Será que existe alguma festividade ou festa no mundo que
tenha o poder de convergir tanta gente em torno da família, do lar como o
natal?
Em virtude do grande poder e influência que o natal exerce
na sociedade ocidental será que não deveríamos aproveitar a oportunidade e
anunciar a todos quanto pudermos que um “menino nos nasceu e um filho se nos
deu”?
Seria inteligente de nossa parte desconsiderarmos o natal
extinguindo-o definitivamente do “nosso” calendário em virtude do “espírito
mercantilista natalino” que impera na nossa sociedade?
Apesar de não observarmos textos bíblicos que incentivem a
celebração do natal, é absolutamente perceptível em diversas passagens a
importância e relevância do nascimento e encarnação do Filho de Deus. As
escrituras, narram com efusão o nascimento do Messias. Se não bastasse isso,
sem a sua vinda, não nos seria possível experimentarmos da salvação eterna e da
vida vindoura. Portanto, comemorar o natal, (ainda que saibamos que o Jesus não
nasceu no dia 25 de dezembro) significa em outras palavras relembrar a toda a
humanidade que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.
O natal nos oferece uma excelente oportunidade de
evangelização. Em todos os registros históricos percebemos de forma
impressionante o quanto os irmãos primitivos eram apaixonados, entusiastas e
extremamente corajosos na proclamação do evangelho. Estes homens e mulheres de
Deus eram movidos por um desejo incontrolável de pregar as Boas Novas. Eram
pessoas provenientes de classes, níveis e posições sociais das mais diversas:
artesãos, sacerdotes, empresários, escravos, gente sofisticada bem como pessoas
simples e iletradas. Entretanto, ainda que diferentes, todos tinham em comum o
sentimento de “urgência” em anunciar a Cristo. Vale a pena ressaltar que Jesus
comumente usou as festas judaicas como meio de evangelização. Os quatro
evangelhos, nos mostram o Senhor pregando e ensinando coisas concernentes ao
Reino de Deus a um número considerável de pessoas em situações onde a nação
celebrava alguma festividade. Na verdade, ele aproveitava os festejos públicos
para anunciar as boas novas da salvação eterna. Ora, tanto nosso Senhor quanto
a igreja do primeiro século tinham como missão prioritária a evangelização.
Portanto, acredito que o natal seja uma excelente ocasião para anunciar Cristo
aos nossos familiares e amigos. Isto afirmo, porque geralmente é no natal onde
a maioria das famílias se reúnem. O natal nos propicia uma grande oportunidade
de proclamar com intrepidez, a Cristo.
Junte-se a isso, que o período de fim de ano é um momento de
reflexão e avaliação para muitos. E como é de se esperar, em um mundo onde a
sociedade é cada vez mais competitiva e egoísta, a grande maioria sofre com as
dores e marcas deste mundo decaído e mal. É comum nesta época, o cidadão chegar
à conclusão de que o ano não foi tão bom assim. A consequência disto é a
impressão na psique do indivíduo com sentimentos tais como frustração,
depressão, angústia e ansiedade. E é claro que tais sentimentos contribuem
consideravelmente a uma abertura maior à mensagem do evangelho.
Um outro fator importante que contribui para a evangelização,
é a significativa abertura ao sagrado e ao sobrenatural que a geração do século
XXI experimenta. No início do século XX, acreditava-se que quanto mais o mundo
absorvesse ciência menor seria o papel da religião. De lá para cá a tecnologia
moderna se tornou parte essencial do cotidiano da maioria dos habitantes do
planeta e permitiu que até os mais pobres tivessem um grau de informação
inimaginável cem anos atrás. Apesar de todas essas mudanças, no início do
século XXI o mundo continua inesperadamente místico. O fenômeno é global e no
Brasil atinge patamares impressionantes.
A Revista Veja encomendou uma pesquisa ao Instituto Vox
Populi, perguntando às pessoas se elas acreditavam em Deus. A maioria absoluta,
ou seja, 99% dos brasileiros respondeu que acreditava. Sem dúvida, o momento é
ímpar na história, até porque, com exceção de alguns períodos da história
mundial, o mundo nunca esteve tão aberto ao sagrado como agora. Diante disto,
será que o natal não representa uma excelente oportunidade de evangelização?
O natal nos oferece uma excelente oportunidade de
reconciliação e perdão. Você já se deu conta que a ambiência do natal
proporciona uma abertura maior à reconciliação e perdão? Repare quantas
famílias se recompõem, quantos lares são reconstruídos, quantos pais se
convertem aos filhos e quantos filhos se convertem aos pais. Será que a
celebração do natal não abre espaço nos corações para reconciliação e perdão?
Ora, O senhor Jesus é aquele que tem o poder de construir pontes de
misericórdia bem como o de destruir as cercas da indiferença e inimizade.
O natal nos oferece uma excelente oportunidade de sermos
solidários em uma terra de solitários. Por acaso você já percebeu que no natal
as pessoas estão mais abertas a desenvolver laços de fraternidade e compaixão
com o seu próximo?
Tenho para mim que o natal pode nos auxiliar a lembrarmos
que a vida deve ser menos solitária e mais solidária. Isto afirmo porque o
natal nos aponta o desprendimento de Deus em dar o seu filho por amor a cada de
um de nós. O Nosso Deus se doou, se sacrificou e amou pensando exclusivamente
no nosso bem-estar e salvação eterna. Você já se deu conta que o natal é uma
excelente oportunidade para nos aproximarmos daqueles que ninguém se aproxima,
além de exercermos solidariedade com aqueles que precisam de amor e compaixão?
Sem qualquer sombra de dúvida devemos repulsar tudo aquilo
que seja reflexo deste “espírito mercantilista natalino”. Entretanto, acredito
que como portadores da verdade eterna, devemos aproveitar toda e qualquer
oportunidade para semear na terra árida dos corações, a semente da esperança.
Jesus é esta semente! Ele é a vida eterna! O Filho de Deus que nasceu, morreu e
ressuscitou para cada um de nós. A missão de pregar o Evangelho nos foi dada, e
com certeza, cada um de nós deve fazer do natal uma oportunidade de proclamação
da vinda do salvador. Celebremos, irmãos, e anunciemos que o Salvador nasceu e
vive pelos séculos dos séculos, amém! Ciro Zibordi
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