quarta-feira, 19 de junho de 2019

Aprendendo com a Corça

Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? (Salmos 42, 1-2).

O cervo é um animal considerado por muitos predadores como um animal de boa carne, ou seja, tem uma carne saborosa. Porém o cervo (ou corça em algumas versões) é um animal indefeso em relação aos outros animais cuja fama se destaca entre os selvagens.

Bem, para deixar a situação ainda mais delicada o cervo produz um cheiro corporal que atrai os predadores, sendo assim, é um animal que vive sendo perseguido no seu habitat.

O cervo pode se esconder entre as árvores, porém não adiantaria tanto, pois ali o encontrariam. O cervo poderia se esconder entre as pedras, porém ali ainda seria achado. Ele poderia também se esconder longe de seu habitat natural, mas encontraria outros tipos de perigo.

Mas o cervo tem uma característica peculiar: Ele sabe mergulhar nas águas e ali acha seu refúgio. Ele tem experiência com as correntes das águas, pois ali o predador não pode atacar.

Louvado seja o nome do Senhor! Assim é o servo de Deus. O salmista usa a figura do animal cervo como uma comparação e alusão ao seu desejo de estar na presença de Deus. O cervo nos fala do servo, do crente que sabe onde é o seu lugar de refúgio e que tem buscado com toda a sua alma estar com Deus para todo o sempre.

Mas a Palavra de Deus nos diz que: “[...] no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33).

Nós sabemos que o mundo para o crente em Jesus se faz como um lugar opressivo, pois nele basta cada dia o seu mal e, como ainda diz a Palavra, ele jaz no maligno. Uma das características do servo do Deus vivo é a luta e a provação (constante).

Somos perseguidos, atribulados muitas vezes. O tentador é o predador que almeja a nossa vida, pois o nosso bom cheiro de Cristo (a presença do Espírito Santo) o atrai. O pecador não atrai o inimigo, pois esse já está com ele e,as vezes, se porta também como um predador ao perseguir aqueles que são de Cristo (temos experiências com isso).

Mediante a nossa luta do dia-a-dia ou provação o que fazemos? Onde nos escondemos?

Entre as árvores? Confiando no homem? Em nossos recursos próprios? Na religião? Na tradição? Na nossa razão? Na nossa vaidade ou soberba? Na nossa prepotência?

Não! Mas o Senhor é nosso refúgio e fortaleza, bem presente na hora da angústia, disse certa vez o salmista.

Jesus é o nosso refúgio. O cervo para se esconder entrava nas águas.

O homem que vem para as águas da salvação encontra abrigo seguro.

O cervo procurava com zelo as correntes das águas. Em Jesus as águas são abundantes; ela lava a nossa alma e leva embora toda a sujeira que atrai o predador. A presença do Espírito Santo é real e faz transbordar o nosso ser.

Estando em Jesus, o predador não pode nos atacar jamais. Pois o Senhor é forte, Ele é o Leão da tribo de Judá. O que poderia fazer o inimigo?

Paulo escreveu em sua primeira carta aos coríntios: “Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo”(1 Cor.15:57).

A luta existe e, enquanto estivermos sobre este mundo, sempre vai existir, mas, uma coisa é certa e garantida: Em Jesus somos mais que vencedores (Romanos 8: 37).

Para o cervo, estar nas águas não havia ausência de perseguição. O inimigo sempre estaria ao seu derredor. Porém nas águas estava salvo.

Para nós funciona da mesma forma: a luta não deixará de existir. O Senhor Jesus nos alertou sobre elas, porem nos deu a certeza de que seremos vitoriosos em seu nome.

O inimigo de nossas almas está sempre ao nosso derredor bramando como leão (nos ensina a Bíblia),porém estamos em Cristo Jesus. Lembre-se: Ele venceu a morte!

Estar em Jesus não tem sido para todos. Isso requer intimidade com as águas.

O cervo, no seu instinto praticava o nado e se movimentava entre as correntes das águas.

O Servo do Senhor para permanecer nessa graça, deve buscar sempre a presença do Espírito Santo e, para ser salvo, deve estar coberto pelas águas, não na beira do rio, pois ali ainda existiria o perigo, mas deve estar no centro das águas, no centro da vontade de Deus. Para isso é preciso buscar, vencer correntes fortes, se preparar, saber nadar, se consagrar, vigiar a todo o tempo, etc.

É interessante salientar que: o salmista usa a figura do cervo nas águas para mostrar que assim deve ser a nossa busca pela presença de Deus e assim deve ser o nosso entendimento de servo-dependente perante Ele,pois em Jesus estamos confiando a nossa alma e a preservando do inimigo.

Contudo, nada é tão importante e primordial do que: “ter sede do Deus vivo”.

Muitos estão buscando refúgio na religião, nos movimentos gospels, no tradicionalismo, na “filosofia cristã”, no homem que cura, entre muitos outros enganos, e estão se afogando nas águas do engano.

Nossa alma clama pela presença de Deus, o criador. Ela se enche e se satisfaz quando ouve uma palavra de vida, quando sente o mover do Espírito Santo, quando louva a Deus com um cântico profético e inspirado, ela se enche de paz quando se esvazia da razão e das vaidades dessa vida e se enche da Revelação.

Os que, nesta última hora, estão refugiados em Deus, mergulhados nas águas da salvação e no centro da vontade do Senhor, tem tido um desejo em comum: se apresentar diante de Deus.

Como Jó nós também clamamos: “quem me dera fossem agora escritas as minhas palavras [...] eu sei que meu redentor vive e por fim virá”[...]. Gabriel Felipe M.Rocha

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