terça-feira, 6 de março de 2018

Cristianismo, História, Tempo e Espaço.


Todo historiador profissional deve ter lido a frase que dá título a esse texto. Marc Bloch disse isso em “A apologia da História ou o ofício do historiador.

O francês citado e seu livro que, deixou inacabado, mas que foi publicado postumamente mudaram, no início do século passado, a forma como entendemos a disciplina escolar chamada História.

Todo crente é uma espécie de historiador, já que a Bíblia é um livro histórico e as liturgias cristãs rememoram eventos do passado. Segundo Bloch, as outras religiões, diferentemente do Cristianismo, datam a maioria dos seus eventos sagrados em temporalidades inexistentes. Ademais, a vida cristã é pensada como uma peregrinação na História, no tempo, no século. Um ateu entendeu o Cristianismo melhor do que muitos cristãos contemporâneos. 

Muito crente ainda não percebeu que a fé é coisa de historiador. Isso acontece, primeiro, pelo desprezo pela História da Igreja. Muitos limitam o povo de Deus ao endereço onde eles e seus irmãos mais próximos se reúnem para prestar culto. Não lembram que os cristãos creem na Igreja espalhada no tempo e no espaço (católica, universal, internacional, mundial, global, etc.), creem na comunhão dos santos, tanto faz se é o irmão no banco ao lado ou se é um africano do século V, para citar um mais famoso, Agostinho de Hipona. 

Outra forma de não entender a importância da História no Cristianismo é quando os crentes olham apenas para a Eternidade e esquecem suas responsabilidades para com a Criação (tempo e espaço), responsabilidade que decorre do fato de que somos seres criados para cuidar do Jardim e somos, nós, cristãos, seres redimidos em Cristo, Ele que é primícias da Nova Criação e modelo para nós.

Existe uma terceira forma de não perceber que o Cristianismo é uma religião de historiador: não atentar para a metanarrativa, a grande história, que perpassa as Escrituras. Muito crente, descendente de Abraão por herdar a fé que vem do patriarca, por estar em Cristo (Rm 4.16; Gl 3.29), ainda não entendeu que cremos no Deus que governa a História e que trabalha nela para cumprir sua promessa pactual para com seus eleitos: “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo” (Gn 17.7-8).


Segundo Palmer Robertson, a repetição da promessa de que o SENHOR é o nosso Deus e de que somos o seu povo demonstra a unidade da aliança de Deus conosco, o “princípio Emanuel” do Pacto da Redenção, cuja a essência é “Deus está conosco”. Essa promessa da Santa Presença aparece nos pactos abraâmico, mosaico, davídico e na Nova Aliança. Como afirma Clowney, “a Bíblia não distribui cargas de doutrina em contêineres. Em vez disso, o novo surge a partir do velho, como uma flor que se abre em botão”.
“Deus conosco” teve cumprimentos parciais no Tabernáculo e no Templo. Teve seu cumprimento perfeito iniciado em Cristo, pois 
1) Ele, encarnado, era Deus tabernaculando conosco (Jo 1.14); 
2)porque Ele é a pedra angular da Igreja, santuário dedicado ao Senhor, no qual Deus habita no Espírito (Ef 2.22); e 
3) devido ao fato de que Jesus prometeu ser sempre Emanuel, pois garantiu estar conosco todos os dias e todo tempo até que a História acabe (Mt 28.20). 

“Deus está conosco” será consumado na eternidade, quando a metanarrativa, período entre a Queda e a Consumação, acabar. Eis a promessa: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. [...] O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho” (Ap 21.3,4 e 7). 


Referências bibliográficas:

Rev. Flávio Américo de Carvalho, Igreja Presbiteriana de Natal. (Adaptado)

BLOCH, Marc. A apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. p. 42. 

ROBERTSON. O. Palmer. O Cristo dos Pactos. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. 

CLOWNEY, Edmund. A Igreja. São Paulo: Cultura Cristã, 2007. p. 27.
LEWIS, C. S. As Crônicas de Nárnia. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p.737. 

quinta-feira, 1 de março de 2018

A Queda de Jerusalém

A dispersão dos judeus e a total destruição de sua cidade e templo são os próximos eventos a se considerar no restante do primeiro século, embora, estritamente falando, essa terrível catástrofe não faça parte da história da igreja, e sim da história dos judeus. No entanto, pelo fato de ter sido um cumprimento literal da profecia do Salvador, e que afetou de imediato aqueles judeus que eram cristãos, esse evento merece um lugar em nossa história.

Os discípulos, antes da morte e ressurreição de Cristo, eram fortemente judaicos em todos os seus pensamentos e associações. Eles conectavam o Messias ao templo. Seus pensamentos eram de que Ele deveria libertá-los do poder dos romanos, e que todas as profecias sobre a terra, as tribos, a cidade e o templo seriam cumpridas. Mas os judeus rejeitaram o próprio Messias e, consequentemente, todas as suas próprias esperanças e promessas nEle. As palavras iniciais de Mateus 24 são muito significativas e importantes: "E, quando Jesus ia saindo do templo...". O templo estava agora, de fato, vazio aos olhos de Deus. Tudo o que dava valor a Ele ali agora se foi. "Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta" (Mateus 23:38). Ela agora estava pronta para a destruição.

"Aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo." (Mateus 24:1). Eles ainda se ocupavam com a grandeza e glória externas dessas coisas. "Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada." (Mateus 24:2). Essas palavras foram literalmente cumpridas pelos romanos cerca de quarenta anos depois de terem sido faladas, e da mesma maneira que o Senhor predisse: "Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos os lados; e te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação." (Lucas 19:43,44)

Depois dos romanos terem experimentados muitas decepções e derrotas na tentativa de abrir uma brecha nas muralhas, por causa da desesperada resistência dos judeus insurgentes e, embora houvesse pouca esperança de tomar a cidade, Tito mesmo assim convocou um conselho de guerra. Dois planos foram discutidos: invadir violentamente a cidade imediatamente; consertar os aparatos militares e reconstruir as máquinas; ou sitiar e induzir a fome na cidade para forçar a rendição. A última foi a preferida, e todo o exército foi colocado para "entrincheirar" toda a cidade. Mas o cerco foi longo e difícil. Durou da primavera até setembro. E durante todo o tempo, as mais sem precedentes misérias de todo tipo foram experimentas pelos sitiados. Mas afinal chegou o fim, quando tanto a cidade quanto o templo estavam nas mãos dos romanos. Tito estava ansioso para tomar o magnificente templo e seus tesouros. Mas, contrários a suas ordens, um soldado, montado nos ombros de um de seus camaradas, ateou fogo em uma pequena porta dourada no pátio exterior. As chamas logo se espalharam. Tito, vendo isto, correu ao lugar o mais rápido que pôde. Ele gritou, fez sinais para seus soldados para que extinguissem o fogo; mas sua voz foi abafada, e seus sinais não foram percebidos em meio à terrível confusão. O esplendor do interior do templo o encheu de admiração e, como as chamas ainda não tinham chegado ao lugar santo, ele fez um último esforço para salvá-lo, exortando os soldados a apagar o incêndio; mas era tarde demais. Chamas ardentes se erguiam por todas as direções, e a feroz excitação da batalha, somada à insaciável esperança de pilhagem, tinha atingido seu ápice. Tito mal sabia que Alguém que era maior que ele tinha dito: "Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada." (Mateus 24:2). A palavra do Senhor, e não os comandos de Tito, devia ser obedecida. O templo foi realmente arrasado até as fundações, de acordo com a palavra do Senhor.

Para quase todos os aspectos particulares desse terrível cerco, estamos em débito com Josefo, que estava no acampamento romano e próximo da pessoa de Tito naquele tempo. Ele agiu como intérprete quando foram tratados os termos entre Tito e os insurgentes. Os muros e baluartes de Sião pareciam inconquistáveis para os romanos, e Josefo ansiava muito por um tratado de paz. No entanto, os judeus rejeitavam cada proposta, até que os romanos finalmente triunfaram. Ao entrar na cidade, Josefo nos conta que Tito se encheu de admiração pela sua força. De fato, ao contemplar a sólida altitude das torres, a magnitude de várias das pedras, e a precisão de suas junções, e ao ver quão grandes eram sua amplitude e quão vasta sua altura, "Claramente", exclamou Tito, "lutamos com Deus do nosso lado; e foi Deus quem derrubou os judeus daqueles baluartes, pois o que as mãos humanas ou maquinas podiam fazer contra aquelas torres?" Tais foram as confissões do general pagão. Certamente deve ter sido o cerco mais terrível de toda história do mundo registrada.

Os relatos dados por Josefo sobre os sofrimentos dos judeus durante o cerco são horríveis demais para serem transferidos para nossas páginas. Os números que pereceram sob Vespasiano no país, e sob Tito na cidade, no período de 67-70 d.C., por fome, facções internas e pela espada romana, chegou à casa de 1.350.460, além de cem mil vendidos como escravos.* Infelizmente, essas foram as horríveis consequências da incredulidade e desdém aos apelos solenes, ternos e a afetuosos de seu próprio Messias. Podemos imaginar as lágrimas do Redentor derramadas sobre a cidade amada? E podemos imaginar as lágrimas dos pregadores de hoje em dia, enquanto apela a amados pecadores, em vista da vinda e dos juízos eternos? Certamente é de se maravilhar o fato de que tantas lágrimas sejam derramadas por causa de pecadores imprudentes, descuidados e perdidos. Ah, que corações sintam como sentiu o Salvador e que olhas chorem como os dEle!

Os cristãos, com quem temos mais especialmente que tratar, lembrando-se do aviso do Senhor, em grupo deixaram Jerusalém antes do cerco ser formado. Eles viajaram para Pella, uma vila além do Jordão, onde permaneceram até que Adriano lhes permitiu retornar às ruínas da antiga cidade. E isso nos leva ao fim do primeiro século.

Durante os curtos reinados de Vespasiano e de seu filho Tito, o número de cristãos deve ter crescido consideravelmente. Isto aprendemos, não de algum relato direto que possamos ter sobre a prosperidades deles, mas das circunstâncias incidentais que provam isso.

A História da Igreja:

http://a-historia-da-igreja.blogspot.com.br/2015/12/a-queda-de-jerusalem-70-dc.html

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

A Volta Iminente de Jesus e o Nosso Estilo de Vida

Se alguém perguntasse se você acredita em tudo o que está escrito na Bíblia, com certeza a sua resposta seria: “Sim, claro!” Você crê que Deus ama você. Você acredita que uma pessoa que não crê em Jesus será condenada? A sua resposta será: “Sim com certeza, pois a Bíblia ensina isso”. Sua resposta, porém, levantará dúvidas se você não estiver envolvido com evangelismo. Em Tiago 2.20 lemos: “Insensato! Quer certificar-se de que a fé sem obras é inútil?” A mesma declaração nós fazemos a respeito da volta de Jesus.Todos acreditamos que Jesus voltará, mas o nosso estilo de vida não reforça esta declaração. Vivemos a nossa vida como se Jesus nunca voltasse.

Sem dúvida, a volta de Jesus está próxima. Hoje estamos mais perto do que nunca (Rm 13.11). Lemos em Hebreus 10.37: “pois em breve, muito em breve ‘Aquele que vem virá e não demorará’”. Mesmo que não acreditamos firme na promessa de que Jesus voltará em breve, ELE cumprirá a Sua promessa. Ele é fiel com as Suas palavras.

Quando o missionário e pesquisador da África, David Livingstone (1813-1873), atravessou a África pela segunda vez com seus ajudantes da tribo dos Makololo, ficou sem verba. Com o que sobrou de seus pertences, à base de troca, conseguiu convencer um cacique Zambeze para cuidar de sua equipe, até ele voltar da Inglaterra com recursos. Prometeu aos Makololo que voltaria o mais depressa possível para levá-los de volta à sua terra.
Livingstone se foi. Logo os Zambeze começaram a zombar: “Vocês acreditam que esse homem branco vai voltar? Nunca vimos um branco investir tempo e dinheiro em negros”. A resposta dos Makololo foi: “Vocês não conhecem o nosso pai! Ele deixaria a sua vida por nossa causa! Ele volta com certeza e vai levar-nos para casa!”

Passou um ano. Alguns Makololo adoeceram e morreram. Passou o segundo ano. Os Zambeze zombavam cada vez mais. Os Makololo se firmavam mais ainda na promessa: “Ele volta com toda certeza”. – E, de fato: certo dia ouvia-se um barulho estranho. Todos correram para o rio. Um grande barco-a-vapor estava subindo o rio, fungando e fumaçando, o primeiro a percorrer aquele rio. Com grande júbilo, gritando “Nosso pai! Nosso pai!”, os Makololo se atiraram na água, subiram a bordo e abraçaram o homem fiel.

Será que Jesus merece menos confiança do que David Livingstone? Será que Jesus não vai fazer valer Suas palavras: “Vocês verão o Filho do Homem descer em uma nuvem? Os seus lembram de suas palavras: Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão”.

Não precisamos de mais sinais para esperar Jesus a qualquer momento. Estamos vivendo em uma época especial. Todos os acontecimentos aprovam que estamos caminhando para o cumprimento de Apocalipse 13, que prevê um controle total sob a direção do Anticristo. Mas o Arrebatamento acontecerá antes de tudo isso. Por isso, a grande pergunta é: “Como é o nosso estilo de vida, diante destes fatos?” O nosso encontro com Jesus pode ser hoje, através da morte natural, de um acidente ou de um outro acontecimento.

Amar Somente a ELE – Ninguém pode Servir a Dois Senhores
Em Tiago 5.1-6 lemos sobre um estilo de vida que a maioria das pessoas adota e que tem um fim desastroso. O estilo de vida dessas pessoas era um estilo de vida em função do dinheiro. Um ditado diz que “o dinheiro governa o mundo”. Não se pode negar esta verdade. Este estilo de vida também já causou problemas para Asafe. No Salmo 73, ele diz: “Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei. Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios. Eles não passam por sofrimento e têm o corpo saudável e forte. Assim são os ímpios; sempre despreocupados, aumentam suas riquezas” (v. 2-4,12).

Todos nós precisamos de dinheiro, mas a Bíblia alerta em Mateus 6.24 que “ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”.

O dinheiro é considerado um senhor que muitos servem como escravos. A Bíblia é clara: não podemos servir à Deus e viver em função do dinheiro ao mesmo tempo. Em 1Timóteo 6.9-11 lemos: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos. Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso...” Em uma versão diferente, lemos no verso 11: “Faz de tudo, para que nada e ninguém se torne mais importante do que Deus, confie Nele e ame ao seu próximo”.

Por isso, o nosso estilo de vida deve ser diferente. Quem ama o dinheiro exclui Deus. No verso 7 lemos sobre um agricultor. Ele prepara a terra e semeia a semente, mas a chuva ninguém pode fazer e sem chuva não há colheita. Precisamos de Deus. Somos chamados para viver em comunhão e em parceria com Deus. Jesus diz em João 15.5: “... sem mim vocês não podem fazer coisa alguma”. Viva com Ele pela fé. Se a chuva vier logo é bom, pela fé digamos “Amém!” Se demorar, “Amém!” Se recebermos cura, ótimo, se não recebermos a cura, amém também. Tenha paciência e não adote um estilo de vida igual aos incrédulos, que procuram resolver as coisas sozinhos com atitudes erradas. Tiago 5.4 e 6 servem como exemplo.

O nosso estilo de vida diante da iminente volta do Senhor deve ser: caminhar com Ele e depender Dele. O apóstolo João também escreve em 1João 2.28: “Filhinhos, agora permaneçam nele para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos envergonhados diante dele na sua vinda”.

Em Hebreus 10.37 lemos que Jesus voltará sem demora. O meu justo viverá pela fé. Isto significa: meu Senhor determina o que acontece e eu aceito isso das mãos Dele. Asafe, que sofreu tentações com o estilo de vida de perversos que não perguntavam o que agradava a Deus, diz no Salmo 73.23: “Contudo, sempre estou contigo”. E, no mesmo salmo: “A quem tenho nos céus senão a ti? E, na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti. O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre... para mim, bom é estar perto de Deus” (v. 25-26,28).

Todos nós precisamos de dinheiro, mas a Bíblia alerta em Mateus 6.24 que “ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”.

Nós temos este estilo de vida? Estamos juntos a Deus? No verso 6 vemos que os justos dessa época preferiram morrer do que abandonar seu estilo de vida. Eles não se justificaram, mas escolheram o caminho que os manteve em comunhão com o seu Senhor. E com este estilo de vida eles estavam preparados para a volta de Jesus a qualquer momento, sem precisar se envergonhar. Em Mateus 24.48-51 lemos o contrário: “Mas suponham que esse servo seja mau e diga a si mesmo: ‘Meu senhor está demorando’, e então comece a bater em seus conservos e a comer e a beber com os beberrões. O senhor daquele servo virá num dia em que ele não o espera e numa hora que não sabe. Ele o punirá severamente e lhe dará lugar com os hipócritas, onde haverá choro e ranger de dentes”.

Imagine Jesus nos encontrando como Geazi, ele sabia tudo sobre Deus, era servo de um profeta que era um exemplo também com relação ao dinheiro, mas mesmo assim vemos que Geazi serviu não só a Deus, mas também a um outro senhor. Ele não manteve a parceria só com Deus. Quando olhamos para as circunstâncias, talvez abrimos mão de perseverar neste estilo de vida. Pense em Elias, que orou sete vezes, ele também tinha que perseverar e não parou quando depois da primeira oração não recebeu resposta. Ele ficou em comunhão com o seu Senhor e O honrou. É este estilo de vida que temos que aplicar em nossa vida diante da volta iminente de Jesus, viver pela fé em parceria com ELE.

Não desanimar – não desistir
Sem dúvida estamos diante da reta final na nossa vida de fé. Não sei quanto tempo nos resta, mas quero através dessas linhas nos animar a continuar a nossa corrida e não desanimar. O nosso fortalecimento está relacionado com a vinda do Senhor. Precisamos adotar o estilo de vida do apóstolo Paulo, que diz em Filipenses 3.20: “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. E, em Filipenses 1.21-23: “Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. Caso continue vivendo no corpo, terei fruto do meu trabalho. E já não sei o que escolher! Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor”.

O apóstolo Paulo viveu um estilo de vida que o deixava preparado para partir para o Senhor a qualquer momento. Isso se tornou uma realidade para ele! Isso influenciou a sua vida e o seu dia a dia no meio de problemas e tribulações. Lemos em Romanos 8.17-18: “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória. Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada”.

Ele fortaleceu seu coração com estas verdades e esperava a volta de Jesus. E por isso, ele recomenda falarmos e meditarmos sobre o nosso futuro maravilhoso e o nosso encontro com o Senhor Jesus. Paulo diz em 1Tessalonicenses 4.17-18 que esta espera pela volta de Jesus deve ser nossa fonte de consolo: “Depois nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns aos outros com essas palavras”.

Sigamos o nosso caminho com a cabeça erguida, mesmo tendo que passar por sofrimentos e dificuldades. Estamos a caminho do melhor. E o maior consolo consiste nas palavras de Jesus. É Ele que prometeu tudo isso. Fortaleçamos os nossos corações com a verdade de que Deus não pode mentir. Com toda certeza, tudo que está escrito na Bíblia vai se cumprir. Habacuque 2.3 diz: “Pois a visão aguarda um tempo designado; ela fala do fim e não falhará. Ainda que demore, espere-a; porque ela certamente virá e não se atrasará”.

Também em Hebreus 6.15-18 somos desafiados a não desistir porque temos forte alento em tudo que Deus é: “E foi assim que, depois de esperar pacientemente, Abraão alcançou a promessa. Os homens juram por alguém superior a si mesmos, e o juramento confirma o que foi dito, pondo fim a toda discussão. Querendo mostrar de forma bem clara a natureza imutável do seu propósito para com os herdeiros da promessa, Deus o confirmou com juramento, para que, por meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta, sejamos firmemente encorajados, nós, que nos refugiamos nele para tomar posse da esperança a nós proposta”.

Neemias experimentou diversas tentações antes de fechar o muro. Isto descreve também a situação que nós estamos vivendo na última etapa antes da volta de Jesus. Como Neemias se fortaleceu? Neemias 4.14: “Fiz uma rápida inspeção e imediatamente disse aos nobres, aos oficiais e ao restante do povo: Não tenham medo deles. Lembrem-se de que o Senhor é grande e temível e lutem por seus irmãos, por seus filhos e por suas filhas, por suas mulheres e por suas casas”.

Noé experimentou nada de animador. Ele foi desprezado e considerado louco, mas não desistiu, mesmo recebendo somente uma palavra do Senhor; perseverou e experimentou um final feliz.
De Davi lemos em 1Samuel 30.6b: “Davi, porém, fortaleceu-se no Senhor, o seu Deus”. A situação que ele experimentou não foi fácil, ele perdeu tudo, esposa, filhos, casa, etc., mas ele não desistiu porque acreditava no Senhor, que é maior do que todos os problemas.

Tudo que experimentamos que é negativo e difícil de entender faz parte da preparação da nossa vida para a eternidade. Podemos ter a certeza de que TUDO tem um propósito. Assim lemos em 2Coríntios 4.16-18: “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno”.

O nosso estilo de vida, antes da volta de Jesus, deve ser o de não desistir! Imagine como Jesus venceu essa etapa tão difícil antes de Sua crucificação. Hebreus 12.2 diz: “Tendo os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus”.

A vinda do Senhor está próxima, fortalecei os vossos corações!
Viver Uma Vida em Santificação

Você ainda se lembra da sua infância, quando você brigou com os colegas na escola e neste exato momento entrou o professor? Você arrancou os cabelos do colega e, na presença do professor, uns ficaram com rostos vermelhos de vergonha, e você se defendeu com a justificativa: “foi ele, não eu”. Imagine Jesus voltando e nos encontrando em uma situação semelhante. Este estilo de vida está muito presente em nós. Em Mateus 24.48-50 lemos: “Mas suponham que esse servo seja mau e diga a si mesmo: ‘Meu senhor está demorando’, e então comece a bater em seus conservos e a comer e a beber com os beberrões. O senhor daquele servo virá num dia em que ele não o espera e numa hora que não sabe”.

Já foi mencionado 1João 2.28, que é muito importante neste contexto. Esse versículo trata justamente disso, sermos encontrados com vergonha. O nosso estilo de vida deveria ser a busca constante de purificação e paz com os outros. 1João 3.3 diz: “Todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro”. “Feliz o servo que seu senhor encontrar fazendo assim quando voltar” (Mt 24.46). Para não corrermos o risco de sermos encontrados por Jesus tendo atitudes vergonhosas, precisamos viver um estilo de vida como lemos em 2Pedro 3.14: “Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis”. É justamente por isso que experimentamos tribulações e estamos em processo de transformação, que às vezes não é fácil de suportar. Nestes tempos de sofrimento, é animador se lembrar de outros que também passaram pelas mesmas experiências que nós, e muitas vezes bem mais difíceis. Lemos em Tiago 5.10: “Irmãos, tenham os profetas que falaram em nome do Senhor como exemplo de paciência diante do sofrimento”. Eles perseveraram em dificuldades muito maiores e saíram vitoriosos, e assim eles servem hoje como modelo para nós. O estilo de vida de pessoas que vivem uma vida de santificação serve como modelo para a sua vida, e você verá que a pessoa que optou por este estilo de vida é abençoada. Lemos isso no verso seguinte: “... nós consideramos felizes aqueles que mostraram perseverança”. Viver em santificação deveria ser o estilo de vida para cada filho de Deus, pois esta é a vontade de Deus (1Ts 4.3).

“Imaginemos Jesus voltando amanhã para buscar a Sua Igreja. Imaginemos ter exatamente 24 horas de prazo à nossa disposição. O que seria importante para nós nesse momento? Como usaríamos o tempo disponível?

No começo haveria uma grande agitação. Mas certamente cada um de nós rapidamente faria planos acerca do que ainda desejaria realizar na Terra nessas últimas 24 horas.

Em primeiro lugar, todo crente se humilharia diante de Deus e confessaria todos os pecados que inquietam seu coração e pesam em sua consciência. Em seguida, iríamos rapidamente falar com todas as pessoas contra quem cometemos injustiças, pedindo-lhes perdão e procurando verdadeira reconciliação. Quando não fosse possível fazê-lo pessoalmente, telefonaríamos, escreveríamos ou mandaríamos uma mensagem de voz.

Para estar ainda mais bem preparado para o Arrebatamento, certamente todo crente ainda haveria de pensar sobre as oportunidades de servir negligenciadas e tentaria recuperar as chances perdidas. Acima de tudo, nos empenharíamos para que nossos parentes, amigos e vizinhos ouvissem um testemunho claro da nossa fé. Não mediríamos esforços e faríamos tudo para ganhar a sua atenção. Eles haveriam de perceber a nossa seriedade. E provavelmente nesse dia cada um de nós ganharia pelo menos uma pessoa para Jesus.

Então pensaríamos no nosso dinheiro, lastimando termos dado tão poucas ofertas para o Reino de Deus. Sacaríamos as nossas cadernetas de poupança, distribuindo o dinheiro de maneira sensata onde houvesse necessidade. Nem em sonho alguém pensaria em desperdiçar tempo com divertimentos e lazer nesse dia.

Imaginemos Jesus voltando amanhã para buscar a Sua Igreja. Imaginemos ter exatamente 24 horas de prazo à nossa disposição. O que seria importante para nós nesse momento? Como usaríamos o tempo disponível?

A seguir, iríamos para a última reunião de estudo bíblico e oração na igreja. O prédio seria pequeno demais para tanta gente. Muitos estariam de pé. Todos orariam sem envergonhar-se no meio da grande multidão ou em grupos menores. E quando chegasse a hora dos testemunhos, as pessoas não iriam parar de falar. Cada um contaria das suas experiências com Deus e relataria o que o Senhor fez por seu intermédio nesse dia. Certamente todos os testemunhos terminariam de maneira semelhante: ‘Eu lamento muito porque por tantos anos não vivi de maneira totalmente consagrada, que ajudei tão pouco na expansão do Reino de Deus, que dei poucas ofertas, que quase não testemunhei a outros e que raramente participei das reuniões de oração, porque pretensamente tinha coisas mais importantes a fazer. Espero que o Senhor ainda demore mais um pouco e só volte daqui a dois ou três anos! Então eu mudaria totalmente a minha vida! Gostaria tanto de produzir frutos para a eternidade, de juntar tesouros no céu’.

Ninguém olharia para o relógio desejando que o culto acabasse logo.

É uma atitude absolutamente realista crer que Jesus poderá voltar amanhã. Todos os sinais do nosso tempo mostram que vivemos nos últimos dias. Mas talvez ainda nos restem exatamente esses dois ou três anos de prazo para trabalhar para o Senhor. Assim, nosso desejo de fato estaria realizado e ainda teríamos tempo para recuperar parte daquilo que negligenciamos. Comecemos hoje mesmo!” (Daniel Siemens – http://www.chamada.com.br)

A noiva que vai encontrar o noivo precisa se preparar e se purificar para poder viver com ELE, que é santo por toda a eternidade. O nosso estilo de vida deve ser conforme Hebreus 12.14 diz: “Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor”. Viver para agradar o Senhor não nos permite viver o estilo de vida dos incrédulos. Eles vivem conforme Efésios 4.17-32.

Perseverar
“Irmãos, não se queixem uns dos outros, para que não sejam julgados. O Juiz já está às portas!” Tanto este versículo como também Tiago 1.12 afirmam que se perseveramos teremos um resultado muito feliz. Nós estamos na reta final e vale a pena perseverar. Pense em Jó, foi muito difícil suportar tantos sofrimentos. Em Jó 19.10 ele fala que a sua esperança foi arrancada como a uma árvore. Mas ele perseverou e lemos de um final feliz onde ele foi recompensado. Vale a pena perseverar. Isso já lemos em Habacuque 2.3. Mesmo que a promessa demore para se cumprir, você tem a palavra de Deus que o cumprimento virá. Imagine um atleta que está a uma volta do final e abandona a corrida porque acha que não vai aguentar. Está escrito em 2Timóteo 2.12: “se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negamos, ele também nos negará”.

Após a Segunda Guerra Mundial, muitas mulheres casaram-se outra vez porque não recebiam mais notícias de seus maridos. Achavam que não voltariam mais. Mas, de repente, o esposo voltava e encontrava sua esposa casada com outro. Imagine Jesus voltando e nos encontrando “casados” com outros senhores e outras coisas que não seja Ele!

Por isso lemos em Hebreus 10.35: “Por isso, não abram mão da confiança que vocês têm; ela será ricamente recompensada”. Quem perseverar, ouvirá as palavras: “... nós consideramos felizes aqueles que mostraram perseverança” (Tg 5.11). Maria ouviu as seguintes palavras em Lucas 1.45: “Feliz é aquela que creu que se cumprirá aquilo que o Senhor lhe disse!” Todas as testemunhas em Hebreus 12.1 reforçam este pensamento – vale a pena perseverar: “Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta”. Este tempo de espera e de perseverança nem sempre é algo agradável, mas como 1Pedro 1.6 diz: “Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo de provação”. Ou Hebreus 12.11: “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados”. Sem luta não há vitória. Jesus disse em João 16.21-22 que o tempo de perseverança é um tempo difícil, mas tem a sua recompensa.
Perseverar firme não é em vão – vale a pena!

Final Feliz
Veja qual foi a paciência de Jó e o fim que o Senhor lhe deu. O Senhor lhe deu um final feliz porque é muito misericordioso e piedoso. O Senhor preparou um final muito feliz para todos que creem e perseveram até o fim.

Pense em Noé, este homem sofreu durante 120 anos. Ele anunciou a mensagem de Deus e ninguém a aceitou. Ele foi desprezado e a as pessoas zombaram dele, mas ele experimentou um final feliz.

Jó é um exemplo para todos que sofrem no presente. O final dele nos anima a continuar mesmo vivendo com dores. Jó não só foi abençoado materialmente, mas também espiritualmente. “Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram” (Jó 42.5).

Daniel perseverou em um estilo de vida que glorificou o Senhor, e por isso ele sofreu injustiças, mas desfrutou um final feliz.

Asafe, que sofreu de corpo e alma, chegou a uma conclusão no Salmo 73.25-26: “A quem tenho nos céus senão a ti? E, na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti. O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre”.

Como é que Paulo perseverou na viagem com um navio que naufragou? Em Atos 27.20 lemos: “Não aparecendo nem sol nem estrelas por muitos dias e continuando a abater-se sobre nós grande tempestade, finalmente perdemos toda a esperança de salvamento”. Humanamente sem esperança, mas ele perseverou em fé como lemos em verso 25: “Assim, tenham ânimo, senhores! Creio em Deus que acontecerá conforme me foi dito”. Ele experimentou um final feliz. E quem perseverar vai ouvir as palavras que Maria também ouviu: “Feliz é aquela que creu que se cumprirá aquilo que o Senhor lhe disse!” (Lc 1.45).

Já hoje e agora a pessoa que persevera experimente essa benção, depois da provação vem a exaltação. Como foi na vida de Jô, o “depois” será maravilhoso. Lemos em Jó 42.10 e 12: “Depois que Jó orou por seus amigos, o Senhor o tornou novamente próspero e lhe deu em dobro tudo o que tinha antes. O Senhor abençoou o final da vida de Jó mais do que o início. Ele teve catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de boi e mil jumentos”.

Não sei descrever quanto maior serão as bênçãos quando chegarmos no nosso final feliz, mas eu tenho a certeza absoluta que será numa proporção que não podemos explicar com palavras. Em 1Coríntios 2.9 lemos: “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam”.

Ele preparou um final feliz para você que perseverar até ao final. Vale a pena, meu irmão e minha irmã, continuar nas lutas e sofrimentos, pois sabemos o que está escrito em Filipenses 1.23 e Romanos 8.18 são fatos: “Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (incomparavelmente melhor), porque “considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada”. Estamos a caminho do melhor!

Por isso, levanta-te e siga para o alvo para um final feliz sem fim. — Ernesto Kraft


Fonte:http://www.chamada.com.br

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Jovens... Sois Fortes!

 
Nos dias atuais, ser jovem não é fácil. Ser cristão, então, nem se fala. As pressões vêm de todos os lados, exigindo atitudes para ser aceito, para ser considerado moderno, para ser tido como “normal”. “Tem namorada?”, “Consegue ´pegar´ quantas em uma noite?”, “Vai à balada hoje? Nossa! Vai para aquela igreja de novo? Você não enjoa? Que chatice!”, “Vamos sair para tomar uma?”, “Já fez vestibular? Não?!”, “E aí, já arrumou emprego?”.

Quem não tem respostas para todas as perguntas, não usa roupa da moda e não se porta como o mundo deseja não pode fazer parte do grupo dos “normais”. Mas, espere aí, quem disse que o jovem cristão quer e deve ser como os demais?

A barulheira do mundo às vezes é tão ensurdecedora que nos faz esquecer do que almejamos para a vida. Não queremos fazer o que todo m...undo faz. Não queremos ir aos lugares que os outros vão para nos sentir bem. Não precisamos de nada disso. Não nascemos para ser como os demais. 

Só a certeza de que somos portadores de uma Verdade e de um amor transformador pode nos fazer jovens de destaque. O Senhor nos chama a cada dia para essa difícil missão de dar um testemunho diferente do que o mundo sugere. Ele nos chama a cada dia para um compromisso que o mundo não é capaz de oferecer ou de cumprir. 

Mas o desafio de florescer em um ambiente muitas vezes árido e insípido, não é para qualquer um, só para os corajosos. “Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o maligno.” (1 João 2.14.)

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O Jardim Fechado

Cântico dos Cânticos apresenta-nos uma história maravilhosa de um casal perfeito: Salomão e Sulamita. Mais do que uma simples história, esse livro mostra-nos o grande amor de Deus por Sua Amada noiva: a Igreja, representados por Salomão e Sulamita.

A Igreja não é um local fixo, mas é o corpo de Cristo (Cl 1:24)! Este corpo é formado por vários membros (Ef 5:30) e cada membro é um amado irmão. Você que recebeu o Senhor como seu Salvador, é um membro do corpo de Cristo. Você é a Igreja! Portanto, a Sulamita de Cânticos representa a Igreja no aspecto coletivo, mas cada um de nós também é a Sulamita no aspecto individual.

Nesse texto, vamos abordar alguns pontos do livro de Cântico dos Cânticos relacionados à nossa vida como jardim particular de Deus. Se você ainda não leu o livro de Cântico dos Cânticos todo, encorajo a desfrutar dele! São apenas oito capítulos com conteúdo riquíssimo. Após ler, com certeza você ficará ainda mais tocado pelo amor de Cristo! Seu amor é incomparável!

Rosa de Sarom e Lírio dos Vales

Então, começamos citando o início do versículo 1 do capítulo 2, onde a Sulamita afirma: “Eu sou a rosa de Sarom(…)”.
A rosa é uma flor muito delicada, com pétalas macias, com suave fragrância e que representa de forma forte, o amor. Ela tem muitas características positivas, mas também tem espinhos.
Contudo, quando Sulamita disse que era uma rosa, provavelmente ela não o fez de forma negativa, pensando nos espinhos, mas tendo em mente a maravilha que essa flor é. Na nossa experiência, muitas vezes quando olhamos para nós, ao invés de lembrarmos os nossos aspectos positivos, focamos nos espinhos que temos (nos nossos defeitos).
Não conseguimos perceber, em certos momentos, o quão valioso somos para nosso Amado, as qualidades que Ele nos deu e o quanto Ele nos ama! Seus olhos para nós são olhos de amor e de muita misericórdia! Sulamita disse, com convicção, que era uma rosa e durante os demais capítulos de Cânticos ela expressa pensamentos positivos a seu respeito. Ela sabia que era verdadeiramente amada e valorizada pelo seu Amado Salomão! Somos verdadeiramente amados por Cristo! Isso vai muito além de sentirmo-nos amados, pois os sentimentos muitas vezes nos enganam dizendo-nos o contrário. Sermos amados por Cristo é simplesmente uma maravilhosa realidade! Apesar das nossas dificuldades, Ele não vê defeito em nós! Podemos declarar com convicção: “Deus não vê defeito em mim!”.

“Tu és toda formosa, querida minha, e em ti não há defeito.” Ct 4:7
Ainda no versículo de Ct 2:1, Sulamita diz que é também: “(…) o lírio dos vales.” Como continuação, no versículo 2, Salomão complementa: “Qual lírio entre os espinhos, tal é a minha querida entre as donzelas.”.

É de suspirar ouvir tais palavras! O lírio é uma flor muito singela. Ele é lembrado como flor que remete à pureza – e pureza é algo muito importante no relacionamento com o Senhor (2 Co 11:3).
Essa flor especial tem uma substância chamada feniletilamina que estimula a produção de endorfina pelo organismo humano, o que nos traz tranquilidade e bem-estar. O Senhor sente prazer tendo a nossa presença!! É muito especial ver que Ele nos compara a itens tão maravilhosos da sua criação!
Eu como Jardim fechado de Deus!

Além de sermos comparados a flores do Senhor, somos também o Seu Jardim fechado por completo!
“Jardim fechado és tu, minha irmã, noiva minha […]” Ct 4:12

Somos Jardim, mas Jardim fechado! A palavra “fechado” indica restrição. Um jardim não é uma praça, não é um bosque, não é um parque de diversões. Um jardim é um lugar exclusivo. Em um jardim particular (onde não se tem objetivo de vender o que a terra produz), o jardineiro não fica ali negociando com clientes, nem permite que seja aberto em certo horário para passeios de pessoas estranhas. No jardim, o jardineiro descansa! No jardim, o jardineiro tem prazer de estar. Ele respira profundamente, sonha, alegra-se, orgulha-se do trabalho de suas mãos, admira a beleza da sua propriedade, se delicia com os frutos que a terra produz. Da mesma forma, nosso Amado Senhor sente-se muito à vontade em ter a nossa presença! No jardim Ele pode “mudar as flores de local”, “colher os frutos”, “preparar a terra para plantar mais árvores”. Ele pode descansar, ter prazer em olhar-nos, admirar-nos… Foi caro (1 Co 6:20, 7:20) para O Senhor ser o proprietário do nosso ser! Fomos comprados pelo Seu precioso sangue!

Às vezes pode ser difícil de entender quando as pessoas que cuidam de nós (pais, líderes espirituais) nos impedem/orientam sobre não ir a certos lugares, andar com certas pessoas. Mas essas atitudes estão cheias de amor! É por quererem o nosso bem que eles nos protegem dessa forma. Essa proteção que recebemos é usada pelo Senhor para guardar-nos por sermos preciosos e Sua propriedade exclusiva (1 Pe 2:9). Mas muitas vezes acabamos confundindo proteção com prisão, não é mesmo? Contudo, Ele nos cerca para proteger-nos do mundo, dos “amores do mundo” e de tudo aquilo que nos faz mal.

Pode parecer lindo o ambiente fora do jardim. Tanto espaço, tantos caminhos, há tanto que se ver! É o mundo! Parece tão bonito. Mas apesar de parecer bonito, a aparência deste mundo e tudo o mais que há nele, passam (1 Co 7:31b, 1 Jo 2:17). O mundo pode parecer seguro, mas seu príncipe é Satanás e nele não há verdade (Jo 8:44). O que ele pode oferecer-nos é passageiro, falso. Além de nos enganar, seu desejo é matar, roubar e destruir (Jo 10:10a). Longe da proteção de Deus, o perigo é iminente.

Pensando sobre esse assunto, lembrei de uma situação que acontece comigo. Eu amo flores, então, se eu estiver passando por lugares públicos floridos, tenho frequentemente uma enorme “compulsão” para tirar foto delas ou com elas.

Só que para isso, normalmente eu retiro alguma flor, tiro a foto e quando eu não a levo comigo (para guardá-la em um caderno, algo do tipo) deixo a flor “pra lá”. Fazendo uma analogia, quando o inimigo de Deus, o príncipe deste mundo nos vê, ele tem o desejo compulsivo de arrancar-nos do lugar onde Deus colocou, levar-nos para o mundo e depois, no mínimo, jogar-nos sem vida em algum “mato” por aí. “Sem vida” pode não ser “somente” espiritualmente, mas infelizmente, até mesmo no sentido literal. Na minha experiência, eu acabo tirando a vida da flor após admirá-la, mas o objetivo de Satanás não é o de apreciar-nos. Pelo contrário, ele deseja somente destruir-nos. Não permitamos que o inimigo de Deus faça isso conosco. Se permanecermos na proteção do jardim, seremos guardados pelo Senhor e o mundo não terá vantagem sobre nós!

“Para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.” 2 Co 2:11.
O Senhor me protege, mas posso fugir dessa proteção?

Apesar de toda a proteção que o Senhor deseja dar-nos, Ele permite-nos fazer escolhas. Ao contrário de uma prisão, sua proteção é cheia de amor! Ele deseja a nossa permissão para Sua proteção, Seu guardar. Mas e se nós abrirmos brechas para o mundo? Bom, se isso ocorrer, o inimigo de Deus – que anseia isso-, entra devastando tudo pouco a pouco, pisando nas flores que O Senhor regou e destruindo as árvores que Ele plantou.

Cântico 2:15 diz: “Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que devastam os vinhedos, porque as nossas vinhas estão em flor”. Essas raposas representam o inimigo de Deus. Elas podem entrar quando permitimos que brechas surjam em nosso coração; a seguir veremos três tipos de brechas – que podem ser sequenciais ou não.

Dá uma resistência imensa pensar nesse item como uma possível brecha, não é mesmo? Afinal, os estudos fazem muito bem ao ser humano. Ensinam-nos coisas novas, fazem-nos sentir encorajados a aprender mais, incentivam o desenvolvimento de habilidades, mostram-nos que é possível sonhar, construir nosso futuro, ultrapassar limites.

Limites? Que tipo de limites?

É exatamente esse o ponto. Que limites eu quero ultrapassar com meus estudos? Se forem os limites da preguiça (Pv 6:6) ou da acomodação (Pv 6:10-11), por exemplo, não há problema algum. Estudar nos acrescenta diligência, caráter, compromisso com as responsabilidades, dá satisfação pessoal, permite até mesmo usarmos os conhecimentos recebidos para o serviço ao Senhor (não exatamente da forma como recebemos, mas se entregarmos tudo o que aprendemos para Deus, lembrando sempre de que foi Ele mesmo quem nos concedeu a oportunidade de estudarmos, Ele poderá usar esse conhecimento como ferramenta para fazer Sua vontade)!

Os reais limites que não podemos ultrapassar, são os da Palavra de Deus! A Palavra do Senhor nos traz proteção. Seus princípios nos dão vida e não podemos esquecê-los. E seja por falta de tempo ou por falta de apetite espiritual, abrimos brechas na proteção que Deus nos dá quando deixamos a Palavra e seus princípios “de lado” e priorizamos nossos estudos.

Ansiedade

A ansiedade na nossa vida é uma das brechas pelas quais as raposas podem entrar. Quando estamos preocupados com as atividades do dia a dia e não conseguimos lançar nossas ansiedades sobre o Senhor (1 Pe 5:7), o tempo vai passando e uma pressão muito grande fica sobre nós. Isso nos desanima e enfraquece espiritualmente. Mas o Senhor convida todos os que se encontram cansados e sobrecarregados a um alívio precioso:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” Mt 11:28
Ele conhece as nossas fragilidades e entende que passamos por ansiedades e aflições. Somente precisamos, em meio à essas situações, voltar-nos ao Senhor! É fato que teremos ansiedades “batendo à nossa porta” no dia a dia, mas não precisamos aceitá-las. Temos um caminho suave para nos livrarmos delas e não permitirmos que esse tipo de brecha seja formado. “Vinde a mim”, este é o convite do Senhor para nós!

Relacionamentos impróprios

Os relacionamentos impróprios são aqueles que nos afastam do Senhor e também representam uma brecha para as raposas. Podemos e devemos ter contato com todas as pessoas, pois o próprio Senhor Jesus cuidava das pessoas de maneira muito próxima (cf Mt 9:11-12; Mt 9:35-36; Mc 16:9; Lc 7:11-15; Lc 8:40-42, 49-56; Jo 2:1-2; Jo 3:1-15; Jo 4:1-30; Jo 8:1-11). Ter contato com os que estão à nossa volta permite-nos expressar o amor de Deus a eles. Mas devemos sempre pedir luz ao Senhor a fim de que não sejamos influenciados pelo viver dos que não O amam para que nosso coração não se incline para o mal (Sl 141:4) e desviemo-nos do caminho que nos torna vencedores.

Existe solução para brechas abertas?

Querido, essas situações – dentre outras – são sérias e precisam da nossa atenção. Mas se você se encontra em alguma delas e deseja uma mudança, saiba que ainda há tempo! (cf Is 30:21) A misericórdia do Senhor te chama incansavelmente! Não importa quanto tempo faz que você começou a deixar “raposas entrarem”. Independente de quantas delas tenham entrado, nada é impossível para Deus (Mt 19:26; Mc 10:27). Ele pode tirar todas do seu coração. Você foi escolhido, antes da fundação do mundo, para ser jardim particular protegido pelo Senhor! Não há outra maneira de sermos felizes. O Senhor te ama muito e espera ansiosamente pela sua presença (Ct 7:10)! Nós também te amamos e precisamos de você conosco. Você é importante para nós! Se desejar falar conosco, entre em contato, amado irmão! Queremos perseverar junto com você!

Harmoniosa Diversidade

Quem não acha maravilhoso ver tantas flores e frutos colorindo um jardim? Em um lugar tão especial, sentimos alegria, paz, quietude – tudo é tão harmonioso!

Se pensarmos nas flores, por exemplo, de forma geral podemos dizer que parecem todas iguais: raiz, caule, folhas e pétalas. Mas cada uma tem características próprias que as tornam insubstituíveis! As árvores também são singulares! É tão bom sentar à sombra delas e descansar, ler um livro… E se tiverem frutos, então? Ficam mais atraentes ainda!

A seguir, faremos a aplicação de algumas analogias para, de forma figurativa, apresentarmos o Jardim de Deus no seu aspecto coletivo. Cada um de nós é um item especial desse grande Jardim fechado! E apesar de sermos diferentes uns dos outros e  talvez pensarmos nisso como um problema, O Senhor precisa de pessoas diferentes para ser manifestado de diversas maneiras através delas (cf. Ef 3:10; 1Pe 4:10)! Em 1 Coríntios 12:14-27, nos é mostrado o corpo de Cristo, que é formado por vários membros, e todos esses membros, mesmo sendo diferentes, funcionam em grande cooperação! Assim também, no Jardim de Deus, mesmo tendo itens tão diversos, há uma preciosa harmonia entre eles! Creio que você se identificará com algum dos quatro exemplos que serão citados ou com algumas características deles e acabará lembrando também de alguns irmãos à medida que for lendo. Que O Senhor nos mostre a importância de vivermos nesse jardim tão especial e a importância que cada irmão nosso tem nele!

Um Alegre Frescor no Jardim

As margaridas trazem uma alegria, não é? Você sabia que são flores ótimas para colocarmos em locais como bibliotecas e hospitais pela tranquilidade e ânimo que trazem? Na verdade, acho que ficam bem em tantos ambientes! São flores muito receptivas. Mas, falando em ambientes… Essa é uma flor importante, especialmente no Jardim de Deus! Com tanta simplicidade e pureza que as margaridas transparecem, é aconchegante demais nos aproximarmos delas.

Sabe aqueles irmãos que quando você simplesmente os vê, se sente mais encorajado? Eles expressam a alegria do Senhor com simplicidade, são quentes, extremamente receptivos, dispostos a ajudar os irmãos (humana e espiritualmente)! Puxa, olhando para eles a gente até pode achar que eles não têm problemas, são tão alegres! Mas na verdade, esses irmãos têm uma experiência de muito descanso no Senhor. O descanso no Senhor nos traz paz e podemos ficar tranquilos em cuidar do que é de Deus por termos certeza de que Ele cuida do que cada um de Seus filhos necessita. Assim como o jardineiro cuida de cada flor com extremo cuidado e carinho, nosso Senhor cuida de nós (Fp 4:5-8; 3:1a, 4:4)!

Algo importante de citarmos é que margaridas amam sol! Sabemos que espiritualmente o Sol representa Cristo (Mq 4:2; Lc 1:78). Quanto mais contato tivermos com Cristo, mais saudáveis nos tornaremos e aprenderemos a cuidar dos nossos irmãos com muito amor, como Ele, O nosso Sol, cuida de cada um de nós.

“Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como Cristo nos acolheu para a glória de Deus.” Rm 15:7

Quão preciosos são os nossos irmãos Margarida! Você sabia também que as pétalas dessa flor podem ser usadas como cicatrizantes? Os irmãos margarida percebem quando algum irmão não está bem e procuram encorajá-lo com amor. Esse amor, tão verdadeiro, ajuda a curar as feridas dos irmãos (1 Co 16:17-18).

Diante disso a gente pode pensar: “Que maravilha é ficar ao lado dos irmãos margarida!! Por que todos os irmãos não são como eles? Olha, por exemplo aquele irmão…

Pra Deus ele não tem defeito!

As rosas são exuberantes! Não é sem razão que a chamam de “Rainha das flores”! São delicadas, muito perfumadas e sempre nos remetem ao amor, à singeleza!

Essas flores são consideradas flores solitárias pela forma isolada como, biologicamente, se dispõe nos ambientes. Aplicando à vida espiritual, podemos encontrar irmãos não tão extrovertidos como as margaridas, mas nem por isso deixam de ser amados irmãos! Ao invés de compararmos a rosa à margarida, podemos sempre nos lembrar de quão macias são suas pétalas, da deliciosa fragrância que elas exalam (2 Co 2:15) e do quanto são importantes em um jardim maravilhoso!

Há uma característica relevante nas rosas, que normalmente não reparamos muito de longe, mas quando chegamos bem perto, é inevitável não notarmos: os acúleos. Os acúleos não são o mesmo que espinhos, são proeminências vindas de um tecido da planta denominado “epiderme”. Estes acúleos não têm função de conduzir nutrição (não conduzem a seiva), somente dão proteção à flor contra os predadores. Isso é muito interessante! Talvez, em um olhar mais geral achemos desinteressante que os irmãos Rosa tenham acúleos, pois estes impedem certa aproximação, mas não precisamos nos preocupar. Os acúleos são grandes protetores realmente, mas protetores contra os predadores. Eles não têm objetivo de afastar outras flores. Da mesma forma, podemos ver algumas atitudes e características de nossos irmãos como negativas, mas tudo não passar apenas de uma impressão errada. Aquilo que consideramos defeito em alguém pode na verdade não ser e, pelo contrário, ser algo com uma função importante que o Senhor colocou no irmão, mas que ainda não entendemos. Espiritualmente falando, podemos comparar os acúleos à proteção contra as coisas mundanas recebida por mais comunhão com Deus. Quanto mais comunhão com Deus uma rosa tiver, mais protegida ela estará dos “predadores”. Essa proteção dos acúleos os irmãos Rosa ganham quando leem a Bíblia (cf. Sl119:11, Jo 17:17), oram (cf. Mc 14:38) e têm comunhão com os irmãos (cf. Hb 10:25)!

A princípio poderíamos achar desinteressante o fato de as rosas terem acúleos, mas no momento em que descobrimos o porquê da existência deles, mudamos nosso modo de pensar. Você vê como foi importante conferirmos essa informação? Muitas vezes, quando estamos mais próximos de alguns irmãos, vemos alguma característica deles que rapidamente avaliamos como defeito. Mas nesse caso das rosas, por exemplo, os espinhos que parecem ter um “objetivo doloroso”, são na verdade, muito benéficos!

O inimigo de Deus tenta sempre colocar nosso foco em “possíveis” defeitos dos nossos irmãos. Quando isso acontecer, podemos dizer: “inimigo de Deus, não quero ouvir o que você pensa sobre o meu irmão. O mais importante é o que Deus pensa sobre Ele. E sabe de uma coisa? Para Deus ele não tem defeito (Ct 4:7)!”. Além de rejeitarmos esses pensamentos, precisamos voltar o olhar para as pétalas: tente se lembrar das coisas positivas que esse irmão já fez! Pode não ter sido exatamente para você, mas com certeza ele já desejou ajudar de coração algum irmão, consolou algum necessitado, abraçou forte quem precisava ou até mesmo orou por você e sua família, mas como foi algo entre ele e O Senhor, pode ser que você nunca chegue a saber.

Além disso, as rosas precisam de cuidados específicos para estarem sempre belas! Um desses cuidados é a poda. A poda é a remoção de ramos mortos, deteriorados ou em decomposição e a eliminação de caules secos ou murchos para que seja retirado tudo o que não é mais necessário nas plantas e que está somente consumindo sua energia. Essa poda é essencial para que a luz solar penetre melhor no núcleo da planta, o que facilita sua nutrição e, consequentemente, seu crescimento.

Espiritualmente falando, O Senhor é quem cuida da poda dos irmãos Rosa – e com muito carinho! Aposto que quem cultiva rosas teve algum receio de podar as flores pela primeira vez. Mas por ser um ato necessário e ao ver o belíssimo resultado, com certeza todo o receio se foi com o tempo.

A poda das Rosas é realmente muito importante! Mas saiba, querido irmão, que não são somente elas as que passam por essa fase: todas as flores precisam ser podadas para um crescimento saudável!

O Senhor sabe que podar as flores é um ato necessário para que elas sejam beneficiadas. Apesar desse momento gerar-lhes sofrimento, isso garante um novo crescimento e muito mais flores nascendo!
O jardineiro cuida do que as flores precisam e reconhece o que precisa ser retirado. Eu, como uma flor companheira, não preciso me preocupar se a flor ao meu lado está precisando ser podada. O Jardineiro já “passou por ali” (cf. Ap 1:10-20; 2:1) e já está preparando a poda para o momento realmente necessário. Será muito mais benéfico se eu aproveitar o tempo no Jardim para cantar com o meu irmão, conversar com ele, ajudá-lo a desfrutar do Senhor do que perder a paz tentando analisar o que seria melhor que fosse retirado dele (cf. Rm 14:4).

O Bom Perfume De Cristo

“Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem.” 2 Co 2:14-15

Cada um de nós tem uma fragrância única, mas todas as fragrâncias dos irmãos expressam o bom perfume de Cristo! Se pensarmos nos girassóis, por exemplo, eles são flores que têm seu momento durante o dia. Nesse período estão vibrantemente chamando a atenção de diversos olhares, mas eles mesmos voltam-se fielmente para o sol. Os irmãos Girassóis são incríveis e belos, mas sempre apontam com humildade a fonte da sua beleza – Cristo! Sua fragrância é suave, não tão intensa, mas ele a libera.

Já as Damas da noite, liberam seu aroma somente durante a noite. Um aroma intenso e inconfundível! São flores simples, muitas pessoas acabam não as notando quando passam por perto, mas sua fragrância é sempre identificada e chama muito a atenção. Assim também, alguns irmãos aparecem mais em determinados momentos do que em outros. Podem não estar visíveis por algum tempo, mas a função deles fica muito clara em outras ocasiões, sendo todos igualmente importantes no Jardim!
Quer sejamos como o irmão Girassol, quer sejamos como o irmão Dama da noite, somos a expressão do Senhor individualmente (e coletivamente)! Liberamos o aroma de Cristo porque Ele está em nós. Não é mérito nosso, essa fragrância maravilhosa, mas Cristo mesmo desejou que O expressássemos porque nos ama! As pessoas identificam rapidamente um aroma diferente quando um irmão Girassol ou um irmão Dama da noite se aproxima.

Independentemente de com qual deles nos pareçamos mais, o que é realmente importante é estarmos exalando o bom perfume de Cristo para que as pessoas O possam sentir! Se não estamos exalando tanto esse aroma, podemos nos voltar para O Senhor, pois Ele já está em nós. Essa doce fragrância já está em nosso ser! Precisamos apenas exalá-la.

Nessa primeira parte do texto vimos algumas características de quatro flores incríveis do Jardim de Deus! Apesar de sermos diferentes uns dos outros, O Jardineiro dá especial atenção à cada um de nós. Se estamos dentro do Jardim, o lugar em que Ele nos colocou, não há preocupações! O Sol nos iluminará na medida certa, não faltará água nem nutrientes, não haverá ladrões que nos roubarão, o vento será na medida em que podemos suportar e alcançaremos o objetivo que o Jardineiro tem para nós: o crescimento espiritual!

Mas lembremos sempre: estar dentro do Jardim é uma condição muito ligada ao coração. Espiritualmente falando, se estamos com o coração voltado para o mundo, já estamos nele e nele ficamos sem a proteção do Jardim. Por isso, não há porque sairmos do Jardim de Deus. Nele temos tudo! Se você se sente sem forças, olhe ao seu redor. Você verá uma beleza coletiva impressionante te encorajando! As flores continuam lá, lindas, te inspirando a continuar firme. Lembre-se de que você é uma flor incrível: o prazer do nosso Senhor (Pv 8:31)! Não se esqueça disso. E sempre que precisar de mais encorajamento, então você poderá olhar para cima, para O Jardineiro, porque Ele está cuidando de tudo pra você, de tudo o que você precisa (Mt 6:28-30)!

Vimos que cada flor tem características próprias que as tornam insubstituíveis! Cada um de nós pode ser comparado à essas flores únicas que pertencem ao Jardim de Deus, que é a Igreja! Mas um jardim, além de flores, tem também diversos outros tipos de plantas. Vamos apresentar a seguir, dois exemplos delas e compararmos suas características a alguns aspectos da nossa vida com O Senhor e com os irmãos. Comecemos, então, com uma planta bem interessante: O Cacto!

Águas Vivas

Os irmãos cactos podem parecer não tão agradáveis à “vista”, mas O Senhor os amou e Ele é Aquele que vê o coração, não a aparência (1 Sm 16:7). Por causa dos espinhos que eles possuem, pode até ser que seja um pouco doloroso estar perto deles, mas eles são nossos irmãos! Em uma família grande há irmãos diferentes. Há um irmão mais cooperativo e outro que não é tanto, um que é mais dócil e um mais difícil de lidar, um que gosta muito de falar, e outro que é mais quieto. Embora sejam diferentes, o pai ama cada um deles. Ele não deixa alguns para fora de casa por não serem de fácil convívio. Da mesma forma, se no Jardim de Deus, O Maravilhoso Jardineiro permite a plantação dos irmãos cactos, então eles também são importantes ali.

Outro detalhe muito importante é que assim como vimos que os acúleos das Rosas lhes servem de proteção contra os predadores, os espinhos dos cactos também têm a mesma função! Essa proteção é contra o mundo e contra tudo o que há nele. Ela é obtida através da leitura bíblica (cf. Sl119:11, Jo 17:17), da oração (cf. Mc 14:38) e da comunhão com os irmãos (cf. Hb 10:25).

Para amar estar perto desses irmãos, acima de tudo, é necessário que busquemos ao Senhor, pois Ele é a fonte de todo amor! Quando lembramos do quanto o Senhor cuida de nós um a um, esse amor nos constrange e, com o passar do tempo, o amor cresce em nós e transborda! Eu cometo tantos pecados e O Senhor me perdoa quando me volto a Ele em arrependimento genuíno. Sem falar que tantas vezes machuco o coração dos meus irmãos pelo meu jeito de ser. Por que, então, eu exijo que meus irmãos sejam perfeitos aos meus olhos? O Senhor os ama, então eu quero aprender a amá-los também!

Os cactos também têm outras características muito interessantes! Eles são incríveis armazenadores de água. Suas folhas são reduzidas a espinhos evitando a perda de água por transpiração! Algum tempo atrás, observando a vegetação do Ceará, notei algo especial nos cactos e fiquei pensando se seriam frutos. Sim, eram frutos (frutos lindos, por sinal!) chamados: “Pitaya”, “Fruto do mandacaru” ou “Dragon Fruit”. A cor por fora, rosa choque, e a aparência por dentro de “sorvete de flocos” me deixaram impressionada! E quem diria que uma planta em um lugar com tão pouca chuva pudesse produzir algo tão cheio de vida? A água que os cactos armazenam pode se referir espiritualmente pelo próprio Jesus! Ele, que é O Espírito, é o fluir dos rios de água viva no nosso interior (Jo 7:38-39)! Em meio às tribulações e dificuldades é possível frutificar! É possível reter a graça (Hb 12:28) para servirmos ao Senhor como Ele se agrada, nos mantendo firmes Nele, até o fim!

Muitas vezes, não conhecemos a história dos irmãos que estão a nossa volta ou o que eles estão passando/sentindo no momento. Por isso, é importante olharmos para eles com compreensão e compaixão. Podemos usar uma situação como exemplo: digamos que em um certo dia, uma irmã passou por mim e não me cumprimentou. Ela até olhou na minha direção, mas passou. Vários pensamentos podem vir então à minha cabeça: “Aquela irmã tem raiva de mim. O que será que eu fiz pra ela?” ou: “Aquela irmã me viu e nem falou comigo. Ela é tão mal-humorada!”. Nesse momento, preciso negar esses pensamentos negativos e ter uma atitude positiva em relação a essa irmã. Posso defendê-la nos meus pensamentos – mesmo que inicialmente seja contra a minha vontade fazer isso: “Eu posso ter me enganado achando que a irmã me viu e de repente ela nem percebeu que eu estava perto dela.” ou: “A irmã pode estar passando por algum problema… Preciso orar por ela”.

Sustentar pensamentos negativos, vindos do inimigo de Deus nos faz criar muros entre nós e os nossos irmãos porque cada vez que eu me lembro da minha impressão de que “A irmã me viu e não falou comigo” é como se ela tivesse feito isso mais uma vez. Se em um dia eu pensar dez vezes nessa situação, contando com a primeira – que na realidade, eu posso ter visto distorcida-, a irmã já terá “me ignorado” por 11 vezes!! E de repente, a irmã realmente nem me viu e está em paz por nem imaginar que eu estou magoada com ela.

Não há muros que cresçam quando não permitimos que os tijolos sejam posicionados. Lembremos sempre de que um muro deve estar em volta do jardim, protegendo a nós todos – do mundo -, e não no meio dele (cf. Ef 2:14-16) . O Jardineiro quer ter prazer e liberdade no jardim. Um muro entre mim e meu irmão traria tristeza ao coração do Senhor e dos demais irmãos. E mesmo que realmente a irmã tenha “me ignorado”, se eu lembrar do amor que Deus tem por mim e de como Ele me perdoa, essa atitude será coberta por esse imenso Amor (1 Pe 4:8)! Quando tomamos uma posição positiva em relação aos filhos de Deus, impedimos que os sentimentos do inimigo criem raízes no nosso coração e, ao contrário dessa situação, abrimos o coração a eles, ganhando sentimento de orarmos por eles e de cuidarmos deles!  E falando em irmãos que cuidam uns dos outros, um em especial é um grande exemplo pra nós, o irmão:

Palmeira!

Plantados na Casa do SENHOR

As palmeiras são árvores incríveis! Eu achava que palmeiras eram só coqueiros (risos) Engano meu. Existem em torno de 2.500 espécies de palmeiras! Além dos coqueiros, temos as tamareiras, os Buritis, as Palmeiras Imperiais, as Palmitos-juçara, os Dendezeiros, os Açaizeiros…

A palmeira é citada em um Salmo!  Salmos 92:12-15 diz: “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça”.

Além de almejar morar sempre na casa do Senhor, vemos que o irmão Palmeira está enraizado ali! O que ele necessita para crescer, florescer e dar frutos, é a presença do Senhor! Nesse versículo nos é mostrado que O justo florescerá como a palmeira por estar plantado na Casa do Senhor, nos Seus átrios. E não faltarão frutos, nem seiva, nem verdor para ele, porque Ele tem uma base de nutrição abundante e preciosa! O segredo de os irmãos palmeira serem sempre belos, crescerem e frutificarem é o de estarem firmados em Cristo!

Sobre o crescimento, vemos que em relação à altura algumas Palmeiras são altíssimas. Todavia, independentes do tamanho máximo que cada uma delas possa chegar, todas crescem à seu tempo, com paciência, de forma normal e constante. Há um crescimento progressivo da vida de Deus ocorrendo nos irmãos Palmeira, mesmo que não percebamos muito por estarmos “todos os dias” ao lado deles. O irmão palmeira tem paciência para crescer e devemos sempre encorajá-lo a manter-se assim! Um crescimento normal leva tempo e o tempo aprofunda nossa experiência Deus.

As palmeiras levam vida aos que estão ao seu redor, elas não têm suprimento só para elas. Elas nos beneficiam com itens como: frutos doces, substâncias para elaboração de medicamentos, óleos vegetais, madeira e até mesmo sombra fresca! Assim também, os irmãos palmeira nos compartilham o frescor da vida de Deus e Suas muitas maravilhas que trazem desfrute ao nosso ser! Os irmãos Palmeira nos beneficiam com a fonte com que eles mesmos são supridos (cf 1 Co 16:17-18).

Que possamos valorizar muito os irmãos palmeira e perseverar como esses amados irmãos perseveram na vida com O Senhor!
Amados, mesmo vendo esses poucos exemplos, percebemos que existe uma maravilhosa diversidade no Jardim de Deus! Um jardim é lindo porque, por mais que existam flores e árvores de tirar o fôlego, nenhuma está lutando para ser mais bonita ou melhor que as outras. Elas estão ali por vontade do jardineiro que as semeou, e ali são perfeitas aos seus olhos da maneira que são! Lembremos sempre: o Maravilhoso Jardineiro escolheu cada semente com carinho, para colocá-las no jardim da maneira como Ele quis! Nenhuma flor ou árvore está ali por acaso. Foram todas plantadas com Sabedoria pelo nosso Pai (Ef 1:4-5)!

Estamos juntos, no mesmo Jardim, cada irmão experimentando de forma individual o crescimento espiritual, mas todos juntos estamos experimentando a edificação do Corpo de Cristo (Ef 4:12-13)! Essa riqueza de experiências nos dá vigor e só podemos desfrutá-la junto com os demais irmãos!

É muito especial poder falar com Deus, em casa, sozinha… Mas quando estou com os irmãos, desfruto de uma forma coletiva do Amor de Deus! Como eu poderia experimentar todos os aspectos do Amor de Deus, sozinha? Deus é O próprio Amor! Passarei toda a minha vida e toda a Eternidade conhecendo mais a Ele, que é Infindo! Por isso, é muito doce podermos experimentar mais desse Amor hoje mesmo com nossos irmãos. Por meio deles, desfrutamos das muitas dimensões do amor de Deus:

“E, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” Ef 3:17-19

Fontes principais:

http://aquieuaprendi.blogspot.com.br/2012/12/jardim-fechado.html
http://prrobsonyahoo.blogspot.com.br/2014/04/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html
www.bomdiapai.com.br/por-que-o-justo-florescera-como-a…/comment-page-1
http://o-tempo-kairos-de-deus.blogspot.com.br/2013/06/seja-como-palmeira-e-o-cedro-do-libano.html


Débora Moreno