Verdade Prática: Não nos
enganemos! O mesmo Deus que puniu os adoradores de Baal-Peor continua a
reivindicar santidade e pureza de cada um de seus filhos. O pastor John MacArthur afirmou
certa vez que “Deus julga o seu próprio povo antes de voltar sua ira aos
pagãos”. Esta verdade, que muitos cristãos hoje preferem ignorar, cumpriu-se
numa trágica etapa da peregrinação de Israel rumo à Terra Prometida.
Refiro-me ao episódio de
Baal-Peor. Os varões hebreus, seduzidos pelas moabitas, não somente prostituíram-se
com estas, como também acabaram por adorar a horrenda divindade daquele povo
pagão.
O julgamento divino não tardou.
Vinte e quatro mil israelitas são exterminados pelo Deus que não pode aturar a
impureza entre os seus filhos. Não pense que o culto a Baal-Peor ficou no
passado. Muitos crentes, sem o saberem, estão convivendo com essa abominação.
I.
BAAL-PEOR – O DEUS DA
SENSUALIDADE
1.
Quem era Baal: Era o deus supremo dos cananeus. Em hebraico, Baal
significa senhor. Seus adoradores acreditavam fosse o ídolo o responsável pela
abundância da terra e pela fertilidade do ventre.
Em Peor, região de Moabe, havia
uma versão local dessa divindade, que era adorada conjuntamente por moabitas e
midianitas. Foi nessa localidade de Sitim, bem defronte de Jericó, que Israel
rompeu a aliança com o seu Deus, pondo-se a cultuar a Baal.
2. Como Baal era adorado: Sendo o deus da
fertilidade, seu culto era marcado pela crueldade e por uma devassidão que
envergonharia até Sodoma e Gomorra. Em suas cerimônias havia:
1) sacrifícios de vítimas
humanas;
2) orgias e os mais inimagináveis
desregramentos;
3) e, logicamente louvores a
Baal.
II. A IDOLATRIA E A PROSTITUIÇÃO DE
ISRAEL
A história é bastante conhecida. O rei
Balaque, de Moabe, contratara Balão para amaldiçoar a Israel. Todavia, o
profeta sabia muito bem que jamais poderia amaldiçoar um povo a quem o Senhor
cobrira de bênçãos. A fim de não perder os prêmios e os favores do monarca, o
profeta desviado mostrou-lhe que só havia um meio de levar Israel ao anátema.
Desse episódio, temos a concluir
alguns pontos básicos: nem maldição, nem trabalho de macumba, tem qualquer
poder sobre o povo de Deus; no entanto, se nos deixarmos contaminar pelo
pecado, estaremos completamente expostos; o próprio Deus nos amaldiçoará. Foi o
que aconteceu a Israel.
1. A prostituição de Israel: Conforme
podemos inferir de Ap 2.14-17, Balaão sugeriu ao rei moabita espalhar, por todo
o arraial hebreu, mulheres desavergonhadas, e que estas levassem os israelitas
à prostituição.
2. A idolatria de Israel: Da prostituição à
idolatria bastou apenas um passo. Dentro em pouco, lá estavam os adoradores do
Único e Verdadeiro Deus saboreando as iguarias oferecidas a Baal-Peor, e a este
tributando honras e louvores. O autor sagrado assim registra o desregramento
dos filhos de Israel: “E Israel
deteve-se em Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos
moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo
comeu e inclinou-se aos seus deuses” (Nm 25.1,2).
3. A maldição sobre os filhos de Israel:
Deus não se deixa escarnecer (Gl 6.8). Ele envia uma praga tão virulenta entre
o povo que, num único dia, morreram 23 mil pessoas (1 Cor 10.8). De Nm 25.9,
conclui-se terem perecido ao todo 24 mil israelitas.
III. A DOUTRINA DE BALAÃO
Não imagine ter a doutrina de Balaão se
limitado àquele período da história de Israel. Esse ensinamento foi encontrado
na igreja de Pérgamo, e em nossos dias continua a fazer os seus adeptos (Ap
2.14). Vejamos algumas características
dessa maldita teologia:
1. O pai da doutrina: Não obstante o seu o
seu dom profético, Balaão era um obreiro ganancioso e fraudulento; para
aumentar seus lucros estava disposto a tudo (2 Pe 2.15). E foi visando o prêmio
de Balaque, que ele lhe ensinou a colocar tropeços diante dos filhos de Israel.
2. A doutrina de Balaão: A teologia de
Balaão consiste em levar os filhos de Deus à idolatria e à fornicação (Nm
31.15,16).
IV. O MODERNO CULTO A BAAL
O velho Baal continua o mesmo; tudo faz por
induzir os santos à impureza. Seus profetas e adoradores também não mudaram.
Vejamos, a seguir, como os seus cultos manifestam-se em nossos dias:
1. Pornografia: Não são poucos os filhos de
Deus que se acham arruinados espiritualmente em consequência de revistas,
filmes e vídeos pornográficos. O Senhor não atura tais coisas; são abomináveis
aos seus olhos. Ele é Santo! E de seus filhos exige vida santa e irrepreensível
(Ex 19.6).
É chegada a hora de remirmos o
nosso tempo. Ao invés de o desperdiçarmos com filmes e programas permissivos,
que tal passarmos mais tempo orando e estudando a Palavra de Deus? Este tem de
ser o nosso compromisso: “Não porei
coisa má diante dos meus olhos; aborreço s ações daqueles que se desviam; nada
se me pegará” (Sl 101.3). Leia Jó 31.1.
2. Diversões carnais: Não são poucas as
diversões que, à semelhança de Baal-Peor, só trazem maldição e dolorosa
consequências. Não podemos esquecer-nos dos filhos de Eli que, sob a cobertura
do ministério paterno, pecaram e levavam o povo a pecar até que Deus os matou
(1 Sm 2.22).
Infelizmente, somos obrigados a
mencionar os shows promovidos em nossos púlpitos. Cantores e artistas,
dizendo-se evangélicos, mas flagrantemente divorciados da graça de Deus, além
de nos roubarem todo o tempo da Palavra, arrastam nossos jovens a uma vida leviana
e descompromissada com Deus. A Igreja do Senhor não necessita de artistas e
animadores em seus cultos, mas de homens, mulheres, jovens e crianças
comprovadamente santos. Cheios do Espírito Santo, hão de adorar ao pai em
espírito e em verdade (Jo 4.23,24).
3. Namoros permissivos: Embora estejamos no
terceiro milênio, os padrões bíblicos não mudaram. A Palavra de Deus exige
santidade e pureza de cada um de seus filhos. Isto significa que o namoro
cristão tem de primar pela decência, recato e moderação. Requer-se que os
jovens cheguem virgens, e castos ao casamento. Pureza na alma e pureza no
corpo. Que tenham eles uma vida pura e santa: o Senhor haverá de julgar os
fornicários e os que se prostituem (Ap 21.8).
4. Roupas indecentes e lascivas: Deus exige que
sejam as vestes de seus filhos modestas e decentes (1 Tm 2.9). Ensinemos aos
nossos jovens que o seu corpo é o templo do Espírito Santo. Tenhamos a
necessária coragem de mostrar-lhes que as modas lascivas e sensuais são
contrárias ao padrão que a Palavra de Deus nos prescreve. Cuidado! Deus não
mudou. Continua a exigir santidade e pureza de todos os seus filhos.
Lembremo-nos da advertência do salmista:
“Mui fiéis são os teus testemunhos: a santidade convém à tua casa, Senhor, para
sempre” (Sl 93.5).
5. Infidelidade conjugal: Numa sociedade
permissiva e erotizada como a nossa, o adultério não visto mais como algo
reprovável. É toleravelmente aceito; é socialmente incentivado; é legalmente
ignorado. A Bíblia não mudou! Adultério é adultério. Pecado é pecado. Ainda que
busquemos justificativas teológicas a tais comportamentos, a verdade bíblica
não será alterada (Ex 20.14; Mt 5.28).
6. Fantasias sexuais: Jó foi um homem que,
apesar de todas as adversidades que se abateram sobre si, perseverou a sua
integridade. O seu coração não era apenas puro; era casto e inculpável. Veja o
que diz ele: “Fiz concerto com os meus
olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?” (Jó 31.1). O patriarca não
alimentava qualquer pensamento lascivo ou adúltero. Ele não se dava às
fantasias sexuais que, na Palavra de Deus, recebem outros nomes: adultério,
concupiscência dos olhos, impureza (1 Jo 2.16; 2 Pe 2.14).
CONCLUSÃO
Baal-Peor é uma coisa vergonhosa
(Os 9.10). Os que participam de seu culto perecerão: “Os vossos olhos têm visto o que o Senhor fez por causa de Baal-Peor;
pois a todo homem que seguiu a Baal-Peor o Senhor, teu Deus, consumiu do meio
de ti” (Dt 4.3).
A Bíblia é clara quanto às suas
reivindicações: “Porque esta é a vontade
de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição” (1 Ts
4.3). O apóstolo ainda recomenda: “Fugi
da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se
prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Cor 6.18).
Fonte: Lições
Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2000
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Muito bom! Obrigado pela página.
ResponderExcluir