quinta-feira, 18 de março de 2021

Os Olhos da Fé

A luz da fé é o grande dom trazido por Jesus. Eis como Ele Se nos apresenta, no Evangelho de João:
“Eu vim ao mundo como luz, para que todo o que crê em Mim não fique nas trevas” (Jo 12, 46).

Não se trata de olhos físicos porque estes já estavam bem abertos antes, mas trata-se de olhos espirituais, os olhos do entendimento, os olhos da consciência, os olhos da alma, que agora passam a ver e se acusarem.

Eles agora "percebem" que estão nus. Perderam o estado da inocência. Percebem não apenas a nudez física, mas a nudez da alma que é muito pior, pois esta impede o homem de perceber Deus.

A nudez de Adão e Eva é a perda da justiça original da imagem de Deus. Todos os seres humanos nascem agora, após a queda, nesta condição e as Escrituras dizem que é necessário que recebamos as "vestes brancas" - Ap 3:18; "vestes de salvação" - Is 61:10, que é a justiça original que Cristo nos traz de volta.

Eles agora estavam percebendo que a sua condição física espelhava a sua condição espiritual.

Perceberam, pela primeira vez, que estavam nus, mas foi muito mais do que apenas isso. De acordo com as Escrituras, a queda não foi simplesmente um dos eventos na história da criação, foi um cataclismo global, uma mudança total no status do universo.

A primeira lente foi colocada em seus olhos e, desde então, a humanidade lida com várias lentes que foram sendo acrescentadas. Na conversão, elas não são eliminadas por completo, já que o processo de santificação apenas inicia na conversão. A renovação de nossa mente é absolutamente necessária se quisermos usufruir de vida plena.

Os olhos são a lâmpada do nosso corpo, e as escamas ou lentes que possuímos precisam ser removidas. À semelhança do que aconteceu com Paulo no caminho de Damasco (At. 9.18), precisamos que nossas lentes sejam substituídas para que possamos ver como Deus vê.

O que a Bíblia descreve como “os olhos de Adão e Eva sendo abertos” é uma das manifestações e consequências mais significativas e fundamentais desta mudança global.

Adão e Eva, que até então tinham visto Deus em sua realidade, e viam tudo somente em sua luz e a luz de sua realidade, começaram a ver o mundo com uma visão nublada e pecaminosa, que daquele momento em diante se tornou, e tem permanecido, a visão da realidade da humanidade.

Eles passaram a perceber o mundo espiritual de uma forma diferente, pois seus olhos se abriram para si mesmos e se fecharam para a realidade espiritual. Perderam sua capacidade de ver o reino espiritual como dantes e automaticamente sua capacidade de ver as coisas eternas ficou muito prejudicada.

Esta situação estendeu-se aos seus descendentes em todos os lugares e eras e o mundo material é atingido de forma impactante, pois agora a natureza também é atingida e passa a sofrer os danos de algo que ela não fez; mas o homem que carrega a essência da terra e a quem foi dado o domínio da terra peca e isso afeta toda a estrutura da Criação.

Esses olhos que foram abertos após o ato de desobediência eram os olhos da alma, que não deveriam ser abertos independentemente de Deus.

Deus nos ama tanto que mesmo pecando, Ele nos dá uma coisa maravilhosa no lugar dos olhos da alma, que foram abertos prematuramente. Deus nos dá algo que nem os anjos podem ter. Deus dá ao homem os olhos da fé.

A fé foi dada ao homem em lugar dos olhos da alma. Deus queria que o homem usasse a fé em lugar dos olhos da alma. Sabemos que o justo viveria pela fé, pois sem a fé seria impossível agradar a Deus. A fé o fez perceber a pessoa de Deus como uma gloriosa realidade a viver.

De agora em diante, para “ver o invisível”, o homem precisaria de “fé”. É por isso que Deus ficou tão preocupado que eles não “estendessem a mão e tirassem também da árvore da vida, e comessem, e vivessem para sempre”; que eles não permaneceriam para sempre assim, incapazes de ver a realidade espiritual —capazes de ver apenas o material e o físico.

Podemos então esperar que quando temos um contato direto com Jesus ressurreto, corremos o risco de termos nossos olhos abertos e isso faz toda a diferença em nossas vidas.

Seus olhos se abriram para o pecado que alija o homem da presença de Deus e fecharam-se para o mundo espiritual.

O processo inverso precisaria ser implementado por alguém e esta pessoa foi Jesus, cujo reconhecimento pela fé, aproxima o homem de sua realidade primária espiritual e faz dele alguém que pode novamente vislumbrar a porta dos céus estando ainda na terra. Satanás tenta minar a nossa fé, porque ele sabe que a fé é o elo principal do homem com Deus.

Um homem fisicamente cego não pode ver a revelação visível de Deus através da criação. Mas um homem espiritualmente cego não pode ver revelação invisível de Deus: o amor, a verdade, a santidade, o perdão, a bênção, a vida eterna, a graça, alegria, paz, etc.

No Éden, nossos olhos foram abertos para ver e vemos hoje o mundo. O inverso é o propósito de Deus, para nos salvar: devolver ao homem a visão que ele perdeu. Aliás, essa foi a missão que o apóstolo Paulo recebeu.

O propósito da salvação é "para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim" (Atos 26:18).

“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora meus olhos te veem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” (42:5-6).

A fé devolve-nos o bom humor, faz-nos sorrir. Faz brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Jesus. A fé abre os nossos olhos. A fé nos abre para enxergarmos o que a incredulidade, o orgulho e o pecado não nos permitem enxergar.

Com a luz, Deus tornou visível aquilo que antes estava invisível; com a fé, o homem torna visível aquilo que no presente está invisível.

terça-feira, 16 de março de 2021

A Árvore da Ciência do Bem e do Mal

Não havia nada essencialmente mal a respeito da árvore ou de seu fruto. É improvável que o fato de comer o fruto desse a Adão e Eva algum outro conhecimento. Foi o ato de desobediência que abriu os olhos de Adão e Eva para o mal. Seu ato de desobediência a Deus trouxe o pecado e o mal para o mundo e para suas vidas. Comer o fruto, como um ato de desobediência contra Deus, foi o que deu a Adão e Eva o conhecimento do mal.

Deus criou o homem à sua imagem e semelhança; uma criatura livre e pessoal, dotada de capacidade e responsabilidade moral. Para que o homem fosse realmente livre, ele deveria ter acesso a todas as possibilidades, inclusive a desobediência.

Então o homem, no exercício da liberdade original com a qual foi criado, desobedeceu à ordem de Deus:

“E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gênesis 3,6-7).

O homem deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Quis ser como Deus, por soberba, colocou Deus em segundo lugar, e assim destruiu o plano inicial de Deus. Nisto consistiu o primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em Sua bondade.

A partir deste instante, toda a sorte de maldade, malignidade e morte passaram a assolar e dominar aqueles que foram projetados para nunca perecerem.

Algumas pessoas enxergam a árvore do conhecimento do bem e do mal como uma coisa mística. Elas pensam que o fruto da árvore possuía alguma propriedade especial em si que conferia um conhecimento proibido. Se o mal em si estivesse na árvore, então o próprio Deus teria o mal dentro do jardim ao alcance do homem.

A árvore do conhecimento em si era uma árvore boa. Deus não é o autor do mal! A Bíblia claramente diz que tudo o que Deus criou era originalmente bom.

A Árvore não era má! Ela não produzia o mal. Ela era a Árvore do Conhecimento! Proporcionava o conhecimento de ambas as coisas: do bem e do mal e a relação entre elas de forma experimental, através da capacidade da comparação. A árvore do Conhecimento do Bem e do Mal fazia parte do processo de formação e aperfeiçoamento do ser humano, quanto à sua constituição moral.

O objetivo final de tudo isso visava a criação de seres humanos como verdadeiros e espontâneos adoradores do Deus Criador, além de forçar a manifestação do mal na sua essência, a fim de ser aniquilado para sempre.

A partir daí, o mal moral já não seria mais um inimigo oculto, não manifesto. inexistente, irreal, fictício. Ao mal, foi imposto, pelo Senhor Deus, que se tornasse claramente notório pela criatura recém criada e formada à imagem e semelhança de Deus.

O resultado de terem comido o fruto proibido, não foi a aquisição da sabedoria sobrenatural, como satanás havia dito, ao contrário, agora eles descobriram que foram reduzidos a um estado de miséria.

Dessa forma, não sendo obrigado a escolher o mal, por ter sido capacitado com discernimento, o ser humano pode, de maneira sábia, fazer a escolha certa, reconhecendo Jesus Cristo como o Único Senhor e Salvador de sua vida.

Com essa decisão, o ser humano mostra que compreendeu todo o sentido e finalidade desse instrumento de Deus, plantado no Jardim do Éden.

Apesar de a árvore ser boa, Deus deu uma ordem para que o homem não comesse de seu fruto.

Quando o homem comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal com a expectativa de ser como Deus, ele tentou se apropriar de algo que só pertence ao Criador. Esse conhecimento é um privilégio que Deus se reserva. Ele tentou usurpar o lugar de Deus! Ao tomar de forma ilícita da árvore do conhecimento do bem e do mal, o homem tentou declarar sua autonomia. O caráter da escolha moral era muito claro.

O homem foi convidado a escolher entre obediência e desobediência; entre vida e morte; entre bênção e maldição; entre depender de Deus e se rebelar contra Ele. O mal se configurou na desobediência da Palavra de Deus.

Somente Deus é conhecedor de todas as coisas; somente o Criador onisciente é quem sabe o que é verdadeiramente bom e mau para a vida do homem.

Como criatura, o homem deveria obter esse conhecimento através de seu Criador. O homem não obteve o conhecimento do mal através do conselho de Deus, mas através de sua contaminação com ele.

Deus conhece o bem e o mal, mas o mal Ele conhece de forma intelectual, por contraste. Deus é perfeitamente Santo, e tudo aquilo que não está de acordo com o Seu padrão moral é o mal. Mas ao desobedecer à ordem de Deus e comer do fruto da árvore do conhecimento, o homem passou a conhecer o mal de forma experimental. O homem tomou participação no mal. O mal se tornou parte de sua natureza e inclinou seu coração na direção contrária ao bem espiritual.

O que menos importa neste episódio é saber qual foi o tal fruto desejado e comido. Poderia ter sido uma enorme jaca ou um minúsculo mirtilo, certo é que Eva e Adão não deveriam ter pago para ver.

Hoje não existe mais a proibição de se comer nenhum fruto e nenhuma árvore a se evitar, entretanto, o alerta é para nos afastarmos das obras infrutuosas das trevas e buscarmos produzir os bons Frutos do Espírito.

Tendo sido criado por Deus, cabe ao Criador dizer como a criatura deve viver para ser feliz. Deus é o Projetista do homem e o seu criador; logo; conhece profundamente todas as faculdades que concedeu à Sua criatura. Se esta lhe virar as costas, será infeliz.

Tudo o que tentarmos fazer para alcançarmos nossa salvação não passarão de “aventais de folhas de figueira”. Nunca haverá folha de figueira capaz de corrigir nossas errôneas percepções espirituais.

Não ficamos surpreendidos se Deus se torna imediatamente estranho e terrível a nós.

O homem só pode viver na amizade com Deus, se livremente for submisso ao Criador.

terça-feira, 9 de março de 2021

Uma Verdadeira Devoção à Sagrada Face!

Pelos idos de 1988, entrei numa Igreja histórica de uma cidade brasileira. 
Naquele dia o tempo estava fechado, nublado, com uma fina e teimosa chuva a molestar. Eram dias de “pós carnaval”. Plena quaresma. 

As imagens dos “santos” em tamanho natural, estavam todas vestidas e acobertadas, e com um brilho impecável!

De repente, olho em direção à porta pela qual entrei, e avisto algumas crianças de calção surrado, molhado, sem camisa, descalças, à porta, se escondendo da chuva e tremendo de frio. Senti uma emoção forte e repentina. Meu Deus! Que injustiça! Que falta de amor! Que vontade de rebelar, quebrar a “tradição quaresmal”, tirar as roupas das imagens dos “santos” e dá-las às crianças para poderem se aquentar.

Naquele dia, inesquecível (hoje faz 33 anos), como Jacó, lutei com o anjo e vi a Face de Deus! Foi a minha luta em Peniel. Começou então, minha verdadeira devoção à sagrada face!

Esta foi uma revelação particular da pessoa de Deus para minha vida. Nada de sudários, nada de estampas, nada de Verônica, Turim e coisas assim.

Vivendo em Jesus, os traços misericordiosos de Sua face se imprimem em nós e nos fazem perceber todo o seu amor. Tornamo-nos novamente, imagem e semelhança de Deus! Adquirimos o semblante de Jesus, o olhar, o sorriso, sua expressão. Os gestos de Jesus, as atitudes, as maneiras dele, enfim, seu amor.

Estamos em 2021. Passados 33 anos, essa semana, vi uma imagem destruída na praça de Vila Abernéssia. A depredação dessa imagem simples e pequena, embora de imenso valor para nossa história, causou-me novamente, enorme comoção.

Não esqueço que existe uma imagem infinitamente mais preciosa em nós mesmos, que não deve ser descuidada, nem destruída. Cada pessoa, traz em si a imagem e semelhança de Deus!

Nesse mesmo dia, caminhando pelas ruas da cidade, vi jovens e crianças, adultos e velhos, amontoados e deitados com farrapos e cachorros na Parada Viola; no Gazebo da praça de Vila Abernéssia; no prédio da Telefônica; na praça de Vila Jaguaribe; e na praça ao lado e atrás do mercado municipal. (Obs: Não são pessoas perdedoras, mas, perdidas que precisam ser encontradas por Deus).

Meu Deus! Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua! Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro! Quantas pedras espalhadas pelas ruas e praças de Campos do Jordão, meu Deus! Pedras preciosas nas praças, sem brilho, desvalorizadas, escondidas no "lodo", tratadas como vis pedras comuns. Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro puro e bom!

Quantas imagens e semelhanças de Deus profanadas pela falta de oportunidade, aviltada pela discriminação e o desprezo, humilhada pela miséria e a violência! Imagens manchadas pelos vícios, aviltadas pela degradação moral, pelo pecado. Os que comiam comidas finas agora desfalecem nas ruas; os que se criaram em carmesim abraçam monturos.

Os seus nobres eram mais puros do que a neve, mais brancos do que o leite, mais vermelhos de corpo do que os rubis, e mais polidos do que a safira. (Lamentações).

Existem muitas pessoas que se esquecem do tão grande valor que tem aos olhos de Deus, e se escondem em meio a tantas coisas do mundo. Escureceu o seu aspecto mais do que o negrume; não são conhecidos nas ruas; a sua pele se lhes pegou aos ossos, secou-se, tornou-se como um pedaço de pau. O pecado tirou a honra e a dignidade, roubou a moral e desvalorizou o homem.

Quantas imagens preciosas, necessitadas de restauro para recuperar a sua beleza e dignidade original! Sim, essas imagens vivas de Deus, possuem uma dignidade imensa e inigualável.

Mas Jesus, o Filho de Deus, pagou um preço muito alto por todos: Seu precioso sangue, jorrado no madeiro, devolveu o valor e a honra destruídas, para que ninguém mais seja tratado novamente como pedrinhas quaisquer, pois o que na verdade somos é filhos amados e valiosos aos olhos de Deus Pai. Na pessoa do Filho de Deus, Jesus, porém, podemos ser restaurados:

"Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor" (II Cor. 3,18).

Vamos olhar para eles com compaixão, independente dos seus problemas e da condição em que vivem. Procuremos olhar com os olhos de Jesus. Quando enxergamos as pessoas como perdedoras, nós as tratamos com descaso, mas quando as vemos como pessoas perdidas que precisam ser encontradas por Deus, nós as tratamos com compaixão. Jesus nunca vê perdedores, apenas pessoas perdidas a quem Ele ama e deseja resgatar! Não é por acaso que Ele disse: "Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lucas 19:10).

A Igreja também é um ateliê de Deus, uma Casa de Restauração de Sua imagem e semelhança. Um lugar onde aquele que sofre, o irmão, gritando por socorro nas ruas, esquinas, praças públicas, favelas, bocas, cadeias ou quem sabe dentro da própria casa, encontra o próprio Jesus.

A depredação da imagem na praça de Vila Abernéssia acabou sendo uma mensagem para os nossos tempos, onde falta o amor...

domingo, 28 de fevereiro de 2021

O Fio de Prata e os Rios de Águas Vivas

No Jardim do Éden a Vida era abundante. Dele, saia um rio para regar o jardim. Entre as flores, relvas e árvores frutíferas, o rio fluía com suas águas purificadoras, vivificantes, restauradoras, sinal da presença do Espírito de Deus. 
Era a presença provedora de Deus. Suas provisões não se esgotavam.

O rio translúcido da água da vida, claro como cristal, fluía do centro do trono de Deus e do Cordeiro, e o Sumo Pastor guiava nossos primeiros pais às fontes dessas águas vivas. Eram torrentes de águas purificadoras que nasciam e saiam do templo de Deus, da morada de Deus.

Um dia, essa corrente de águas vivas, esse fio de prata, se rompeu. Despedaçou-se o copo de ouro, o cântaro se quebrou junto à fonte e, portanto, não podia mais conter água, isto é, a vida; a roda se desfez junto ao poço, de modo que a água já não podia mais ser puxada. Interrompeu-se a corrente das águas.

Então, o homem, criação de Deus, formado à Sua imagem e semelhança, voltou ao pó, de onde veio, e o seu espírito voltou para Deus, que o deu. Era a morte, rompendo o fio de prata que o conectava ao seu Criador!

Passaram-se milhares de anos e houve a redenção. Doravante, do seu interior volta a fluir os rios de água viva. Quem crer em Jesus, o Filho de Deus, quem o recebe e o aceita como Senhor e Salvador, torna-se Templo do Espírito Santo, que se faz dentro dele, uma fonte de águas, enchendo-o de amor, graça e verdade.

Jesus é a fonte de água viva, e a água que Ele dá, se torna em nós, uma fonte de águas a jorrar para a vida eterna. Verdadeiramente, esse rio de águas vivas que fluem do nosso interior, representa a vida que o Espírito Santo nos deu. São as correntes de águas vivas. A nossa vida está conectada, sustentada por essa corrente de águas, esse fio de prata.

Esse fio pode se romper a qualquer momento. Todos nós estamos presos por ele; e se o fio se romper e não estivermos nas mãos de Deus... pode ser tarde demais para nos arrependermos.

Daí, que o maior problema não é o fio se romper, as águas cessarem, porque mais cedo ou mais tarde todos teremos que enfrentar a morte; o problema é: quando esse fio se romper como nós estaremos? Para onde irá a nossa alma? Pense nisso!

Devemos entender que prazer e recreação rimam com responsabilidade. Devemos reconhecer a vida como um precioso presente que deve ser desfrutado sabiamente, e não desperdiçado de maneira frívola. Devemos lembrar de nosso criador todos os dias de nossa vida. E temê-lo!

“Antes que se rompa o fio de prata e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ecl. 12.1,6,7).

A expressão “a vida por um fio” se refere à fragilidade que a vida tem e a brevidade com que ela acontece. Sim, isso é verdade.

A Bíblia nos diz que todo homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade. Lembrando que vaidade, neste caso, significa algo efêmero e passageiro. A nossa existência é como um sopro, como uma neblina que aparece pela manhã e à tarde se dissipa. Somos como um breve pensamento. Além disso, somos cercados de situações e circunstâncias ameaçadoras que podem, em um piscar de olhos, paralisar o nosso coração, cortar a nossa respiração, fazer adoecer o nosso corpo e nos jogar em um leito de hospital.

Muitos de nós, nem sabem, tem sua vida suspensa como um delicado fio de prata, que, ao se romper, causa a falência do coração, o copo de ouro. Mesmo diante da fonte, mesmo com celeiros cheios, não tem meios de usufruir dele, e a roda junto ao poço, a engrenagem da vida também se despedaça e o pó volta ao pó.

A vida está por um fio e ela pode ser ceifada por uma bala perdida, por um ataque terrorista, por uma tragédia natural ou provocada pela negligência humana. A vida pode ser rompida por uma picada de um mosquito, por um vírus, por um acidente de carro, por um atropelamento na esquina ou por um mal súbito sem explicação. Como diz o filósofo Ralph Emerson, um rato é um milagre suficiente para tontear septilhões de infiéis.

A vida pode ser cortada na velhice, na mocidade, na infância ou no ventre materno. Não há previsão segura e não há uma garantia sequer. A vida por um fio não escolhe idade e nem classe social. Somos todos nós alvos de seu possível rompimento a qualquer hora e em qualquer lugar.

Na verdade, todos nós precisamos de Deus e da segurança que Ele oferece. Não se trata de escapismo ou de uma fuga da realidade. Quem confia em Deus não se aliena e nem se deixa abraçar pela inconsequência.

Quem confia verdadeiramente no Senhor entende que as mazelas da vida precisam ser combatidas, que o nível de segurança precisa ser aumentado, que os riscos precisam ser diminuídos e que as responsabilidades precisam ser assumidas.

Quem confia em Deus sabe também que, apesar de todo o cuidado, a vida pode se romper a qualquer hora e, por confiar assim, ele não se desespera. Deus é aquele que nos segura pela Sua mão direita, nos guia pelo Seu conselho e por fim nos recebe na glória.

Ainda que a vida esteja por um fio, a mão de Deus não está. Ainda que o mundo seja ameaçador, o Senhor pode nos acolher.

Ainda que os perigos à nossa volta sejam assustadores e falem de fragilidade, o nosso Deus, em Cristo Jesus, nos oferece alívio, segurança e proteção. Digo isso porque é muito mais desolador viver sem paz no coração do que viver sem nenhuma ameaça externa, seja ela de que espécie for, mas viver a vida por um fio sem esperança e sem fé. É triste sentir que o “fio” pode se romper na alma antes de se romper no corpo. Isso acontece quando o desespero toma conta, quando a ansiedade prevalece, quando o medo é ditador mandante. Por tudo isso e muito mais é melhor entregar a vida para Deus desde já e confiar em sua providência.

Talvez esta lembrança caiba principalmente para aqueles que vivem na flor da idade e acham que podem viver “como se não houvesse o amanhã”. Estes são aqueles que frequentemente não enxergam a vida por um fio.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Evangelista Billy Graham - Capelão da Casa Branca

O evangelista americano Billy Graham, conselheiro espiritual de diversos presidentes que pregou para milhares de pessoas no mundo todo, morreu nesta quarta-feira (21 de fevereiro de 2018), aos 99 anos. Reverendo foi conselheiro de presidentes dos EUA e pregou para milhões de pessoas no mundo todo.

Billy Graham nasceu em Charlote, Carolina do Norte, Estados Unidos, no dia 7 de novembro de 1918. Com 15 anos fez seu compromisso pessoal com Cristo através do ministério do evangelista Mordecai Ham. Em 1939, foi ordenado pela Igreja da Convenção Batista do Sul. Estudou no Instituto Bíblico da Flórida (hoje Trinity College). Em 1943 graduou-se em Teologia pela Faculdade Wheaton de Illinois. Nesse mesmo ano casa-se com Ruth McCue Bell.

Depois de formado, pastoreou a Primeira Igreja Batista em Western Springs, em Illinois. Ingressou na Mocidade para Cristo, uma organização fundada para o ministério para jovens e militares durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1949 Billy Graham deu início a uma série de cruzadas que o tornou conhecido em várias partes do mundo. Em 1950, fundou a Associação Evangelista Billy Graham, com sede em Minneapolis, Minnesota.

Billy Graham escreveu 32 livros, entre eles, “Paz Com Deus”, “A Jornada”, “Meditações Diárias”, “Como Nascer de Novo”, “A Razão de Minha Esperança: Salvação” e sua autobiografia “Just As I Am”, que bateu o recorde de vendas.

Viúvo desde 2007, Billy Graham sofreu do mal de Parkinson e de problemas respiratórios até final. Entregou o cargo para seu filho mais velho Franklin Graham.

William Franklin Graham Jr. morreu em sua casa em Montreat, na Carolina do Norte.

Graças a seu carisma, Graham conseguiu atrair as massas, que o seguiam através de seus programas de rádio e televisão. Ele propagava sua mensagem também por linhas telefônicas e satélites.
Cerca de 77 milhões de pessoas o assistiram pessoalmente e outras 215 milhões viram seus discursos pela TV ou por links via satélite, disse um porta-voz.

O reverendo se tornou capelão não oficial da Casa Branca para todos os presidentes desde Harry Truman (1945-1953), além de ter se encontrado com diversos líderes mundiais.

Segundo a associação que leva seu nome, Graham pregou em 185 dos 195 países do mundo e converteu ao Cristianismo mais de 3 milhões de pessoas.

Ele foi provavelmente o líder religioso mais importante de sua era.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Verdadeira Conversão

"Eu o livrarei do seu próprio povo e dos gentios, aos quais eu o envio para abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim."
(Atos, 26,17-18).
Quando o apóstolo Paulo esteve perante o rei Agripa e explicou o que Deus lhe tinha chamado para fazer na proclamação do evangelho, vê-se uma das apresentações mais claras encontradas em toda a Bíblia.

Paulo disse que Deus lhe tinha chamado para proclamar essa mensagem, que seria para abrir os olhos de seus ouvintes para que se convertessem das trevas para a luz, do poder de Satanás para Deus e para que pudessem receber o perdão dos pecados e a herança entre os que são santificados.

Nisso podemos identificar três etapas: 

1- Seus olhos são abertos; 
2- Conversão das trevas para a luz. 
3 - Conversão do poder de Satanás para Deus. 

Como resultado, você é perdoado e recebe adoção e herança entre o povo de Deus.

Muitas pessoas deram o primeiro passo, mas nunca o segundo. Tiveram seus olhos abertos e viram que há um Deus e que há um demônio. Também viram que há uma escolha a ser feita. Viram que Jesus Cristo é a resposta para os seus problemas e que precisam confiar n'Ele assim como converter-se de seus pecados.

Tais pessoas intelectualmente concordam com essas coisas, mas não deram nem o segundo nem o terceiro passo, quais sejam: transformar-se das trevas para a luz e do poder de Satanás para Deus. E até que você tenha dado esses passos, você não está verdadeiramente convertido.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Enoque e o Evangelho da Garça

Uma comparação do caminhar do cristão no mundo com as garças que caminham no manguezal. 
Você já entrou em um manguezal e andar por ele sem se sujar? Pode ser uma tarefa quase impossível entrar em um lugar desses e não sair com pelo menos metade do corpo sujo. 

Contudo, a garça o faz de forma graciosa, sem manchar uma pluma sequer. É uma ave que vive no meio de manguezais e mesmo assim, continua com suas penas brancas como algodão. 

É assim que devemos ser! Precisamos viver nesse mundo contaminado pelo pecado sem nos contaminar com as coisas podres que há nele. Andar com Cristo é isso - você pode estar caminhando na podridão, mas a partir do momento que você assume um compromisso com Ele, lama nenhuma te atinge. 

O mundo na época de Enoque não era muito diferente do nosso. A maldade e o pecado já enchiam a Terra que, após somente 4 gerações, seria totalmente destruída. É possível que muitos contemporâneos de Enoque tenham morrido no dilúvio, no qual se destacou um bisneto de Enoque, um homem chamado Noé. 

Então, imagine o mundo já em sua época crescendo em maldade e pecado. Lembre-se do que disse Jesus, de que o mundo estaria como nos dias de Noé, nos dias que antecedessem sua segunda vinda. Muitos já cremos que estamos muito próximos desse dia, talvez vivendo aquilo que Enoque viveu — os dias que antecederam o dilúvio. 

E foi nesse tempo de pecado que Enoque se destacou pelo simples fato de ter decidido andar com Deus.

Não é porque estamos no mundo que devemos viver como o mundo! Estamos aqui para fazer a diferença. A Bíblia diz: 

"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2). 

Assim como a garça tem todo cuidado ao andar na lama para que suas penas não se sujem, devemos sempre vigiar e orar para que as tentações deste mundo não nos afastem de uma vida de santidade com Deus. 

Hoje em dia é "normal" vermos a mídia defendendo o adultério, aborto, homossexualismo, sensualidade, vícios, como se fosse algo normal e que todos devem aceitar. Mas nós, cristãos, devemos ir contra tudo aquilo que a Bíblia condena sem desrespeitar ou deixar de amar o ímpio. 

Muitos acham que ser cristão é estar no mundo, mas viver apenas em igrejas, salvos de qualquer coisa que aconteça no mundo. Não fiquemos apenas nas redomas de vidro (igrejas), vamos lá para a lama, como a garça, andando com cuidado para não sujar as vestes, e então transformar esse mundo segundo a vontade de Deus. Mas Jesus orou assim: 

"Pai, não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo.17,15-17). 

Como a garça com sua plumagem sempre branca, lembremos o que nos ensina Salomão: 

"Em todo tempo sejam sempre alvas as tuas vestes" (Ecl. 9,8).