sábado, 20 de fevereiro de 2016

A Paquera

 
    O Brasil é muito grande ! Temos a benção de podermos nos comunicar em uma única língua : o português. Mas apesar da língua única, a INTERPRETAÇÃO de algumas palavras, pode variar dependendo da região do país.
         Assim sendo, se em sua região a palavra "paquera" é pejorativa ou não é muito bem vista, perdoe-nos e aceite esta explicação : usaremos a palavra"paquera", como é entendida na maior parte do Brasil. Ou seja, é o mesmo que nossos avós chamavam de "flerte" (o ato de observar alguém "interessante", visando uma possibilidade de namoro). Apenas neste sentido e nada além disto, OK? Agora, podemos começar !

1. UM SENTIMENTO ESPECIAL

         Por todo o Reino Animal, encontraremos uma atração que envolve dois sexos. Macho e fêmea sentem-se atraídos um pelo outro. Mas na categoria dos"animais racionais" (os seres humanos), algo especial acontece, que vai muito além do "instinto selvagem": é o sentimento afetivo que envolve os dois.
         A paquera se encaixa neste fato. Homem e mulher sentem-se atraídos um pelo outro, mas algo diferente ocorre, com uma certa sensação de conquista, que tem um aspecto interessante: O OLHAR!
         Olhos se cruzam, um certo charme "paira no ar", e aquele sorriso discreto, traz um clima de expectativa e surpresa. Tudo acontece tão intensamente!
         A paquera é um comportamento que caracteriza a Adolescência. É a descoberta do sexo oposto, impulsionada pelos hormônios que começam a atuar em seu corpo. Todo esse processo é uma prova de que o corpo do adolescente está funcionando bem. No entanto, o que se faz com o corpo, deve ter os limites estipulados pela Bíblia, quanto à ética e a moral.

2. PAQUERA "SAUDÁVEL"

         A paquera saudável é aquela onde tudo acontece naturalmente. Você está com um grupo de amigos conversando e de repente, alguém interessante aparece! Você começa a dar uma atenção especial à pessoa. Papo vai, papo vem... e como você está "solteiríssimo(a)", esperando no Senhor alguém para amar, acaba gostando da história.
         É o momento para conversar, conhecer o outro, encontrar afinidades, saber seus sonhos e alvos. Mas sempre de uma forma discreta, pura e sem malícia. Apenas o descobrir de uma nova amizade, sem a preocupação de um envolvimento físico. Assim, depois de muita observação de valores, talvez possa se chegar à conclusão sobre se "vale ou não à pena" investir em tal pessoa e se há retorno por parte dela.
         Podemos dizer que a paquera é a "ante-sala" de um namoro. Este primeiro momento é decisivo, para continuar ou não com a idéia. Algumas vezes, acontece do outro nem perceber que foi alvo de suas intenções. Numa pequena troca de idéias, você já percebe que não daria certo, um namoro entre vocês. Alguns dizem : "Não deu liga !""Não virou !" ou então "Não houve empatia !"
         Por outro lado, você também pode se surpreender. A cada momento que o papo se prolonga, o entusiasmo toma conta. Você dá a entender que gostaria de conversar novamente e convida para no próximo Sábado, ir à reunião de jovens da sua Igreja.

3. PAQUERA "PREJUDICIAL"

         Pode um momento tão emocionante como este, ser prejudicial ? Deus faz um comentário "preocupante", sobre o coração do homem, quando fala ao profeta Jeremias:
 
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá ? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os pensamentos; e isto para dar a um segundo o seu proceder, segundo o fruto de suas ações."  Jr 17:9-10

         O coração do homem é enganoso. Uma coisa simples, pode transformar-se em algo negativo, que pode magoar e deixar marcas. Analisando a paquera, à luz de alguns textos e princípios bíblicos, podemos dizer ela é prejudicial, nestas situações :

  • QUANDO NÃO TEM UM IDEAL:                    
desperta expectativas no outro e na hora "H", pula fora sem assumir o que fez e ainda diz: "Foi uma brincadeira, você é que entendeu mal, você leva tudo a sério...".
 
"Como louco que lança fogo, flecha e morte. Assim é o homem que engana o seu próximo e diz : fiz isso por brincadeira".  Pv 26:18-19

  • QUANDO HÁ UMA INTENÇÃO IMPURA:
          quando ocorre este caso, a pessoa quase sempre começa a paquera, com o principal pensamento na atração e sedução física, no desejo sexual e na malícia.
 
"Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu porém vos digo : qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela."  Mt 5:27-28

  • QUANDO ENVOLVE DEFRAUDAÇÃO:
        cria-se uma ilusão, desperta-se um desejo físico no outro, que você sabe que não poderá ir adiante, por não ser namorado da pessoa. Isso é o que a Bíblia condena e chama de DEFRAUDAÇÃO.
 
"e que nesta matéria, ninguém ofenda, nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus, não nos chamou para a impureza e sim para a santificação."  1Ts 4:6-7

4. TODO O CUIDADO É POUCO

         Já dizia o poeta : "a maior covardia de um homem, é despertar o amor de uma mulher, sem a intenção de amá-la." Esta frase diz respeito aos homens, mas também é valida para as mulheres. Portanto, todo cuidado é pouco.
         A sensatez é uma das grandes virtudes. Usar a paquera para enganar, afirmar-se e sentir-se seguro, é covardia e egoísmo. Não condiz com a integridade de alguém que quer levar Deus a sério.
         O importante nos contatos e relacionamentos é desenvolver uma amizade sadia. Buscar conhecer o outro sem malícia e "segundas intenções". Aí sim, valerá a pena ! Grandes amizades podem surgir de uma paquera, que talvez nem venha a se tornar um namoro !
         Acima de tudo, devemos pensar no período "após" a paquera. Poder olhar para si mesmo e para o outro, sem ter do que se envergonhar. Ter condição de poder continuar a desenvolver o contato como amigos, ou até futuramente pensarem em um namoro.
         O maior desafio é saberem lidar com os seus sentimentos e de maneira alguma ferir os sentimentos do outro. Devemos "entrar e sair" da paquera, como pessoas APROVADAS POR DEUS !
 
"O Deus eterno vê o que acontece em toda a parte; ele está observando todos, tanto os bons, como os maus."  Pv 15:3 (BLH)
         Percebeu a responsabilidade ? Não adianta querer trapacear. Deus conhece o seu coração e está observando a sua atitude. Na Adolescência, paquerar é algo comum e até pode ser uma atitude positiva. Mas necessita de muito domínio próprio e responsabilidade. ESTE É SEU GRANDE DESAFIO !

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sábado, 13 de fevereiro de 2016

Destino da Alma

“Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” (Fil. 1.21-23)

A experiência da morte é uma realidade para todos. Os cristãos, mesmo depois de terem sido justificados pela graça de Deus, quando receberam o Senhor Jesus pela fé, e assim terem garantida a sua salvação, não são poupados da morte física, consequência do pecado original. Os filhos de Deus por adoção (os crentes) certamente passam pela morte, muito embora os que estiverem vivos quando o Senhor Jesus voltar fisicamente a Terra não morrerão, mas serão transformados (1 Cor. 15.51-52). Apenas dois homens na história humana foram poupados da morte, tendo sido transformados em corpos glorificados e elevados (arrebatados) ao céu; e isto aconteceu antes mesmo da primeira vinda de Cristo. Esses foram Enoque (Gen. 5.24) e o profeta Elias (2 Rs. 2.11). Podemos entendê-los como exceções à regra, casos especiais.

Nós, os demais, assim como os filhos de Deus que já se foram desde o começo da história, inclusive os primeiros apóstolos e os mártires, iremos com certeza morrer e ressuscitar, “em carne e osso” no dia do retorno do nosso Senhor. Mas, o que acontece com nossa alma, depois da morte, no período entre a morte até a ressurreição?

Quando o cristão morre, sua alma fica num estado de sonolência ou vai direto para Deus e fica consciente?

A morte é a interrupção temporária da vida no corpo e a separação da alma do corpo. Quando o cristão morre, embora o corpo permaneça na terra e seja sepultado, no momento da morte, a alma (ou espírito) vai imediatamente para a presença de Deus, consciente e cheia de alegria. Quando o apóstolo Paulo pensava em sua morte, ele afirmou: “Preferindo deixar o corpo, e habitar com o Senhor” (2 Co 5.8). Deixar o corpo é estar com o Senhor Jesus. Ele também diz que o seu desejo é “partir e estar com Cristo” (Fp. 1.23). Jesus também disse ao ladrão que estava morrendo ao lado dele na cruz: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.46). “Estarás comigo” indica que, desde aquele dia, aquele bandido que se arrependeu e reconheceu que Jesus é o Filho de Deus está com Jesus, consciente, gozando de sua presença. Outro texto bíblico que indica fortemente o estado de consciência depois da morte e antes da ressurreição é Apocalipse 6.9-11. Ali está uma referência clara a mártires que foram assassinados e que JÁ DESFRUTAM da bênção de estar na presença gloriosa de Deus, conscientes, antes da ressurreição de seus corpos.

A Bíblia não ensina a doutrina do “sono da alma”. O fato de que a alma dos cristãos vai imediatamente para a presença de Deus também significa que a doutrina do sono da alma é um erro. Essa doutrina ensina que quando os cristãos morrem, eles entram em um estado de existência inconsciente e que voltarão à consciência somente quando Cristo voltar e ressuscitá-los para a vida eterna. Essa doutrina tem sido ensinada eventualmente por alguns na história da igreja, inclusive alguns anabatistas da época da Reforma e alguns seguidores de Edward Irving na Inglaterra no século XIX. Um dos primeiros escritos de João Calvino foi um folheto contra tal doutrina, a qual nunca teve ampla aceitação na igreja. Hoje em dia, os Adventistas do Sétimo Dia são praticamente os únicos a adotarem esta doutrina. O certo é que quando Cristo ou Paulo dizia que um morto “dormia” (I Tess.) estava usando uma metáfora, uma figura de linguagem, referindo-se ao corpo morto, que irá ressuscitar e, portanto, quando morto, fica por algum tempo como se estivesse dormindo.

A Bíblia também não ensina a existência de um purgatório. O fato de que a alma do cristão vai imediatamente para a presença de Deus nos leva indubitavelmente a concluir que não existe algo como o purgatório. Na doutrina católica romana, o purgatório é o lugar onde a alma do cristão é purificada do pecado até que esteja pronta para ser aceita no céu. De acordo com esse pensamento, os sofrimentos do purgatório são dados a Deus como substitutos do castigo pelos pecados que os cristãos mereciam ter recebido, e não receberam. Não consta em nenhum dos evangelhos bíblicos que Jesus tenha ensinado que no mundo espiritual há um lugar em que as almas dos cristãos ficam sendo punidas, para depois irem para a presença de Deus. Ao contrário, quando contou a estória conhecida como parábola do Rico e Lázaro (Lucas 16.19-31), Jesus afirma que ambos morreram e que Lázaro foi imediatamente para “O seio de Abraão” (símbolo da presença de Deus). Lázaro estava consciente, gozando da presença de Deus e não passou por nenhum “purgatório”. Não recebeu punição alguma depois de morrer e antes de ir para a presença de Deus. Não precisava mais de orações por parte dos vivos, porque já estava com Deus. Paulo, o apóstolo, em nenhuma de suas cartas constantes no Novo Testamento, ensina ou sequer menciona tal purgatório. Mesmo reconhecendo-se “o maior dos pecadores” (1 Tim. 1.15) sabia e escreveu, por inspiração divina que, logo ao partir desta vida, estaria com Cristo (Fil. 1.23); não passaria por nenhum “purgatório”.

Este ensino do purgatório entra em contradição com o ensinamento de Jesus na parábola do Rico e Lázaro e com a certeza de Paulo de que partir é “Estar com Cristo”. Aliás, a doutrina do purgatório não é ensinada em nenhum livro bíblico. Ela encontra algum fundamento no livro de II Macabeus (12.44-45), que ensina que se deve orar pelos mortos. E os dois livros de Macabeus, que constam no Antigo Testamento católico, fazem parte dos livros que Jerônimo (o tradutor da Vulgata Latina — a versão da Bíblia em Latim aprovada pela Igreja Católica-Romana) chamava de apócrifos, e que constavam em algumas coleções de livros do Antigo Testamento traduzidos do hebraico para o grego, mas não constam na Bíblia Judaica (o Antigo Testamento original) em hebraico. Os judeus nunca reconheceram este livro como Escritura (escrito inspirado por Deus). Os chamados “pais da igreja” (líderes da igreja dos séculos II ao IV) se dividiam quanto à inspiração divina dos livros que contavam na versão grega do Antigo Testamento e não constavam no Antigo Testamento original (hebraico). Os dois maiores eruditos em Bíblia dentre os “pais da igreja” — Jerônimo e Orígenes — eram claramente contrários ao “acréscimo grego” do Antigo Testamento. O bispo católico mais influente no Concílio de Niceia — Atanásio — relacionou os livros canônicos do Antigo Testamento (em 367) e não incluiu nenhum dos livros considerados apócrifos por Jerônimo e que constam hoje no Antigo Testamento católico. A polêmica aumentou quando Lutero (no século XVI) decidiu pelo cânon hebraico e fez uma tradução da Bíblia para a língua alemã que trazia os apócrifos do Antigo Testamento numa parte separada dos demais livros, e explicava que aqueles livros, embora tivessem valor histórico, não tinham autoridade de escritura sagrada. No entanto, tais livros foram incorporados ao Velho Testamento da Igreja Católica Romana no Concílio de Trento (1546), ocorrido alguns anos depois da Reforma Religiosa (1517), com o principal intuito de combatê-la. Já estudamos e sabemos porque esses livros chamados hoje de “apócrifos” pelos evangélicos e de “deuterocanônicos” pelos católicos não fazem parte da revelação de Deus e não podem servir para estabelecer nenhuma doutrina cristã.

Se não existe o “sono da alma”, para onde vai imediatamente a alma de um incrédulo, depois que morre?

A Bíblia nunca nos incentiva a pensar que haverá segunda chance de aceitar a Cristo depois da morte. Na verdade, o quadro é exatamente o oposto. A parábola do rico e de Lázaro nos ensina que o rico foi imediatamente para o Hades (Sheol em Hebraico), para o lugar de tormentos, e não dá esperanças de que seja possível passar de lá para o paraíso depois da morte, apesar de ter o rico clamado no Hades: “Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama”. Abraão, entretanto, respondeu: “Há um grande abismo entre nós e vós, de forma que os que desejam passar do nosso lado para o seu, ou do seu lado para o nosso, não conseguem.” (Lc. 16.26b NVI). Lamentavelmente, a alma dos descrentes vai imediatamente para o lugar de tormentos e lá aguardará até o juízo final, quando será lançada no fogo eterno (inferno). Não há segunda chance. A chance de receber o Senhor Jesus é aqui na terra. E você, já recebeu Jesus como seu único Senhor e Salvador?

Marcio S. da Rocha.
http://www.doutrinasessenciais.com

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Arminiolatria


A Palavra de Deus é contrária a qualquer tipo de facção no Corpo de Cristo. E, por isso, o apóstolo Paulo, inspirado por Deus, disse aos crentes de Corinto e a nós, por extensão: "Cada um de vós diz diz: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu de Cefas, e eu, de Cristo. Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?" (1 Cor 1.10-13). Entretanto, sedento por responder ao que considera desvios doutrinários do calvinismo, um grupo de jovens — muitos deles cultos, mas imprudentes — está formando, possivelmente sem ter consciência disso, uma espécie de seita arminiana.

Na maior parte do tempo, eles só leem, falam e discutem acerca de Armínio, arminianismo, arminianos ou verberam contra o calvinismo e calvinistas. E o pior de tudo é a conduta desses jovens, que zombam ou desdenham de pastores — calvinistas ou arminianos — quando estes os desagradam. Ao mesmo tempo, eles querem ser reconhecidos como os autênticos defensores e profundos conhecedores do arminianismo, além de viverem fazendo patrulhamento de quem opina sobre seu objeto de pesquisa quase idolátrico: a "teologia arminiana".

Triste a situação da nova geração evangélica. Se, por um lado, há proselitistas calvinistas que — sem nenhuma modéstia — se consideram superiores em tudo e riem dos "pobres" e "fracos" arminianos, estes, por outro lado, resolveram "pagar com a mesma moeda" e usar as mesmas armas... Ora, a Bíblia não diz que as armas da nossa milícia não são carnais? Então, por que vocês, só porque estão lendo livros e mais livros sobre o arminianismo, consideram-se soberbamente a "nata arminiana" e recorrem a expedientes tão carnais?

Sejamos humildes! Respeitemos os pastores chamados por Deus. Que negócio é esse de menoscabar decanos em razão de eles supostamente não conhecerem alguns pormenores da vida de Armínio! Quem é Armínio, o novo Senhor da Igreja? Pastores há que nada sabem a respeito desse teólogo holandês, mas conhecem a Palavra de Deus e trazem no seu corpo as marcas de Jesus Cristo! Estou cansado dessa arminiolatria! E também da calvinolatria! Jesus Cristo é o centro do Evangelho! Ele é o fundamento da Igreja! ‪ Ciro Sanches Zibordi

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O Evangelho da Salvação

Paulo foi chamado pelo Senhor para ser missionário, e ele é conhecido como o Apóstolo aos gentios. Caído ao chão, na estrada de Damasco, Paulo ouviu Cristo lhe dizer: Levante-se, pois estou te mandando aos gentios, “para abrires os plhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim”. Atos 26:18. Após sua conversão, comissão e batismo, Paulo pregou Cristo na sinagoga de Damasco, provando que Jesus é o próprio Cristo, para a frustração dos judeus. Por causa de um plano para matá-lo, o apóstolo foge para a Arábia, por algum tempo. Volta, depois, a Damasco. Três anos mais tarde vai à Jerusalém. Pela segunda vez, Paulo escuta que deve ir aos gentios; que o povo de Jerusalém não receberá seu testemunho. Em obediência a seu chamado, Paulo vai se embrenhando, cada vez mais, em território pagão. Ele quer pregar o Evangelho onde o nome de Cristo nem era conhecido, para que não pudesse edificar sobre o alicerce de outra pessoa. Com este espírito pioneiro, quer ir a Roma e à Espanha, pois quer convertidos tanto em Roma quanto entre os gentios. O Apóstolo não se envergonha em pregar o Evangelho, seja onde for, embora saiba que vai encontrar zombaria e desprezo. “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”. Romanos 1:16.
A fim de entender a audácia destas palavras, temos que ouvi-las com os ouvidos de um romano. Lá estava um judeuzinho insignificante, com a cabeça cheia de idéias sobre outro judeu, a quem o governador romano entregara para ser crucificado, a fim de satisfazer outros judeus e manter a ordem na província. Era nisto o que um romano pensaria sobre Paulo e sua mensagem. O Apóstolo, porém, sabia que possuía boas novas, que trariam salvação a todos quantos cressem nela.
O QUE É O EVANGELHO
Damos graças a Deus por termos uma declaração na Bíblia que define o que é o evangelho, mas, a fim de sermos mais claros e para que fique mais explicado, trataremos do assunto tanto negativamente, quanto positivamente.
Negativamente:
1. A Bíblia não é o Evangelho.
Seria uma definição muito vaga e geral. A Bíblia contém o Evangelho e muitas outras verdades também. Toda a verdade da Bíblia não é a verdade do Evangelho. Há, na Palavra de Deus, a verdade sobre a lei, o pecado, a morte, o julgamento e muitas outras coisas que não são o Evangelho. Há muitos que pensam que o Velho Testamento é a lei e o Novo testamento é o Evangelho. Porém, a verdade é que tanto a lei quanto o evangelho podem ser encontrados no Velho e Novo Testamentos. Alguns dos textos mais preciosos do Evangelho se encontram no Velho Testamento, ao passo que textos específicos sobre a lei se encontram no Novo Testamento. O capítulo 53 de Isaías é repleto do Evangelho. Baseado neste capítulo, Filipe pregou Jesus ao eunuco e ele foi salvo. Paulo e os outros só possuíam o Velho Testamento e era com ele que pregavam o Evangelho.
A lei deve ser pregada, assim como a Bíblia inteira também. A lei, quando pregada corretamente, vai revelar ao homem que ele é pecador e também vai destruir toda a justiça própria. Foi por isso que Cristo a pregou ao jovem rico (Mateus 19:16) e a um certo doutor da lei (Lucas 10:26). Pela lei se reconhece o pecado. Paulo não sabia que era um pecador perdido, até que viu o que a lei exigia (Romanos 7:9). A lei diz ao homem o que ele deve fazer; o Evangelho diz ao pecador o que Cristo fez. A lei condena o melhor dos homens; o Evangelho justifica o pior deles. A lei faz exigências; o Evangelho abençoa. A lei trata com justiça; o Evangelho com misericórdia. A lei pertence ao pacto das obras; o Evangelho, ao pacto da graça!
2. O batismo não é o Evangelho.
Paulo diferencia claramente batismo e Evangelho ao dizer: “Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar (pregar o Evangelho)”. I Coríntios 1:17. Ele relembrou aos coríntios os poucos que havia batizado e depois à igreja como um todo, quando disse: “Porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo”. I Coríntios 4:15.
O Batismo e a Ceia do Senhor não são sacramentos que salvam, porém são símbolos que pregam o Evangelho. Eles não causam a salvação, mas a proclamam, através de Cristo. Não são atos que salvam, mas contém uma mensagem simbólica que salva. O batismo sem dúvida, lava o pecado simbolicamente, mas é o sangue de Cristo que realmente o tira por completo. O batismo tem seu lugar na vida cristã, mas não deve se tornar um substituto para o sangue de Cristo como objeto de fé ou confiança.
3. A igreja não é o Evangelho.
Tornar-se membro de uma igreja não é a mesma coisa que crer no Evangelho. É preciso, primeiro, crer-se no Evangelho antes de se tornar membro de uma igreja.
4. O novo nascimento não é o Evangelho.
O novo nascimento é uma experiência – uma obra realizada em nós. O Evangelho são as boas novas de algo feito por nós. O Evangelho é a luz objetiva (II Coríntios 4:4); o novo nascimento dá a luz subjetiva a fim de que o Evangelho possa ser compreendido de modo a salvar o pecador (II Coríntios 4:6, João 3:3). O Evangelho é a história do que Cristo fez na cruz; o novo nascimento é o que o Espírito Santo faz em nós, ao nos dar a vida. A justificação é o resultado da morte de Cristo por nós (Romanos 4:24); a regeneração é o efeito da obra do Espírito Santo em nós. Justificação é vida imputada, regeneração é vida concedida.
5. O arrependimento não é o Evangelho.
É o que o pecador deve fazer para ser salvo. O Evangelho é o que Cristo já fez por nossa salvação. “Arrependei-se e crede no Evangelho” (Marcos 1:15). Vemos aqui que o arrependimento e o Evangelho são coisas distintas. Nenhum homem é salvo pela fé no arrependimento. A salvação vem pela fé no Evangelho.
6. A fé não é o Evangelho.
Pelo contrário, ele é o objeto da fé. A fé, por si, não salva. É preciso que seja fé no Evangelho a fim de salvar. Não temos que ter uma fé perfeita, a fim de sermos salvos, mas tem que haver um Evangelho perfeito, para que a salvação real aconteça.
Positivamente:
1. O Evangelho são as boas novas.
O Evangelho é para os pecadores; é a revelação da justiça providenciada por Deus, através de Cristo, aos injustos (ímpios). Romanos 1:17.
2. O Evangelho são as boas novas sobre uma pessoa, o Senhor Jesus Cristo.
“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. Atos 4:12. Os homens não são salvos por fazerem isto ou aquilo, nem por irem aqui ou acolá. Eles são salvos quando vão ao Senhor Jesus Cristo, que graciosamente disse: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”. João 6:37. Salvação não é questão de geografia (local). Não existe lugar seguro, para se escapar da ira de Deus em canto nenhum do mundo. Também não é uma atitude corporal, mas sim atitude do coração de confiança e sinceridade nAquele que é nossa Páscoa; que foi sacrificado por nós.
3. O Evangelho consiste de certos fatos históricos com uma teoria incontestável e particular e a explicação para estes fatos.
Estes fatos são dados a nós em I Coríntios 15:3-4: “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Ou, como Paulo diz em Romanos 4:25: “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação”.
A menor parte de um fato é sua parte visível, e não há significado sem uma explicação. Por isso, Paulo, não apenas dá os fatos, mas os explica também. O simples fato de Jesus de Nazaré ser crucificado não é mais Evangelho do que os dois ladrões que O ladeavam. É a explicação deste fato que faz de Sua morte o Evangelho, e não a morte dos ladrões. Quem morreu foi Cristo, o Filho de Deus, e foi por nossos pecados.
Cristo, o Filho de Deus, morreu por nossos pecados. O que isto significa? Há quem diga que Ele simplesmente morreu a nosso favor, mas não como nosso Substituto. Insistem que não deve haver a teoria da expiação, mas se investigarmos um pouquinho, veremos que tais pessoas a têm. Deixe que digam como Cristo morreu a nosso favor – como Sua morte nos salva – a menos que tenha morrido como nosso Substituto, a fim de dar a satisfação divina pela justiça divina por nossos pecados. Para que Sua morte nos salvasse, teria que cancelar nossa culpa perante a lei de Deus, mas como faria isto, a menos que Ele tivesse sofrido a culpa que era nossa? Ele sofreu, o Justo pelo injusto, e como isto poderia acontecer, a menos que tivesse sofrido em nosso lugar? Se Cristo tivesse morrido como um mártir por uma boa causa, ou como um simples exemplo de fidelidade até a morte ou como gesto de amor que conquistasse o coração do homem, de modo algum remiria os pecadores da maldição da lei. A justiça divina exige o castigo divino e o único modo que o pecador pode escapar de tal castigo é Cristo sofrendo o castigo devido ao pecador. Aqueles que negam o sangue da remissão adoram um deus diferente do que o da Bíblia e praticam uma religião diferente do que há na Bíblia também.
O QUE O EVANGELHO FAZ
Em uma palavra: o Evangelho salva todo aquele que crer nele. E o Evangelho verdadeiro é o que diz que Cristo, o Filho de Deus, fez em dar Sua vida por nossos pecados e a tomou de volta para nossa justificação. Romanos 1:16 é usado freqüentemente para dizer que a pregação do Evangelho tem o poder de converter os pecadores. Mas não é isto que este versículo está dizendo. Ele é o poder de Deus para os crentes. Ele pressupõe que haja um crente. O Evangelho salva os crentes, mas não tem poder de fazer crentes. A pregação do Evangelho é o meio de fazer crentes, pois a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus. Repetimos: a pregação do Evangelho é o meio necessário à fé, pois “Como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” Romanos 10:14. Se os pecadores são salvos, o Evangelho deve ser pregado a eles como meio para a fé e salvação resultantes. Contudo, há diferença entre meio para a fé e poder para a fé. O poder para fazer crentes é o chamado eficaz do Espírito Santo. Paulo pregou Cristo crucificado indiscriminadamente a judeus e gregos. Ao judeu, tal evangelho era uma pedra de tropeço; ao grego, uma loucura; mas para o chamado, tanto judeu quanto grego, era a sabedoria e poder de Deus no plano da salvação no Senhor Jesus Cristo crucificado.
O Apóstolo não está escrevendo sobre o poder da sua pregação, mas sobre o poder do que pregava. E o que pregava? Cristo crucificado, que tinha o poder de cancelar a dívida do pecado. Cantamos: “Há poder, sim, força sem igual, só no sangue de Jesus”, o que significa que o sangue de Cristo tem poder para expiar o pecado. João diz que o sangue de Jesus Cristo, o Filho de Deus, nos purifica de todo o pecado. Aquilo que o povo acha vergonhoso e tolo é exatamente o que Deus usa para salvar os pecadores. O que Cristo fez, ao morrer e ressuscitar, tem poder para cancelar a dívida do pecado. O Evangelho foi outorgado por Deus, não é um recurso humano. Deus enviou Seu Filho para morrer; Ele colocou sobre Cristo a nossa iniqüidade. Não somos salvos porque os homens mataram Jesus: isto seria assassinato. Somos salvos porque “Ele foi aflito, ferido de Deus e oprimido”. Isaías 53:4. Deus sacrificou Seu próprio Filho para nossa salvação (segurança eterna). Espantoso? Extraordinário? Maravilhoso? Com certeza! Mas devemos lembrar que o pecado é terrível em sua natureza e efeitos e, nada, a não ser uma solução extraordinária, poderia remediá-lo.
ILUSTRAÇÃO
Um homem comete um homicídio e por isso é condenado à pena de morte. O assassino fora contratado por outro homem, o qual já estava sob pena de morte, sem nenhum direito ao perdão. Mas a lei permite um substituto, que morre no lugar do assassino, por puro amor ao condenado. A morte do substituto cancela a culpa do assassino e o liberta. O tribunal fica satisfeito com a morte do substituto e o culpado recebe a liberdade. Interpretação desta parábola: o homem se tornou pecador contra Deus pelo engano de Satanás, o qual já está condenado ao inferno sem nenhuma chance de perdão. A lei divina permite que um substituto tome o lugar do homem pecador. O Filho de Deus, de bom grado, Se entrega como substituto do pecador, sofrendo, o Justo pelo injusto, para que o pecador não morra por causa dos seus pecados.
BENEFICIÁRIOS DO EVANGELHO
Paulo diz: “De todo aquele que crê”. Romanos 1:16. A morte de Cristo não vai fazer nenhum bem a quem zomba ou se recusa a confiar nela. “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” João 3:36.
Uma explanação mais completa sobre a fé que salva, será tratada em outro sermão. Contudo, há espaço, aqui e agora para algumas considerações. Há tanta coisa que se faz passar pela fé que salva. Temos que estar atentos, para que não cometamos um erro a este respeito. A fé que salva é algo mais que o simples concordar da mente à uma proposta, mesmo sendo verdadeira. É preciso se confiar no Senhor Jesus Cristo com todo o coração. A fé que salva não se satisfaz com o eu; ela se satisfaz com o que Cristo fez na cruz, para a nossa salvação. Aquele que se satisfaz com Cristo nunca ficará satisfeito com qualquer outra coisa.
O valor da fé depende do valor do seu objeto. Se eu confio numa pessoa ou objeto que não possa ou não queira me salvar, então minha fé não tem valor – é vã, mesmo que seja forte. A fé tanto pode ser enganosa quanto salvadora. Não há perigo em se confiar no Senhor Jesus Cristo, pois Ele está disposto e também tem poder para salvar. Ele pode nos salvar porque está vivo. Um morto não pode ser um salvador verdadeiro, nem deve ser objeto de fé. É ofício do sacerdote fazer as pazes entre os pecadores e Deus. Os sacerdotes do Velho Testamento não podiam fazer isto por dois motivos: não viviam para sempre como sacerdotes nem tinham sacrifícios que salvavam a oferecer. Era “impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados”. Hebreus 10:4. Mas Cristo é sacerdote para sempre e tem um sacerdócio imutável. “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”. Hebreus 7:25. Eis a base para a fé que salva e um desafio à fé forte. Aleluia! Que Grande Salvador!
Published by C. D. Cole on 05/11/2015
http://palavraprudente.com.br/

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Quarta-feira de Cinzas


A proposta de se preparar melhor para a celebração da maior festa do cristianismo, a PÁSCOA, é algo muito antigo, que antecede a qualquer divisão entre catolicismo e protestantismo. Isto já era comum entre as comunidades cristãs primitivas, que realizavam uma reunião no primeiro dia de cada semana (domingo – Dia do Senhor) para se celebrar a memória de Jesus Cristo (Santa Ceia). Devemos nos lembrar que o Culto Cristão nasceu em torno dessa “Páscoa Semanal”.
Por volta do século II, influenciados pelo judaísmo, os cristãos passaram a celebrar a Páscoa anualmente. No século III iniciou-se a tradição de se reviver a última semana de Jesus (Semana Santa), antes de se celebrar a Páscoa. Mas foi no século IV, que a igreja elaborou um período mais longo de preparação para esta festa (Páscoa). Inspirados no valor simbólico do número quarenta (40 anos no deserto, 40 dias de Moisés no Monte Sinai, 40 dias das andanças de Elias até a montanha de Deus, 40 dias que Jesus jejuou no deserto), a Igreja assumiu os quarenta dias que precedem a Semana Santa como um momento especial de preparação. Momento oportuno para reflexão, confissão e jejum.
Infelizmente, a partir do século XI, surgiram algumas festas nos dias que antecediam à quarta-feira de cinzas com o intuito de promover os prazeres da carne, já que passariam por um período longo de jejum e abstinências se preparando para páscoa. Daí, a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego carne e "valles" prazeres.
É importante se destacar que não foi a quarta-feira de cinzas ou a quaresma que surgiram por causa do carnaval, mas sim o carnaval que surgiu como um desvio da proposta litúrgica do povo de Deus. Os quarenta dias de preparação (QUARESMA), ainda que sejam um tempo de introspecção, não devem ser transformados num período de contemplação alienante. Deve-se tomar cuidado também para, também, não transformar este momento numa experiência de arrependimento superficial, como fazem muitos que apenas não comem carne ou não cortam o cabelo. Este deve ser, sobretudo, um período radical de vivência com o Senhor.
À luz das palavras do profeta Miquéias, podemos melhor compreender o sentido do período Quaresmal. Miquéias fala ao povo em tom de restauração da aliança. Ele cobra atitudes práticas do povo e nega a possibilidade dessas atitudes serem apenas ritualísticas. O que Deus quer do Seu povo são atitudes de vida. “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é que o Senhor pede de ti, se não que pratique a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus.” (Mq 6:8).
A Quaresma é o período, no calendário cristão, em que o Povo de Deus busca arrepender-se de suas faltas e pecados, porém não se esquecendo do que o Senhor nos ordena - que nossa espiritualidade ultrapasse a mera contemplação e desemboque em atitudes práticas para a promoção da vida. Vários outros profetas e escritores bíblicos, bem como, o próprio Senhor Jesus Cristo mostrou este caminho. “Porque vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino do Céus” (Mt 5:20).
Assim como nos preparamos para uma grande festa de aniversário ou casamento, somos convidados nestes 40 dias que antecedem a Semana Santa a nos prepararmos física, emocional e espiritualmente para celebrar a ressurreição de nosso Senhor. A Quaresma não é uma propriedade do catolicismo, mas sim de todos os cristãos que afinados à tradição dos primeiros séculos, superam todo o preconceito para orar, jejuar e se preparar para a PÁSCOA. Nossa Quaresma não é porque pecamos ao festejar o CARNAVAL (prazeres da carne), mas sim, porque reconhecemos nossas limitações e mazelas e queremos nos santificar em Cristo Jesus, aquele que ressurgiu dos mortos.

Fonte: http://paulodiasnogueira.blogspot.com.br/

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Carnaval, o Vale da Carne

O Brasil, infelizmente é um país de 4º mundo. Se continuar assim, jamais alcançará o 1º. Agora é o carnaval: 50% do UOL é dedicado ao carnaval; 20% ao BBB; 20% ao futebol.... Sobram 10 % para o que realmente interessa. Pule bastante, povo, beba muita cerveja, brigue muito pela sua escola e seu time, preocupe-se bastante com o que está acontecendo no BBB; a pandilha agradece e comemora, rindo à toa!

Quando chega o carnaval, tenho vergonha de ser brasileiro. O país em crise, onde temos um governo incompetente; uma epidemia de zika, dengue, assolando o país. E ainda os brasileiros decentes têm de suportar essa esbórnia, que se chama carnaval.

Agora vejam que hipocrisia no carnaval: uma festa mundana, com mulheres seminuas e homens também, usam a imagem de algo religioso (não sou católico, é só uma observação) como "Nossa Senhora", no meio de toda essa festa onde pessoas acham super comum serem promíscuas; faz parte da festa, eles dizem. No entanto, quando na Parada Gay aquela moça usou a imagem de Cristo na cruz, nossa! Foi um mimimi sem fim, pessoas dizendo que aquilo era uma heresia e que não podiam fazer aquilo, etc. Que diferença tem entre carnaval e Parada Gay? Nem digam que é o sexo pelas ruas, porque aí todos sabemos que isso sempre ocorre no carnaval.

País sem categoria, nesses dias não tem crise. Há médicos nos postinhos; não tem filas nem roubos ou assassinatos. Depois vêm as grávidas do carnaval, querendo aborto! Eta povinho medíocre e ignorante, que na quarta-feira começa a correr atrás das contas e reclamar das mesmas coisas, até o carnaval do ano que vem. Brasil, o País do futuro. A presidenta Dilma, que dá pão e circo, agradece a folia.

É Carnaval. Vamos nos divertir. Vamos beber, encher a cara! Enquanto isso, os presos da Lava-Jato estão sendo SOLTOS no Paraná. E o Supremo volta a impor sigilo sobre a denúncia contra Renan Calheiros. Vamos beber e esquecer da roubalheira, da impunidade, enquanto eles fazem a verdadeira festa com a cara de trouxa dos brasileiros. 

Imagens de escultura, ídolos... é isso aí... Põe-se onde quiser.... Carrega para cá, para lá.... Põe no quarto, em cima da geladeira, atrás da porta, na sala.... No banheiro, na avenida, tira o pó.... E a imagem nem liga.... Ela foi confeccionada por meros homens, mortais... é de gesso, madeira, ouro, plástico/pvc, etc. isso, para satisfazer a idolatria humana... O Papa, que tome uma providência.... Essa bucha, sobrou para ele...

O que estamos comemorando mesmo? Implantação do comunismo, quebra da economia nacional, podridão, escândalos.... Deveria ir todos de preto para a rua, mas o brasileiro é um povo imbecil e merece o governo que tem.... Não sei de onde vem toda essa euforia, esse delírio idiota sem sentido.... VERGONHA! Dança, povo burro!

E começou a festa! Dê ao povo pão, álcool, libertinagem e música! Deixem que chafurde em sua ignorância, ingenuidade e mediocridade! Enquanto os donos do reino festejam os dez dias em que o povo não liga para nada, a não ser carnaval; e assim, podem fazer as suas articulações e conchavos para o bem de seus próprios bolsos. E que bom, depois vem o futebol, a novela e o BBB. 

Viva o carnaval! Viva o Brasil! E começou a festa! Dê ao povo pão, álcool, libertinagem e música! - Nem precisaria tanto para começar a festa.... Basta, pelo menos, em São Paulo, que desse ÁGUA NA TORNEIRA, MERENDA PARA AS CRIANÇAS e SEGURANÇA NAS RUAS...

Esse evento mostra muito a cara do brasileiro, a passividade desse povo ¨rebolation¨... Festa bancada por traficantes, doleiros, bicheiros e empresários corruptos... Pessoas andam reclamando que o país está em crise econômica, mas há 10 mil reais para comprar uma fantasia RIDÍCULA para se aparecer! 

Carnaval, festa desnecessária para um país na ruína como o Brasil... Sem contar que nessa época, deputados e senadores aprovam leis em benefício próprio, na surdina, enquanto as ¨Carmens Miranda¨ rebolam no sambódromo... País fadado a ser sempre 4º mundo. Até a China, comunista, explora nossa mediocridade. Triste!

O Brasil realmente não tem jeito; em nada vemos avanço neste pais que não não leva nada a sério. Falta Deus!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O Vale da Carne


As nuvens choram vossas festas
Os risos ocos de vossos risos
As fúteis alegrias de vossas danças
A agonia dos vossos vícios

As águas não lavam vossas lamas
Os pulos que abastecem o abismo
O ostracismo de vossos cânticos
As volúpias retorcidas

O que vale vossos gritos
Se as cinzas cobrem vossas línguas
O murmurio do mar seco
O deserto árido da vossa mente

As carnes dançantes se inflamam
os ritos sufocantes dos sopros ácidos
Por teus consolos, as feridas
Por tuas dores, as vaidades

Foges para o vale da carne
Mergulhas no insensato dos batuques
Inebriados nas paixões
Cultuas o coração repartido

Quando enfim, as ânsias soltas
A lama vaga, vazia chora
Sem mais lagrima para derramar
Engole a seco, a própria vida

Clavio Juvenal Jacinto
http://paginacultural.com.br/carnaval-adolescencia-e-alcool-mito-ou-mico/

Só Deus basta!

                                                "Cristo é tudo em todos" (Col. 3.11)

Entre nós cristãos existe a tendência de gastar grande parte do nosso tempo buscando novas experiências espirituais, que de alguma forma nos garantam vitória permanente ou libertação dos altos e baixos da vida diária.

Corremos para participar de congressos, conferências, seminários e workshops na procura por alguma fórmula mágica enganosa que afaste os problemas de nossa vida.

Prospectos impressos em papel de alto brilho nos asseguram que o Dr. Fulano de Tal compartilhará com o público as suas revolucionárias descobertas que nos deixarão “radioativos” de tão “cheios” do Espírito Santo.

Um vizinho zeloso quer nos arrastar a todo custo para o auditório da cidade para ouvir a respeito de uma recém-descoberta fórmula que abrevia o caminho para uma vida transbordante.

As ofertas sedutoras são muitas. Um pregador faz propaganda do caminho real para a plenitude. Outro corteja seus ouvintes com o tríplice segredo da vitória. Aí nos oferecem um seminário sobre as chaves para uma vida mais profunda. Na semana seguinte há um congresso falando dos cinco passos para a santificação.

Seguimos o apelo ao altar e corremos à frente para recebermos a plenitude doEspírito Santo. Ou temos tanto anseio pela cura do corpo como se ela fosse a coisa mais importante da vida. De repente somos atraídos pela psicologia cristã e no momento seguinte achamos que a solução é a cura das memórias. Percorremos terras e mares em busca de novas alturas espirituais.

Sem dúvida, muitos desses pregadores são sérios e muitas coisas que dizem têm algum valor. Mas quando retornamos à nossa rotina diária constatamos que não há uma auto-estrada rápida e confortável até a santificação. Percebemos que os problemas continuam a existir e que precisamos viver dia após dia na dependência do Senhor.

Finalmente, deveríamos aprender que é melhor nos ocupar com o SenhorJesus do que com experiências. Jesus não decepciona nunca. Tudo o que precisamos temos nEle e através dEle. Ele é Aquele que nos dá abundância plena em tudo.

A.B.Simpson (1844-1919), (fundador americano da CMA, um movimento missionário mundial) passou os anos iniciais de sua vida procurando por experiências, mas estas não o satisfizeram. Então escreveu o maravilhoso hino com o título “Ele mesmo”, cuja primeira estrofe e coro dizem:

Antes era a bênção, agora é o Senhor.
Antes era a emoção, agora é Sua Palavra.
Antes queria Seus dons, agora me alegro no Doador.
Antes eu buscava a cura, agora a Ele somente.
Tudo em tudo e para sempre, Jesus!
Eu quero cantar: Tudo em Cristo, tudo é Cristo!

William MacDonald 
http://www.estudosgospel.com.br/artigo-evangelico-reflexao-poesia-gospel-reflexoes/jesus-e-suficiente.html

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A Batalha entre o Carnaval e a Quaresma

The Battle of Carnival and Lent (Kampf zwischen Fasching und Fasten), 1559, Pieter Bruegel the Elder
The Battle of Carnival and Lent (Kampf zwischen Fasching und Fasten), 1559, Pieter Bruegel the Elder (Flemish Northern Renaissance Painter, ca.1525-1569), oil on panel, 118 cm × 164 cm (46 in × 65 in), Kunsthistorisches Museum, Vienna, Austria. Large size here.
A Batalha entre o Carnaval e Quaresma evoca o contexto religioso nos Países Baixos em meados do século dezesseis. O óleo sobre painel de madeira, do pincel renascentista de Pieter Bruegel, encontra-se no Kunsthistorisches Museum (Museu de História da Arte), em Viena, Áustria. A obra retrata uma hospedaria (pousada ou taverna) no lado esquerdo e uma igreja (catedral) no lado direito. No centro inferior da tela se encontram as duas figuras emblemáticas. Do lado direito, uma mulher (Quaresma) encabeça a procissão na qual o séquito se desdobra em ações filantrópicas. A magérrima senhora Quaresma está assentada em uma pequena carroça puxada por um monge e uma freira. Do lado esquerdo, encabeçando os festejos estridentes junto à pousada, um “cavaleiro” obeso, literalmente montado em um barril de cerveja com uma bisteca de porco espetada, representa o Carnaval. A bolsa de facas em seu cinto indica que ele é um açougueiro. Em vez de capacetes, os personagens portam, respectivamente, colmeia e torta de carne; em vez de lanças, instrumentos com arenques e carne de porco.
DETAIL: The Battle of Carnival and Lent (Kampf zwischen Fasching und Fasten), 1559, Pieter Bruegel the Elder
DETAIL: The Battle of Carnival and Lent (Kampf zwischen Fasching und Fasten), 1559, Pieter Bruegel the Elder
De um lado, uma barraca de peixes; do outro, dois carros alegóricos. De um lado, a encenação popular denominada “A Noiva Suja” (The Dirty Bride); do outro, um grupo de aleijados sai para mendigar, enquanto passa uma procissão de leprosos liderada por um tocador de gaita… O cenário ao fundo é dominado por pessoas que trabalham, principalmente com alimentos. Observe que, à entrada da igreja, encontram-se estátuas veladas, retratando o costume católico de cobrir todas as obras de arte na Quaresma até o domingo de Páscoa. A celebração da ressurreição de Cristo era sinalizada pelo desvelar das esculturas e pinturas.
DETAIL: The Battle of Carnival and Lent (Kampf zwischen Fasching und Fasten), 1559, Pieter Bruegel the Elder  
DETAIL: The Battle of Carnival and Lent (Kampf zwischen Fasching und Fasten), 1559, Pieter Bruegel the Elder
DETAIL: The Battle of Carnival and Lent (Kampf zwischen Fasching und Fasten), 1559, Pieter Bruegel the Elder
A pintura de Bruegel, rica em alegorias e simbolismos, é claramente provocante e satírica. Diversas e infindáveis interpretações têm sido oferecidas. Alguns sugerem o conflito religioso oriundo da Reforma Protestante e a reação da Contrarreforma, emanada do Concílio de Trento em 1547. Ao lado do carnaval está um tocador de alaúde, que era um símbolo frequente do luteranismo. Os reformadores luteranos tinham abolido a Quaresma, mas em seus territórios o carnaval ainda resistia. Outros sugerem o contexto econômico, resultante do calendário religioso, com a transição entre dois diferentes pratos sazonais. A oferta de carne de gado, em alta, teve seu comércio estancado com a abstinência forçada no período da Quaresma. Os açougues são fechados e os açougueiros viajam para o campo a fim de comprar o gado para a primavera. Alguns interpretam a obra como “o triunfo da Quaresma”, uma vez que a figura do Carnaval parece se despedir com a mão esquerda e com os olhos levantados para o céu. Observe ainda, no centro da tela, de costas, um par recém-casado, com a mulher portando uma luminária apagada nas costas. O casal é guiado por um bobo com uma tocha acesa. Alguns sugerem que este trio seria uma representação alegórica da Razão no contexto da batalha tematizada. 
DETAIL: The Battle of Carnival and Lent (Kampf zwischen Fasching und Fasten), 1559, Pieter Bruegel the Elder 
DETAIL: The Battle of Carnival and Lent (Kampf zwischen Fasching und Fasten), 1559, Pieter Bruegel the Elder
Após a morte de Bruegel, o seu filho, Pieter Bruegel “O Jovem”, 1564-1636, fez uma cópia desta pintura, enfatizando os aspectos enciclopédicos e oferecendo algumas variações no conteúdo. Apesar de reproduzir o tema de seu pai, a tela de Bruegel II manifesta amplitude cromática, sutileza nas cores, assim como um extremo cuidado oferecido a cada detalhe. Entre alguns detalhes posteriores, observe o aleijado com o torso nu à direita, a pessoa transportada na pequena carroça puxada pela pobre mulher, e o cadáver de corpo inchado no canto inferior direito.
The Battle between Carnival and Lent, second half of 16th century, Pieter Brueghel the Younger
The Battle between Carnival and Lent, second half of 16th century, Pieter Bruegel the Younger (Flemish Northern Renaissance Painter, ca.1564-1638), oil on canvas, 119.4 x 171.2 cm (47 x 67 3/8 in.), Private Collection. Large size here.
Na retratação de Bruegel para a espiritualidade cristã de sua época, os seres humanos são situados no confronto entre licenciosidades e abstinências, entre o festejo e a devoção, entre o prazer e a castidade, entre o riso e o luto, entre a austeridade e a extravagância, entre a prática da caridade e a vida de dissipação… O cenário pressupõe a espiritualidade platônica, que até hoje se manifesta no dualismo entre o “sagrado” e o “profano” – tão fortemente arraigado no mais influente paradigma brasileiro de espiritualidade. Na base reside um dilema antigo que, aliás, marcou alguns embates na fase tardia da filosofia grega entre os epicureus e estóicos – duas escolas que rivalizavam em Atenas quando lá chegou o apóstolo Paulo. Como situar-se entre o hedonismo e o ascetismo, numa perspectiva integrada e não dualista?
Bruegel pintou o seu quadro com um “olhar de pássaro”, numa tentativa, talvez ilusória, de que pudesse descolar-se da polêmica religiosa de seu tempo. Saliente-se, não obstante, que a perspectiva bíblica acerca do ser humano não é mesmo a concepção platônica. Aquela relata que Deus criou o ser humano; as doutrinas cristãs da encarnação do Logos e da ressurreição corpórea implicam, ademais, em que o ser humano é importante na sua totalidade. A perspectiva cristã foi sintetizada por Francis Schaeffer:
Portanto, o ensino bíblico se opõe ao platônico, segundo o qual a alma (o “superior”) é muito importante enquanto o corpo (o “inferior”) fica com bem reduzida importância. A concepção bíblica opõe-se, de igual modo, à posição humanista, em que o corpo e a mente autônoma assumem grande relevância mas a graça se faz praticamente destituída de significação.
(…) Nem a concepção platônica nem a humanista satisfaz. Primeiro, Deus fez o homem todo e está interessado na totalidade do ser humano. Segundo, quando se deu a Queda, fato histórico que ocorreu no tempo e no espaço, ela afetou o homem inteiro. Terceiro, à base da obra de Cristo como Salvador e mercê do conhecimento que temos na revelação das Escrituras, há redenção para o homem no seu todo.
(SCHAEFFER, Francis. A Morte da Razão. São Paulo: ABU & FIEL, 1986, pp. 27-28)

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