quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dentes de ouro

2ºTs. 2:9-10 segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça

Existe em alguns ramos denominacionais uma grande importância para “milagres” que eles querem atribuir a “atuação de Deus naquela Igreja”.
Ouvimos e lemos de diversas igrejas que “a prova de que Deus se agrada com aquela Igreja são os milagres que ali ocorrem”.

Nesta hora vale tudo. Vale cuspir cobra, cuspir sapo e até ramo de arruda. Também vale apresentar ex-coxos, ex-aidéticos, pessoas que já haviam sido desenganados pelos médicos com câncer, leucemia e outras doenças graves.

Não existe a menor dúvida de que Deus atua e que certamente Ele pode e faz todos estes milagres, bem como muitos outros, no entanto nós não podemos aceitar milagres “meia boca”.
O Deus que nós servimos é O Deus perfeito, que não faz serviço pela metade. Não podemos crer que O nosso Deus faça um serviço pela metade e que não é considerado o melhor que existe. Ou algo superior ao melhor que existe.

Ocorre que hoje em dia vemos muitos evangélicos, e seus pastores, supervalorizando um milagre que certamente não é um serviço perfeito e muito pelo contrário é considerado um serviço “meia boca”.
Estamos falando dos “famosos dentes de ouro”. Sem nem levar em conta que muitas vezes os supostos dentes de ouro aparecem em bocas com graves problemas de saúde como: problemas sérios de periodontia (tártaro), ausência de outros dentes, péssimos posicionamentos oclusais (mordida torta) que certamente não permitem uma mastigação correta dentre inúmeros outros problemas.
Dentistas de qualquer parte do mundo concordam que em hipótese alguma um dente de ouro é a melhor solução para um dente cariado ou que teve um problema de canal.

A odontologia moderna já tem opções muito melhores do que dente de ouro na reconstrução de um dente defeituoso. A principal opção é a porcelana, mas existem outras que também são superiores ao ouro. Ocorre que as restaurações metálicas fundidas (sejam de ouro ou prata) possuem graves problemas de adaptação ao dente e ainda a questão da cimentação que obrigatoriamente é feita com oxi-fosfato de zinco enquanto sabemos que o porcelanato bem como as inlays e onlays podem ser cimentadas com cimento resinoso foto-ativado.

Estas informações odontológicas comprovam que a odontologia tem opções melhores do que um “dente de ouro” para restaurar um dente com problemas. Se a odontologia moderna já consegue opções melhores, não podemos crer que o nosso Deus iria fazer um “trabalho inferior” ao que a odontologia já consegue realizar.
No entanto, a questão é maior ainda. Qualquer restauração é na verdade um “tapa-buraco” que tenta reconstruir um defeito mas que na verdade não é um “dente de verdade”. É tentar tapar um problema que já existe tentando minorar as conseqüências do que já ocorreu.
Qualquer restauração (seja de ouro, resina, porcelana…) não tem 100% das funções de um dente. Elas não têm VIDA. Não possuem odontoblastos, odontoclastos (células dos dentes), não possuem sensibilidades térmicas nem inúmeras outras características dos dentes naturais.
Ora, nosso Deus não faria algo imperfeito. Creio que um dente de ouro jamais seria obra de Deus, em hipótese alguma!
Na verdade só creio em uma obra de Deus numa arcada dentária caso possa comprovar com uma radiografia panorâmica a ausência de um dente ou ao menos uma grave fratura ou cárie e posteriormente a comprovação de que aquele mesmo dente está 100% inteiro novamente.
Creio que Deus pode fazer surgir um novo dente no lugar onde houve uma extração. Surgir como surgem os dentes decíduos (dentes de leite) e os permanentes. Se aparecer uma “terceira dentição” realmente posso crer que isto é obra de Deus.
Os estudos odontológicos com células troncos já criaram a possibilidade de se criar um dente em proveta e implantar este dente na arcada dentária e em seguida ele gerar e nascer como os naturais. Isto já é feito em ratos e coelhos e em algum tempo já será possível ser feito em humanos. Estes dentes têm todas as características de um dente natural inclusive a sensibilidade e a invervação. Se a odontologia já está a um passo de conseguir isto, como que Deus ainda estaria fazendo um “trabalho ultrapassado”?
Ainda existe outro grave problema nestes “dentes de ouro” que é o material usado. Muitas vezes (a grande maioria delas) o dente na verdade não é de ouro realmente. É apenas uma restauração metálica fundida em duracast que é uma liga metálica de cor amarelada, mas que não é ouro apesar de que, para quem não conhece ouro, parecer ser ouro.

Portanto, na próxima vez que você ouvir falar que em alguma denominação está ocorrendo o “milagre do dente de ouro” saiba com certeza absoluta de que ali não é Deus que está atuando e sim o inimigo tentando fingir a atuação de Deus. Afirmamos isto com a certeza absoluta de que nosso Deus não faz serviço “meia boca”.

Sem exceção, os pastores, bispos e apóstolos das igrejas onde ocorrem estes “milagres” gostam de ligar o suposto milagre a afirmação de que eles ordenam e Deus atende aos comandos deles. Algo totalmente contrário a todo ensinamento bíblico.

Deus faz milagres, sempre fez e sempre continuará a fazer, no entanto, o maior de todos os milagres é a conversão de um pecador, a transformação espiritual que ocorre numa vida que antes estava condenada a morte eterna e que pelo sangue de Jesus se transforma numa nova criatura. Quando todas as denominações compreenderem isto terá mais deste maravilhoso milagre que realmente só Deus pode fazer.

Um comentário:

  1. Meu caro, Fratermauricio, bom dia!!
    Interessante o tema que escolheste para dissertares e a maneira que o fizeste. Sou um espectador de boas leituras. Gosto de ouvir (e lê-las) pessoas que sabem o que estão falando, pois quando o fazem, sentimos autoridade no seu falar. Continue dissertando acerca do que pensas e militando em defesa desse ideal. Pessoas verdadeiras podem não ter muitas oportunidades para falar, mas deveriam ser ouvidas (e lidas).
    Um abraço.

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