sábado, 26 de outubro de 2019

Bálsamo de Gileade

A Bíblia fala diversas vezes sobre um bálsamo vindo da cidade de Gileade, uma região montanhosa a leste do rio Jordão, em Israel. O território de Gileade era fonte importante de especiarias e de ervas medicinais. Região a Leste do Rio Jordão e ao Norte do Rio Jaboque. Nessa região havia um bálsamo aromático, um líquido espesso que podia ser extraído das plantas. Esse bálsamo tinha poder terapêutico, era extremamente suave e perfumoso 

A planta de onde é extraída é real e o produto usado com fins medicinais, cosméticos e em rituais de adoração no Templo. Era um remédio muito conhecido nos tempos bíblicos. Na verdade, o bálsamo é uma solução medicinal e cosmética usada pelo homem desde os tempos mais remotos. 

A palavra Gileade é traduzida como Galaad, quer dizer pedregoso, lugar seguro, de conforto, de consolo. 

Durante cerca de 1000 anos, os antigos agricultores hebreus eram os únicos no mundo a cultivar esta planta exótica. 

Além dessa planta produzir um dos remédios mais importantes do mundo antigo, seu perfume era considerado o melhor do Império Romano. Acredita-se que era o primeiro ingrediente do incenso usado no Templo Sagrado e desde o período do Segundo Templo, usado como o óleo que ungia os reis de Israel. Desde o século VI, desapareceu, juntamente com o povo judeu. 

Parece que na Antiguidade era comum o bálsamo servir como um presente ou agrado a alguém (cf. Gênesis 43:11). O bálsamo é extraído de certas plantas. Com relação ao bálsamo de Gileade, não se sabe exatamente de qual planta ele era produzido. Algumas tentativas já foram feitas para determinar o tipo de árvore que dava origem a esse importante produto da época. 

Alguns estudiosos sugerem que o bálsamo de Gileade poderia ter sido produzido de algumas árvores encontradas na Palestina e na região do Egito. Por exemplo: a Balanites Aegyptiaca; a Pistachia Lentiscus; ou até a Commiphora Opobalsamum, uma árvore nativa do sul da Arábia. Inclusive, ainda hoje é produzida em Jericó uma substância do fruto da Balanites Aegyptiaca que é comercializada como sendo o “bálsamo de Gileade”. 

No entanto, tudo isso não passa de especulação. Um dos motivos é que muitas vezes o termo “Gileade” é aplicado na Bíblia de forma muito ampla. Dessa forma, esse nome designa uma região bem extensa, como por exemplo, toda a Transjordânia israelita. 

Também não se sabe exatamente se o bálsamo de Gileade era um tipo de loção ou uma goma; já que a palavra empregada originalmente para se referir a ele não é tão clara nesse sentido. Contudo, sabe-se que era muito valorizado tanto por suas qualidades curativas quanto por suas aplicações como cosmético. 

O bálsamo de Gileade era exportado para regiões como o Egito e Tiro. Isso era feito por caravanas comerciais que provavelmente vinham da Arábia e passavam por Gileade. 

O bálsamo de Gileade é citado na Bíblia desde o livro de Gênesis. O texto bíblico diz que José, filho de Jacó, foi vendido por seus irmãos a uma caravana de ismaelitas que vinha de Gileade com seus camelos carregados de bálsamo, mirra e outros produtos. 

Mas o significado do bálsamo de Gileade como um produto celebrado por suas propriedades curativas, também deu origem a uma aplicação metafórica na literatura profética. Nesse sentido, o profeta Jeremias escreve: “Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá medico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?” (Jeremias 8:22). 

Nesse versículo Jeremias fala sobre o castigo de seu povo por causa do pecado. Ele lamentava profundamente a situação vivida pelos seus compatriotas, mas reconhecia que não havia qualquer remédio que pudesse aliviar a dor da destruição sobre Judá. Nenhum médico e nem mesmo o bálsamo de Gileade poderia curar aquela destruição. 

O povo havia procurado a cura para o seu mal em falsos médicos e remédios errados, que com seu engano, curavam superficialmente a ferida (Jeremias 8:11). Mas somente em Deus havia o verdadeiro bálsamo que poderia restaurar aquele povo de sua ruína. 

O mesmo profeta, ao registrar a palavra de juízo do Senhor contra o Egito, também usa a figura do bálsamo de Gileade. Ele escreve: “Sobe a Gileade e toma bálsamo, ó virgem filha do Egito; debalde multiplicas remédios, pois não há remédio para curar-te” (Jeremias 46:11). Algo semelhante também é dito sobre o juízo de Deus contra a Babilônia (Jeremias 51:8). 

De acordo com estudos, as caravanas, ricos comerciantes, enviados de reis e rainhas e até mesmo pessoas comuns viajavam até a região montanhosa de Gileade, atrás do milagroso bálsamo, com poderes medicinais. Apesar da dificuldade apresentada pela geografia local e do preço altíssimo, não mediam esforços a fim de obterem o precioso líquido de cor ouro retirado da resina ou goma das folhagens perfumadas da planta existente na região. 

Ele era usado para perfumar a pele e os cabelos, era uma especiaria de luxo, servia como presente valioso. Era também usado como remédio para o corpo doente. 

Em nossa jornada até o céu passamos por momentos de dores (alma e no corpo), dias de lutas que nos causam choro e desespero, faltam-nos forças para prosseguir. Em outros momentos nos deparamos com o mau cheiro desse mundo de pecado e de degradação moral, fedor este que tenta nos infectar e tirar de nós o doce perfume de Cristo. 

Hoje não precisamos viajar até a montanha de Gileade, nem gastarmos o que não temos. Jesus Cristo é o nosso bálsamo e o preço ele pagou na cruz do Calvário (Is 53), ele levou sobre si nossos pecados, nossas dores, nossas fraquezas e ainda nos perfuma com seu Espírito Santo. Basta somente crermos que assim como há um bálsamo em Gileade, que tem efeitos curativos e odorizadores, existe um Deus que nos cura e ainda nos perfuma, para fazermos a diferença em nossas famílias, igreja, onde quer que coloquemos as plantas de nossos pés.

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