Destilando a morte em pequenas doses
Precisamos ser cautelosos, pois o Diabo está vivo e ativo neste mundo. Com o objetivo de dominar as almas humanas, ele está sempre tentando influenciar as pessoas, destruindo valores morais e espirituais, levando corrupção e caos. Suas mensagens chegam através de duas vias: mundana e religiosa. A primeira é mais notória. A segunda é muito sutil e, portanto, mais perigosa.Primeira via - mundana
O mal pode chegar através de uma simples conversa (I Cor.15.33; Mt.16.22-23; Sal.140.3), mas existem modos bem mais sofisticados. Os meios de comunicação, além de todo conteúdo positivo que nos trazem, também transmitem o veneno do Diabo em muitas de suas atrações, até mesmo em alguns desenhos animados. Existe um modo de vida sendo ensinado durante 24 horas por dia através de toda espécie de mídia, atingindo a todos, mas principalmente as crianças e adolescentes, cujo caráter está em formação.
Em meio a enredos artísticos bem elaborados, estão inseridas mensagens
que estimulam a prostituição, o adultério, a desonestidade, o ateísmo,
etc. Trata-se da apologia ao pecado. Não podemos nos alienar nem “sair
do mundo” (João 17.15; I Cor.5.9-10), mas precisamos estar conscientes a
respeito desse mal para que possamos identificá-lo e vencê-lo. Não
significa também que vamos receber tudo o que vier, na tentativa de
aproveitar uma parte. Aproveitar um fruto “meio podre”, se é que existe,
é uma decisão arriscada. Algumas coisas são totalmente imprestáveis e
nossa mente não é lata de lixo. Outras vezes, porém, agiremos como quem
come um peixe: separando os espinhos. Não podemos criar regras fixas
quanto a isso, mas precisamos buscar do Senhor a sabedoria e o
discernimento para cada situação. Por exemplo, não me convém ler livros
de bruxaria, mas o que dizer de um romance? Poderei optar por ler ou
não, mas, se escolher a leitura, ainda precisarei ficar atento, pois até
nos livros mais inocentes poderemos encontrar ensinamentos
anticristãos.
Segunda via - religiosa
Quando Satanás tentou Eva, ele usou as palavras de Deus com uma alteração mínima, mas suficiente para inverter o sentido original. “Foi assim que Deus disse? Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn.3.1). Uma pequena quantidade de veneno foi o bastante para aniquilar a vítima: o ser humano.
Na tentação de Cristo, o inimigo usou novamente as palavras de Deus,
alterando-lhes o contexto e propósito (Mt.4.1-11). Ainda hoje, ele
continua operando da mesma forma. Quantas são as distorções de textos
bíblicos que acabam se transformando em doutrinas estranhas ou dando
origem a falsas religiões! Jesus disse: “Acautelai-vos do fermento dos
fariseus e saduceus...” (Mt.16.6-12). Ele se referia à doutrina daqueles
religiosos que distorciam a lei de Moisés, criando tradições que
anulavam o propósito original da lei. Por exemplo, o mandamento “honra
teu pai e tua mãe” foi anulado pela tradição (Mt.15.1-9). Muitos
fariseus se recusavam a cuidar de seus pais sob o pretexto de já terem
levado uma oferta ao templo. Assim, transferiam ao corpo sacerdotal a
responsabilidade pelo cuidado dos pais. Tal costume religioso, chamado
“corbã”, tinha um fundamento lógico e podia até funcionar. Porém, a
ordem de Deus não foi aquela. A desobediência tinha sido, portanto,
institucionalizada pela religião.
O fermento é semelhante ao veneno, no que diz respeito à sua eficácia.
Uma pequena quantidade é suficiente para levedar toda a massa (I Cor.
5.6-8; Gál. 5.9). O problema é que nós o consideramos inofensivo e,
quando percebemos, já fomos contaminados. O “fermento” doutrinário ou
pecaminoso tem sempre algo de humano e carnal, mas, em última análise,
seu “fornecedor” é o Diabo.
O antídoto – a palavra de Deus
A serpente perguntou: “Foi assim que Deus disse?”.
Precisamos conhecer a palavra de Deus, a bíblia, para que possamos
responder com autoridade às irônicas perguntas ou sugestões do maligno.
Jesus nos deu o exemplo, trazendo em seus lábios a expressão exata
daquilo que “está escrito”. A palavra de Deus nos limpa, renova a nossa
mente, eliminando os efeitos de toda mensagem maligna. Porém, se não
sabemos o que Deus disse, como poderemos refutar as filosofias mundanas,
heresias e tentações que grassam à nossa volta? A ignorância a respeito
das Escrituras não serve como argumento para inocentar alguém diante de
Deus. Houve grande dificuldade para que a bíblia fosse escrita e
chegasse até nós. Agora, será que a preguiça e o desinteresse serão
dificuldades suficientes para justificar o fato de muitos não lerem a
bíblia? Conhecendo a palavra de Deus, estaremos prontos para responder
àqueles que nos questionarem sobre a razão da nossa fé (I Pd. 3.15).
Estaremos aptos também a identificar o veneno da serpente quando ela nos
atacar (II Cor. 11.3). Entretanto, o conhecimento é apenas a primeira
parte da questão. Eva sabia muito bem o que Deus havia dito. O que lhe
faltou foi obediência. Temos o antídoto, mas ele será inútil se não for
aplicado. O inimigo procura nos matar espiritualmente, mas, fortalecidos
pela palavra do Senhor, teremos “vida, e vida em abundância”.
Prof. Anísio Renato de Andrade
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