quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A Reconciliação na Plenitude dos Tempos.


Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Is 59:2 

Logo que Adão e Eva pecaram, Deus fez a brilhante promessa de um Redentor que esmagaria a cabeça da serpente e destruiria o mal pela raiz: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Gênesis 3:15. 

No plano de Deus, para redimir, resgatar e salvar a humanidade, todas as coisas também acontecem dentro de um cronograma. Nossos primeiros pais creram nas palavras do Senhor, e por séculos esperou-se a vinda do Salvador, cuja vinda demorou alguns milênios, não somente para que fosse mais apreciada pelos homens, senão também para que melhor se conhecesse a malícia do pecado e a necessidade do remédio. 

Mas Ele veio no tempo certo! Tempo kairós. Ao aparecer no momento exato e ideal, Jesus revelou que é o Senhor do tempo e nos deu a garantia de que Ele nunca chega atrasado. Quando as condições do mundo estavam na plenitude, o Rei apareceu para mudar a história. Até que o dia marcado no calendário de Deus chegou. 

“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. Gálatas 4:4-5. 

Não foi a história que decidiu a hora do nascimento de Jesus. Pelo contrário, a Sua vinda ao mundo permitiu à história chegar à sua plenitude. Logo, a plenitude do tempo é a presença de Deus em pessoa na nossa história. 

Agora, podemos ver a sua glória, que refulge na pobreza de uma estrebaria, e ser encorajados e sustentados pelo seu Verbo, que se fez ‘pequeno’ em uma criança. Graças a Ele, o nosso tempo encontra a sua plenitude! Plenitude dos tempos! Tempo de Deus. Jesus nasceu de uma mulher, ou seja, não irrompeu do céu, mas, como toda pessoa concreta, passou pela concepção e pelo parto. 

A chegada do tempo escatológico ou messiânico encerrando um longo período de séculos de espera da humanidade, é a chegada daquilo que foi anunciado nas Escrituras sagradas, isto é, a chegada do tempo novo, do tempo messiânico, a chegada do Filho de Deus, Jesus. 

Alguém tinha que vir à terra e derrotar Satanás. Alguém tinha que viver sua vida inteira sem pecar. Jesus se ofereceu como voluntário. 

Essa doutrina alimenta a esperança do povo de Deus (embora inspire terror para quem não tem ainda esta confiança). 

Devemos crer no projeto de Deus de intervenção na história humana para resgatar o ser humano e recapitular tudo em Cristo. 

Reconciliação é superação de inimizade (distância ética que há entre Deus e o homem) pela amizade; é fazer as pazes com Deus. Pela paz, Cristo fez um “Novo Homem”; pela cruz fomos reconciliados com Deus. Foi na cruz que Cristo desfez a inimizade entre Deus e os homens. Através da morte de Jesus, a justiça de Deus foi cumprida na cruz e o céu foi novamente aberto aos homens. 

Jesus nos devolveu a comunhão que havíamos perdido no Jardim do Éden e restaurou completamente a paz que havíamos perdido com o nosso criador. 

O Verbo se fez homem na plenitude dos tempos. O Verbo fez-se carne para nos salvar, reconciliando-nos com Deus. O Verbo se fez carne para que conhecêssemos o amor de Deus. O Verbo se fez carne para ser nosso modelo de santidade. O Verbo se fez carne para tornar-nos participantes da natureza divina. 

Foi Deus que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados. O Pai enviou o Filho como salvador do mundo. E Ele veio para tirar os pecados. 

Considera como Deus depois do pecado de Adão deixou decorrer milênios antes de enviar à terra o seu Filho para remir o mundo. E, entretanto, que trevas desoladoras reinavam sobre a terra! 

O Deus verdadeiro não era conhecido nem adorado, senão apenas num canto da terra. Por toda a parte reinava a idolatria, de sorte que eram adorados como deuses os demônios, os animais e as pedras. Admiremos nisso, a sabedoria divina. 

Demorou a vinda do Redentor para torná-la mais aceitável aos homens; demorou-a para que se conhecesse melhor a malícia do pecado, a necessidade do remédio e a graça do Salvador (mas Ele veio no momento exato). Se Jesus tivesse vindo logo depois do pecado de Adão, a grandeza do benefício teria sido pouco apreciada. Agradeçamos, pois, à bondade de Deus, o ter-nos feito nascer depois de já realizada a grande obra da Redenção. 

Agora, já não somos mais estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus. Temos acesso à presença do Pai e, pelo sangue de Jesus, temos livre entrada no santuário de Deus. 

Já chegou, pois, a nós, a plenitude dos tempos, a renovação do mundo já está irrevogavelmente adquirida e, de certo modo, encontra-se já realmente antecipada neste tempo: com efeito, ainda aqui na Terra, a Igreja está aureolada de uma verdadeira, embora imperfeita, santidade. 

O Reino dos céus manifesta já a sua presença pelos sinais miraculosos que acompanham o seu anúncio pela Igreja. Neste processo de reconciliação não podem ser esquecidos os sinais concretos da prática reconciliadora de Jesus, quer pela cura, quer pela terapia, quer pelos gestos, quer pelos sinais. Mas isso, no entanto, é um mistério. Em outras palavras, num certo sentido o governo de Jesus ainda possui um caráter oculto; de modo que só sabemos a Seu respeito porque nos foi revelado nas Escrituras Sagradas; bem como só podemos contemplar a Jesus coroado no trono do universo pela fé. 

Depois da ascensão de Jesus, o desígnio de Deus entrou na sua consumação. Estamos já na última hora. A história da redenção caminha para o seu desfecho final, quando Jesus regressará gloriosamente e pronunciará o Seu juízo. 

Os outros reis reinam pela força das armas, mas Jesus vem reinar com a força do amor, e por isso, não veio com pompa real, não vestido de púrpura e ouro, não ornado com cetro e coroa, nem acompanhado de exércitos de soldados. 

Durante séculos, Israel tinha esperado pela vinda de seu Messias, o Menino sobre cujos ombros o governo repousaria. Essa criança tinha vindo na pessoa de Jesus de Nazaré. Veio para nascer numa estrebaria, pobre e abandonado, para ser posto numa manjedoura sobre um pouco de palha, porque é assim que quer começar a reinar em nossos corações.

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