quinta-feira, 8 de julho de 2010

Experiências do Deserto

O Livro de Êxodos narra a sobrenatural saída do povo Hebreu do Egito onde eram escravizados por Faraó. Esta história (vivida) é rica em lições, mas há especialmente uma que gostaria de compartilhar: o significado do deserto!
Foi Deus quem os tirou do Egito. Eles rejubilavam diante dos milagres e logo em seguida queriam as cebolas do Egito; ao mesmo tempo murmuravam. O coração ficara no Egito! Os desejos ainda eram para as coisas do Egito.
O que foi que Eles não entenderam? Vejamos: “Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois, disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito. Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito” (Êxodo 13:17-18)
Este texto nos mostra que havia dois caminhos: um pela terra dos filisteus e o outro pelo deserto. E foi Deus quem escolheu o caminho do deserto por onde o povo deveria passar.
O caminho da terra dos filisteus era mais perto e não era deserto. Então por que Deus não escolheu este caminho?
Haveria guerra para conquistar a promessa, seria inevitável o confronto. Deus sabia que se fossem pelo caminho mais perto ao se depararem com a guerra arrepender-se-iam e voltariam para o Egito (a volta seria possível). Neste caminho não seriam treinados.
Já o outro caminho era deserto! A dependência de Deus era total. Precisavam relacionar-se com Deus constantemente. Assim viam a graça e a presença Dele todos os dias: “O Senhor ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite” (Êxodo 13:21-22).
Foram treinados em situações difíceis, viram o livramento e a provisão de Deus. Aprenderam, na prática, a confiar em Deus. O deserto era um caminho sem volta! Atravessaram o Mar Vermelho e andaram pelo deserto: não existe caminho aberto, uma estrada pronta nem no Mar nem no deserto. Eram guiados pela nuvem e pela coluna de fogo. Não ficaram rastros. Como voltariam? Deus é sábio!
É importante termos em mente que foi Deus quem decidiu que eles deveriam ir pelo deserto e compreendermos as razões da decisão de Deus. Isto vai mudar a nossa maneira de pensar e, consequentemente a nossa postura. Penso que aquele povo que saiu do Egito não entendeu o porquê da decisão de Deus de levá-los pelo deserto e por isso ressentiam-se de Deus.
O que mais contrariava Deus era a constante murmuração e reclamação do povo no deserto. Essa atitude era um sinal claro de que eles não tinham em vista a promessa, de que eles não entendiam que o deserto era um caminho para a promessa. Viam o deserto como definitivo, se sucumbiam diante do deserto. Morreram no deserto e na vida deles o nome de Deus não foi glorificado… e Deus não teve prazer neles!
O deserto pode representar um momento difícil, uma falta, uma necessidade, uma fase de transição. Deserto é lugar seco, árido, de muito calor ao dia e muito frio à noite. É um lugar sem caminho, a paisagem estruturada de areia é redefinida a todo momento pelo vento, é volátil. É lugar de muitos perigos e pode-se perder com facilidade. Na nossa vida vivenciamos várias situações com estas características. Nos sentimos num deserto!
Como você vê o deserto? O que pensa do e no deserto? Como se sente no deserto? Sente raiva, medo, solidão, impotência? Sucumbe-se a estes sentimentos? Tem saudade de “tempos melhores?”
O deserto não é um lugar para nos matar ou para nos provar sem propósito, como se Deus fosse um carrasco e nós seres que não merecem o seu amor. Somos provados e treinados sim, mas para algo. Para que então? Para a conquista da Promessa. Antes de se depararem com o deserto aquele povo ouviu uma promessa do Senhor. Antes de entrarmos no deserto Deus nos faz uma promessa!
O deserto é o caminho escolhido por Deus para chegarmos à promessa. Nele somos treinados, provados, capacitados, também guardados e protegidos (escondidos), até chegar o dia da conquista.
A promessa precisa ser conquistada, alcançada. Não se herda a promessa sem atitude de fé, confiança, ousadia, força, coragem e autoridade para expulsar aqueles que porventura estão possuindo-a em nosso lugar. Essa atitude, essa postura e aprendizado são forjados no percurso pelo deserto.
Josué e Calebe ao contrário não se sucumbiram ao deserto… olhavam para a promessa. Entendiam que havia uma promessa e que o Deus que a fizera e os tirara do Egito os fariam conquistá-la com poder e força.
Quais são as promessas de Deus para a sua vida? Deus não te chamou à toa, por acaso! Se não as ouviu ainda, busque a Deus, consagre-se mais, dedique-se mais. Deus tem promessas para nossa vida.
Se alguém te disse que a vida com Jesus é um mar de rosas, sem lutas, sem problemas, te enganou. Isto é triunfalismo vazio sem fundamento na Palavra. Se alguém te disse que é luta e sofrimento te enganou também. Nenhum dos dois disse a verdade!
Há lutas sim e há vitórias sim! Há promessas e desertos e a conquista da promessa! Não se deixe enganar. Deus é bom e misericordioso. Ele tem uma terra para os seus filhos. O caminho pode ser deserto e já vimos que é… mas Ele tem promessas para a nossa vida.
O deserto é, portanto, o caminho escolhido por Deus para se chegar até as promessas. Não abra mão destas quando estiver no deserto!

As razões de Deus - Iracema teixeira

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