“Houve
uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão
e seus anjos travaram combate, mas não prevaleceram. E já não houve lugar no
céu para eles. Foi então precipitado o grande Dragão, a primitiva Serpente,
chamado Demônio e Satanás, o sedutor do mundo inteiro. Foi precipitado na
terra, e com ele os seus anjos” (Ap 12, 7-9).
Os
anjos são os seres celestes mais próximos dos seres humanos, mas ainda assim
são enormemente superiores. A batalha entre os anjos bons e os anjos rebeldes
foi uma batalha de convencimento sobre a obediência e o amor a Deus.
O
pecado é uma realidade original dos anjos (desobedientes), que, desde o início
da humanidade, tentam fazer com que os homens participem dessa mesma
desobediência.
Por
sua desobediência Satanás e seus seguidores não tiveram mais lugar no céu e
foram precipitados... Na terra. Desse modo, não podendo mais perverter outros
anjos para a desobediência a Deus, eles o fazem agora com os humanos para que
também percam o lugar no céu.
Os
seres humanos são os continuadores dessa batalha iniciada no céu, devendo
resistir às sugestões malignas e amando a Deus sobre todas as coisas. Para isso
contamos com o auxílio dos anjos, que tão humilde e fortemente se colocam ao
nosso dispor, para nos defender de todos os males e guiar-nos no caminho para
Deus.
Cada
pecado que cometemos é uma breve vitória de Satanás e seus anjos. Breve porque,
pode até ser uma vitória, mas não é definitiva, podendo ser revertida a
situação da batalha em qualquer momento, dependendo do nosso esforço de
santidade.
Jesus
disse que a carne é fraca: Vigiai e orai
para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.
(Mt 26,41.)
A
carne é fraca e se torna alvo de Satanás para nos vencer na batalha, mas, ao
mesmo tempo, o espírito está pronto e a oração, jejum e a bíblia, nos dão a
força necessária para o combate.
Nossa
batalha certamente se torna mais difícil que a dos anjos porque estamos
sujeitos às fraquezas da carne, enquanto eles são puro espírito. Mas, para
nossa alegria, não combatemos sós, pois temos a presença dos anjos e a graça de
Deus, que nos motivam a caminhar para a vitória.
Resistir
ao pecado nos coloca em situação, embora inferior, mas espiritualmente semelhante
à de Miguel e os anjos na batalha celeste. Isso porque nossas tentações não
estão no mesmo nível de dificuldade que os anjos tiveram que enfrentar, mas,
resistindo, participamos brandamente da mesma disposição em cumprir a vontade
de Deus. Seria desleal enfrentar o mesmo nível de dificuldade dos anjos, mas o
Senhor não nos deixa entrar em um combate desleal. Ele permite apenas que
enfrentemos as lutas que podemos ganhar.
Não vos sobreveio tentação alguma que
ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados
além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la
e sairdes dela. (1Cor 10,13)
Na
verdade, não somos nós que vencemos, mas é Cristo que vence em nós. É a vitória
do Reino de Deus.
Referi-vos essas coisas para que tenhais
a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo. (Jo
16,33)
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