domingo, 24 de maio de 2020

Kairós e Chronos, um Entendimento Sobre o Tempo de Deus.


Quando vamos falar sobre tempo, devemos ter o cuidado de especificar sobre o que estamos querendo abordar, já que a compreensão sobre esse tema é muito mais abrangente do que visamos tratar nesse artigo;  iremos focar o entendimento Kairós e Chronos sobre a visão do novo testamento uma vez que a língua grega tem uma riqueza de termos com os quais se expressa a experiência do tempo,

Na Mitologia

É impossível compreender esse pensamento sem mergulhar e entender um pouco da cultura em que tudo isso foi escrito e tratado.

Chronos era um titã que se tornou senhor do céu após destronar seu pai (Urano), e a partir desse acontecimento os titãs passaram a governar o mundo.

O mito do Chronos ilustra temas como envelhecimento, mudança entre outros elementos relacionados ao tempo, Chronos personificava o senhor do tempo, aquele que tudo devora “Chronos devora ao mesmo tempo que gera”, essa é uma alusão ao mito que ele devorava todos os filhos assim que deixavam o ventre sagrado da mãe, De acordo com a mitologia ele temia uma profecia segundo a qual seria tirado do poder por um de seus filhos pois não queria que ninguém lhe sucedesse, além dos próprios filhos devorava os seres e o destino, Chronos deu origem a palavra cronometro do nosso relógio que regulamenta o nosso tempo.

Kairós por sua vez representava o oposto, era descrito como um jovem que não se preocupava com o relógio, calendário e o tempo cronológico. Kairós era representado por um jovem que sempre estava nu, de asas nos ombros e nos tornozelos, tinha mechas de cabelo caindo sobre a testa, mas a sua nuca é calva. Isso representa o caráter instantâneo de sua apreensão: ele só pode ser pego (agarrado pelos cabelos) em sua passagem por nós e, uma vez tendo passado, é impossível alcança-lo (não tem cabelos na nuca por onde possa ser puxado de volta).

Kairós tem numa das mãos uma balança. A balança é símbolo do equilíbrio e da justiça: Kairós, embora veloz, não ultrapassa a medida.

Vimos que bem antes do cristianismo a ideia de tempo (Kairós e Chronos) era utilizada pelos filósofos gregos, a começar por Hesíodo (+ ou – 750 e 650 a.C) – poeta e um dos pais da cultura grega.

Na LXX “Septuaginta”

Segundo a tradição, ou para muitos apenas uma lenda, Ptolomeu II Filócrates (287-247 a.C.), rei do Egito, pediu que fosse traduzido a lei dos Judeus para o grego, para assim enriquecer a biblioteca de Alexandria, já considerada centro intelectual da época, para isso foram convocados 72 sábios Judeus, e assim a tradução foi concluída em 72 dias, dando nomenclatura ao título.

Tendo a tradução do velho testamento para o grego, gostaria de extrair a ideia do conhecimento de tempo já empregado na mesma.

Baseado em Ecl. 3:1:
Tradução ACF (Pt) – TUDO tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Tradução BGT (Gr)  – τοῖς πᾶσιν χρόνος καὶ καιρὸς τῷ παντὶ πράγματι ὑπὸ τὸν οὐρανόν

“Tudo tem o seu Chronos determinado, e há um Kairós para todo propósito” – existe um tempo cronológico dentro do qual vivemos, e dentro dele um momento oportuno para que se cumpram os propósitos.

Aqui fica clara a ideia de tempo no entendimento baseado na cultura grega que era uma forma comum de passar o conhecimento para que o povo a qual estivesse destinado conseguisse entender.

Definições sobre kairós e chronos

Kairós – “Tempo”, especialmente um “ponto no tempo”, “momento”, “tempo oportuno”, “oportunidade favorável”, “ponto justo”, “medida certa”, “lugar apropriado”, “aquilo que é conveniente apropriado ou decisivo”. Na teologia passou a ser usado para descrever a forma qualitativa do tempo ou “o tempo de Deus”, o tempo que não pode ser medido, é o tempo da oportunidade, livre do peso das cargas que se passam e da ansiedade das coisas que acontecem antes do tempo, ele se manifesta sempre no presente, instante após instante.

Kairós marca os momentos que se tornam inesquecíveis, ainda que tenham sido breves, os gregos acreditavam que com o Kairós poderiam enfrentar o cruel e tirano Chronos.
Quando se fala em Kairós se quer indicar que alguma coisa aconteceu tornando possíveis ou impossíveis certas coisas.

Chronos – “Tempo”, “período de tempo”, “espaço de tempo, longo ou breve”.
Chronos serve inicialmente para a designação formal de um espaço de tempo, ou ponto de tempo, refere-se ao tempo cronológico ou sequencial que pode ser medido. Ele controlava o tempo desde o nascimento até a morte, um pensamento Grego era que Chrono representava o tempo que faltava para a morte, uma vez que era impossível fugir do mesmo, todos seriam mais cedo ou mais tarde vencidos (devorados).

Sobre a invasão de Deus na história manifestando o Kairós

Kairos é a invasão de Deus no tempo, quando Deus invade o chronos se estabelece o kairos, Deus invadiu a história, Deus invadiu a história para fazer o que tinha que ser feito, na hora que tinha que ser feito, e o kairos divino só leva em conta se o ser humano que ele escolheu para este Kairo está pronto. Ele não leva em conta se as circunstancias são acolhedoras ou favoráveis, ele leva em conta se o ser humano está pronto.

E quando ele se manifesta, o kairos dignifica/dá sentido ao choronos, aquele tempo, aquele minuto.

O Espirito Santo é um agente preparador, ele nos prepara para estar pronto a manifestação de Deus através do kairos, nos permitindo viver um tempo oportuno, e se alinhando com a vontade do pai. Muitas vezes nossas ações diárias de serviço que afetam a vida do próximo, pode ter sido a manifestação do kairos de Deus na sua vida em virtude/favor do outro, um abraço amigo, uma palavra, um estender de mãos para aquele que não tem mais nenhuma outra opção.

O Espirito Santo trabalha em nós para nos deixar disponíveis, para que o pai possa invadir o chronos na hora que ele quiser e assim manifestar a sua vontade aos homens. Isso faz com que a minha vida ganhe sentido, cada manifestação do kairós dá sentido ao meu chronos, assim como da sentido a nossa vida nos ajuda a filtrar o que devemos ou não fazer, nos fazendo compreender por que a gente está na história, a gente está na história para que Deus invada a história a hora que ele quiser através de nós.

Prontos para Deus, na hora de Deus. Por que da nossa prontidão, pode depender a nossa vida, assim como a vida de outras pessoas, assim como a salvação do Mundo, vide Jose e Maria, que estavam prontos para Deus. Meu posicionamento pode gerar um efeito cascata do kairós

O eu estar pronto para a invasão de Deus no chronos, para o kairós de Deus, pode desencadear uma reação extraordinária de Deus na história, no momento em que eu estou pronto para Deus agir através de mim, e ele alcança o próximo, isso pode desencadear uma abertura no próximo para receber o kairós, e assim por diante, então você estar pronto a ser um agente receptor do kairós, pode gerar uma reação em cadeia e uma abertura imensurável para a manifestação do kairós em uma comunidade, igreja, estado, pais.

No Novo Testamento Kairós e Chronos

Paulo e a igreja primitiva falava de Kairós, o tempo certo para a vinda de Cristo, é realmente um fator novo e decisivo para qualquer conceito cristão do tempo é a convicção de que com a vinda de Jesus, raiou um Kairós sem igual, mediante o qual é qualificado o restante do tempo.

Abordar a questão de Maria e José estarem disponíveis para Deus, no tempo/dia que Deus precisou, lembrando que nem sempre essa disponibilidade vai fazer com que tudo dê certo, pelo contrário, muitas das vezes o fato de nos disponibilizarmos pode nos conduzir a um caminho doloroso (vide vida de Maria e José)

Mc. 1:15:
Tradução ACF (Pt)  – E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.
Tradução BNT (Gr)  καὶ λέγων ὅτι πεπλήρωται ὁ καιρὸς καὶ ἤγγικεν ἡ βασιλεία τοῦ θεοῦ· μετανοεῖτε καὶ πιστεύετε ἐν τῷ εὐαγγελίῳ

O Tempo está cumprido, o Reino de Deus está sendo manifestado aqui e agora, onde somos exortados a fazer bom uso do tempo que temos.

É importante compreendermos que com a manifestação de Jesus, e sua morte, vivemos em um novo tempo (Kairós), um tempo aceitável de manifestação de justiça e salvação, cabendo a nós nos posicionarmos e vivermos nele.

2Cor. 6:2:
Tradução ACF (Pt)  – (Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável E socorri-te no dia da salvação; Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação).
Tradução BNT (Gr)  – λέγει γάρ· καιρῷ δεκτῷ ἐπήκουσά σου καὶ ἐν ἡμέρᾳ σωτηρίας ἐβοήθησά σοι. ἰδοὺ νῦν καιρὸς εὐπρόσδεκτος, ἰδοὺ νῦν ἡμέρα σωτηρίας.
kairós e chronos, o tempo de deus - Logos princípios do reino.

Quando Deus promete a Abraão que lhe daria um herdeiro, apesar de Sara ser estéril e já avançada em idade, por ser sua esposa legítima ela se torna coparticipante da promessa, portanto, o “filho da promessa” viria dela. Porém pelas circunstâncias racionais, ela não confiou na promessa designada ao seu marido, que se cumpriria no momento certo (Kairós).

É quando Chronos se manifesta ditador e cruel, que nos escraviza delimitando tudo o que devemos fazer, dia a dia, nos dando a sensação de que o tempo está passando e que sempre estamos deixando ou perdendo algo, e com isso pagamos um alto preço para cumprir todas as suas normas, muitas das vezes deixamos de ser quem somos e vivemos de uma forma mecanizada obedecendo e se enquadrando em cada tic-tac do relógio.

E Sara se sente pressionada pelo tempo, vendo que cada dia está mais velha tendo a impossibilidade de ser portadora da promessa, e assim Chronos vence uma batalha, e faz com que Sara por conta própria desse Agar a Abraão, sua serva para lhe gerar um filho, que deveria ser dela no tempo certo.

Rm. 9:9:
Tradução ACF (Pt)  – Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
Tradução BNT (Gr)   ἐπαγγελίας γὰρ ὁ λόγος οὗτος· κατὰ τὸν καιρὸν τοῦτον ἐλεύσομαι καὶ ἔσται τῇ Σάρρᾳ υἱός.

Existe um tempo certo para que se manifeste a boa, agradável e perfeita vontade de Deus em nossas vidas, assim como vimos em Eclesiastes não temos como mudar isso, vivemos regido pelo Chronos.

Cada ano, mês, dia, hora que se passa precisamos nos atentar em estar posicionados de uma forma para que quando o Kairós chegue agarremos suas mexas com todas as nossas forças para que ele não escape.

Se analisarmos as palavras de Jesus em João 7:8:
Tradução ACF (Pt)  – Subi vós a esta festa; eu não subo ainda a esta festa, porque ainda o meu tempo não está cumprido
Tradução BNT (Gr)   – ὑμεῖς ἀνάβητε εἰς τὴν ἑορτήν· ἐγὼ οὐκ ἀναβαίνω εἰς τὴν ἑορτὴν ταύτην, ὅτι ὁ ἐμὸς καιρὸς οὔπω πεπλήρωται;

Podemos ver que Ele compreendeu e viveu esse princípio, Ele andava no Chronos como qualquer um de nós, mas aguardando manifestar o tempo certo e oportuno para que através dEle se realizasse a vontade do Pai.

(Jesus já tinha iniciado o seu ministério, mais ainda não tinha de forma abverta para todos manifestado sua missão de Filho e Messias, estava aguardando o kairos para se revelar.) Devemos vigiar e orar, estando atentos aos sinais que nos cercam e preparando um caminho para que Ele venha sobre nós, que possamos ouvir Seu chamado e assim como os apóstolos deixar tudo e segui-Lo, compreendendo que viveremos tempos difíceis, porém sempre confiantes que Ele está conosco e  nós dará o refrigério necessário em tempo oportuno (Kairós) para que não venhamos a retroceder.

Gal. 6:9:
Tradução ACF (Pt)  – E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido
Tradução BNT (Gr) – τὸ δὲ καλὸν ποιοῦντες μὴ ἐγκακῶμεν, καιρῷ γὰρ ἰδίῳ θερίσομεν μὴ ἐκλυόμενοι.

Bibliografia:
Harris, R. Laird; Archer, Gleason L.; Waltke, Bruce K. – Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento; 1ª edição; São Paulo; Editora Vida Nova; 1998.
Tillich, Paul; História do Pensamento Cristão; 4ª edição; São Paulo; Editora Aste; 2007
Rusconi, Carlo; Dicionário do Grego do Novo Testamento; 4ª edição; São Paulo; Editora Paulus; 2003.
BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Grega Vol I. Petrópolis, Vozes, 2004;
BibleWorks; versão 8

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Quando Deus Remove a Coroa


“Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós porque pecamos (Lm. 5,16); De minha honra me despojou, tirou a coroa da minha cabeça (Jó,19,9).

Coroa simboliza autoridade e soberania, desde os tempos pré-históricos. Aqueles que representavam a maior autoridade em uma sociedade usavam uma coroa como manifestação visível de seu poder. A coroa para os gregos e romanos também representava honra, glória; “a coroa do vencedor”, era símbolo de triunfo nos jogos ou em competições. Receber uma coroa era receber um prêmio, uma recompensa, um galardão. 

O simbolismo da “coroa” está em várias passagens bíblicas: coroa de ouro; coroa de glória; “coroa de honra; coroa de espinhos; coroa da justiça; coroa da vida. 

Nós sabemos, pela Palavra de Deus, que depois que o cristão for arrebatado, ele será trazido à presença de Cristo, o qual estará assentado no Seu Tribunal, conhecido como “Berna” (no grego), para ser examinado e recompensado, de acordo com suas obras. Este não é um tribunal como o Tribunal de Pilatos, mas é semelhante à junta examinadora nos Jogos Olímpicos Gregos, ao qual o vencedor vinha para receber o seu prêmio. 

Os galardões que serão dados no Tribunal de Cristo são chamados de “coroas.” A significância do termo reside no fato de que coroas são símbolos de realeza, e os santos vão reinar com Cristo. 

A) A Coroa da Vida 

Esta coroa é mencionada duas vezes nas Escrituras. É chamada frequentemente a “coroa de mártir”, a coroa que será dada pela fidelidade até a morte. “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam” (Tg 1,12). Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sé fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2,10). 

As pessoas frequentemente se referem erroneamente à coroa da vida como “vida eterna.” Devemos nos lembrar que a vida eterna não é uma coroa. É o próprio Cristo vivendo em nós. 

A coroa da vida, por outro lado, é uma recompensa especial, possivelmente uma posição de honra no governo de Cristo durante o milênio. 

B) A Coroa Incorruptível 

Esta coroa é mencionada em I Coríntios 9,25-27. O contexto mostra que Paulo está falando de serviço e recompensas. Ele está nos contando o que fez por amor ao evangelho, para ganhar pessoas para Cristo. “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível” (I Co 9,24-25). 

Participar de uma corrida e esforçar-se muito para vencer não são figuras da salvação. A salvação é o maior dom de Deus e não pode ser ganha nem comprada. Nos dias de Paulo, os cidadãos gregos nascidos livres eram os únicos que tinham permissão para competir nos jogos. Pelas coroas celestiais somente os nascidos de novo podem concorrer. A salvação é o ponto de partida, não o objetivo. Nós não fazemos esforço para ganhar a salvação. Nós ganhamos a salvação pela fé e depois trabalhamos para ganhar as coroas. A salvação é a entrada para a arena e não o prêmio no fim da corrida. 

Nos jogos da Grécia antiga, aquele que alcançava o objetivo primeiro era o único que ganhava a coroa, mas na corrida celestial não há competição. Ninguém concorre com o companheiro, a única condição é observar as regras do jogo: 
"Pois eu assim corro, não como sem meta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (I Cor. 9,26-27). 

Paulo conhecia as regras da corrida. A coroa incorruptível, portanto, é vista como uma recompensa para uma vida vitoriosa. É para o cristão que carrega no seu corpo as marcas do Senhor Jesus, para que a vida de Jesus possa se manifestar. É para aquele que triunfa sobre a carne pelo poder da nova vida que recebeu quando nasceu pela segunda vez. 

Era pensando no Tribunal de Cristo e nas coroas a serem conquistadas que Paulo dizia manter seu corpo sob disciplina e sem dar lugar para a carne e suas concupiscências. 

Ele viu a possibilidade de que, depois de ter pregado aos outros e de dizer-lhes como se tornarem filhos de Deus e como viver a vida cristã, ele mesmo viesse a ser reprovado (isto é, que as recompensas designadas a ele lhe fossem negadas). Vale a pena lutar por esta coroa. 

C) A Coroa de Alegria 

Esta é a recompensa para o ganhador de almas. As pessoas que levamos ao Senhor Jesus Cristo serão nossa coroa de alegria na Sua vinda. Qualquer pessoa que tenha conhecido a alegria de levar uma outra pessoa a Cristo pode bem entender o nome desta recompensa, pois sabe que não há alegria comparável àquela que surge ao saber que foi usada pelo Senhor para levar uma alma a Ele. 

“Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda?” (I Ts 2,19). “Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados” (Fp 4,1). 

Que incentivo este para um ganhador de almas! Que alegria será ver uma grande multidão de almas andando nas ruas da glória, conduzidas ao conhecimento da salvação como resultado de nossos esforços por Ele! Porém, receio que muitos cristãos irão perder esta recompensa, pois muito poucos estão ocupados em ganhar almas. 

D) A Coroa de Glória 

“Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (I Pe 5,1-4). 

Esta é a recompensa de Cristo para quem alimenta o rebanho: a recompensa do Sumo Pastor para todos os fiéis pastores subordinados. Esta coroa de glória também é subentendida em Lucas 10,35: 
“E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastardes eu to pagarei quando voltar.” 

As almas estão confiadas ao nosso cuidado. Espera-se que cuidemos e alimentemos estas almas, não com a filosofia do homem, mas com alimento celestial, a Palavra de Deus. 

Que oportunidade para os pastores ganharem uma ótima recompensa; porém este privilégio é frequentemente substituído por uma recompensa que pode ser vista nesta vida presente. Muitos pastores selam suas bocas por causa de uma recompensa terrena de um grande salário. Que recompensa celestial poderia ter sido deles! 

E) A Coroa da Justiça 

“Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (II Tm 4,6-8). 

Esta coroa é para quem mostrar uma verdadeira alegria diante da volta do Senhor Jesus Cristo através de viver uma vida justa. 
“E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (I Jo 3,3). 
Não é normal que um cristão que conheça o significado da “bendita esperança” ame a vinda de Cristo? 

A noiva não espera com terno anseio a vinda do noivo, guardando-se somente para ele? Ela não se ocupa, preparando-se para o dia do casamento? A coroa de justiça será dada àqueles que, em esperança, alegria e antecipação à segunda vinda de Cristo, purificarem a si mesmos e estiverem prontos para a Sua vinda. 

Quando em lamentações Jeremias fala, “Caiu a coroa de nossa cabeça’ ele está expressando toda essa totalidade, a coroa foi usurpada, foi destituída a glória, a honra o poder, a experiência de Deus. 

Jó foi um santo do passado que estava sem saber que estava cursando a faculdade da graça. Todos, amigos, parentes e até mesmo seus servos aproveitaram da situação, e como hienas famintas riam e zombavam dele, tentando aproveitar da situação. Seus três amigos foram consolá-lo, mas ao invés de levarem bálsamo do amor, derramaram “vinagre” da heresia sobre suas feridas físicas e emocionais. Para Jó, aquele momento era ele e Deus; ele não tinha outra escolha a não ser subir em súplica e perante o Invisível lançar suas piedosas palavras. 

Jó foi um príncipe entre seu povo; um homem de respeito perante a sociedade; um homem cheio do temor do Senhor, mas que agora está, como que lixo, atirado ao lado, sendo motivo de escárnio e motejo de todos. 

O Senhor chegou e sem aviso prévio “removeu sua coroa”. O que significa isso? Ninguém mais entendia; seus amigos tinham uma visão religiosa extremamente defeituosa, pois acreditavam que os sofrimentos eram resultantes de pecado. Mas no meio de tanta aflição Jó entendia, mas queria compreender melhor o real significado da soberania. Quem é esse Deus que eleva e que abate? Quem é esse Deus que tira e dá? Quem é esse Deus que simplesmente faz o que bem quer, porque é sábio, justo e santo? 

Quem é esse Deus que arranca a prosperidade de seus filhos e imediatamente os coloca perante desesperos e aflições? Esse é o Deus da Bíblia, esse é o Deus de Jó e é Ele mesmo o Deus de todos os cristãos em todo tempo e para sempre! 

Quem é esse Deus, afinal, tão diferente do “deus moderno”? Ora, quem é esse Deus, tomando decisões conforme Ele bem quer? Nem sequer considerando o sofrimento de um pai de família? 

Mas para Jó agora todas essas lições fazem parte da misteriosa escola, na qual todos os filhos de Deus têm que passar. A lição mais pesada de Jó foi que repentinamente Deus chegou e removeu-lhe a coroa da cabeça. 

Inimigos terríveis não tiveram dó e o Senhor permitiu que isso acontecesse com um servo tão fiel e zeloso. Por que não fez com ímpios e perversos? 

Por que não ordenou tal castigo contra aqueles que vivem por caminhos tortuosos? Ora, essas lições são preparadas, a não ser para verdadeiros cristãos, porque assim que o Senhor passa e lhe remove a coroa, o santo imediatamente procura entender o porquê isso ocorreu. 

Isso acontece nesta vida, porque estamos neste mundo. Tudo aqui parece belo, afortunado, com muito sucesso e cheio de regozijo. Deus nos cerca de tantos privilégios e bênçãos materiais e de carinhos e amizades. Mas com o Senhor está a decisão de dar e de tomar. Para muitos cristãos o Senhor avisa de antemão que sua coroa será tirada. Ele avisou a Ezequiel, a fim de que seu servo se preparasse para morrer. Mas não foi assim com Jó, pois o Senhor agiu de forma violenta com Seu servo, arrancando-lhe a coroa da posição tão honrosa e tão cheia de prestígio, indo embora e nada lhe falando. Mas o Senhor faz o que bem lhe apraz; o Senhor soberano sabe perfeitamente o que faz, porque sendo Ele justo, santo e reto, sempre tem o melhor para seus servos, mesmo que no momento tudo parece estar escuro ao derredor. Por que o Senhor levou os filhos? Por que o Senhor lhe arrancou os bens? Por que o Senhor removeu a saúde? Por que o Senhor transformou o ambiente antes tão seguro, num cerco de bestas-feras humanas? 

A um coração santificado pela graça a resposta vem simples e decisiva, pois o cristão sabe que aquilo que Deus está fazendo, Ele o faz porque é perfeito em sabedoria e graça. Aquilo que parece ser juízo, não passa de atuação da Sua graça nas vidas de Seus servos. 

O Senhor está arrancando essa coroa de riquezas, prazeres e confortos mundanos, a fim de conceder aos Seus santos a verdadeira e eterna coroa. Por isso tudo deve ser motivo de glórias e graças; tudo deve ser motivo de adoração ao Senhor! Ele dá e Ele toma! Ele está removendo de Seus santos aquilo que com o tempo de fato será removido de uma vez para sempre! 

Quando perdemos a coroa, perdemos a realeza, autoridade e domínio. A coroa cai porque pecamos e por isso, perdemos a autoridade, o poder, a soberania, a liderança espiritual diante dos povos pagãos; perdemos o brilho de Deus, simbolizado pela coroa de justiça, a coroa de glória e a coroa de vencedor. 

A riqueza desaparece, a saúde dá lugar às enfermidades, a alegria, a felicidade, a paz e o prazer pela vida, como coroas desvanecem. Caiu a coroa, a unção, a intimidade, a adoração, os carismas… 

Cada cristão tem recebido uma coroa ao aceitar Jesus como Salvador e Senhor de suas vidas. 

Esta coroa tem sido dada aos príncipes e princesas, que descendem da realeza celestial, portanto, é honroso portar esta coroa, símbolo da filiação divina e tão cobiçada pelo inferno, que tudo faz para que a percamos com o propósito de nos afastar do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo: Jesus Cristo. 

Contudo, a vida cristã não é estacionária. É vivida de fé em fé. É crescente e, à proporção que vamos entendendo, compreendendo, observando e praticando a palavra de Deus e misturando a fé aos ingredientes da vitória – oração, dons espirituais e dedicação ao Senhor –, vamos nos tornando gigantes capazes de nos mantermos em pé ante as adversidades, os vendavais e as lutas espirituais. 

Só aí é que entendemos que adquirimos maturidade cristã, ferramenta indispensável para quem ostenta a coroa da vida a qual é dada a quem ama e aguarda a vinda de Jesus Cristo, evento que se dará brevemente, o chamado arrebatamento da Igreja. Cair a coroa não significa perdê-la. Nem sempre um tombo causa a morte, mas pode levar à morte. Um tropeço poderá fazer cair a coroa de glória, que é cedida aos pastores ou mestres (I Pe 5,4): 
“Ora, logo que o supremo pastor se manifestar, recebereis a inacessível coroa de glória”. 

Também é possível se perder a coroa da alegria, dada aos ganhadores de almas (Fp 4,1): 
“portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor” ou a coroa incorruptível, concedida aos vitoriosos (I Cor. 9,25) – “Todo atleta em tudo se domina, aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém (os vitoriosos), a incorruptível”. A coroa da vida é dada àqueles que são mortos por amor a Deus. Trata-se da coroa do mártir (Tg 1.2): “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam”. A Bíblia diz: “… sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2,10). 

De onde caíste? “… lembra-te, pois, donde caíste…” (Ap 2,5) e, caso reconheças o teu estado espiritual e que estás precisando urgentemente da ajuda de Deus, é só observares as Escrituras que dizem: “…arrepende-te…” (Ap 2,16). “Dei-lhe tempo para que se arrependesse…” (Ap 2,21). Por que caíste? 

Talvez não seja sensato relembrar agora o porquê, mas é importante que saibas de que o Senhor virá sem demora e de que precisas restaurar tua coroa 
“… conservas o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3,11). 

Você não perdeu sua coroa. Ela caiu e precisa ser reconduzida à sua cabeça. Ela ainda é sua. Você foi comprado por um precioso preço, preço de sangue, sangue de Cristo vertido na cruz do calvário. Tome posse, hoje, da coroa da alegria, da coroa de glória, da coroa da justiça (concedida aos que aguardam a vinda de Cristo. Tome posse, hoje, da coroa incorruptível e também da coroa da vida! Essas coroas fazem parte do nosso acervo espiritual e não as podemos desprezar, pois somos filhos do Rei e não podemos andar sem elas, pois representam a realeza, o poder, a santidade e a total vitória sobre Satanás, sobre o mundo e sobre a carne. 

Uma das maneiras em que o crente se prepara é ser ativo em ganhar almas. Além disso, purifica a sua própria vida e vive retamente diante do Senhor. 

Ai de nós, pois há muitos que não amam a Sua volta! Alguns até zombam disso, como as Escrituras dizem em II Pe 3,3-4. Ao contrário destes, vamos amar a Sua vinda e demonstrar em nossa experiência diária o poder dessa esperança gloriosa. Sua promessa é: 
“E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap. 22,12). Portanto, guarde bem suas coroas e não as deixe cair jamais! 

Quando pecamos e não nos arrependemos, a coroa começa a balançar em nossas cabeças. Caso permaneçamos em pecado a coroa cai e então ficamos vulneráveis diante de toda a potestade do mal que passa a afugentar o fraco na fé, o doente espiritual, o homem em pecado, a fim de que jamais recobre a sua coroa, símbolo de autoridade, de poder, de salvação e sucesso perene. 

Alguns que perderam a coroa: 

1.VASTI A RAINHA DE ASSUERO. 

a) Vasti perdeu a coroa por causa do seu orgulho. 

b) O que a falta de humildade produz perda da coroa real. 

c) Ester assumiu o seu Lugar. 


2. HERODES PERDEU A COROA. 

a) Não glorificou a Deus. 

b) Seu orgulho lhe trouxe queda. 


3. NABUCODONOZOR. 

a) Sua soberba lhe fez pastar. 

b) Perdeu o raciocínio. 

c) Três anos e meio sem coroa. 


4. BELTSAZAR. 

a) Fez loucuras, provocações absurdas, provocando até Deus. 

b) Tomou os vasos sagrados, bebeu dentro neles, deu louvores a deuses, fez um grande carnaval. 


5. HAMÃ

a) Pensou que estava com tudo. 

b) perseguiu e tentou exterminar com os judeus. 


Por um curto tempo, o mal pode parecer que venceu. Na dimensão do tempo eterno, o mal já perdeu. É uma questão de tempo. 

A biografia do cristão poderá até ter um capítulo intitulado "a derrota", mas, por causa do amor de Jesus por nós, este jamais será o capítulo final. O capítulo final começa com a imagem de uma coroa e termina com esta coroa sendo entronizada na cabeça de quem ama a Jesus e é amado por Ele. 

Que Deus nos dê a força necessária para mudarmos o que for preciso em nossas vidas. Que Ele ache em nós, pelo menos a tentativa de mudança, o esforço, o arrependimento e principalmente o reconhecimento de que somos falhos e dependemos Dele. 

domingo, 17 de maio de 2020

Jesus, o ADVOGADO dos Advogados


“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” (1 João 2:1)

O versículo lido inicia falando do tratamento do apóstolo João para com a igreja: “meus filhinhos”, porque é assim que o Senhor nos trata, de uma forma carinhosa, amorosa.

E a palavra inicia advertindo nossas vidas: “não pequeis”. Porquê? Porque Deus ama o pecador, mas aborrece o pecado. E o pecado é a barreira que impede a aproximação a Deus.

“MAS SE ALGUÉM PECAR TEMOS UM ADVOGADO”

A palavra nos diz que “todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus”, mas o Senhor Deus conhecendo tudo isto, providencia da eternidade um advogado.

Porque a palavra dá esse tratamento ao Senhor Jesus como “Advogado”? Porque o Advogado é o único que tem acesso ao Juiz.

Por ser o homem pecador, ele precisa de um advogado para com o Pai.

I Tim. 2:5 “Porquê há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”.

Há algumas características que identificam Jesus como o nosso Advogado:

1) Advogados entram em cena quando uma lei é quebrada.

Se não houve a quebra da lei, não tem porque se falar em advogados. Esse também era o pensamento do apóstolo João. Para ele a quebra da lei, que justificava a entrada em cena de Jesus como um advogado, era o pecado.

Na verdade, esse “se” é retórico. Porque a Bíblia nos adverte que todos nós somos culpados de pecado e precisamos de um advogado.
Eis o retrato da raça humana nesta e nas gerações passadas. Somos culpados e precisamos de um advogado...

2) Advogados entram em cena quando são contratados.

Na lei terrena quando o homem é acusado de ter cometido algum delito, ele precisa contratar um advogado, mesmo sendo ele inocente, pois quem vai tratar de sua causa? O advogado. Alguém precisa requerer os seus serviços. Esse é um ponto surpreendente sobre Jesus...

O seu ministério como nosso advogado foi algo concebido por Deus. JESUS é o Advogado constituído por aquele que foi ofendido (Deus), não para defesa própria, mas para defender os réus (eu e você).
Assim também é o homem diante de Deus, pois ele por si só não pode justificar-se, precisa de um intermediador para com o Pai.

3) Para se ter um advogado é preciso pagar.

Jesus pagou o preço, derramando seu sangue na cruz, para sermos justificados diante do Pai.

4) O réu precisa ter total confiança no seu advogado, ou seja, o advogado de defesa procura passar para seu cliente essa confiança.

Assim também é o Senhor Jesus, ele inspira total confiança, nele podemos confiar, porque ele é vencedor e nele não há derrotas.

5) Nós sabemos que muitos advogados por mais habilidosos que sejam, eles podem perder a causa de seu cliente.

Mas a palavra é cheia de exemplos mostrando que Jesus nunca perdeu uma causa! Àquele que foi a Jesus foi bem defendido.

6) O réu não pode esconder nada de seu advogado, precisa contar os mínimos detalhes dos acontecimentos.

O homem precisa confessar seus pecados ao Senhor Jesus: “se com tua boca confessares teus pecados, será salvo”.

7) Tudo que o réu entregar a seu advogado como defesa ficará sobre sua responsabilidade e sendo de total sigilo.

Quando o homem entrega seus problemas, suas culpas, aquilo que tem pesado em sua consciência, são banidos pelo sangue de Jesus, e não mais o acusador do homem tem com que o condenar: “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”.

UMA CAUSA PERDIDA

Há causas que são mais difíceis do que outras. Alguns advogados quando percebem que se trata de um caso muito difícil prefere não aceitar; outros se sentem desafiados e enfrenta a situação com coragem.

Jesus recebeu mais que uma causa difícil. Ele recebeu uma causa impossível: a nossa defesa!

Não há argumento capaz de nos inocentar diante de Deus! A verdade é que somos realmente culpados. Não há palavra capaz de sensibilizar o juiz ou mesmo amenizar a pena à qual estamos sujeitos. Não há nada de bom a dizer em nosso favor! Ainda assim, Jesus assumiu nosso caso.

É nesse ponto que se revela a grandeza do amor de Deus e superioridade de Cristo como o maior advogado de toda a história humana.

Jesus é um advogado incomparavelmente superior ao melhor de todos os advogados que já existiram. Por quê?

Porque diante da causa perdida, Ele cumpriu a pena no lugar dos réus que defendia. Era esse o único caminho para nos salvar e Ele não hesitou!

Tendo nas mãos uma causa perdida, Jesus, em concordância com Deus Pai, decidiu assumir para Si mesmo a pena que deveria ser cumprida pelos réus (eu e você). Você precisa de um advogado como esse!

Você não precisa de alguém que apenas fale bem de você ou elogie seus pontos fortes diante do juiz. Não adianta nada um advogado que apenas tente influenciar a decisão do júri. Não é suficiente!

Você precisa de um Advogado que ame você ao ponto de assumir sua pena Ele mesmo. Você precisa de um Advogado perfeito, e o nome Dele é Jesus. Ele é o Advogado das causas perdidas.

Ele não tem qualquer preconceito contra os seus crimes e pecados, porque Ele não irá defendê-lo com argumentos jurídicos. Simplesmente, Ele se ofereceu para cumprir a pena em seu lugar. Então, nenhuma condenação restará para aqueles que têm a Jesus como seu Advogado.

Exemplo prático. Vamos ao 1º caso concreto (estudantes do direito sabem muito bem o que é isso...) da mulher pecadora:

Certa vez Jesus foi chamado para opinar em um julgamento. Uma mulher havia sido flagrada em adultério e a lei dizia que ela deveria ser apedrejada. Os homens que levaram esse caso a Jesus armaram uma cilada. Se Jesus concordasse com a execução da mulher poderia ser acusado de rebeldia contra Roma, a quem pertencia o direito de tirar a vida; Se Ele discordasse da execução poderia ser acusado de herege, pois teria rejeitado a lei de Moisés.

Aqueles homens estavam se utilizando da lei e brincando com a vida de uma pessoa apenas para provar uma tese. Não havia amor no coração deles.

O que dizia a lei: a lei mandava a matar, ou seja, pela lei ela já estava condenada. Mas Jesus entra em cena com o poder da sua palavra e em defesa dela argumenta o seguinte:

Quem não tem pecado atire a primeira pedra!
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Uma pequena pausa...

Imagino naquele neste momento os acusadores, um por um, soltando as pedras de suas mãos e voltando de cabeça baixa pelo mesmo caminho de onde vieram...
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Com esse argumento de defesa Jesus repreendeu os acusadores ganhando aquela causa, e disse a mulher depois que seus acusadores foram embora: “vai e não peques mais”. Ou seja, o Senhor Jesus só não defende a causa do homem, mas mostra-lhe o caminho da santidade.

Se nós estivéssemos falando de gente sem moral e sem ética, pairaria uma dúvida quanto ao empenho desse advogado. Mas basta lembrar-se da cruz para que a dúvida desapareça. Ele empenhou-se até a morte!

Hoje você ainda se encontra sentado no banco dos réus. As algemas ainda estão presas aos seus pulsos: algemas do rancor, algemas da ira, algemas da desconfiança, algemas do medo, algemas da angústia, algemas da obsessão, algemas do ciúme doentio, algemas da tristeza profunda, algemas da falta de sentido para a vida - você até já se acostumou com elas.

Mas, cedo ou tarde, você será chamado a pagar pelo crime cometido. Você precisa do advogado Jesus! Ele é capaz de livrá-lo tanto das algemas quanto da condenação que pesa sobre você. Como isso é possível?

É preciso aceitar que Jesus se torne seu Advogado pessoal.

Não importa se Ele é o advogado do seu irmão, da sua filha ou dos seus pais! É preciso que você O aceite como seu Advogado pessoal. Só dessa maneira suas algemas serão quebradas e sua condenação anulada.

É preciso confiar em Cristo e entregar sua vida nas mãos Dele. É preciso crer que Ele é capaz de defendê-lo e confessar isso com sua boca.

" Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. " (Rm. 10:9)

O tribunal no céu

Componentes fundamentais em um Tribunal:
1) Juiz (Deus)
2) Advogado (Jesus)
3) Promotor (Satanás)
4) Réu (eu e você)

Caso Concreto 2 – Os que não aceitaram Jesus como seu advogado pessoal:

Imagine você de aproximando do Tribunal Supremo do Céu...

O Promotor (Satanás) expõe para o Justo Juiz (Deus) todos os seus pecados, todos os seus erros (que são muitos...).

O Juiz faz a seguinte pergunta para o advogado dos Advogados (Jesus): Você conhece esta pessoa meu Filho?

Jesus responde: não o (a) conheço, Pai!

Você (réu) abrirá a boca para se justificar: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? (Mateus 7:22)
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Uma pequena pausa...
Isso é religião... não vemos aqui aceitação de Jesus como seu salvador. Podemos notar aqui uma vida de aparências.
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O Advogado Jesus confirmará: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade! (Mateus 7:23)

O Juiz profere a sentença: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. (Mt. 25:41) E bate o martelo!

Caso Concreto 3 – Os que aceitaram Jesus como seu advogado pessoal:

Imagine você de aproximando do Tribunal Supremo do Céu...

O Promotor (Satanás) expõe para o Justo Juiz (Deus) todos os seus pecados, todos os seus erros (que são muitos...).

O Juiz faz a seguinte pergunta para o advogado dos Advogados (Jesus): Você conhece esta pessoa?

O advogado Jesus, apontando o dedo indicador para você (com as mãos já cicatrizadas pelos pregos do Gólgota) responde: Conheço sim, Pai... este homem (ou mulher) se arrependeu dos seus pecados, me aceitou como seu único e suficiente salvador e creu no meu sacrifício. Diante das lutas e das adversidades não negou o meu nome! Foi fiel até a morte! Combateu o bom combate!

O Juiz profere a sentença: vinde, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. E bate o martelo!

Eu aceitei Jesus como meu advogado pessoal! E você?

Hoje é dia de libertação!

A paz do Senhor Jesus a todos!