam estupefatos. Alguém ousou passar por ali. Alguém foi achado digno de entrar triunfante pelos portais eternos.
Em Jesus nós temos o Elo vivo entre Deus e o homem; Ele faz do seu povo aqui nesta terra a própria casa de Deus onde o Espírito Santo habita. Jesus é a nossa Porta do céu! Ele é o Caminho para a casa do Pai.
Os "Portais eternos", falam sobre um Reino que não é deste mundo onde Jesus exercerá domínio para sempre.
Só existe gente transformada, sociedade avivada, Igreja edificada, através da intervenção miraculosa da Palavra de Deus no coração humano. A pregação da Bíblia, interpretada pelo próprio autor, traz Deus para morar no coração do homem e nos faz adentrar aos portais eternos, propósito maior de Jesus. A menos que Deus queira, o homem não pode ter acesso ao céu.
Orar é mais do que proferir nossas necessidades para Deus. É uma passagem pelos portais eternos que se abre para que possamos ouvir o que vem do outro lado. É uma passagem que se abre para que possamos ouvir o que vem do outro lado. Riqueza, beleza, poder, nada disso atravessa os portais eternos.
Deus está no céu! Muitos têm o céu como o ponto final de sua fé, o alvo a ser alcançado somente com a morte, quando finalmente se encontrarem com Ele.
A Bíblia conta em Gn. 28,12, que Jacó teve um sonho, no qual viu uma escada que ligava o céu à Terra e anjos de Deus por ela subindo e descendo. Ao acordar, chegou à conclusão de que aquele lugar era a casa de Deus, a porta do céu.
Jesus fez menção desse sonho quando disse, certa vez, para alguns discípulos: “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” (Jo 1.51). A escada que Jacó viu era o próprio Jesus.
A maioria dos cristãos passa a vida toda com o entendimento de que oração é apenas um meio de apresentar necessidades, anseios e angústias a Deus. Porém, precisamos enxergar nela um potencial muito maior, uma experiência mais ousada do que simplesmente aliviar a alma.
As duas passagens citadas acima mencionam anjos “subindo e descendo”. Poderia parecer mais lógico se fosse ao contrário, anjos “descendo e subindo”, uma vez que, teoricamente, desceriam do céu a fim de executar uma tarefa. Se pensarmos, porém, no movimento de homens, subindo e descendo por meio de oração e comunhão do Espírito Santo (auxiliados pelos anjos), a ordem de subir antes de descer, ganha mais sentido.
Há uma porta aberta no céu. O profeta Ezequiel viu os céus abertos, e a partir dali, recebeu mensagens e visões tremendas para levar ao povo de Deus. O apóstolo João já estava acostumado com a presença de Deus, mas foi convidado a dar um passo maior: “Depois dessas coisas, vi uma porta aberta no céu, e a primeira voz… disse: Sobe aqui, e eu te mostrarei as coisas que devem acontecer” (Ap 4.1).
A oração que Jesus ensinou começa assim: “Pai nosso que estás no céu” (Mt 6.9). Jesus é a porta e o caminho ao Pai. Por meio do sangue de Jesus e do seu corpo sacrificado, temos um novo e vivo acesso ao lugar onde Deus está.
A oração não deve ser simplesmente algo que fazemos quando estamos com pressa ou queremos pedir algo. Costumamos aproximar-nos de Deus para falar daquilo que nos aperta ou do que gostaríamos que Ele fizesse. Mas Deus, na sua infinita bondade, está interessado em ir além das nossas dificuldades temporais. Quer nos falar sobre assuntos eternos que dizem respeito ao futuro e às questões que pesam no seu coração.
Portanto, oração é mais do que falar com Deus; é ligar-se a Ele, é ter acesso ao lugar santíssimo para ouvir o que Ele tem a dizer. Precisamos subir a escada para conhecê-lo e nos atentar àquilo que vem dali.
Desde a antiguidade, Deus tem desejado estar com o seu povo, andar no meio dele e “tabernacular” ou fazer sua morada com o homem. O apóstolo Paulo teve a revelação de que nós somos o templo do Espírito Santo.
A oração nos abre uma porta, uma escada por onde podemos nos aproximar de Deus de forma segura. Há um convite dos céus para nós hoje, e não precisamos esperar pela morte para aceitá-lo, como foi no caso de Estêvão que viu os céus abertos quando estava sendo apedrejado.
Deus não está brincando de abrir e fechar o céu para nós. O céu está aberto! Isso é para hoje, a escada é para nós, o caminho é para nós, a porta é para nós, e o Senhor nos espera para uma conversa mais íntima. Este é um convite para a Igreja, a congregação dos santos, para todos que foram lavados pelo sangue do Cordeiro. Deus está interessado em conversar sobre muito mais do que as nossas necessidades; Ele quer se encontrar conosco e revelar Seu coração.
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