segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Céu e Inferno

                                                  I.         ONDE ESTÃO OS MORTOS

A Bíblia não tem muito a dizer sobre o estado intermediário. Sua ênfase recai sobre a volta de Cristo.
Esta questão preocupa praticamente todas as religiões que já surgiram no mundo desde os mais remotos tempos do aparecimento do homem sobre a Terra. Como exemplo podemos citar:

Escritores gregos clássicos viam a morte como um sono. Homero, em sua obra A Ilídia, chama o sono de “irmão da morte” – diziam que os mortos iam para as “Ilhas dos Bem-Aventurados”, onde ficavam aguardando o julgamento por três representantes do mundo subterrâneo. Se o morto tivesse sido bom durante sua vida, e os juízes estabelecessem sua retidão, ele podia entrar nos Campos Elíseos (um tipo de paraíso), um lugar ocupado pelos heróis e pelos homens virtuosos, segundo a mitologia Greco-latina. Ali os mortos estariam em uma Terra de música e luz, de ar doce e agradável. As almas boas viveriam ali para sempre.

[....] Nos tempos do Antigo Testamento, Paraíso e Hades ficavam numa mesma região. E eram separados por um abismo intransponível (Lc 16.19-31). Ao morrer, o Senhor Jesus desceu em espírito a essa região e transportou de lá os salvos para o terceiro Céu (cf. Mt 16.18, Lc 23.43, Ef 4.8,9; 2 Co 12.1-4). Quanto aos ímpios, permanecem no Hades (uma espécie de antessala do Inferno), o qual não deixa de ser “um inferno”, um lugar de tormentos para a alma (Lc 16.23). Conquanto, em algumas passagens da Bíblia, o vocábulo grego “hades” tenha sido traduzido para “inferno”, o Hades e o Inferno final não são o mesmo lugar. O Inferno final é chamado de Lago de Fogo (Ap 20.14,15 [gr. “limnem ton puros”]); de “fogo eterno” (Mt 25.41 [gr. “pur to aiõnion”]); de “tormento eterno” (Mt 25.46 [gr. “kolasin aiõnion”]); e de Geena (Mt 5.22; 10.28; Lc12.5). 

II.      O ESTADO DOS JUSTOS FALECIDOS

Na morte, a vida corpórea cessa e o corpo começa a desintegrar-se, o que é inerente à sua natureza. Daí o espírito ou a alma humana entra em estado consciente de existência. É a natureza desse estado, particularmente com respeito aos justos, que agora temos de estudar.

Apesar de já se encontrarem na presença de Deus, os salvos mortos em Cristo ainda não estão desfrutando do gozo pleno preparado para eles. Isso só acontecerá depois da ressurreição (1ª Co 15.51). Seu estado agora é similar ao daqueles mártires que morrerão na Grande Tribulação (Ap 6.9-11). Esta passagem e a de Lucas 16.25 indicam que, no Paraíso, os salvos são consolados, repousam, estão conscientes e se lembram do que aconteceu na Terra (Ap 14.13). Contudo, após o Arrebatamento, estarão — no sentido pleno — “sempre com o Senhor” (1ª Ts 4.17).

1. Os justos estão com Deus. A declaração em Eclesiastes 12.7, de que o espírito volta a Deus que o deu, acha-se repetida em passagens do Novo Testamento. Em Filipenses 1.23 Paulo falou de partir e estar com Cristo. Referia-se ao dilema que tinha quanto ao morrer ou continuar vivo. Reconhecia que, continuar nesta vida significava muito sofrimento, mas o terminar desta vida significava uma partida imediata para a presença de Cristo.

2. Os justos estão no paraíso. 
Conforme Apocalipse 2.7, àquele que vencer, Cristo lhe concederá o privilégio de comer “...da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”. Ainda que não seja usado o termo “paraíso” em Apocalipse 22.1,2, é provável que a ideia seja a mesma. Nessa passagem, a “arvore da vida” aparece ao lado do rio da água da vida, e o quadro total é o de um paraíso ou jardim de bem-aventurança.

3. Os justos estão vivos e conscientes. Os justos desincorporados estão vivos e conscientes. Ainda que o Novo Testamento ensine que há um estado desincorporado durante o intervalo entre a morte e a ressurreição, em parte alguma ele deixa transparecer a idéia de que esse estado seja de animação suspensa ou de inconsciência. Várias passagens nos ajudam a compreender melhor.


O texto de Lucas 16.19-31. O rico e Lázaro fica comprovado que o rico estava sendo atormentado em
chama de fogo, isso não é uma parábola, pois em parábola não se cita nome de pessoas, como o Senhor Jesus citou aqui, o Senhor pronunciou o nome de Lázaro, o desprezo de Deus é terrível no inferno, que nem o nome do rico foi mencionado por Jesus. Em Mateus 22.32 Jesus declarou aos saduceus que Deus é Deus dos vivos. Sua declaração foi feita em referência às palavras dirigidas a Moisés na ocasião da sarça ardente: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”. Jesus interpretou essa declaração como significando que Deus estava dizendo: “Abraão, Isaque e Jacó morreram há muito tempo, porém eles continuam vivos”.

4. Os justos estão em descanso. 
Esta declaração se baseia nas palavras de Apocalipse 14.13: “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham”. A idéia principal do termo “descanso” é de refrigério depois do labor. Os que morrem no Senhor são descritos como estando num estado de bem-aventurança, porque entram numa experiência de regozijo, como sendo aliviados então das lutas desta vida. Mais do que isto, sua obra não pára quando eles morrem. Ela continua produzindo efeitos até aquele dia quando serão abertos os livros (Ap 20.12).

Em 1ª Tessalonicenses 3.13 está escrito: “que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos”. Isso significa que os santos, de todas as épocas, que estão com o Senhor, no Paraíso, virão com Ele, no Arrebatamento da Igreja. Como assim? O espírito e a alma (ou espírito + alma) deles se juntarão aos seus corpos, na Terra, para a ressurreição, num abrir e fechar de olhos (1ª Co 15.50-52). Consolemo-nos com essas palavras (1ª Ts 4.18). Aleluia! “Ora, vem, Senhor Jesus” (Ap 22.20).

III.   O ESTADO DOS ÍMPIOS FALECIDOS


As passagens do Novo Testamento que tratam dos maus ou injustos no estado desincorporados, são menos numerosas do que as que se referem aos justos. Porém, as poucas que se relacionam com este tópico, conduzem a várias conclusões:

Lucas 16.23 - Ímpios falecidos:
        a) Estão num lugar fixo.
        b) Continuam vivos e conscientes.
        c) Estão separados de Deus.

2ª Pedro 2.9 - Ímpios falecidos estão reservados para o castigo eterno. Portanto, o que estão ensinando sobre os mortos (justos ou ímpios) se encontrarem na sepultura, em sono profundo e em estado de inconsciência, não tem apoio nas Escrituras.

IV.             O CÉU E O INFERNO


O destino final da Igreja é sua habitação na eterna presença de Deus. A Bíblia e a doutrina cristã chamam isto de “céu”.

1.      Como é o céu?
Quando as pessoas perguntam qual a crença do cristão sobre o Céu, não é possível dar uma resposta precisa e detalhada. As razões são óbvias. Como seria possível explicar a um índio que vive na selva, como é a cidade grande? Todavia, tanto os selvagens como o citadino vivem no planeta Terra, respiram o mesmo ar e gozam do mesmo sol. Mas o Céu, como quer que ele seja, deve ser fundamentalmente diverso. Sua definição deve estar quase  além do entendimento humano.

“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu” (2ª Co 12.2).

“Conheço um homem”, ou seja, um cristão – Obviamente, o próprio Paulo, mas ele fala com reservas para evitar gloriar a si mesmo ao invés do Senhor que concedia tal privilégio. está se referindo a si mesmo. Podemos lembrar aqui a experiência de João na Ilha de Patmos “fui arrebatado em espírito (...) e fiquei como morto” (Ap 1.10, 17) “Se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe...”. Provavelmente ele foi arrebatado em espírito assim como o apóstolo João. Mas o apóstolo não sabia se sua alma estava no corpo, ou se um ou ambos estavam realmente no céu, seria vã curiosidade para nós, para tentar a sua determinação.

“...foi arrebatado ao terceiro céu”. Paulo identifica três ceu. O primeiro céu é o espaço azul que avistamos aqui da Terra. O segundo céu onde está o firmamento (sol, lua e estrelas). Mas o terceiro céu o mais alto, onde está a presença do Eterno Criador.

Em Apocalipse está escrito “...Deus habitará com eles (homens)...” (Ap 21.3). O ponto alto da história bíblica da redenção de Deus é “a Cidade Santa”, Deus com seu povo. Em tal comunidade, “...Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” e não haverá nem prato, nem luto, nem dor, “porque as primeiras cousas passaram” (Ap 21.4). Quanto a isto é importante saber que:

A. O Céu é um lugar real, literal. Este mundo é apenas a ante-sala do próximo. Esta existência é breve e incidental em relação às alturas eternas da próxima. O coração, em seu anseio por algo melhor, apóia a conclusão que deve haver um lugar para nós, após a morte física. Lendo João 14.2,3 vemos que por duas vezes Jesus chama o Céu de LUGAR. Realmente o Céu é um lugar real, literal, físico. É um lugar na presença de Deus, um lugar que Cristo nos está preparando.

B. O Ceu é um lugar espaçoso (Ap 7.9). Se Jesus criou o mundo em seis dias, como os animais, o firmamento e os seres humanos - toda a Sua criação é realmente maravilha e ultrapassa a todo entendimento - qual não deve ser o lugar que Ele vem preparando durante esses anos todos? Os capítulos 21 e 22 do livro de Apocalipse fala das belezas desse lugar.

C. O Céu fica em cima (At 1.9; 2º Rs 2.11; 2ª Co 12.2,4; Ap 21.3,4; 22.3-5).  Sim, o Céu reserva maravilhosas perspetivas para aqueles que foram levados no precioso sangue de Cristo; e, verdade é que, onde quer que esteja o Céu está vinculado às bênçãos de Deus, em Seu Filho, Jesus Cristo.

2.      A realidade do inferno.


No Novo Testamento, há três palavras diferentes, no grego, que são traduzidas pela mesma palavra INFERNO em português, são elas: HADES, GEENA e TÁRTARO.

- HADES é o SHEOL do Antigo Testamento. É o lugar onde os espíritos dos mortos aguardam a ressurreição.
- GEENA por outro lado, refere-se ao inferno em relação ao castigo eterno. É o lugar para onde irão os injustos após o julgamento do Grande Trono Branco.
- TÁRTARO é usado para referir-se à prisão dos anjos caídos (Jd v. 6).

Quanto ao inferno:
- É antítese (oposição entre palavras ou idéias) do céu (Mt 11.23).
- Cristo prometeu fazer a Sua Igreja triunfar sobre o inferno (Mt 16.18).
- No inferno há vida consciente e sofrimento eterno (Lc 16.23).
- Deus tem poder de matar o corpo e lançar a alma no inferno (Mt 10.28).
- A indisciplina dos nossos membros pode ser causa de condenação do corpo ao inferno (Mt 5.29).
- Não há escape do inferno para o impenitente (Mt 23.33).
- O inferno será um lugar de sofrimento eterno e de eterna separação do Salvador (Mt 13.42,49,50; 25.41).

3.      Onde está localizado o inferno?

O inferno é uma caverna escura e de cor preta devido a fumaça do fogo que não tem janelas para sair (Pv 15.24), está localizado no interior da Terra.

O fogo do inferno é um fogo muito escuro que queima sem alumiar, um fogo sem luz (Pv 9.18; Sl 9.17; S. Mt 13.42-43).

O inferno é também um lugar de sujeira, tipo depósito de lixo, onde vermes e bichos e fezes estarão lá para atormentar as almas perdidas (Sl 75.8 e Mc 9.45-46).

É um lugar de sofrimento, de sujeira, de angústia, remorso, de gritos e lamentos, é o suplício eterno.

O Senhor depois que morreu desceu as partes mais baixas da Terra, cumprindo assim as profecias do AT (Salmo 16.10 e 49.15) e pregou para os espíritos em prisão no inferno (1ª Pd 3.19-20). O Senhor Jesus levou aquelas almas perdidas, uma mensagem de advertência, condenando a rebeldia e o pecado como ouviram as últimas palavras de Noé.

Mas, o mesmo apóstolo Pedro nos diz em sua carta, 2ª Pd 2.4, que Deus não perdoou os anjos caídos, quando o Senhor desceu até ao inferno esses anjos também tiveram de ouvir da vitória de Cristo sobre Satanás.

Os “anjos que pecaram” (2ª Pe 2.4), são os anjos maus que pecaram antes da queda da humanidade, em Gênesis 3. De qualquer maneira, o ponto é que, se Deus julgou anjos maus, certamente Ele irá julgar os ímpios também.

Quando o Senhor ressuscitou na manhã do terceiro dia, Ele trouxe de lá de baixo das profundezas da terra duas coisas:

Ele transportou as almas dos salvos para o paraíso celestial (Ef 4.8-10; 2ª Co 12.1-4), ou seja, houve uma mudança no mundo dos espíritos e que o lugar ocupado pelos justos que aguardam a ressurreição foi traslado para as regiões celestiais. Pr. Elias Ribas

domingo, 13 de dezembro de 2015

Comemorar o Natal

Será que existe alguma festividade ou festa no mundo que tenha o poder de convergir tanta gente em torno da família, do lar como o natal?
Em virtude do grande poder e influência que o natal exerce na sociedade ocidental será que não deveríamos aproveitar a oportunidade e anunciar a todos quanto pudermos que um “menino nos nasceu e um filho se nos deu”?
Seria inteligente de nossa parte desconsiderarmos o natal extinguindo-o definitivamente do “nosso” calendário em virtude do “espírito mercantilista natalino” que impera na nossa sociedade?

Apesar de não observarmos textos bíblicos que incentivem a celebração do natal, é absolutamente perceptível em diversas passagens a importância e relevância do nascimento e encarnação do Filho de Deus. As escrituras, narram com efusão o nascimento do Messias. Se não bastasse isso, sem a sua vinda, não nos seria possível experimentarmos da salvação eterna e da vida vindoura. Portanto, comemorar o natal, (ainda que saibamos que o Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro) significa em outras palavras relembrar a toda a humanidade que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.

O natal nos oferece uma excelente oportunidade de evangelização. Em todos os registros históricos percebemos de forma impressionante o quanto os irmãos primitivos eram apaixonados, entusiastas e extremamente corajosos na proclamação do evangelho. Estes homens e mulheres de Deus eram movidos por um desejo incontrolável de pregar as Boas Novas. Eram pessoas provenientes de classes, níveis e posições sociais das mais diversas: artesãos, sacerdotes, empresários, escravos, gente sofisticada bem como pessoas simples e iletradas. Entretanto, ainda que diferentes, todos tinham em comum o sentimento de “urgência” em anunciar a Cristo. Vale a pena ressaltar que Jesus comumente usou as festas judaicas como meio de evangelização. Os quatro evangelhos, nos mostram o Senhor pregando e ensinando coisas concernentes ao Reino de Deus a um número considerável de pessoas em situações onde a nação celebrava alguma festividade. Na verdade, ele aproveitava os festejos públicos para anunciar as boas novas da salvação eterna. Ora, tanto nosso Senhor quanto a igreja do primeiro século tinham como missão prioritária a evangelização. Portanto, acredito que o natal seja uma excelente ocasião para anunciar Cristo aos nossos familiares e amigos. Isto afirmo, porque geralmente é no natal onde a maioria das famílias se reúnem. O natal nos propicia uma grande oportunidade de proclamar com intrepidez, a Cristo.
Junte-se a isso, que o período de fim de ano é um momento de reflexão e avaliação para muitos. E como é de se esperar, em um mundo onde a sociedade é cada vez mais competitiva e egoísta, a grande maioria sofre com as dores e marcas deste mundo decaído e mal. É comum nesta época, o cidadão chegar à conclusão de que o ano não foi tão bom assim. A consequência disto é a impressão na psique do indivíduo com sentimentos tais como frustração, depressão, angústia e ansiedade. E é claro que tais sentimentos contribuem consideravelmente a uma abertura maior à mensagem do evangelho.

Um outro fator importante que contribui para a evangelização, é a significativa abertura ao sagrado e ao sobrenatural que a geração do século XXI experimenta. No início do século XX, acreditava-se que quanto mais o mundo absorvesse ciência menor seria o papel da religião. De lá para cá a tecnologia moderna se tornou parte essencial do cotidiano da maioria dos habitantes do planeta e permitiu que até os mais pobres tivessem um grau de informação inimaginável cem anos atrás. Apesar de todas essas mudanças, no início do século XXI o mundo continua inesperadamente místico. O fenômeno é global e no Brasil atinge patamares impressionantes.

A Revista Veja encomendou uma pesquisa ao Instituto Vox Populi, perguntando às pessoas se elas acreditavam em Deus. A maioria absoluta, ou seja, 99% dos brasileiros respondeu que acreditava. Sem dúvida, o momento é ímpar na história, até porque, com exceção de alguns períodos da história mundial, o mundo nunca esteve tão aberto ao sagrado como agora. Diante disto, será que o natal não representa uma excelente oportunidade de evangelização?

O natal nos oferece uma excelente oportunidade de reconciliação e perdão. Você já se deu conta que a ambiência do natal proporciona uma abertura maior à reconciliação e perdão? Repare quantas famílias se recompõem, quantos lares são reconstruídos, quantos pais se convertem aos filhos e quantos filhos se convertem aos pais. Será que a celebração do natal não abre espaço nos corações para reconciliação e perdão? Ora, O senhor Jesus é aquele que tem o poder de construir pontes de misericórdia bem como o de destruir as cercas da indiferença e inimizade.

O natal nos oferece uma excelente oportunidade de sermos solidários em uma terra de solitários. Por acaso você já percebeu que no natal as pessoas estão mais abertas a desenvolver laços de fraternidade e compaixão com o seu próximo?
Tenho para mim que o natal pode nos auxiliar a lembrarmos que a vida deve ser menos solitária e mais solidária. Isto afirmo porque o natal nos aponta o desprendimento de Deus em dar o seu filho por amor a cada de um de nós. O Nosso Deus se doou, se sacrificou e amou pensando exclusivamente no nosso bem-estar e salvação eterna. Você já se deu conta que o natal é uma excelente oportunidade para nos aproximarmos daqueles que ninguém se aproxima, além de exercermos solidariedade com aqueles que precisam de amor e compaixão?


Sem qualquer sombra de dúvida devemos repulsar tudo aquilo que seja reflexo deste “espírito mercantilista natalino”. Entretanto, acredito que como portadores da verdade eterna, devemos aproveitar toda e qualquer oportunidade para semear na terra árida dos corações, a semente da esperança. Jesus é esta semente! Ele é a vida eterna! O Filho de Deus que nasceu, morreu e ressuscitou para cada um de nós. A missão de pregar o Evangelho nos foi dada, e com certeza, cada um de nós deve fazer do natal uma oportunidade de proclamação da vinda do salvador. Celebremos, irmãos, e anunciemos que o Salvador nasceu e vive pelos séculos dos séculos, amém! Ciro Zibordi

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Acorda, Cristão!


         A queda do homem criou um crise perpétua. Durará até que o pecado seja eliminado e Jesus Cristo reine sobre um mundo redimido e restaurado..
         Enquanto não chegar esse tempo, a Terra continuará sendo uma área em estado de calamidade e os seus habitantes viverão num estado de extraordinária emergência.
Os estadistas e os economistas em geral falam esperançosamente de "um retorno às condições normais", mas a verdade é que as condições nunca foram normais, desde quando a mulher viu "que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu".
         Não basta dizer que vivemos num estado de crise moral; é verdade, mas não é tudo. Para ilustrar, podemos dizer que a guerra é uma crise das relações internacionais, um rompimento da paz entre nações, mas isto é deixar muita coisa por dizer. Juntamente com esse rompimento vem a vastíssima destruição, a morte de incontáveis milhares de seres humanos, o desarraigamento de famílias, indescritível sofrimento mental e físico, desenfreada destruição da propriedade, fome, doença e mil e uma formas de misérias que brotam desses outros horrores e se alastram como o fogo por extensas porções da terra, afetando milhões de pessoas.
         Assim a queda do homem foi uma crise moral, mas afetou todas as partes da natureza humana - moral, intelectual, psicológica, espiritual e física. Todo o seu ser foi profundamente danificado; do seu coração o pecado transbordou para a sua vida inteira, afetando a sua relação com Deus, com os seus semelhantes, e com tudo e todos que o toquem.
          Há também firme razão bíblica para crrer que a natureza mesma, o mundo animal, a terra e até o universo astronômico - tudo sentiu o choque do pecado do homem e foi adversamente afetado por ele.
         Quando o Senhor Deus expulsou o homem do jardim situado na região oriental do Éden, e colocou ali querubins e uma espada flamejante para impedir o seu regresso, a catástrofe começou a crescer, e a história da humanidade é pouco mais que um registro do seu desenvolvimento.
         Não há muita precisão em dizer que quando os nossos primeiros pais fugiram da face de Deus, tornaram-se fugitivos e errantes na terra; e seguramente não é certo dizer que eles deixaram de ser objeto do amor e do cuidado dAquele que os criara e contra quem tinham se rebelado tão profundamente. Se eles não tivessem pecado, Deus cuidaria deles mediante a Sua presença; agora cuida deles por Sua providência, até que um povo resgatado e regenerado possa olhar outra vez para a Sua face.
         Os seres humanos estão perdidos mas não abandonados; é o que as Escrituras Sagradas ensinam e a Igreja foi comissionada para declarar. O viajante perdido em meio a uma tempestade de neve sabe que está perdido; a certeza de que um grupo de resgate está à sua procura é que impede que o seu conhecimento se transforme em desespero. Seus amigos talvez não o alcancem a tempo, mas a esperança de que o farão o capacita a continuar vivo quando a fome, o frio e o abatimento dizem que deve morrer.
         É só uma enchente ou um incêndio ferir uma região populosa, e nenhum cidadão fisicamente válido acha que tem direito de descansar enquanto não tiver feito o máximo para salvar quantos puder. Enquanto a morte rondar a casa grande da fazenda e o povoado, ninguém ousará repousar; este é o código aceito pelo qual vivemos. A emergência crítica de alguns torna-se uma emergência de todos, desde o mais alto oficial do governo até à tropa local de escoteiros. Enquanto a enchente mantém a sua fúria ou o fogo ruge, ninguém fala de"tempos normais".
         Em tempos de crises extraordinárias as medidas ordinárias não bastam. O mundo vive num tempo de crise assim. Somente os cristãos evangélicos (verdadeiros) estão em condições de resgatar os que perecem. Não nos atrevemos a sossegar e tentar viver como se as coisas fossem "normais". Nada é normal, enquanto o pecado, a concupiscência e a morte devoram o mundo, precipitando-se sobre uns e outros até ser destruída toda a população.
         Não dá para entender como é que pessoas que se dizem cristãs insistem em viver na crise como se não existisse crise. Dizem que servem a Jesus, mas dividem os seus dias de molde a deixar também bastante tempo para jogos e lazer, e para desfutar os prazeres carnais do mundo. Estão tranquilos enquanto o mundo arde em chamas; e podem dar muitas razões convincentes de sua conduta, chegando mesmo a citar a Bíblia, se os pressionamos um pouco. É tão fácil enganar e ser enganado. Mas quem pode enganar a DeusAdail Campelo

sábado, 5 de dezembro de 2015

Sobre os Dons Espirituais

Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas.
Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. I Coríntios 12:1-11

I. O QUE É O CESSACIONISMO E CONTINUÍSMO

A) Cessacionismo:
Origem Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cessacionismo é a visão cristã de teólogos reformados e batistas fundamentalistas, geralmente de origem puritana. Formulam que alguns dons do Espírito Santo foram úteis apenas para os primórdios da igreja cristã, tendo cessado essa manifestação no período da Igreja Primitiva.
Os cessacionistas mais radicais não aceitam o dom de curas na igreja moderna.
Outros cessacionistas defende a tese que o dom de profecias cessou na boca de profetas humanos, sendo restrita à manifestação da profecia escrita na Bíblia Sagrada.  
É unânime entre os cessacionistas que o dom de línguas, nos moldes do falar em línguas, se encerrarou nos tempos apostólicos.
Entendem os cessacionista que tais e restritos dons serviam a um propósito, a fundação da Igreja Primitiva, em momento que os apóstolos teriam que cumprir o ide sem possuir qualificação de doutores ou mestres. O encerramento do livro teria fechado toda profecia fora da palavra.

 Entre os autores conhecidos estão Richard Gaffin, John F. MacArthur e Daniel B. Wallace. No Brasil, Augustus Nicodemus está entre os cessacionistas.

B) Continuísmo
Corrente Teológica que defende a Ideia da Continuação todos os Dons Espirituais, incluindo os Dons de Profecia, Dom de Variedades de Línguas e Curas. Para os Continuistas nenhum dom foi cessado, pelo contrário continuam em plena atividade.

II. ALGUNS DONS ESPIRITUAIS FORAM ÚTEIS APENAS PARA A IGREJA PRIMITIVA?

Na Bíblia não encontramos a tal “Igreja Primitiva” e muito menos a tal “Igreja Moderna”; nos moldes traçados pela corrente do Cessacionismo. As definições sobre os Dons do Espírito Santo e os papeis das duas Igrejas inventadas pelos Cessacionistas não são condizentes com a missão da Igreja de Cristo desde os primeiros primórdios até os dias atuais. Na teoria e na pratica, tanto a Igreja nos tempos de Pedro, Tiago, João, Paulo, e, nos dias atuais tem a mesma missão: 

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém. Mc. 16:14-20

· - Pregar o Evangelho Genuíno de Cristo a toda Criatura
· - Missões de Evangelismo Nacionais e Internacionais
· - Expulsar Demônios
· - Falar Novas Línguas
· - Sinais Prodigiosos
· - Curar os Enfermos
· - Fazer Discípulos de todas as nações, tribos e línguas
· - Batizar em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt. 28: 19)
· - Ensinar a Guardar os Verdadeiros Mandamentos do SENHOR

E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. Mateus 28:17-20

· - A Doutrina do Evangelho sempre foi a mesma; (Gl 1:6-8)
· - Palavra de Deus nunca mudou (Mt. 24:25)
· - Cristo continua disposto a fazer Milagres em todo o Tempo (João 14: 12)
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. João 14:12-14

· - Cristo profetizava, falava em línguas, curava e fazia sinais e prodígios, não faremos o mesmo em nome dele, crendo nele?
-- O Espírito Santo ainda é o melhor Consolador, Ajudador e Companheiro, tornando possível superar as aflições como bom soldado (João 14: 26);
· - A fé continua quebrando as barreiras das impossibilidades, pois tudo é possível ao que crer (Marcos 9: 23)
· - Não extingais o Espírito. 1 Tessalonicenses 5:19
· - Não desprezeis as profecias. 1 Tessalonicenses 5:20
· - Jesus é o mesmo, ontem, hoje e Eternamente (Hb.
· - Sem Profecia o povo se corrompe (Pv. 29:18)
· - Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente. Hebreus 13:8
· - Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. 2 Pedro 1:20
· - Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.2 Pedro 1:21
· - De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.1 Coríntios 14:22
· E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. 1 Coríntios 14:29
· - E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. 1 Coríntios 12:10
· - E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. 1 Coríntios 14:27
· - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.1 Coríntios 13:2
- Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. 1 Coríntios 14:1

Pr. Jeferson Fabiano
http://jefersonfabianocandido.blogspot.com.br/

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Balaão e a Teologia sob Demanda

Aquele que se dizia "O profeta dos olhos abertos" era, na verdade, o teólogo do olho grande e gordo.
Balaão era um profeta sagaz e um tanto matreiro. Se fosse apenas profeta, a desgraça não seria tanta. Acontece, porém, que o filho de Beor era ainda um teólogo competente. Torcendo um artigo de fé aqui, minimizando uma proposição doutrinária mais além, ia ele enchendo as algibeiras com o ouro dos incautos. E os seus arremedos, justiça seja feita, eram capazes de convencer até os mais avisados.

Embora domiciliado em Petor, às margens do Eufrates, fazia, vez por outra, uns volteios pelo Oriente Médio, a fim de oferecer serviços e préstimos. Ontem, tanto quanto hoje, havia sempre alguém querendo amaldiçoar alguém. E, para isso, estava disposto a pagar-lhe muito bem.

Enfim, o profeta Balaão teologizava sob demanda. Assemelhava-se ao escritor que, certa vez, recebeu a incumbência de escrever um artigo sobre uma polêmica autoridade. Ao receber o dinheiro, perguntou: “A matéria é a favor ou contra?”

Suas mandingas eram bem articuladas e certeiras. Amaldiçoou Balaão alguém? Amaldiçoado está! Foi por isso que Balaque trouxe-o de tão longe e inflacionou lhe generosamente o cachê. Afinal, o rei moabita estava caído de angústias com a aproximação dos filhos de Israel que, desde o longínquo Sinai, marchavam resolutamente às suas portas. E, pelo ritmo de seu avanço, nenhum exército seria capaz de frear-lhe a andadura. Segundo imaginava, aquela gente, de tão numerosa, lamberia todos os recursos de sua terra. E isso ele jamais haveria de admitir.

Balaque bem sabia que Balaão era venal e sem caráter. Todavia, era competente no que fazia e tinha um preço até razoável. Além de venal, pagável. Não seria difícil contratá-lo.

Já advertido pelo Senhor, o profeta, de início, mostrou alguma refração às propostas do moabita. Como bom teólogo, sabia que é impossível florescer maldições onde as bênçãos já frutificam. Por isso, todas as vezes que armava o cenário para amaldiçoar Israel, acabava por abençoá-lo. E isso começou a impacientar Balaque. Afinal, contratara-o para destruir os hebreus. Mas o feiticeiro, inexplicavelmente, estava virando-se contra o dono do feitiço.

O interessante é que Balaão possuía também um lado poeta e lírico que, elegantemente, deixa transparecer nas profecias que, por três vezes, profere sobre o futuro messiânico de Jacó. Ele sabia trabalhar tão bem as palavras, que Moisés foi inspirado ser autobiográfico: “Então, proferiu a sua palavra e disse: Palavra de Balaão, filho de Beor, palavra do homem de olhos abertos, palavra daquele que ouve os ditos de Deus e sabe a ciência do Altíssimo; daquele que tem a visão do Todo-Poderoso e prostra-se, porém de olhos abertos: Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete” (Nm 24.15-17).

A ganância, contudo, veio a ter mais rimas que a poesia. Na verdade, Balaão não estava disposto a perder o ouro de Balaque; oportunidade como aquela não costuma repetir-se. Não é sempre que se tem um Êxodo pela frente, nem um povo grande e abençoado a atravessar-lhe o caminho. Além do mais, ali estava um rei aflito, e prestes a dar-lhe até metade de seus tesouros.

Balaão, segundo suas próprias palavras, era o profeta dos olhos abertos. Mas, para mim, ele era o teólogo do olho grande e gordo: estava sempre disposto a corromper e a ser corrompido. Eis porque resolveu, apesar das relutâncias iniciais, atender à demanda final de Balaque.

Já que não podia levar a maldição a Israel, poderia ao menos trazer até Israel a maldição. A equação era bem simples. Sabendo ele que Deus tem um caráter justo e santo, ensinaria Balaque a tirar proveito dessa proposição. E, para tanto, o rei moabita não precisaria escrever monografia alguma; era só explorar a pornografia que estava ao seu alcance. Mesmo porque, aquele monarca medroso e bufão nenhuma capacidade acadêmica demonstrava ter.
Sim, tudo era muito simples. Mas a receita só Balaão possuía. Para amaldiçoar Israel, Balaque só precisaria espalhar umas prostitutas cultuais pelo arraial hebreu, e o problema estaria resolvido para os moabitas. Mas, para os israelitas, estaria só começando.

Foi o que aconteceu. As desavergonhadas, introduzidas sorrateiramente no acampamento do Senhor, puseram-se a induzir os varões hebreus a se prostituírem e a comerem alimentos sacrificados aos ídolos. De repente, aquele povo separado e santo em nada diferia das nações de Canaã. O episódio, que passaria à história como o Caso de Baal-Peor, custaria muito caro aos filhos de Israel. Num só dia, o Senhor matou vinte e quatro mil homens. O fato jamais seria esquecido. Séculos depois, ainda era mencionado pelos santos profetas como advertência à comunidade hebreia.

Balaão não foi o único a fazer teologia, nem a profetizar sob demanda. Seus discípulos e seguidores, igualmente irracionais em seu amor pelo ouro de Balaque, fazem-se moucos até mesmo à voz da jumenta. Não obstante, sempre acabam por encontrar generosos púlpitos e cátedras.

Nos domínios de Acabe, eram liberalmente pagos, a fim de profetizar o que o monarca queria ouvir. Nenhum deles tinha coragem, ou disposição, de dizer que o rei estava nu. Já em Judá, no tempo de Jeremias, achavam-se arrolados na folha de pagamento do funcionalismo público. E, na Igreja Primitiva, além dos imitadores de Balaão, havia também os nicolaitas, que, de paróquia em paróquia, iam teologizando por encomenda. Com mão certeira, semeavam o pecado, a rebeldia e a dissolução entre os santos.

Jesus odiava as obras dessa gente.
Hoje, esses tais obreiros podem ser contados aos milhares. Tanto aqui, como lá fora, comportam-se como os sofistas que, na Grécia antiga, eram tidos como inteligentes e sábios. Eles andejavam por toda a parte, discorrendo sobre os mais variados e ignorados assuntos. Um deles, que não entendia nada de guerra, propôs-se certa vez a ensinar estratégia a um experimentado general. Não é o que ocorre em nossos arraiais? Às vezes, surge, não se sabe de onde, um neófito com ares doutorais e que nunca pastoreou um rebanho, dizendo como se deve tanger o redil e tocar o aprisco. Mas, na verdade, o que mais querem é a lã das pobres e desamparadas ovelhas.

Eles não são nada baratos. Exorbitam nos cachês e carregam nas exigências. Por isso, sempre pregam o que os seus contratantes querem ouvir. Sabem que, se forem verdadeiros no púlpito, poderão sair de muitos templos como mentirosos. E esse risco não querem correr. Assim, deixam de ser homens de Deus para se fazerem homens do povo. Como abismo atrai abismo, também não veem dificuldades em sustentar a iniquidade, desde que esta encha-lhes os bolsos.

E, assim, passam a vida a produzir uma teologia ímpia, mentirosa e sofismática. Aqui, esvaziam a divindade de Cristo. Ali, tiram a autoridade da Bíblia. Mais além, negam o arrebatamento da Igreja. Ainda, não satisfeitos, espalham entre o os santos costumes exóticos e detestáveis. Terminado o culto, vão embora cheios, deixando atrás de si um rebanho vazio.

Não fomos chamados a fazer teologia sob demanda. Convocou-nos o Senhor a proclamar a sua Palavra. E, para isso, temos de ser íntegros, corajosos e jamais perder o dom do amor. Quem ama, fala a verdade, pois uma mentira, bem trabalhada teologicamente, é bastante para levar todo um rebanho ao inferno.

Graças a Deus, porque temos ainda pregadores que, embora convidados a pregar por todo o Brasil, jamais negociam com a sã doutrina. Eles não temem a Balaque, nem se curvam ao peso de seu ouro. A estes, o meu reconhecimento. São autênticos pregoeiros que, fugindo ao politicamente correto, expõem a Palavra de Deus a tempo e fora de tempo. Sua teologia não é produzida sob demanda, mas nasce de um amor sincero e sacrifical pelo Senhor Jesus e sua Igreja. Antes de oradores, orantes.


Quanto aos que imitam Balaão, demonstram possuir menos inteligência que a jumenta do profeta. Embora não tivesse qualquer formação acadêmica, o animal teve olhos para ver o anjo do Senhor e a espada pronta a desferir o golpe fatal no profeta louco e ganancioso. Pr Claudionor de Andrade

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

OS DEZ MANDAMENTOS DO BOM TEÓLOGO




Todo bom teólogo seguirá e entenderá esses mandamentos à risca.



1. Não tente explicar o inexplicável (Há questões que são para somente crer, não para explicar);
2. Evite concentrar-se em especulações ou discussões em questões secundárias que não levam ninguém ao céu ou impedem de ir ao inferno (Isso é perda de tempo precioso que poderia estar sendo investido em outras questões edificantes para a Igreja, e mais, muitos por causa dessas discussões teológicas infindáveis perderam amigos e fizeram inimigos);
3. Aprenda a dizer: "Não Sei". (Se você não sabe, não enrole);
4. Domine o vocabulário teológico, leia muitos livros teológicos, continue fazendo cursos, se aperfeiçoando, estude, estude, estude;
5. Não esqueça de seu momento com Deus, ore muito, leia e medite na Bíblia;
6. Duvide de suas dúvidas (seja um pesquisador constante, vá atrás, não se contente com as dúvidas);
7. Lembre-se que os motivos que unem os cristãos são maiores do que os que os afastam (Enfatize as harmonias, as semelhanças e não os conflitos. Com exceção da apologética cristã que é útil e bíblica e milita contra heresias e seitas pseudo cristãs, não fique a criticar essa ou aquela denominação cristã por que seguem uma linha teológica diferente da sua. Seja sábio, teologia não é para isso);
8. Lembre que o teu conhecimento teológico deve servir para levar a salvação aos perdidos e a edificação aos salvos e não para constranger ou humilhar seus irmãos (Você estudou para ser um melhor servo, não para ser senhor da razão. Às vezes, mesmo estando certo, o melhor é ficar calado para em uma oportunidade mais edificante, argumentar e até mesmo, abençoar os opositores);
9. Pregue e ensine com fervor e autoridade suas certezas e convicções e jamais as suas dúvidas (quando prega ou ensina uma questão ou tema que não possui convicção ou opinião formada, apenas causa confusão em quem o ouve);
10. Não use a teologia como vaidade ou engrandecimento pessoal, use-a para edificação do Corpo de Cristo (lembre-se que deve servir e não ser servido).

Simples assim.
O bom teólogo entende bem isso. O mau teólogo considera isso um ultraje.
Fonte: Universidade da Bíblia-Pr.Magdiel Anselmo 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O Veneno da Serpente


Destilando a morte em pequenas doses.

Precisamos ser cautelosos, pois o Diabo está vivo e ativo neste mundo. Com o objetivo de dominar as almas humanas, ele está sempre tentando influenciar as pessoas, destruindo valores morais e espirituais, levando corrupção e caos. Suas mensagens chegam através de duas vias: mundana e religiosa. A primeira é mais notória. A segunda é muito sutil e, portanto, mais perigosa.


Primeira via - mundana

O mal pode chegar através de uma simples conversa (I Cor.15.33; Mt.16. 22-23; Sal.140.3), mas existem modos bem mais sofisticados. Os meios de comunicação, além de todo conteúdo positivo que nos trazem, também transmitem o veneno do Diabo em muitas de suas atrações, até mesmo em alguns desenhos animados. Existe um modo de vida sendo ensinado durante 24 horas por dia através de toda espécie de mídia, atingindo a todos, mas principalmente as crianças e adolescentes, cujo caráter está em formação.

Em meio a enredos artísticos bem elaborados, estão inseridas mensagens que estimulam a prostituição, o adultério, a desonestidade, o ateísmo, etc. Trata-se da apologia ao pecado. Não podemos nos alienar nem “sair do mundo” (João 17.15; I Cor.5.9-10), mas precisamos estar conscientes a respeito desse mal para que possamos identificá-lo e vencê-lo. Não significa também que vamos receber tudo o que vier, na tentativa de aproveitar uma parte. Aproveitar um fruto “meio podre”, se é que existe, é uma decisão arriscada. Algumas coisas são totalmente imprestáveis e nossa mente não é lata de lixo. Outras vezes, porém, agiremos como quem come um peixe: separando os espinhos. Não podemos criar regras fixas quanto a isso, mas precisamos buscar do Senhor a sabedoria e o discernimento para cada situação. Por exemplo, não me convém ler livros de bruxaria, mas o que dizer de um romance? Poderei optar por ler ou não, mas, se escolher a leitura, ainda precisarei ficar atento, pois até nos livros mais inocentes poderemos encontrar ensinamentos anticristãos.

Segunda via - religiosa

Quando Satanás tentou Eva, ele usou as palavras de Deus com uma alteração mínima, mas suficiente para inverter o sentido original. “Foi assim que Deus disse? Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn.3.1). Uma pequena quantidade de veneno foi o bastante para aniquilar a vítima: o ser humano.

Na tentação de Cristo, o inimigo usou novamente as palavras de Deus, alterando-lhes o contexto e propósito (Mt.4.1-11). Ainda hoje, ele continua operando da mesma forma. Quantas são as distorções de textos bíblicos que acabam se transformando em doutrinas estranhas ou dando origem a falsas religiões! Jesusdisse: “Acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus...” (Mt.16.6-12). Ele se referia à doutrina daqueles religiosos que distorciam a lei de Moisés, criando tradições que anulavam o propósito original da lei. Por exemplo, o mandamento “honra teu pai e tua mãe” foi anulado pela tradição (Mt.15.1-9). Muitos fariseus se recusavam a cuidar de seus pais sob o pretexto de já terem levado uma oferta ao templo. Assim, transferiam ao corpo sacerdotal a responsabilidade pelo cuidado dos pais. Tal costume religioso, chamado “corbã”, tinha um fundamento lógico e podia até funcionar. Porém, a ordem de Deus não foi aquela. A desobediência tinha sido, portanto, institucionalizada pela religião.

O fermento é semelhante ao veneno, no que diz respeito à sua eficácia. Uma pequena quantidade é suficiente para levedar toda a massa (I Cor. 5.6-8; Gál. 5.9). O problema é que nós o consideramos inofensivo e, quando percebemos, já fomos contaminados. O “fermento” doutrinário ou pecaminoso tem sempre algo de humano e carnal, mas, em última análise, seu “fornecedor” é o Diabo.

O antídoto – a Palavra de Deus

A serpente perguntou: “Foi assim que Deus disse?”.
Precisamos conhecer a palavra de Deus, a bíblia, para que possamos responder com autoridade às irônicas perguntas ou sugestões do maligno. Jesus nos deu o exemplo, trazendo em seus lábios a expressão exata daquilo que “está escrito”. A palavra de Deus nos limpa, renova a nossa mente, eliminando os efeitos de toda mensagem maligna. Porém, se não sabemos o que Deus disse, como poderemos refutar as filosofias mundanas, heresias e tentações que grassam à nossa volta? A ignorância a respeito das Escrituras não serve como argumento para inocentar alguém diante de Deus. Houve grande dificuldadepara que a bíblia fosse escrita e chegasse até nós. Agora, será que a preguiça e o desinteresse serão dificuldades suficientes para justificar o fato de muitos não lerem a bíblia? Conhecendo a palavra de Deus, estaremos prontos pararesponder àqueles que nos questionarem sobre a razão da nossa fé (I Pd. 3.15). Estaremos aptos também a identificar o veneno da serpente quando ela nos atacar (II Cor. 11.3). Entretanto, o conhecimento é apenas a primeira parte da questão. Eva sabia muito bem o que Deus havia dito. O que lhe faltou foi obediência. Temos o antídoto, mas ele será inútil se não for aplicado. O inimigo procura nos matar espiritualmente, mas, fortalecidos pela palavra do Senhor, teremos “vida, e vida em abundância”.
  

Prof. Anísio Renato de Andrade

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Conte as Estrelas

Se você examinar de perto a vida de Abraão, verá que o Senhor, o Deus Altíssimo, falou com ele pelo menos oito vezes. Me identifico muito com Abrão, pois tivemos que deixar nossa terra, nosso povo, nossa parentela, para sermos salvos e abençoados em terra estranha. Sempre que tenho a oportunidade de olhar para um céu estrelado, em noites de lua nova longe das cidades, lembro-me da ocasião em que "El Shadai" mandou Abrão olhar para o céu e contar as estrelas. Abrão não era muito crente no princípio. Sua fé foi sendo acrescida aos poucos. Gênesis 15: 1 ao 6.

A primeira vez que Deus falou com Abrão, em Gênesis 12:1, Ele estava em Ur da Caldéia. O verbo está no imperativo: "sai-te", portanto foi uma ordem para sair da sua terra, do meio da parentela e da casa de Terá. Seu Destino seria uma terra, que apenas conheceria no futuro, se saísse. As vantagens seriam: poder, fama e motivo de prosperidade para todas as famílias da terra. Abrão deve ter saído com interesse em alguma dessas coisas e, junto com ele, foram o pai e o sobrinho. No meio do caminho, em Harã, o pai morreu. Mas, o sobrinho continuou. Ficavam ricos, à medida que seguiam em frente.

A segunda vez que o Senhor lhe apareceu , foi para dizer que a Terra de Canaã, onde chegara, era sua Terra Prometida. Abrão tinha um segredo, uma profunda frustração, que Deus conhecia bem, mas Abrão não tocava no assunto. Disse Deus: "A tua semente vou dar esta Terra", provocando seus sentimentos. A terra prometida trouxe uma surpresa: a fome!

E veio uma grave fome sobre a Terra de Canaã. Por isso Abrão desceu à terra do Egito e Ló, o sobrinho, continuava junto. Como "bons" negociantes do Oriente, uma mentirinha aqui, outra ali, não faria mal... e, foi assim, por causa de uma mentira que o Faraó os expulsou do Egito. Saíram ricos, muito ricos em gado, ouro, prata, criados, escravos, de volta à Canaã - às custas de experteza.

Mas, era gado de mais e terra de menos em Canaã. Isso foi o estopim de contendas que entre os pastores do tio e os do sobrinho. Assim, finalmente,Abrão chegou ao último ponto da exigência de Deus: sair de perto da parentela. Deixou o sobrinho escolher em primeiro lugar os pastos. E o sobrinho não titubeou , com muita esperteza, escolheu os melhores pastos, na Campina do Jordão. O Tio ficou com o resto, a região das montanhas - os pastos piores.

Por isso, pela terceira vez, o Senhor apareceu para um Abrão solitário, que amargava uma ingratidão. Abrão tinha tudo: ouro, gado, 300 homens de guerra; cerca de 1.000 pessoas serviam-no.

Ou quase tudo. Sua família, de verdade, agora era constituída de dois velhos:Sara e ele próprio. Ao olhar as famílias dos servos, dos escravos, ele podia observar que eles tinham filhos. Todo seu ouro, prata, gado, escravos não eram o bastante para fazer nascer um herdeiro legítimo de um casal de velhos.

Conhecendo Deus sua frustração - e Ele conhece as de todo mundo, inclusive as suas e as minhas - apareceu e disse: Abrão! levanta, agora, seus olhos e olha toda esta terra, para o Norte, para o Sul, para o Oriente e para o Ocidente - toda esta terra que vês, te hei de dar a ti e à tua semente, para sempre. Esta promessa, a mais valiosa para Abrão, somente foi pronunciada depois que ele cumpriu a toda a vontade de Deus: sair da sua terra, da casa do pai, e do meio da parentela.

Deus não ficou somente nestas palavras, continuava a lhe provocar: "A tua semente, Abrão, será como o pó da terra. Levanta-te e percorre com seus olhos essa terra, no seu comprimento e na sua largura, porque a ti darei".

A partir desse ponto, o coração de Abrão não estava mais nas suas posses. Deus queria despertar nele um novo sonho. Mas Abrão nem de longe pensava nisso, continuava remoendo ocultamente sua frustração. não sabendo que "Aquilo que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano é o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" I Coríntios 2:9.


Creia nesta palavra.

Deus apareceu a Abraão pela quarta vez, e isso aconteceu depois do seu retorno da guerra em que se envolveu para resgatar o sobrinho e família, o Ló das campinas do Jordão. Armado com 318 homens conseguiu trazer de volta a família do sobrinho e recuperar tudo. Na volta deu o dízimo daquilo que foi recuperado. Agora ele tinha certeza de que por trás da sua prosperidade estava a boa mão de "El Shadai". Mas a guerra fez Abrão tremer. E, Deus apareceu para lhe dizer: " Não temas Abrão, eu sou o teu escudo (segurança na guerra) e o teu grandíssimo galardão". E o significado dessa palavra: galardão, para Abrão ainda eradesconhecido. Mas, foi nesta vez que Abrão abriu seu coração para revelar a sua mais profunda frustração: "Senhor, me falta uma coisa para que esta casa seja feliz de verdade. Eu não tenho filhos, e o meu herdeiro vai ser o mordomo, o estrangeiro Eliezer.

E foi aí que veio a palavra do Senhor ao espírito de Abrão para lhe dizer uma grande surpresa: "Este mordomo, não vai ser o teu herdeiro, mas aquele que gerar de ti será, este sim, será o teu herdeiro".

E levou-o para fora e repetiu a ordem: OLHA, agora, para os céus e conta as ESTRELAS, se as puderes contar. E concluiu: "Assim, será a tua semente". Contar estrelas aqui significa reacender sonhos. Assoprar novamente ascinzas. Pode ser que ainda tenha ali uma pequena brasa acesa. Aprendi sobre isso, depois de 11 anos de desemprego. Minha melhor oportunidade somente veioquando já estava "velho" com 48 anos. Quanta frustração naqueles 11 anos, mas Deus não me deixou ficar para sempre frustrado e envergonhado.

Minha vizinha, Andrea, recebeu a mesma bênção de Abrão. Ela, seu esposo e seus amigos oraram 17 anos por um filho. Ela contava que certo dia, ela fora humilhada por outra vizinha que disse mais ou menos isso: "Cadê o seu Deus? Eu tenho dois filhos e você nenhum!" Sabe o que aconteceu? Passaram-se 17 anos. Quando chegou o 18º ano de casamento, Deus disse: Basta! e lhe deu o primeiro filho que nasceu de sete meses.. Um ano depois, uma filha com nove meses de gravidez. Um casal, herança de nosso Deus. Foi uma noite de choro que demorou quase dezoito anos, mas a manhã veio porque o Senhor é fiel.

Abrão, àquela altura, já possuia mais intimidade com o Senhor. Entretanto, ele também era uma pessoa apressada que não gostava de perder tempo. E quase pôs tudo a perder quando ouviu a sugestão da esposa, para que tivesse um filho com a escrava. E Agar - a escrava - concebeu e deu o primeiro filho a Abrão, Ismael, o pai do povo árabe.

Quando Deus fala, se formos fiéis, nosso espírito sentirá uma paz incomum. Quando a voz não é Dele, nosso coração fica com dúvidas. E, se decidirmos com dúvidas o maligno pode roubar nossas bênçãos verdadeiras. Abrão perdeu 14 anos de seu tempo por uma decisão errada. Ele seguiu a voz da razão porque achava loucura receber sua maior vitória no tempo da velhice.

Em Gênesis 17, Deus apareceu pela quinta vez a Abrão já com 99 anos idade.Sara, sua esposa, com 89 anos. Um casal de velhos gagás, como se diria hoje. Nesta oportunidade Deus lhe cobrou santidade: "Eu sou o Deus Todo Poderoso; anda, Abrão, em minha presença e sê perfeito". Em seguida,trocou o nome dos dois. Agora, eram Abraão e Sara!

A confirmação da promessa de um filho, naquela idade, fora motivo de risos por parte dos dois. Risos de singela incredulidade. Eles ainda não acreditavam completamente. Foi por isso que Deus deu nome ao sonho de Abraão: ISAQUE!

Caro leitor, vamos fazer uma nova pausa. Antes de conhecermos completamente o poder de Deus, costumamos carregar lá no fundo do "baú" as mais diversas frustrações, as montanhas de impossibilidades. Gênesis 18:14 diz: "Há alguma coisa difícil para Deus realizar? E, Lucas 1:37 responde: "Porque para Deus nada é impossível!"

Na sexta vez o Senhor lhe apreceu pessoalmente, com dois anjos na forma de visitantes - Gênesis 18. Sara ainda estava com dúvidas. Deus veio para confirmar que dali a nove meses, a partir daquela visita, o ISAQUE IA CHEGAR. Também avisou a Abraão sobre a destruição de Sodoma e Gomorra. No capítulo 21,Isaque nasceu. Isaque significa riso. Riso, porque se alguém soubesse da história, com certeza riria. E cresceu o menino e Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado. Os risos da alegria verdadeira invadiram aquela casa. Ela deixou de ser uma tenda de velhos tristes e rabujentos para ser um lar radiante e barulhento. A "loucura" do que Deus pode fazer.

Isaquinho era o príncipe daquele lar. Abraão não tinha mais frustração. Não tinha mais sonhos. Isaque era tudo. Sua fé ainda não tinha sido posta à prova. Era um crente em Deus crescido no verão, em tempos de chuvas, em tempos de bênçãos. Ouro, prata, gado, criados, escravos e por fim, o Isaque. As lutas tinham sido até pequenas até ali.

E veio então a sétima vez que o Senhor lhe apareceu. E lhe pôs à prova.
-Abraão! disse Deus, toma, agora, o teu único filho, Isaque, a quem amas e vai a terra de Moriá, e o sacrifica, e o oferece em holocausto a mim. Então, Abrão se levantou e foi cumprir a ordem de Deus. Só não a cumpriu, literalmente, porque o próprio Deus enviou um anjo para impedir.

Naqueles três dias, que caminharam até próximo do Monte Moriá, Abraão teve para meditar profundamente na gravidade do seu compromisso. Ele decidiu certo. Ia obedecer a ordem de Deus. Uma ordem cruel e duríssima. No seu coração ele tinha uma coisa: paz com Deus. Ele cria em Deus. O mesmo Deus que dava filhos a velhos gagás, proveria uma solução para o caso. Assim, chegouAbraão a conclusão de que Deus era tudo para ele. Lhe daria o primeiro lugarIsaque já estava no segundo plano. Tal atitude comoveu o coração de JEOVÁ. A fé de Abraão atingira a maturidade completa: chegara à perfeição, pois, agora, trocaria tudo para agradar e fazer a vontade de Deus. Abraão amava o Senhor de todo o coração.

Por causa da fé de Abraão, são abençoadas todas as famílias da terra. O Isaquesimbolizava Jesus Cristo, o único filho do Deus Vivo, do Deus Altíssimo, do Deus Eterno, do Deus Todo Poderoso. Jesus descendia de Abraão. O seu sangue no sacrifício da cruz do calvário é o suficientemente necessário para que todos que nele crêem possam chegar diante do Pai e alcançar a paz da reconciliação.

E, uma vez reconciliados por Cristo, podemos confiar em seu amor. Se você apresentar a Ele, em oração, suas frustrações, suas feridas, suas limitações, suas quedas, saiba que Cristo pode trocar todas elas por sonhos e novas visões. Olhe, para o céu da noite e conte as estrelas. Seja fiel; Romanos 12:2; e o Senhor cumprirá o desejo do seu coração; Salmo 37:4. João Cruzué

sábado, 14 de novembro de 2015

A Luta pela Santidade

Quando Paulo diz para mortificar os feitos do corpo “pelo Espírito” (Romanos 8.13), quis dizer que devemos usar a única arma da armadura do Espírito usada para matar. A saber, a espada, que é a Palavra de Deus (Efésios 6.17).
Portanto, quando o corpo está prestes a ser conduzido a uma ação pecaminosa por algum medo ou desejo, nós devemos pegar a espada do Espírito e matar esse medo e esse desejo. Na minha experiência, isso significa principalmente cortar a raiz da promessa do pecado pelo poder de uma promessa superior.
Assim, por exemplo, quando começo a desejar algum prazer sexual ilícito, o golpe de espada que tem frequentemente cortado a raiz desse prazer prometido é: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5.8). Eu recordo os prazeres que senti de ver a Deus mais claramente com uma consciência pura; e recordo a brevidade, superficialidade e o gosto opressor que fica depois dos prazeres do pecado, e, com isso, Deus mata o poder conquistador do pecado.
É lindo ser o instrumento do poder da Palavra de Deus para matar o pecado.
Ter promessas à mão que se adéquam à tentação do momento é uma chave para uma guerra bem sucedida contra o pecado. Mas há momentos nos quais não temos uma palavra vinda de Deus perfeitamente adequada em nossas mentes. E não há tempo para procurar na Bíblia por uma promessa feita sob medida.
Por esse motivo, todos nós precisamos ter um pequeno arsenal de promessas pronto para ser usado sempre que o medo ou o desejo ameaçar nos desviar.
Aqui estão algumas das minhas mais comprovadas armas:
1. “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” (Isaías 41.10).
Creio que tenho matado mais dragões em minha alma com essa espada do que com qualquer outra. É uma arma preciosa para mim.
2. “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Romanos 8.32).
Quantas vezes não tenho sido persuadido na hora da provação por esse verso de que a recompensa pela desobediência nunca poderia ser melhor do que “todas as coisas”!
3. “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra… E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28.18,20)
Quantas vezes eu tenho fortalecido meu enfraquecido espírito com a garantia de que o Senhor do céu e da terra está comigo hoje tanto quanto estava com seus discípulos na Terra!
4. “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.” (Salmo 50.15).
O que faz dessa arma tão convincente é que, quando o Senhor me ajuda, cria-se uma ocasião para que eu O glorifique. Combinação incrível. Eu recebo a ajuda, Ele recebe a glória!
5. “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.” (Filipenses 4.19).
O contexto é financeiro e material. Mas o princípio é absoluto. Aquilo que realmente necessitamos (não o que queremos) será garantido. E do que realmente necessitamos? Necessitamos daquilo que devemos ter para fazer a vontade de Deus. Aquilo que precisamos ter para magnificar nosso Salvador. É isso que nos será dado conforme confiarmos nEle.
Esteja constantemente aumentando seu arsenal de promessas. Mas nunca perca de vista aquelas que Deus já usou para abençoar sua vida. Faça as duas coisas. Esteja sempre pronto com as antigas. E toda manhã procure por uma nova para levar consigo durante o dia.

Por: John Piper. © 2012 Desiring God. Original: Algumas armas comprovadas na luta pela santidade

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Saudades do que vivi!


Hoje eu acordei com uma tal nostalgia de ser feliz.
Nostalgia de tantos momentos bons e com pessoas maravilhosas. E a certeza que fica é de que eu jamais me esquecerei delas e do quão foram e são especiais para mim.

Se há saudade, é porque houve alegria. Se há nostalgia, é porque existiu felicidade! O que nos resta é sempre a nostalgia, mesmo que seja apenas a de tê-la como era antes. É bom parar e lembrar da alegria, é bom sonhar e viver em nostalgia!
Nostalgia é a palavra utilizada para representar o sentimento de saudade e de tristeza gerados pela falta de algo ou alguém, e de momentos vividos no passado com pessoas que se encontram distantes e possibilidades que já não existem mais.
A nostalgia é caracterizada pela melancolia, pela angústia causada pela distância de tempo e pessoas. Aquela época que não volta mais, os tempos vividos, a presença da família, de amigos e colegas. Saudades de um lugar onde viveu ou conheceu. São vários os tipos de saudade que podem se encaixar num momento de nostalgia.
A nostalgia pode causar uma mudança de comportamento nas pessoas. É um sentimento que tende a crescer conforme o tempo passa e gera angústia, pois a pessoa passa a desejar fortemente voltar, mas isto é impossível. Isso a entristece e pode até mesmo prejudicar a sua saúde física pela mudança de comportamento.
Os momentos de nostalgia também estão associados a lembrança de momentos alegres vividos. Como da infância, por exemplo. Dos brinquedos e brincadeiras, das pessoas e do tratamento recebido pelas pessoas a sua volta.
A nostalgia também é uma característica dos Romances. Desde o princípio dos movimentos culturais que ela é utilizada na literatura, nas artes plásticas e na arquitetura. Trazendo a tona vivências do passado e histórias de dor e tristeza, muito parecidos com a melancolia.
A nostalgia pode começar com a vontade de reviver momentos. As fotografias são uma ferramenta para viver momentos de nostalgia, pois transporta a lembrança das pessoas para o passado.Saudade, nostalgia, ausência, lembrança, tudo é bom e faz muita falta, mas talvez se essa saudade não existisse, não veríamos tudo.Tempos que vão e já não voltam são momentos que de nostalgia, as coisas são como são como se vivêssemos na fantasia. Ás vezes a nostalgia vem assim do nada, e toma conta de mim, por inteiro.Nostalgia é quando a saudade enlouquece, entra em crise existencial.
Essa mania de nostalgia, obsessão por abraços frios. Amores imaginários, paixões de diário, completos de vazio. Em tudo isto, Deus se fez presente!