sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A Família de Estéfanas

“Porque trouxeram refrigério ao meu espírito e ao vosso. Reconhecei, pois, a homens como estes” 1Cor 16.18

Estéfanas foi um membro da igreja de Corinto, cuja família se encontrava entre aqueles que os apóstolos batizaram. Alguns pensam que ele é o “carcereiro de Filipos”. A primeira epístola aos Coríntios foi escrita em Filipos cerca de seis anos depois da conversão do carcereiro e ele encontrava-se ali com o apóstolo nessa altura.

Estéfanas e sua família foram os primeiros convertidos na cidade de Corinto, a capital da província da Acaia. Eles, desde o início da caminhada cristã, consagraram-se ao serviço dos santos. Eram não apenas cooperadores, mas também obreiros. Não apenas ajudaram o apóstolo Paulo durante sua estada em Corinto, mas depois que ele saiu, continuaram trabalhando com o mesmo empenho e consagração. Nas horas mais amargas do apóstolo Paulo em Éfeso, quando enfrentou feras e tribulações maiores do que suas forças, a ponto de quase desesperar-se da própria vida, Paulo recebe a visita de Estéfanas, acompanhado de Fortunato e Acaico.

Esses trouxeram grande alegria para Paulo. Supriram o apóstolo de tudo aquilo que os crentes de Corinto deixaram de fazer. Esses três irmãos trouxeram refrigério ao espírito de Paulo nos dias mais sombrios de sua vida. O apóstolo dos gentios ordena a igreja a reconhecer e a honrar sempre homens dessa estirpe.

Estéfanas e sua família são o alvo destes versículos na carta de Paulo. Em poucas palavras, ele revela pontos importantes sobre essas pessoas, que nos trazem grandes lições.

Primeiramente, Estéfanas e sua casa foram as “primícias” da Acaia, quer dizer, foram os primeiros a se converterem ao Evangelho nesta região da Grécia. Foram uns dos poucos que Paulo batizou pessoalmente. Estéfanas e sua família eram as primícias, ou seja, os dízimos de Deus naquela região.

Isso é interessante pois Deus fala na Bíblia que o Seu povo é Suas primícias. Os que são fiéis a Ele são vistos por Ele como especiais. 

Muitos ouviram o Evangelho em Acaia juntamente com Estéfanas. Mas ele e sua casa foram os primeiros a reagir positivamente e se converterem. Isso mostra uma prontidão, disponibilidade, entrega sem reservas e sem rodeios… se lançar de cabeça. Muitos demoram para se converter, mas acabam se convertendo depois de um longo processo. Amém. Antes assim. Mas os do tipo de Estéfanas são os que se entregam sem demora. Por que adiar nossa entrega para Deus? Só mesmo quem quer correr o risco de não ser salvo, pois nunca sabemos quando partiremos desta vida.

Talvez você seja o primeiro a se converter na sua família; o primeiro a decidir se batizar nas águas; o primeiro a receber o Espírito Santo entre seus amigos; o primeiro a deixar tudo para fazer a Obra de Deus na sua igreja; ou o primeiro a se entregar para Deus depois de ler esta mensagem. Só depende de você.

O certo é que há um valor muito especial para Deus quando alguém é o primeiro a dizer “sim” para Ele, a servi-lo, a fazer algo por Ele. Não seja devagar nas suas decisões de servir a Deus. Seja sempre o primeiro a se prontificar. Esta é a primeira lição que aprendemos com Estéfanas.

Paulo costumava deixar outros discípulos batizarem as pessoas. Note, porém, como esta “exceção”, o fazer algo que não fazia normalmente, rendeu grande lucro ao Evangelho mais tarde. Estéfanas e sua casa se tornaram fiéis discípulos. Às vezes temos que fazer o que não costumamos fazer para obter resultados que não costumamos ter.

Você tem sido uma fonte de refrigério para os aflitos? Tem cooperado com a obra de Deus? Tem encorajado os obreiros de Deus? Tem se empenhado em visitar as pessoas aflitas para levar a elas uma palavra de consolo? Coloque sua vida e sua casa nas mãos de Deus!

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Tosquiadores de Ovelhas

Toda ovelha chega a uma época que a sua lã cresce; e cresce muito. O crescimento da sua lã acaba por lhe trazer alguns problemas que precisam ser tratados: fica pesada demais e tem dificuldade de se movimentar e fica vulnerável aos carrapichos e outras pragas da vegetação. 


Sabendo disso, o seu pastor prepara-se para um momento muito importante. Importante para a ovelha e importante também para ele, pois a lã que será tirada da ovelha lhe servirá de sustento nos próximos meses; todavia esta tosa tem que ser feita com responsabilidade para que não venha prejudicar as ovelhas. Muitos criadores de ovelhas fazem isto pessoalmente, mas outros, por não terem experiência no assunto ou não terem tempo para o fazerem, acabam contratando tosquiadores profissionais para fazerem o serviço. Todavia a pessoa que irá tosquiar as ovelhas precisa ter no mínimo "consciência", para que possa fazer a tosquia com "responsabilidade", de uma maneira que venha beneficiar o pastor das ovelhas, mas sem prejudica-las. A lã não pode ser retirada toda! É necessário que o tosquiador deixe um pouco de lã para a ovelha, pois as condições climáticas não é ele quem determina; e, se nos próximos dias o tempo mudar e fizer frio, a ovelha tem que ter um pouco de lã para se aquecer e não morrer de frio. 

O problema é que normalmente o tosquiador contratado ganho por quilo de lã tirada; ou seja, o salário é combinado em cima de uma porcentagem do que é tirado e desta maneira quanto mais ele tira, mais ele ganha. Assim, muitos tosquiadores que não entendem nada de tosquia e que são gananciosos demais estão prejudicando o rebanho, pois tiram toda a lã da ovelha, não dando chance para ela se defender de uma possível noite fria. Tais homens só pensam no seu lucro. Em quanto irão levar no final do seu dia. Não estão preocupados com o bem estar das ovelhas, pois estas não são suas mesmo, não estão nem aí para o rebanho e com esta filosofia de trabalho (se é que podemos chamar isso de trabalho), acabam judiando das ovelhas; pois além de tirarem toda a lã parecem que querem tirar até o coro (a pele), e o resultado disto é que no final de uma tosquia muitas ovelhas às vezes saem machucadas. O que estamos vendo hoje em dia nos púlpitos de algumas igrejas é de causar preocupação!Tosquiadores profissionais que não sabem nada de tosquia, tirando toda a lã das ovelhas, fazendo votos assustadores e dizendo que Deus quer o teu "TUDO". Tais homens pedem tudo mesmo, a tua casa que você conquistou com tanto trabalho, o teu carro, todo o teu salário, todas as tuas economias, eles dizem: Quem tem fé para entregar o seu TUDO! 

Contratados por pastores irresponsáveis, estes tosquiadores tiram até a última moeda das pessoas, não se preocupando em deixar pelo menos o dinheiro da condução para elas voltarem para casa; não entendendo que assim como as condições climáticas não é o homem quem determina, assim também as condições de vida de cada pessoa não são determinadas por nós e sim por Deus; e, nós como pastores, devemos fazer a tosa das ovelhas, porque isto é bom para elas e também para nós, mas fazer com temor e tremor diante de Deus preocupando-nos em não tirar o coro delas e não machuca-las e entendendo que amanhã poderá vir uma noite fria (dias difíceis) na vida destas pessoas e que elas precisam ter alguma lã (dinheiro) para se aquecerem. 

Caro amigo PASTOR, não entregue o seu rebanho nas mãos destes tosquiadores que se acham profissionais, mas que não sabem nada de tosquia.

sábado, 10 de novembro de 2018

O Cristão e o Historiador


Como historiador, cabe-me o papel de Tomé; preciso ver para crer, pois, a Bíblia não se baseia num pressuposto de fé, mas na confrontação de dados empíricos e ideológicos selecionados, cruzados, seriados, todos fornecidos pela documentação, com as informações colocadas pela bibliografia concernente ao objeto de estudo, sempre no intuito de se fazer a relação do texto para com o contexto no qual ele foi produzido. Uma fonte historiográfica riquíssima, e não podendo ser desprezada pela erudição moderna, corre-se o risco de atitude preconceituosa e leviana, tendo em vista o seu valor na elaboração do mundo ocidental contemporâneo. Seus textos têm sido lidos como documentos históricos iguais a quaisquer outros - no caso, que preservam informações antigas e importantes ao mesmo tempo em que possuem uma redação tardia e tendenciosa. A leitura da Bíblia envolve a mobilização de instrumentos de crítica que ajudem a ler o documento de forma objetiva – procedimento igualmente aplicado a qualquer tipo de estudo histórico. Aceito-as como fonte histórica confiável. Encaro a no ponto de vista historiográfico. Tenho bem claro minha condição de cientista e mantenho neutralidade e equidade em relação aos fatos que analiso, não deixando minhas convicções religiosas ou de outrem, interferir em minhas análises sobre os eventos pesquisados. Sendo indiferente, neutro, ao julgar os fatos históricos, não é querer ser um novo Pilatos; entre Deus e o diabo, entre a Igreja e a anti-Igreja, é preciso tomar partido por Deus e pela Igreja, pela verdade.
A fé independe de evidências. Aliás até pelo contrário; não preciso de "fé" para acreditar na existência da lua, na gravidade ou no fato de que precisamos respirar, pois isso é evidente. Minha fé é justamente uma certeza sem evidências. Creio naquilo que as Escrituras Sagradas dizem. Não preciso me esforçar para crer na doutrina cristã. Apenas creio! Simples assim, como a água.

A Bíblia sagrada dos cristãos não advoga para si a definição de “Documento Histórico”, este conceito não era peculiar aos seus autores. Não se encontra em seus escritos apenas uma tentativa de fidelidade histórica, ainda que isto lhe seja inerente, mas é possível descobrir que seu interesse é religioso, ou seja, concepções religiosas permeiam a narrativa bíblica. A Bíblia não é em hipótese alguma um “Documento Histórico”, ainda que este conceito traga inquietação e perturbação, muito pelo contrário, não se pode domesticar o “texto sagrado” a um mero conceito, a Bíblia vai além de conceitos e formulações. Não se pode desprezar, porém, que isto se dá em um momento histórico definido, portanto, fé e história se entrelaçam, criando assim um ambiente riquíssimo para o historiador moderno.

O cristianismo tem evidências históricas que ratificam sua veracidade. A fé possui raízes históricas que não podem ser ignoradas. A própria Bíblia apresenta todo um conjunto de conceitos nos quais a fé veterotestamentária e neotestamentária são postas como tendo fundamento histórico. Creio e encontro todo um sistema de argumentação racional sobre a validade de minha crença, além do que posso encontrar, nos anais da história e nas descobertas arqueológicas, comprovações de muitas citações bíblicas sobre o modo de crer, viver, legislar etc. dos povos que viveram no tempo que estes escritores descreveram suas histórias ou comporam suas poesias e hinos.

Minha fé é pautada e nutrida tanto por uma visão teleológica da história como também por um forte senso sobre a realidade da providência divina. Está acima de qualquer ofício. E a moral exige que se defenda a verdade. E a verdade é que, na História, a Igreja é crucificada, como Jesus o foi no Calvário.

Antes de ser historiador, sou cristão. Quando eu morrer não serei julgado por Deus como historiador, mas como batizado. Não farei um exame profissional. Não tenho uma confiança cega, por ausência de evidências, ou mesmo diante delas. E, como historiador, não estou destruindo minha fé em nenhum momento, e abandonando os paradigmas deste ofício em prol da defesa da fé. A ciência não anula a fé. Não existe conflito entre fé e ciência. Infelizmente, a ciência tem a capacidade de abordar apenas o que é material, e tentar utilizar a ciência para negar a fé é fazer mal-uso do método científico além de demonstrar uma ignorância histórica sem precedentes.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O Filho de Yaveh e o filho de Odin


A encarnação de Jesus Cristo é a mais linda, profunda e significativa história de todos os tempos, afinal, trata-se da saga do Deus que Se fez homem para revelar o caráter da Divindade e para morrer em lugar da humanidade devedora, saldando definitivamente essa dívida chamada pecado - história anunciada séculos antes nas profecias messiânicas das Escrituras Hebraicas. É curioso notar que muitas culturas antigas guardam resquícios dessa história, embora com alguns acréscimos, modificações e (muitas) distorções. Por vários motivos (históricos, arqueológicos, científicos, de fé, etc.), creio que a Bíblia preserva a história verdadeira, com cores vivas, porém, sem os elementos míticos e até absurdos típicos de outras culturas, nas quais há mistura de paganismo, misticismo, crendices e geralmente lendas passadas de pai para filho, segundo a tradição oral.

Uma dessas mitologias, que possivelmente reflita elementos do relato da redenção segundo a Bíblia, é a história do deus do trovão Thor e do reino de Asgard, encontrada na cultura nórdica e popularizada recentemente em filme adaptado dos quadrinhos da Marvel. Thor é filho do “pai de todos”, o deus Odin. O irmão de Thor se chama Loki (na mitologia, Loki é um personagem de origem obscura) e tem inveja do deus do trovão, já que este é que está sendo preparado para ocupar o trono do pai. Loki pode ser considerado um deus dos enganos, pois se vale de artimanhas e ilusionismo para alcançar seus objetivos. Ocorre que Thor é banido por Odin, sendo enviado sem poderes para a Terra, onde aprende a se sacrificar pelos outros, adquirindo a dignidade necessária para voltar a empunhar seu martelo mágico, Mjolnir, e a receber de volta seus poderes de deus.

A despeito das divergências entre as histórias bíblica e nórdica, as semelhanças saltam à vista. Loki passa a odiar o irmão e inicia uma rebelião, traindo Odin. Thor é enviado à Terra sem poderes e volta para Asgard, depois de cumprir sua missão aqui. No fim dos tempos, Odin conduzirá os deuses e os homens contra as forças do caos na batalha do fim do mundo, o Ragnarök. Durante essa batalha, Thor matará e será morto pela cria de Loki, Jörmungandr, uma serpente tão grande que envolve a Terra.

Como Jesus, Thor deixou o reino celestial de seu pai e veio para a Terra na semelhança de um homem. Ele tinha que se vestir de humildade e ser bom para a raça humana. Depois que ele aprendeu a lição, ele salvou a humanidade das forças do mal e foi capaz de retornar de onde veio.

No entanto, há diferenças entre eles: Jesus humildemente consentiu por sua própria vontade vir à Terra morrer pelos pecados da humanidade para que todo aquele que Nele crê seja salvo e se tornou servo dos homens. Mas Thor foi expulso por causa de seu orgulho. Jesus é o Deus Criador de todas as coisas, completo e imutável, que não precisava aprender uma lição. Mas Thor era apenas o deus do trovão e precisava aprender a ser humilde. Enquanto Jesus é uma pessoa real, Thor é apenas uma figura mitológica. Há uma lição importante a aprender com as histórias de Thor e Jesus: O orgulho traz humilhação, mas a humildade traz exaltação. Humilhemo-nos, pois, diante de Deus para que Ele possa nos tratar graciosamente, porque “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (Tiago 4:6).


A história verdadeira da rebelião no Céu entre Lúcifer e o filho de Deus, Jesus, encontra eco em diversas culturas, assim como ocorre também com os relatos da criação e do dilúvio; no entanto, à semelhança do que acontece na brincadeira do telefone sem fio, a transmissão desse relato de geração para geração e de povo para povo acabou promovendo distorções e incorporando acréscimos, processo típico da mitologização de histórias;

O inimigo de Deus tem grande interesse em disseminar mitologias que se assemelhem ao relato bíblico, pois, assim, leva as pessoas a considerar o relato escriturístico (preservado em papel e tinta numa língua sempre conhecida e inalterada) também um mito.

Com a riqueza de detalhes que o filme mostra em relação ao Céu (eles chamam de Reino eterno, onde fica o trono de Odin), a arquitetura do lugar é fabulosa, e tudo parece muito com as descrições bíblicas a respeito do Céu; muito ouro, muitas pedras preciosas. Lá tem uma ponte de cristal transparente e colorido, parece com um diamante. Talvez só alguém que já esteve por lá para descrever tão bem assim em imagens, (Ap 21).

Lúcifer e Jesus moravam no Céu, está em conformidade com a Bíblia (Is. 14.12) (Jó 38.7).
Quando Jesus veio para a terra, se tornou um homem assim como um de nós, deixando Sua glória e resplendor que tinha no Céu. (Fp 2.7). Quando Jesus (Thor) é atingido pelo gigante (pecado) e morre, a pesquisadora científica (Igreja) estava lá presenciando tudo. Logo depois da morte de Jesus o poder é restituído completamente. (Mt 28.18). Jesus (Thor) passa a gostar da Igreja (Pesquisadora). Após ressuscitar, Jesus faz-lhe uma promessa que retornaria, e leva a Igreja para ver a sua ascensão aos céus. (Lc 24.51). Lúcifer (irmão de Thor) se apresenta no filme com todas as características a ele inerentes, ou seja, de mentir, de roubar, de destruir, de matar, de enganar etc. No filme Jesus (Thor) tinha dois grandes poderes que o Deus pai havia lhe dado, a capa vermelha (símbolo de autoridade real) e uma espécie de martelo (o poder da palavra):
 "Porventura a minha palavra não é como o fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiuça a pedra?" (Jr 23.29).
O pai de todos (pai de Thor) diz em determinado momento, que para um rei o maior símbolo seria aquele martelo, que tanto constrói como destrói. É verdade, o poder da Palavra de Jesus é muito grande e a Bíblia cita vários exemplos, tanto de criação com o poder da sua Palavra como de destruição com o mesmo poder.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Cabeça de Abóbora

Este texto, “Cristão Cabeça de Abóbora” foi compilado para educar os cristãos sobre o verdadeiro sentido do Halloween. Para sua leitura, são bem-vindos todos aqueles que mantêm a cabeça clara e o espírito aberto. Aqueles com ‘cabeça de abóbora’ definitivamente não estão convidados. Não pretendo ser contra o Halloween, tampouco quero compartilhar o culto à morte e a exaltação de coisas monstruosas ou feias que traz consigo, pois é próprio dos cristãos celebrar o triunfo da vida e promover a beleza e o bem. Se é o dia dedicado a todos os santos, vamos celebrar a santidade e não o dia das bruxas. Melhor santos, que abóboras ocas. 

Por isso, frente às fantasias dos mortos-vivos que enchem as ruas das cidades no dia 31 de outubro, devemos transmitir outra mensagem: a vida é bela e sua meta é o céu; são muitos os que já chegaram e todos somos chamados a compartilhar sua felicidade, pois todos podemos ser santos.

Não creio que haja algo de ruim que as crianças vistam uma fantasia, vistam-se de vaqueiro ou de Cinderela e peçam doces de casa em casa. É uma diversão saudável. O perigo está nas fantasias que glorificam deliberadamente o mal e infundem medo, ou quando as pessoas pretendem “conseguir poderes especiais” através da magia e da bruxaria, inclusive por um simples entretenimento.

No livro do Deuteronômio, o capítulo 18, fala de não tentar consultar os espíritos dos mortos, nem os que pratiquem feitiços, bruxaria ou atividades como estas. Isto seria uma violação de um mandamento, seria colocar outras coisas antes da relação com Deus. E esse seria o perigo do Halloween. Que de alguma maneira Deus se perca em tudo isto, que a conotação religiosa se perca e, finalmente, as pessoas glorifiquem o mal.

É importante recordar que o diabo e os espíritos malignos não têm nenhuma autoridade adicional no Halloween, embora pareça que sim. O diabo atua no que as pessoas fazem, ele não faz algo por si mesmo. Talvez pela forma em que celebram esse dia, na verdade esteja convidando o mal para entrar em nossas vidas. Uma das melhores coisas que os pais podem fazer é aproveitar o Halloween como um momento de aprendizagem e para explicar às crianças “por que certas práticas não conduzem a nossa fé e identidade cristã.

O Ano-Novo dos celtas, dois mil anos atrás, era em 1º de novembro. Para esse povo que habitava o que hoje chamamos de Irlanda, Reino Unido (e também França), o dia marcava o fim do verão e o começo do inverno. Em uma época em que as estações do ano determinavam os ciclos da agricultura com muito menos espaço para intervenções humanas que hoje, e que o sucesso das colheitas definia o tamanho da despensa das pessoas, a data era crucial. Nada mais justo que fosse escolhida para encerrar um ano e começar outro. Era o fim do período solar, vivo e encalorado e o início da longa, fria e morta treva. O inverno chegara.

Na véspera desse dia de mudança, a divisão do plano dos vivos e dos mortos se misturava. À noite de 31 de outubro, desprovida de cancelas fronteiriças entre os que aqui estavam e os que já se foram, eles deram um nome, samhain. No samhain, fantasmas dominavam a terra, destruíam plantações e causavam arruaças. Em contrapartida, a presença deles facilitava o trabalho dos druidas, os sacerdotes celtas, de fazer previsões. Profecias eram um abraço quente e necessário no tenebroso inverno que começava – não muito diferente do apego contemporâneo ao horóscopo todo começo de mês. Se os druidas previram, não conseguiram evitar a invasão de um povo mais poderoso e violento que os celtas, os romanos. Em 43, o império iniciou o domínio das terras que eles batizariam de Britânia. Nos quatro séculos seguintes, os costumes romanos se misturaram aos celtas. Feralia, uma festa em que Roma celebrava a partida dos mortos, realizada em fins de outubro, naturalmente se aclimatou no Norte e deu novas cores ao samhain. Outra festividade incorporada pelos nortenhos celebrava Pomona, deusa dos pomares, cujo símbolo, uma maçã, talvez explique em parte a antiga brincadeira de pegar maçãs com a boca.

As terras dos celtas seguiram como um lugar distante do centro do poder até que o próprio Império Romano se dividiu e, no Oeste, foi pulverizado. Em 13 de maio de 609, a Igreja Católica dava as cartas, e o papa de então, Bonifácio IV, oficializou um costume que os antigos cristãos no Oriente já faziam: honrar os mártires. Para deixar claro o recado, o papa pegou um antigo templo romano, o Panteão, e o dedicou àqueles que morreram por Jesus. O templo de todos os deuses romanos passou a ser o templo de todos os mártires. Mais tarde, outro papa, Gregório III, expandiu a festividade a todos os santos e mudou a data para 1º de novembro. Em 1000, a Igreja criou mais uma data nessa sequência de festas, e aí o 2 de novembro virou o dia para honrar todos os mortos. A escolha foi estratégica. A ideia é que a nova festividade substituísse o samhain nas ilhas celtas, onde a palavra de Jesus começava a se firmar. Assim, as paradas, fogueiras e fantasias de santos e demônios do samhain acabariam incorporadas por uma celebração semelhante e, mais importante, sancionada por Roma. Agora, a Igreja tinha um dia para todos os santos e outro para todas as almas, que no Brasil chamamos Dia de Finados. Ambos pegaram, mas o 2 de novembro não eliminou o 31 de outubro, apenas o fez mudar de nome e se adaptar. O Dia de Todos os Santos era chamado, em inglês, de “All-hallows”. A noite da véspera era, portanto, “All-hallows Eve”. O termo mudou com o tempo e acabou virando “Halloween”.

Na segunda metade do século 19, os Estados Unidos, que haviam sido colonizados por cristãos daquelas antigas terras celtas, receberam uma nova leva de imigrantes, especialmente da Irlanda, que sofria, na época, um bocado com uma crise de fome. Os irlandeses levaram na bagagem o ancestral costume do Halloween.

Ao longo das décadas seguintes, a festa ganhou novos contornos. O gesto de pedir comida ou dinheiro no dia de todas as almas na Inglaterra, em troca de orações para os mortos da família, deu origem ao “gostosuras ou travessuras”. Ao mesmo tempo, o senso de comunidade tirou espaço do medo real de fantasmas. Na virada para o século 20, o Halloween já tinha perdido boa parte do caráter supersticioso. As máscaras e fantasias, que serviam para enganar os espíritos, viraram apenas uma brincadeira para enganar, no máximo, um vizinho desatento. Deixar comida na porta de casa, que servia para afastar os fantasmas do lar, tornou-se uma forma de interação com a comunidade. Isso nos Estados Unidos. Outros povos comemoram as festividades à sua maneira.

No México, o dia dos mortos, tradição anterior à colonização espanhola, ganhou elementos cristãos e segue ainda hoje firme como uma das festas mais famosas do mundo. Austríacos decoram túmulos de entes queridos com lanternas. Filipinos cantam de casa em casa pelas almas do purgatório. Chineses queimam pequenos botes de papel. Brasileiros levam flores ao cemitério, aproveitam o feriadão para pegar trânsito na estrada e, mais recentemente, incorporaram o Halloween americano – algo que não é exclusivo. Até a França, tão protetora da cultura local, começou a adotar a festa da abóbora decorada nos anos 90.

Já a origem do símbolo da abóbora está ligada à lenda de Jack O’Lantern. Existe uma antiga lenda irlandesa, em que se conta de um homem chamado Jack que tinha sido tão mau em vida que supostamente não podia nem entrar no inferno por ter enganado muitas vezes o demônio. Assim, teve que permanecer na terra vagando pelos caminhos com uma lanterna, feita de um vegetal vazio com um carvão aceso. 

As pessoas supersticiosas, para afugentar Jack, colocavam uma lanterna similar na janela ou à frente de sua casa. Mais adiante, quando isto se popularizou, o vegetal para fazer a lanterna passou a ser uma cabaça com buracos em forma do rosto de uma caveira ou bruxa. 

Jack, um alcoólatra grosseiro, em um dia 31 de outubro bebeu excessivamente e o diabo veio levar sua alma. Desesperado, Jack implora por mais um copo de bebida e o diabo concede. Jack estava sem dinheiro para o último trago e pede ao Diabo que se transformasse em uma moeda. O Diabo concorda. Mal vê a moeda sobre a mesa, Jack guarda-a na carteira, que tem um fecho em forma de cruz. Desesperado, o Diabo implora para sair e Jack propõe um trato: libertá-lo em troca de ficar na Terra por mais um ano inteiro. Sem opção, o Diabo concorda. Feliz com a oportunidade, Jack resolve mudar seu modo de agir e começa a tratar bem a esposa e os filhos, vai à igreja e faz até caridade. Mas a mudança não dura muito tempo, não. No próximo ano, na noite de 31 de outubro, Jack está indo para casa quando o Diabo aparece. Jack, esperto como sempre, convence o diabo a pegar uma maçã de uma árvore. O diabo aceita e quando sobe no primeiro galho, Jack pega um canivete em seu bolso e desenha uma cruz no tronco. O diabo promete partir por mais dez anos. Sem aceitar a proposta, Jack ordena que o diabo nunca mais o aborreça. O diabo aceita e Jack o liberta da árvore. Para seu azar, um ano mais tarde, Jack morre, e em seguida tenta entrar no céu, mas sua entrada é negada. Sem alternativa, vai para o inferno. Chegando lá, encontra o diabo, o qual ainda desconfiado e se sentindo humilhado, também não permite sua entrada, e como castigo, o diabo joga uma brasa para que Jack possa iluminar seu caminho pelo limbo. Jack põe a brasa dentro de um nabo para que dure mais tempo e sai perambulando. Devido a esse acontecimento, sua alma penada passa a ser conhecida como Jack da Lanterna.

Os nabos na Irlanda eram usados como "lanternas do Jack" originalmente, mas quando os imigrantes vieram para a América, eles descobriram que as abóboras eram muito mais abundantes que nabos. Então começaram a utilizar abóboras iluminadas com uma brasa por dentro ao invés de nabos. Por isso a tradição de se fazer caricaturas em abóboras e iluminá-las por dentro com uma vela na época de Halloween.

Halloween, Dia de Todos os Santos e Dia de Finados são a evolução de eventos realizados por diversos povos, que aproveitavam a mudança de estação para lembrar a brevidade da vida e honrar os mortos. Por mais que a origem tenha se desvanecido na história, nós não somos tão diferentes quanto os celtas que faziam festa quando o calor dava lugar ao frio. Até começo de horário de verão é uma boa desculpa do calendário para beber.

O saci-pererê retratado por Monteiro Lobato em 1917 era chifrudo e tinha dentes pontudos para sugar o sangue de cavalos. Lendas mais antigas do curupira falam que ele não tinha ânus. A mula-sem-cabeça original tinha cascos afiados. Os três assassinavam quem cruzasse seu caminho. A cuca era uma velha horripilante que capturava crianças, nada daquela bruxa-jacaré trapalhona do Sítio do Pica-pau Amarelo. O negrinho do pastoreio era um pobre escravo, amarrado ensanguentado em um formigueiro. Um folclore rico, sanguinário e mais carismático do que imaginamos. O Dia do Saci nasceu na década passada como uma resposta à crescente popularização do Halloween no Brasil. Mas o Halloween, diferentemente do que muito se propaga, não é uma festa unicamente americana e pagã. É uma mistureba com elementos dos antigos celtas, de romanos, de irlandeses e ingleses da Idade Média e dos primeiros séculos de tradição cristã.

Se o Halloween é o resultado de 2 mil anos de adaptações e evoluções, está mais que na hora de o saci maluco invadir a festa do vampiro importado. O Halloween marcava a mudança de estações. 

E nisso um Halloween brasileiro levaria vantagem. Não é o inverno gélido e decrépito que bate à porta. É o verão.

O Halloween é, sem dúvidas, uma cerimônia de menor relevância na cultura brasileira. No entanto, a pergunta de muitos permanece: um cristão deveria participar de uma festa de Halloween? Creio que alguns princípios podem nos orientar a fim de respondermos essa pergunta:

Em primeiro lugar, antes de participarmos de qualquer celebração cultural, é imperativo que investiguemos suas origens e desenvolvimento histórico. Conhecer a história do Halloween, Natal, Festas Juninas, entre outras, nos ajudará a formar uma opinião mais sólida e sem preconceitos sobre tais temas;

Em segundo lugar, não podemos negar que a antiga festa cristã que celebrava a vida dos mártires, “All Hallows Eve”, nada tem a ver com o atual Halloween, caricaturado por bruxas, caveiras e feiticeiros. Mesmo assim, seria ir longe demais considerar pecado colocar uma fantasia, acender abóboras ou pedir doces de casa em casa — com exceção das travessuras. Errado seria fazer isso sem conhecer o que há por trás destas coisas ou mesmo participar de algum tipo de cerimônia ocultista.

Em terceiro lugar, parece que a maioria das pessoas participa da festa porque, como acontece na festa junina, é mais um evento cultural do que religioso. No Halloween a maior parte das pessoas, especialmente as crianças, só querem doces por causa dos doces e as famílias decoram a casa mais por uma questão cultural que religiosa.

Em quarto lugar, como cristãos, o Halloween é uma boa oportunidade para as igrejas ensinarem o que realmente compreendemos sobre a vida após a morte, isto é, que as almas dos mortos não podem retornar para o nosso mundo e apenas Cristo nos dá o poder de vencer a morte. Nesta perspectiva, qualquer festa cultural pode ser usada como ponte para ser proclamada a verdade do Evangelho, ainda mais para aqueles que tiveram uma origem distintamente cristã.

Em quinto lugar, como cristãos protestantes, ao invés de investirmos nosso esforço para redimir uma festa que já se tornou um folclore bem confuso, poderíamos canalizar nossa energia em celebrar a Reforma protestante, no mesmo dia 31 de outubro, pois nesta data vemos como a leitura da Palavra trouxe vida para um mundo escuro e cheio de confusão.

Que todos sejam sal na terra (Mt 5, 13-14), e que este sal tenha a virtude de não deixar a identidade cristã desnaturar-se mesmo num ambiente duramente secularizado. Este é o caminho, ser luz pela ação do Espírito Santo no mundo, assim como também exorta Paulo: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus: o que é bom, o que Lhe é agradável e o que é perfeito” (Rm 12,2). 

Trata-se de uma moda que, no entanto, tem sérias implicações não apenas no âmbito consumístico. A grande maioria dos jovens, que organizam festas a fantasia nessa ocasião, são vítimas inconscientes tanto da moda quanto daqueles que, a todo custo, devem vender produtos comerciais manipulando realidades espirituais. Vejo que o fenômeno é tão irracional que se torna a real cifra da sociedade contemporânea: quem não acredita na verdade termina por acreditar em alguma coisa, até mesmo nas abóboras! Estou ciente, no entanto, que em alguns casos estes tipos de manifestações tenham origens ocultistas e até mesmo satânicas e, portanto, alimentá-las e não as corrigir pode transformar-nos em inconscientes alimentadores daquela “fumaça de satanás”, que já intoxica muito o mundo. Todos devemos ter cuidado para não respirar fumaças tóxicas; as vezes isso acontece quase inadvertidamente. Lembremos que uma abóbora, ainda que abençoada, sempre será uma abóbora. Aquelas do dia das Bruxas nem sequer são abençoadas!

Que resplandeça a santidade e não as abóboras ocas próprias do Halloween. Na noite de 31 de outubro, recordemos o senhorio de Deus em seus santos, o triunfo da luz sobre a escuridão. Que nesta noite não haja espaço para a escuridão.


Fontes:

Revista Super Interessante - Felipe Van Deursen;
https://pt.zenit.org/
http://ultimato.com.br/

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Adeus drogas, há Deus!

“Mas, na verdade, como vive o Senhor, e como vive a tua alma, há apenas um passo entre mim e a morte” (I Sm. 20,3). 

Da amizade entre David e Jonatas, aprendi uma lição: entre o homem e a morte, há apenas um passo. Meu Deus! 

Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce. Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido. Passa tão ligeiro. É então que o homem deve ordenar sua vida, porque seus dias são como a sombra que declina, e como a erva que vai secando. Não sabemos o que acontecerá amanhã. Porque, que é a nossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece. Depois, segue-se o juízo. 

O relógio marcava depois da meia-noite. Mais precisamente, à uma hora da madrugada. Estava longe de Deus, de todos e de mim mesmo. Na companhia de um bando de maltrapilhos que também não queria nada com a vida abundante, resolvi ir para um lugar bem afastado da correria urbana. Retiramo-nos para o cemitério da cidade. 

Lá, longe de todos e de tudo, poderíamos dar vasão a qualquer coisa que alimentasse a nossa carne. A senhora droga. Talvez uns dez rapazes, mal-educados, inescrupulosos, consentindo dar lugar ao pecado, sem nenhuma vergonha. 

Ali eu me droguei por não me encontrar no mundo em que vivia. Não suportava a dura realidade. Vivia em um abismo, e a droga foi o caminho da fuga. Na verdade, o caminho do abismo maior. 

O muro era muito alto; entretanto, um ajudava o outro, para que apoiássemos os pés em suas mãos e alcançássemos a altura necessária para pular. Diabos! Que altura! Dali de cima, só visualizava sepulturas, covas abertas, mausoléus em meio à escuridão. Vasos quebrados caídos ao chão, flores tristes, mortas... 

Seria preciso muita coragem para pular! Mas que! O outro lado era baixo, muito baixo. Sorte a nossa. Um a um, pulamos, rapidamente, antes que qualquer transeunte nos visse. Ao longe, chegamos a avistar a barca... Muito longe. (Naquele tempo, chamávamos a Radio Patrulha por esse nome). 

Chegamos. Lua cheia.

Acendemos nossos cigarros feitos de tabaco e de maconha. Tragamos, aspiramos, fumamos. 

Fizemos a cabeça. Atordoados, numa loucura total, perdemos a noção do tempo e do espaço. Fizemos algazarra ali dentro, chutando e derrubando os vasos floridos que estavam em cima das sepulturas pintadas a cal. Tudo quebrado. Vamos quebrar tudo, era a ordem! 

Pessoalmente, assentei-me junto a uma lápide e continuei a fumar mais e mais... Até que resolvi deitar meu corpo sobre aquela sepultura tétrica e fria. Deitado sobre a sepultura cruzei as pernas e comecei a tragar aquela droga todinha. Quê! Sim, que coragem! Que baixaria! Que loucura! Que depravação! 

Depois de certo tempo, após tudo confuso, bagunçado, quebrado, desarranjado e destruído, resolvemos sair daquele local, para “curtir” mais perto do centro. Acabou-se. Fim. 

Passaram-se dias, meses, anos. Deixei as más companhias, deixei as drogas, deixei o pecado, deixei a vida tresmalhada. Cri em Jesus. Pus-me a seguir o Mestre. Senti o amor de Deus. Conheci o seu amor por mim. Tão misericordioso, que não me tratou segundo meus pecados. Ele me esperou, me aguardou, foi paciente para ver minha conversão. Ele é bom! Verdadeiramente, Deus é bom. Hoje, com toda certeza, vejo seu grande amor em minha vida! 

O Diabo, aquele que veio para matar, roubar e destruir levou-me, com a permissão divina, até a sepultura, apenas a um passo da morte. Não mais que isso. Poderia ter me conduzido a um passo abaixo daquela sepultura, mas não era esse, o plano de Deus, que disse: Tu o conduzirás até em cima da sepultura; não passarás, além disso. E, como aos homens está ordenado morrer uma vez, vindo, depois disso, o juízo. O Senhor conservou-me a vida. Verdadeiramente, Deus é bom. 

Há apenas um passo, entre mim e a morte. Basta apenas um passo para a vida eterna. Jesus é o passo que me liga a essa vida. 

Posso dizer com toda certeza que Jesus é o único salvador de nossa vida. Estava no fundo do poço, dependente de cigarros, escravo do álcool, das drogas, com depressão e profundamente amargurado. Mas minha vida foi mudada, pois tive uma experiência com Deus, e minha vida se transformou. Para quem não conhece Deus como eu O conheci, busque, pois Jesus é o único que pode nos ajudar independentemente de qualquer situação. Ele é misericordioso. 

Quando você for ao encontro Dele, vá com o coração aberto para que Ele possa fazer a restauração, como Ele fez na minha vida. 

Quando fui ao Seu encontro contava com 38 anos de idade e, para a honra e glória do Senhor, não só recuperei os meus anos perdidos, mas também recebi qualidade de vida, vida abundante. Hoje posso dizer que sou transformado e realizado diante de Deus, e com toda certeza que Jesus é a único Caminho, sabendo que neste mundo não há nada que possa nos dar valor e dignidade. 

A libertação através da fé em Jesus é uma realidade que contabiliza resgates definitivos do mundo das trevas para o Reino da Luz. Jesus libertou um endemoninhado na cidade de Gadara que andava como louco pelos montes, e cemitérios, se alimentando das bolotas que os porcos comiam. Era um homem que as pessoas olhavam e desprezavam, que julgavam sem futuro, sem retorno à vida social. Contudo, Jesus olhou para ele de uma maneira especial e o transformou! 

Jesus nunca mudou, continua o mesmo e recebe a todos os que o buscam em Espírito e em Verdade. Saiba você que está passando, ou tem um ente familiar nesta situação que Deus, através da pessoa bendita de Seu Filho Jesus, pode mudar a trajetória da sua vida. Ele não é apenas uma porta, Ele é a Porta certa (Jo.10,9). Por vezes, é como se o barco da nossa vida fosse naufragar, num momento em que já não conseguimos mais remar. 

Mas Jesus Cristo ressuscitou e ainda opera milagres, deixe que Ele conduza o barco da sua vida! 

O primeiro homem foi criado à imagem de Deus. Se ele tivesse se submetido à vontade de Deus, ele teria sido imortal. Ele passaria pelos anos da sua interminável existência de força em força, sem deterioração ou decadência. A passagem do tempo o teria levado a maiores níveis de maturidade, gozo, e alegria. Sua existência teria abundado com propósitos e glória. 

Com o advento do pecado, tudo foi perdido, e a existência dos homens tornou-se tragicamente distorcida e deformada acima do reconhecimento. O homem se tornou um mortal de breve duração, cansaços, e futilidades. Ele agora vive a sua vida até que toda a sua vitalidade é esgotada, todos os seus propósitos são demolidos, e o corpo, finalmente, volta ao pó do qual veio. Não é sem razão que o pregador grita: 

“Vaidade de vaidades! Tudo é a vaidade” (Ecl. 1,2). Como um ser humano, você deve constantemente lutar contra a tentação de esquecer-se da brevidade da vida e da vaidade, até da vida mais longa, vivida fora da vontade de Deus. Você deve aprender das Sagradas Escrituras que a sua vida é menos que um vapor. 

Você deve ficar convencido desta verdade, e, então, você deve estabelecê-la diante de você como um lembrete constante. Você é mortal e os seus dias são enumerados! 

“Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce. Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido.” (Sl 103, 15, 16). 

“Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.” (Tg. 4, 14) 

Você sabe que a Bíblia é verdadeira. Você sabe que a morte é uma certeza. Cada lápide e elegia testemunha a realidade inescapável que você vai morrer. E mesmo assim, como é que você tão rapidamente se esquece e se entrega às vaidades passageiras desta vida? É porque você é rodeado por uma cultura que faz tudo ao seu alcance para evitar algum pensamento sobre o fim de vida. É porque o deus deste século trabalha com toda a sua astúcia para mantê-lo entretido e distraído. É porque, embora você tenha sido remido, você ainda vive em um corpo de carne, decaído, que corre para tudo que é carnal e temporal. Conhecendo essas coisas, você faria bem em memorizar e orar muito a oração de Davi, Sl. 39,4: “Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou.” 

Só em Cristo a sepultura é consumida pela vitória, e a futilidade temporal, substituída pelo propósito eterno e glorioso de Deus. Drogas! Um passo para morte! Jesus! Um passo para vida!

Maurício de Souza Lino

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Pensamentos de Alguns Filósofos Concernentes à Religião.

Pensamentos de alguns filósofos concernentes à Religião. 


A comparação da religião com o ópio já aparece, por exemplo, em escritos de Immanuel Kant, Johann Herder, Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer, Moses Hess e Heinrich Heine

Heinrich Heine, em 1840, no seu ensaio sobre Ludwig Börne escreveu: 
"Bendita seja a religião, que derrama no amargo cálice da humanidade sofredora algumas doces e soporíferas gotas de ópio espiritual, algumas gotas de amor, fé e esperança."

Moses Hess, num ensaio publicado na Suíça em 1843, também utilizou a mesma ideia: 
A religião pode fazer suportável [...] a infeliz consciência de servidão... de igual forma o ópio é de boa ajuda em angustiantes doenças.

Além de Heine e Hess, uma ideia similar aparece em Histoire de Juliette, ou les Prospérités du vice, obra do marquês de Sade, de 1797:
"É ópio que você faz seu povo tomar, para que, anestesiado por esse sonífero, ele não sinta as feridas que você lhe rasga." 

Novalis, outro poeta alemão, também teria usado uma comparação semelhante em Blüthenstaub (Grãos de pólen), seu primeiro trabalho publicado na revista Athenäum, em 1798:
"Sua suposta religião age simplesmente como um ópio: excitante, estonteante, acalmando os sofrimentos dos fracos."


Karl Marx nasceu em 5 de maio de 1818 e falece em 1883. Para Marx, a religião é uma consciência errônea do mundo. Ela age como sedativo: “a religião é o ópio do povo”. A religião hipnotiza os homens com falsa superação da miséria e assim destrói sua força de revolta. Ela faz a conservação no campo econômico favorecendo a classe dominante que com suas pregações oferecem saída às dores desse mundo violentando os bolsos dos fies. O religioso suspira por uma felicidade ilusória presente para esquecer sua desgraça presente.

Vejamos alguns conceitos:

Superestrutura – “conjunto das construções situadas acima de qualquer coisa. A superestrutura justifica a infraestrutura”. Esta é a maneira de dominação religiosa.
Infraestrutura – “parte inferior, geralmente invisível de qualquer construção ou estrutura. Aquilo que garante a existência de determinado grupo, instituição, base”.

Marx afirma que a religião é apenas o reflexo fantástico, na cabeça dos homens. Segundo Marx, o Deus da religião nada mais é que uma consolação interesseira. A classe dominante oferece o consolo e os dominados, iludidos, enganados que se encontram na categorias dos fiéis drogados, consequentemente anestesiados não percebem a função da ideologia religiosa.

Friederich Nietzsche 

Nietzsche, nascido em 15 de outubro de 1844, viveu por algum tempo de sua vida numa lar luterano. Desejou, assim, como Feuerbach ser pastor luterano. Durante anos de estudo se apaixonou pelo helenismo. Estudou filologia clássica. Foi também teólogo e filósofo. Teve contato com as obras de Schopenhauer, decidindo pelo ateísmo, separando-se de todos os ensinamentos teológicos e bíblicos recebidos. Morreu em 25 de agosto de 1900 com pneumonia.

O homem

Para Nietzsche, o homem é um ser de enfermidades porque se desviou de seus instintos para se submeter às imposições arbitrárias impostas pela moral religiosa. As regras da religião faz do homem uma patologia ambulante devido as repressões a ele impostas.
A crítica que Nietzsche faz da religião é um vínculo de sua concepção de vida e de religião. A vida para Nietzsche é um valor supremo. Mas a religião é destruidora da vida. Ele afirma que “foi da inquietação humana e das necessidades que a religião surgiu. Foi através dos erros da razão que a religião se insinuou na existência”.

Deus está morto

Para Nietszche, a religião é a destruição de tudo quanto há de nobre, de alegre, na vida humana. Por isso é inimiga mortal da humanidade, numa profunda corrupção do homem. Afirma também que a religião é um crime contra a humanidade do homem, transformando-o em covarde e escravo. Sendo assim, a morte do “Deus” da religião significará a liberdade do homem. A morte desse “Deus” religioso é a única condição de manter o homem emancipado.
A morte do “Deus” da massa religiosa é o fim da moral que enfermiça o homem, sendo o “Deus” da religião apenas um conceito que nada corresponde. Deve-se então destruir os antigos valores para que nasça um novo. A deficiência principal dos antigos valores está em sua metafísica em sobrepor o sentido e à realidade da vida. A aceitação de novos valores devem se voltar para a vida permitindo ao homem ser homem significando a sua existência com o “Deus” morto. Não existindo Deus, os instintos da vida podem desenvolver-se porque nada os reprime. A felicidade do homem está em seguir seus próprios instintos. O importante agora é uma nova ética para a libertação definitiva do homem e da sua alienação religiosa.

A moral


No seu livro A genealogia da moral Nietszche faz várias afirmações contra a moral racionalista as quais se destaca que esta se ergueu com finalidade repressora, impedindo o exercício da verdade. A moral racionalista continua ele, transformou tudo o que é natural e espontâneo nos seres humanos em vício, falta, culpa e impôs a eles, com os nomes de virtude, tudo o que oprime a natureza humana. Nietszche afirma que a moral racionalista foi inventada pelos fracos para controlar e dominar os fortes, cujos desejos, paixões e vontade afirmam e dá sentido à vida. E que a moral dos fracos é produto do ressentimento, que odeia e tem a vida, envenenada com a culpa e o pecado. No seu desabafo, Nietszche, veemente imperativa seu pensamento declarando que a sociedade governada por fracos hipócritas, impõe aos fortes modelos éticos que os enfraquecem e os tornem prisioneiros dóceis da hipocrisia da moral vigente. Ele então classifica essa moral dos fracos que teme o corpo, o desejo e as paixões de moral dos escravos, pois tal moral renuncia à verdadeira liberdade ética. Entre algumas, ele classifica a moral de posicionamento religioso judaico-cristã, como a dos débeis e enfermos. (Reflexões Epistemológicas).