quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Desperta, Débora!


Desperta Débora! Este é um chamado para nossa geração. Um chamado que ecoa em nossos corações. Um chamado de despertamento para as mulheres, e as mães deste século. Esse texto se faz tão real, e necessário quanto nos dias da proeminente juíza de Israel, Débora. Pois, vivemos dias ruins, maus, turbulentos, assustadores. A família tem sido alvejada constantemente, e vemos aos nossos olhos lares que se desbaratam, mães que abandonam suas casas, pais que nunca viram seus filhos, filhos que não suportam olhar para os pais. Família que experimentam o amargo sabor do abandono, e da traição, adultérios da alma! Longes da realidade de um lar.

São de fato, dias maus. A pós-modernidade debate o conceito primaz da família, para ter uma família, dizem, não são necessários um homem e uma mulher, basta ter “amor”. E em busca de uma falsa liberdade, e uma vã ilusão, a família tem enfrentado um forte combate.

São tempos de guerra, não de paz. Tempos de luta, não de descanso. Dias de batalha. Vivemos cercados por diversos perigos: drogas, imoralidade sexual, violência, corrupção, mortes, entretenimento que fecham nossos olhos. E diante deste cenário, muitas famílias têm sucumbido.

Por este motivo, o clamor por um despertamento de homens e mulheres, que se preparem para tal batalha é ainda hoje vivo em nossos corações. Ainda hoje podemos ouvir o grito de desespero dos filhos de Israel: Mulheres, despertem, levantem-se para a batalha! Pais ergam-se, filhos não se prostrem, jovens apronta-te para a peleja. Débora Desperta! Abra os olhos para a realidade! Desperta!

Contexto Histórico-Social (Jz 4;5). Débora representa este alto padrão, de uma mulher que não se curvou e não se prostrou diante de um tempo difícil. O contexto social de seu povo, não distava tanto do nosso. A bíblia diz que, no tempo dos Juízes, não havia um rei humano sobre Israel, e as pessoas faziam o que bem entendiam.  (Jz 17:6; 21:25). As pessoas agiam conforme seu bel prazer, fazendo o que era mau diante do Senhor.

Semelhanças com nosso tempo:

1.    Eram tempos de apostasia. (Jz 5:8) A Bíblia diz que aquele povo escolheu deuses novos para si. Desprezaram o Senhor, o único Deus. Rejeitaram seus preceitos. Hoje, nossa sociedade busca entretenimento e jamais se satisfazem, pois são fontes sem vida (sexo, dinheiro, religião, falsos amores, falsas riquezas).

2.    Eram tempos de guerra. (Jz 5:8). A guerra estava às portas”. Neste contexto a guerra era literal, o exército inimigo (cananeus) era preparado, e tinha “novecentos carros de ferro (Jz 4:1). Isto significava dizer que, o exército do inimigo era praticamente invencível. Israel tinha apenas uma infantaria, faltava-lhes cavalos, e carros de combate. 
Em nossos dias a guerra é espiritual, (Ef 6.11,12 “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. Este termo “ciladas” é um termo grego que se refere a “estratégias articuladas”, métodos, planos engenhosos”. O inimigo não brinca, ele está em guerra.

3.    Eram tempos de apatia, indiferença. (Jz 5:8“Não se via escudo nem lança entre quarenta mil em Israel”.  Não obstante a guerra que estava armada, ninguém se posicionava. Ninguém se prontificava, ninguém se lançava a combater.
A Bíblia II Tm 3:1 diz que os últimos dias seriam dias difíceis, em que os homens seriam “amantes de si mesmo. Estes são os nossos dias, as pessoas se idolatram e não querem lutar uns pelos outros, não se prontificam não se comprometem.

4.    Eram tempos de pecado. (Jz 4:1“Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau perante os olhos do Senhor”. (Jz 5:6“desvios tortuosos Nossa sociedade também não está diferente. Deus abomina o pecado (Rm 3:23), Deus abomina a corrupção, a violência dos nossos dias, o adultério, o assassinato, Deus não suporta o pecado de nossa geração idólatra, mística e imoral. Nossa sociedade não entra pelo caminho, que é Cristo, e tem andado por atalhos e desvios tortuosos.

5.    Eram tempos de opressão. (Jz 4:3) “Jabim... tinha novecentos cavalos de ferro, e por vinte anos oprimia duramente os filhos de Israel”. Quantas famílias, quantos lares, quantas vidas ainda hoje vivem esta realidade de opressão em nossos dias, são anos a fio, de acusações e opressões: lutas, dissabores, inimigos da alma.
6.    Eram tempos de dormência espiritual (Jz 5:7). A bíblia diz que Israel ficou deserta, e dormiram “Ficaram desertas as aldeias em Israel, repousaram”. Infelizmente esta é a realidade de muitos que são chamados, como as virgens loucas, e também como as prudentes de Mt 25, dormem! Dormem e fecham os olhos para a realidade. É um aspecto de negação do que estamos vivendo.

Débora se levantouJz 5:7 “Ficaram desertas as aldeias em Israel, repousaram, até que eu, Débora, me levantei, levantei-me por mãe em Israel”Diga com autoridade a quem está perto: Desperta e se levanta, porque o Senhor está com você!

CARACTERÍSTICAS DE UMA VERDADEIRA DÉBORA GUERREIRA:

1)  UMA VERDADEIRA DÉBORA TEM RELACIONAMENTO COM DEUS (Jz 5:5-7).

A profetisa Débora só pode se levantar com poder e autoridade em Israel, porque tinha uma vida com Deus. Ela era uma profetisa, sabia ouvir a voz de Deus, e tinha comunhão com Ele. Mas do que isso conhecia muito bem quem era Deus.  Em seu cântico, ela declara os feitos de Deus em Israel e testemunha da vitória do povo de Deus em Israel, se referindo aos seus feitos no êxodo.

Para ser uma Débora, uma mulher, homem guerreiro, de oração é necessário experimentar ao Senhor. Conhecê-lo em profundidade (Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará – Conhecer original Grego = experimentar).
Jó depois da provação declarou: Antes de conhecia apenas de ouvir falar, mas hoje os meus olhos te veem”.

Débora demonstra a sua espiritualidade e relacionamento com Deus quando Israel estava com sua adoração corrompida. Débora foi convocada para julgar seu povo num dos piores momentos da vida nacional. Josué, o grande líder, não estava mais entre eles e, por isso, não havia unidade espiritual no país. A idolatria e a apostasia assolavam a nação (Jz 4:1,2). A circunstância era tão difícil que Débora fez questão de registrá-la em seu cântico (Jz 5:8). Certamente o que provocou esta situação foram os longos anos de paz e relativa prosperidade sob a liderança de Eúde (Jz 3:30).

Débora fora convocada pelo Senhor no mesmo instante em que o povo de Israel clamou por Ele (Jz 4:3). No tempo dos juízes, a Palestina era uma região muito próspera. Havia grandes e pomposas cidades, resultado do crescimento de uma civilização milenar. Por essa razão, os hebreus ficaram impressionados com as realizações culturais de seus vizinhos e, aos poucos, foram absorvendo sua cultura, religião e o modo de vida daquelas nações.
Infelizmente, nos dias atuais, o secularismo continua crescendo na igreja. Ele é o responsável pelo desvio de muitos cristãos. Há crentes que deixam de buscar prioritariamente o Reino de Deus e a sua justiça, para mergulharem no mundanismo traiçoeiro.

Ela demonstrava sua espiritualidade e vida com Deus sendo ponte de benção para os outrosA bíblia diz que Débora em meio àquela sociedade de caos era como um lugar de refúgio, para as pessoas ao seu redor.  Ela se sentava debaixo de uma palmeira e julgava a causa do povo.  v.5 “Ela atendia debaixo da palmeira de Débora”...  e os filhos de Israel subiam até ela em juízo.  Ele julgava e aconselhava.
Diante de nosso contexto, também podemos ser como Débora, há muitos aflitos que procuram um lugar seguro. O mundo tem procurado a igreja desesperadamente, mas em muitos momentos encontram, somente uma juízes, falta o conselho e a sabedoria.

Débora não tinha um trono, nem mesmo um palácio, ela tinha uma palmeira. E uma palmeira era o suficiente. Débora era refúgio de proteção espiritual aos seus filhos em Israel. Você não precisa esperar ter uma mansão, nem mesmo, um título eclesiástico, Débora tinha uma palmeira, mas não era qualquer palmeira, era a sua palmeira. Seu lugar de conselho e refúgio para tantos.

2)   UMA VERDADEIRA DÉBORA NÃO SE CONFORMA COM O CAOS DA VIDA Jz 5:7b-12.

Porque existem poucas mães que lutam? Porque existem poucos que oram? Poucos que se dispõe? Poucos que perseveram? Porque muitos se conformaram com a destruição, com a derrota, com a perda, com o caos da vida.
Pensam que não vale a pena, que os esforços de nada servem, já oraram tanto, já pediram tanto, já jejuaram, já buscaram, mas desistiram. Conformaram-se.
Débora não aceitou aquela situação, de tanto ouvir e julgar. Pôs-se debaixo da Palmeira, orava, buscava a Deus e agiu. E Deus lhe mostrou que a vitória viria através de Baraque.

Se você quiser ser uma mulher com um coração de Débora, não se conforme!
Saia da mediocridade, da mesmice, da vida que todos levam, seja diferente!

Uma inconformada como Débora busca as estratégias de Deus Jz 4:6,9. Jamais entre em uma guerra sem as armas certas e sem a estratégia certa. Débora recebeu de Deus as estratégias de guerra, com quantos Baraque venceria, e como venceria.

Não se iluda com os seus recursos. Não lute com as suas estratégias. Com o muito falar, com a vingança, com os gritos, com o choro, com o deixar para o amanhã. Nada disso é arma de guerra! É obra da carne!
Uma inconformada como Débora tem certeza da vitória Jz 4.7,9. O senhor garantiu a vitória: “darei em suas mãos o inimigo”. Os inimigos de Israel eram muitos, a força deles era pouca, mas a vitória já estava garantida. Acredite também!
Uma inconformada como Débora tem como marca a coragem diante da batalha Jz 4:9. Depois de chamar Baraque à responsabilidade, a ir à guerra, ele pediu sua ajuda, irei somente se fores comigo”. Este poderia ser um momento crucial.
Débora teria que enfrentar o campo de batalha, estar junto na guerra, lutar lado a lado. Se ela recuasse, tudo estaria perdido. Mas uma verdadeira Débora sabe que jamais poderia voltar atrás.

Quantos desistem, quantos param no meio do caminho. A coragem é uma virtude fundamental à fé cristã, em I Jo. 4:18 está escrito que não fomos chamados para o medo.

Consoante a essa ideia, a palavra coragem, no Novo Testamento arremete a 3 interpretação:

1.    Coragem nos remete ao verbo “tolmao”que contém um elemento de ousadia, de um ato que se coloca acima do medo. Também,
2.    Outra palavra para coragem é “tharréo” denota confiança e esperança em Deus.
3.    Uma outra palavra é “parrésia” mostra a coragem dos primeiros cristãos. Essa coragem era manifestada na ousadia com que eles proclamavam o evangelho de Cristo.

Uma verdadeira Débora é uma voz de coragem e incentivo Jz 4.14. Quando estavam diante do inimigo, Débora disse a Baraque: Dispõe-te”. Tenha coragem, seja forte! Você conseguirá o Senhor te deu o inimigo. Baraque era um guerreiro que precisava ser despertado, e através do encorajamento de Debora este homem se levantou.
Encoraje! Através da oração, você também pode encorajar a muitos, e mudar o rumo até mesmo de uma nação inteira. Seja tutora de novos na fé, elogie, acredite nos seus, viva uma vida de encorajamento. Porque o Senhor é aquele que te fortalece, você também pode fortalecer o guerreiro que está adormecido dentro de sua casa.

3)  UMA VERDADEIRA DÉBORA, DESPERTA A PRÓPRIA ALMA Jz 5:12, 21.

Débora em seu canto, se refere a si mesma na terceira pessoa“Desperta Débora! Desperta! Acorda, entoa um cântico”e no meio da batalha, v. 21 declarou: “Avante, minha alma, firme!”
Em meio à batalha, precisamos despertar-nos com o refrigério do Senhor, não podemos nos perder. Quantas vezes agimos como Marta, ao servir Jesus, nos bastidores, no meio da luta, nos cansamos com as coisas desta vida, e com a intensidade da batalha.
Nunca deixe ter seu momento de oração, de renovação das forças, escute e leia a palavra, se revigore, tire um tempo só para você! Seja ministrada também.
E se renove, seja fonte, para dar de beber a outros, beba também! Nunca somos auto- suficientes. Tudo que fazemos é pela graça.
Numa época em que as mulheres eram alvos de desprezo e preconceito masculino, Deus levanta uma mulher corajosa chamada Débora para ser juíza. Este foi um ato da graça divina, mas também uma humilhação para os israelitas, pois viviam numa sociedade de domínio masculino e que desejava apenas a liderança de homens maduros.
Na ausência de homens consagrados e comprometidos, Deus nos mostra que Ele usa também mulheres em lideranças importantes.

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