sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O Vale da Carne


As nuvens choram vossas festas
Os risos ocos de vossos risos
As fúteis alegrias de vossas danças
A agonia dos vossos vícios

As águas não lavam vossas lamas
Os pulos que abastecem o abismo
O ostracismo de vossos cânticos
As volúpias retorcidas

O que vale vossos gritos
Se as cinzas cobrem vossas línguas
O murmurio do mar seco
O deserto árido da vossa mente

As carnes dançantes se inflamam
os ritos sufocantes dos sopros ácidos
Por teus consolos, as feridas
Por tuas dores, as vaidades

Foges para o vale da carne
Mergulhas no insensato dos batuques
Inebriados nas paixões
Cultuas o coração repartido

Quando enfim, as ânsias soltas
A lama vaga, vazia chora
Sem mais lagrima para derramar
Engole a seco, a própria vida

Clavio Juvenal Jacinto
http://paginacultural.com.br/carnaval-adolescencia-e-alcool-mito-ou-mico/

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