quarta-feira, 6 de março de 2013

Lo-Debar, onde não mora ninguém!




             



E o rei lhe perguntou:– Ainda existe alguém da família de Saul para quem eu possa fazer alguma coisa boa, como prometi a Deus? Ziba respondeu: – Sim. Existe um filho de Jônatas. Ele é aleijado dos dois pés. – Onde está ele? – perguntou o rei. – Na casa de Maquir, filho de Amiel, na cidade de Lo-Debar! – respondeu Ziba. Então o rei Davi mandou buscá-lo. II Sm.9, 3-5


Essa música é de autoria de Antônio Gilson Porfírio, mais conhecido como Agepê, nascido no Rio de janeiro, a 10 de agosto de 1942 e morto em 30 de agosto de 1995, devido a uma cirrose. Foi um cantor brasileiro, cujo nome artístico decorre da pronúncia fonética das iniciais do nome verdadeiro "AGP". Antes da fama, trabalhou como transportador de bagagem onde era conhecido como Ripinha e também foi técnico projetista da extinta Telerj, a que abandonaria para se dedicar à carreira artística. A carreira fonográfica teve início em 1975 quando lançou o compacto com a canção Moro onde não mora ninguém, primeiro sucesso dele.  

Vamos conhecer a letra dessa música:

Moro onde não mora ninguém
Onde não passa ninguém
Onde não vive ninguém
É lá onde moro
E eu me sinto bem
Moro onde moro ....

Não tem bloco na rua
Não tem carnaval
Mas não saio de lá
Meu passarinho me canta a mais linda
Cantiga que há
Coisa linda vem do lado de lá
Coisa linda vem do lado de lá
Moro onde moro ... (eu também moro...)

Uma casinha branca
No alto da serra
Um coqueiro do lado
Um cachorro magro amarrado
Um fogão de lenha, todo enfumaçado
É lá onde moro
Aonde não passa ninguém
É lá que eu vivo sem guerra
É lá que eu me sinto bem.


Então lembrei-me da vida de Mefibosete em Lo-Debar...

... Mefibosete era filho de Jônatas e neto do Rei Saul, que foi levado, pela babá, para uma cidade chamada Lo Debar (sem pasto), onde havia sequidão e miséria, e cujos habitantes eram todos mendigos ou doentes. Isso ocorreu após o atentado contra o reino de Saul, por parte dos filisteus, na sangrenta batalha no monte Gilboa, o que resultou na morte de Saul e seus três filhos. Teve ainda um filho pequeno de nome Mica, morando em Jerusalém.

Samuel ainda registra que Davi deu-lhe os pertences que um dia foram de Saul e, também, que Mefibosete era "coxo de ambos os pés". Apesar de neto de seu inimigo (Saul), era o filho de seu amigo (Jônatas), e Davi o tinha por comensal. 

Revela-se que Mefibosete é manco porque a mulher que cuidava conta deles correu muito rápido. Mefibosete caiu e ficou manco. Foi o único a não ser enforcado, junto com outros sete descendentes de Saul (entre os quais estava seu tio, também chamado Mefibosete) por causa da promessa que Davi fez a Jônatas, seu amigo, de que suas sementes cresceriam juntas.

Quanto a Lo-Debar, era um lugar seco e árido, inóspito, onde nada se plantava e nada se colhia. Em deserto, lugar de areia e sol escaldante não adianta plantar nada mesmo. Era um lugar de desolação, tédio, solidão, depressão, tristeza, e de fato, um lugar de fuga. Lo-Debar era o lugar dos excluídos, dos esquecidos, dos discriminados, dos rejeitados. Lo-Debar era um lugar de pessoas esquecidas pela sociedade. Era um lugar de viver escondido. Lo-Debar era conhecido como um lugar sem pastos, onde havia sequidão e miséria, e cujos os habitantes eram todos mendigo ou doentes. Enfim, Mefibosete morava onde não morava ninguém! A situação fica pior quando lembramos que Mefibosete fora criado para ser um príncipe, pois era da linhagem Real de Jônatas, filho do rei Saul, criado para morar num palácio e desfrutar do melhor da vida. 

Foi quando o Rei Davi veio buscá-lo em Lo-Debar, para morar consigo em Jerusalém, a cidade do Grande Rei. Além disso, Davi restituiu tudo aquilo que, por direito de herança era de Mefibosete.

Assim também, é conosco: Não fomos criados para nos contentar com uma vida árida, mas fomos criados para abundância e  dignidade. Não somos donos do mundo, mas somos filhos do dono, diz um provérbio popular. Mas, quando cedemos espaço em nossas vidas para aquilo que está fora da vontade de Deus; quando o nosso caminhar está fora do padrão do Senhor, invariavelmente, vamos morar fugindo isolados em Lo-Debar, no deserto, quando deveríamos morar em Canaã, o lugar de delícias. Por detrás de um deserto sempre existem pés aleijados. É por isso que o casamento de muitos é um Lo-Debar, o trabalho, a vida emocional, a vida financeira e a vida espiritual de tantas pessoas é um Lo-Debar. Este é o lugar daqueles feridos, machucados, daqueles que vivem no anonimato por causa do nosso pecado. Este é um lugar onde mora alguém que já perdeu todas as esperanças, ou seja, terra de mediocridade, onde não mora ninguém!

Às vezes, uma pessoa é exposta a sentimentos profundos, e isto, acaba influenciado em toda a sua vida, causando feridas em sua alma e cicatrizes começam a fazer parte da sua vida e às vezes, chegam num estágio quase incurável. Nesta hora, existe um Deus que tudo vê que tudo sabe, e tem conhecimento de tudo. Então, Ele te vê em Lo-Debar e ele te diz: Lo-Debar não é o seu lugar… Eu o teu Senhor vou te tirar de lá.

Sim, não foi diferente com as nossas vidas. Tínhamos os pés quebrados e morávamos em Lo-Debar, e Ziba (o inimigo de nossas almas), não queria a qualquer custo que saíssemos de Lo-Debar para gozar uma vida abundante e vida de paz e próspera na presença do nosso Rei nosso DEUS, pai de nosso Senhor e Salvador, JESUS CRISTO. E o que fez DEUS, chamou o seu filho, príncipe dos céus e disse: Vá depressa, tome resgate por meio de sangue vertido no calvário no monte Caveira (Golgota) os meus filhos (benfeitorias de suas mãos) que estão em Lo-Debar, terra sequíssima.

E vindo o nosso Senhor JESUS CRISTO, fez-se homem, habitou entre nós (Jo 1:14), cresceu entre nós, colocou-se a disposição do calvário por nós, pagou com sangue os nossos pecados no madeiro de horror, foi pregado, transpassado e morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou dos mortos, e ascendeu aos céus, e foi-nos preparar lugar nas mansões celestiais, para que onde Ele estiver, estejamos nós também. Por amor a Jesus, que morreu por nossos pecados, Deus nos chama de Lo Debar, aquele mundinho que criamos para nos escondermos das circunstâncias adversas da vida onde  acabamos nos acostumando à miséria, auto-comiseração, mediocridade, inércia, medo, frustração, falta de perspectiva.

O Rei dos Reis, Jesus Cristo, veio ao nosso encontro em Lo-Debar, para nos levar para Jerusalém, a cidade do Grande Rei, e também veio nos restituir tudo aquilo que perdemos ou que o inimigo nos tenha roubado. Ele quer usar de bondade para conosco e nos levar para Jerusalém, onde está o melhor de Deus – uma vida de abundância e prosperidade. Não merecemos nada, mas Deus que é o dono de todas as riquezas, quer nos dar tudo. Somos Co-Herdeiros com Jesus Cristo, pela Sua divina e abundante Graça. 



         


Um comentário:

  1. Pessoa em situação de rua canta espontaneamente durante o ato Churrascão da gente diferenciada - versão "CRACOLÂNDIA"! organizado por diversos movimentos sociais e coletivos. O ato reuniu pessoa contrárias a violência física e a tortura do Estado contra a população de rua e dependentes químicos.

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