terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O Céu Antes da Volta de Cristo

                                       Antes de chegarmos ao céu

O Novo Testamento também chama de paraíso o céu onde Deus habita (2Co 12.4; Lc 23.43). Nesse paraíso encontra-se o monte Sião celestial, a “cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial” (Hb 12.22) e a “árvore da vida” (Ap 2.7). A palavra vida nesse contexto merece nossa atenção, pois o paraíso é lugar da vida por excelência, onde existe “vida em abundância” (veja Jo 10.10). No céu habita a origem e a fonte de toda a vida, que é o próprio Deus vivo.

A Jerusalém celestial

Em Apocalipse 21.1-3 ficamos sabendo que um dia a Jerusalém celestial descerá à terra como “nova Jerusalém”. Essa cidade terá muros, portões de pérolas, pelo menos uma rua, no mínimo um rio, o “rio da água da vida” (Ap 22.1), e “de uma e outra margem do rio” (Ap 22.2) teremos “a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos” (Ap 22.2). Essa formulação permite a conclusão de que a “árvore da vida” não seja uma só árvore, mas um tipo de árvore “celestial” a crescer e florescer às margens do rio da água da vida. Mais uma vez encontramos a ênfase em vida na cidade do Deus vivo.
Nenhuma metrópole de nosso mundo é tão viva e tão pulsante como a cidade do Deus vivo no paraíso. E com sua altura, comprimento e largura de 2.400 quilômetros, será gigantesca, suficientemente espaçosa para todos os salvos de todas as eras (Ap 21.16-17).

Duas expressões curiosas

O apóstolo Paulo usa duas expressões bem curiosas para descrever a “Jerusalém lá de cima” (Gl 4.26), como chama essa cidade incomum. A primeira palavra que Paulo usa é livre. A Jerusalém celestial é uma cidade livre, não escravizada pela Lei, pelo pecado ou por qualquer outra coisa. Só a livre graça de Deus leva uma pessoa a essa “Jerusalém lá de cima”. É o lugar mais livre desta e de todas as dimensões. Todo aquele que chegar lá estará livre, completamente livre!
A segunda palavra é mãe. Ela exprime carinho e proximidade, confiança e aconchego, características que não são necessariamente associadas a uma cidade. Mas a Jerusalém celestial é um lugar de segurança. É o lar da família de Deus. É o lugar onde reina o amor, porque o próprio Deus habita ali.
Se morrermos antes do Arrebatamento, esperaremos pela ressurreição. Mas, ansiamos muito não passar pela morte! Gostaríamos mais de ser levados ao céu pelo Senhor enquanto estivermos vivos! Pergunta: como é o céu até chegarmos lá?

Quem vive no céu?

Nessa cidade celestial vive uma multidão literalmente incontável de anjos e a “universal assembléia” (Hb 12.22) que adora a Deus, o Pai (Ap 4.11) e a Deus, o Filho (Ap 5.12), com voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões (veja Ap 19.6). Anjos são “espíritos ministradores” (Hb 1.14), que ajudam os salvos aqui na terra e observam atentamente a extraordinária ação de Deus com a Igreja (Ef 3.10). Por isso, se você crê em Jesus Cristo, encontrará no céu os anjos que o ajudaram aqui na terra, muitas vezes sem que você soubesse ou percebesse seu agir. Para muitos anjos você será um velho conhecido. Chegando ao céu, você realmente estará chegando em casa!
No céu, todos vão compreender e amar uns aos outros. Ninguém será excluído, ninguém discriminará ninguém. Os habitantes do céu formam uma família grande, harmoniosa e perfeita.
Outro grupo que habita no céu são os “espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23). Essa declaração singela contém algumas informações interessantes para os curiosos entre nós:
– Os habitantes humanos do céu são “espíritos”. Eles ainda não ressuscitaram. Ainda não receberam seus corpos glorificados. Ainda estão separados dos seus corpos.
– Os moradores humanos do céu são “aperfeiçoados”. São sem pecado, sem mácula e sem rugas. Chegaram ao alvo. Sua peregrinação chegou ao fim. Não precisam mais ser aprovados. Não precisam mais ser vencedores. Não serão mais provados nem purificados.
– Os habitantes humanos dos céus são “justos”. Merecem esse título porque creram em Deus quando estavam na terra. Seguiram ao Senhor e agora chegaram ao céu como “espíritos justos e aperfeiçoados” (perfeitos no sentido de estarem sem qualquer pecado).
Na Bíblia, tanto os salvos do Antigo Testamento como os da Nova Aliança são chamados de “justos” (Is 26.7; Hc 2.4; Rm 1.17; Rm 5.19). Os justos de todas as eras vivem no céu. Lá você encontrará Adão, Eva, Abel, Noé, Abraão, Sara, Isaque, Rebeca, Jacó, Davi, Ana, Samuel e muitos outros. E todos eles são espíritos justos aperfeiçoados – até o momento em que “cada um, por sua própria ordem” (1 Co 15.23) ressuscitar para a vida em um novo universo.
Isso significa que no céu só habitam pessoas que foram feitas justas e tornadas sem pecado. No céu não há brigas, não há partidarismos, nem preferências, lisonjas ou vanglórias, nem escárnios, nem mal-entendidos, nada de abusos ou exploração. Todos vão compreender e amar uns aos outros. Ninguém será excluído, ninguém discriminará ninguém. Os habitantes do céu formam uma família grande, harmoniosa e perfeita.

O mistério continua

O que significa que os crentes hoje no céu são “espíritos”? Para nós, sobre a terra, isso é e continuará sendo um grande mistério. Um ser humano é uma unidade entre homem interior e homem exterior. Faltando uma das partes, não será uma pessoa completa (veja Gn 2.7; Rm 7.22; 2Co 4.16). As ideias platônicas e entusiastas de que nosso corpo não tem valor algum, e que só o ser interior é que conta, são refutadas com muita veemência pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 6.13-20. Portanto, chegaremos ao céu sem pecado (“aperfeiçoados”), mas ainda “incompletos” (apenas em “espírito”), até que, finalmente, ressuscitemos e recebamos nossos corpos glorificados (2Co 5.1-4).

Chegando ao céu

O que faremos no céu se morrermos antes da volta de Cristo? Apocalipse 6.11 fala que os mártires devem repousar “ainda por pouco tempo” até que também se complete “o número dos seus conservos e seus irmãos”. Portanto, repousarão até o último salvo chegar ao céu e também receber a vestidura branca. Apocalipse 22.3 diz que seus servos O servirão. Penso que isso será mais tarde, quando todos já estiverem junto de Deus!
O professor em Bíblia René Pache explica que no céu, no presente, a ênfase está claramente em “descanso depois das batalhas aqui na terra”. No momento, o céu é primeiramente um lugar de consolo, de recuperação dos sofrimentos passados aqui na terra. As recompensas ainda não foram distribuídas, Cristo ainda não exerceu Seu julgamento (no Tribunal de Cristo, quando serão julgadas as obras dos salvos, veja Romanos 14.10-12 e 2Co 5.10). Isso somente acontecerá após a ressurreição, quando todos os salvos forem revelados juntamente com o Senhor Jesus e assumirem seus postos de comando onde o Senhor os colocar.
no céu Deus, o Pai, vai enxugar “toda lágrima” do nosso rosto. Deus vai nos consolar e você experimentará a cura de todos os seus traumas.
Certamente uma das atividades centrais no céu consiste no louvor a Deus. Hebreus 12.23 fala da “igreja dos primogênitos arrolados nos céus”. Essa igreja é a reunião dos salvos, que se juntam diante do trono de Deus para adorá-lO, como lemos em Apocalipse 4 a 6. Louvor e adoração desempenham um papel central no céu, pois os vencedores têm toda a razão para agradecer ao seu Senhor por terem chegado seguros à mais bela cidade de todas as dimensões.
Isso também significa que, no céu, nos lembraremos da nossa vida aqui na terra. Se não fosse assim, por que teríamos de ser consolados? Por que precisaríamos de consolo se nem lembrássemos do que Deus nos salvou e livrou? Certamente Deus, por si mesmo, é digno de infinito louvor, mas Ele não tem interesse em que nós esqueçamos o que já fez por nós. E por que seria dito aos mártires de Apocalipse 6.9-11 que “repousem ainda por pouco tempo”, se nem sabem de que canseiras e de quais provações estarão repousando? Essa passagem bíblica nega qualquer ideia de que Deus irá apagar nossa memória. Os mártires conseguirão se lembrar de seus sofrimentos. Recordarão de seu próprio assassinato, certamente uma lembrança traumática. E esses mártires têm sentimentos e desejos, pois clamam por vingança pelas injustiças que sofreram.
À luz da glória e da presença de Deus você também conseguirá entender as piores lembranças; não esqueçamos que no céu estaremos “aperfeiçoados”. Além disso, no céu Deus, o Pai, vai enxugar “toda lágrima” do nosso rosto (Ap 7.17; Ap 21.4). Deus vai nos consolar e você experimentará a cura de todos os seus traumas. Mas o Senhor não vai deletar todas as memórias de sua existência terrena. Se fosse assim, não haveria necessidade de consolo.
A Palavra de Deus confirma: “Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos” (Mt 22.32). Quando você morrer, não começará tudo do zero. Será como disse Richard Sibbes:
Para nós, cristãos, a morte é somente um porteiro carrancudo que nos abre a porta para um majestoso palácio. A morte de um cristão é uma mudança, não o aniquilamento de tudo o que houve antes. A única coisa definitivamente apagada serão os nossos pecados, porque Jesus os carregou sobre a cruz.
Em Lucas 16.9, Jesus Cristo diz em relação às riquezas e aos relacionamentos, que devemos investi-los nas “moradas eternas”. O que fazemos aqui na terra tem reflexos na eternidade, mais do que pensamos. As amizades que fazemos aqui na terra não terminarão no céu. Aquilo que investimos em pessoas aqui no mundo terá reflexos nos relacionamentos que teremos no céu.

Casados no céu?

No céu os casamentos estarão dissolvidos (por razões práticas e teológicas), mas os vínculos surgidos em um casamento não terão findado. Já que no céu não haverá relações sexuais nem pecado (portanto, nem ciúmes, nem inveja), alguém, por exemplo, que casou duas vezes porque o primeiro cônjuge morreu, poderá ter vínculos profundos com seus dois cônjuges.
Isso pode soar um pouco estranho aqui para nós, mas no céu não haverá tratamento desigual nem prejudicial a ninguém. O comportamento do Senhor Jesus aqui na terra, sem pecado algum, pode nos fornecer alguma ideia de como poderiam ser os relacionamentos no céu. Mesmo que o Senhor Jesus tenha amado a todas as pessoas com o mesmo e profundo amor, teve um relacionamento mais próximo com os doze apóstolos; e com os três discípulos mais chegados o vínculo era ainda mais íntimo. Havia inclusive mulheres que tinham um relacionamento mais próximo com Jesus do que outras discípulas, e nosso Senhor certamente não foi adúltero ou imoral! Amizades mais chegadas ou relacionamentos mais íntimos não são manifestação de pecado.

Nosso lar

Se você é um filho de Deus, o céu é seu lar. Lá você tem sua cidadania. Lá você tem todos os direitos e privilégios. Lá seu nome é conhecido, lá você é amado, lá você é esperado, lá está seu povo (Fp 3.20). Você é um concidadão dos santos (Ef 2.19). No céu você estará em casa com o próprio Deus. E isto certamente será o melhor de tudo: a comunhão com o Deus vivo! Será assim como os filhos de Coré ansiavam no Salmo 42.2: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”. Não há nada mais belo do que a reluzente, brilhante, pura e três vezes santa glória divina (Ap 4). Nos céus, Deus é o maior bem de todos!
Jesus Cristo disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Em outras palavras, o mais belo, mais glorioso e mais precioso é conhecer a Deus, o Pai, e a Jesus Cristo, Seu Filho – isso é o céu! Um céu sem Jesus não seria céu. O pregador inglês Charles Spurgeon declarou:
Oh!, pensar num céu sem Cristo! Seria o mesmo que pensar no inferno. Céu sem Cristo! É o dia sem sol, a existência sem vida, o banquete sem comida, é ver sem luz. Isso é uma contradição em si mesma. Céu sem Cristo! Absurdo. Seria o mar sem água, a terra sem campos, o céu sem suas estrelas. Não pode haver céu sem Cristo. Ele é a soma de todas as bem-aventuranças, a fonte de onde jorra o céu, o elemento de que é formado o céu. Cristo é o céu e o céu é Cristo.
Se você não tem apreço pela pessoa de Jesus, também não gostará do céu. Se você hoje, aqui e agora, já quiser ter um gostinho do céu, busque mais comunhão com Deus, seu Pai, e com Jesus Cristo, seu Senhor. Ore com o mesmo desejo de Davi: “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo” (Sl 27.4).
Busque as coisas lá do alto (Cl 3.1-4). Viva conscientemente com o Senhor Jesus e para Ele. Busque ativamente, em oração e no estudo da Sua Palavra, a presença de seu Deus e o trono da Sua graça. Então sua alma encontrará sossego e tranquilidade, profunda alegria e paz duradoura, pois, como já dizia o salmista, “um dia nos teus átrios vale mais do que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade” (Sl 84.10). “Maranata! Amém! Vem, Senhor Jesus!”. René Malgo

sábado, 28 de janeiro de 2017

Contando Nossos Dias

Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. (Tg 4:14)

Confesso que não sou a pessoa mais emotiva do mundo. Tenho um pouco de dificuldades em demonstrar minhas emoções e sentimentos.
Chorar é algo um tanto incomum na minha vida, mas esta semana me peguei segurando as lágrimas durante um casamento.

Não que casamentos mexam comigo, mas este foi especial. Tudo estava indo normal, até que a música começou a tocar, as portas se abriram e majestosamente minha filha começou a desfilar pelo tapete vermelho, usando um lindo vestido branco, em direção ao altar. Meio em estado de choque comecei a questionar: Onde está aquela menininha que até ontem carreguei no colo?

Agradeço a Deus por ela só ter nove anos ainda e que tenha entrado no casamento apenas como dama, mas não pude deixar de pensar que em alguns anos ela entrará usando um vestido semelhante, mas desempenhando outro papel na cerimônia. Isto, realmente, me assusta.

Completo trinta e cinco anos (embora alguns amigos achem que já tenha passado dos quarenta) e a cada dia que passa me espanto mais com a brevidade da vida. Os dias vêm e vão e o tempo não dá uma pausa nunca.

O espelho é testemunha das rugas e cabelos brancos que vão se multiplicando. Algumas pessoas já começam a me chamar de senhor. Dores vão surgindo e as vezes sinto-me como um carro precisando de revisão. Mas este desgaste natural não me preocupa.

Aos trinta e três anos Jesus entregava Sua vida por mim. Aos trinta e cinco, ainda questiono o cristianismo que tenho vivido.

Aquele que sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1:3), sofreu uma tripla humilhação por mim: Sendo Deus se fez homem. Sendo homem, se fez servo e por fim foi até a cruz (Fl 2:6-8), mas o tempo vai passando e continuo lutando contra meu orgulho e soberba.

O tempo não pára. Os minutos que estou usando para escrever estas palavras não voltarão nunca mais. Não serei mais um adolescente sonhando em conquistar o mundo. Minha filha nunca mais será um bebê que vou carregar nos braços.

A brevidade da vida e a incerteza do amanhã deveria nos levar a viver a vida, que Deus nos deu, com mais excelência e seriedade. Agarrando cada oportunidade de servir ao Senhor, pois é possível que elas nunca mais voltem.

Agradeço a Deus por mais um ano que Ele me deu, mas também sei que na contagem regressiva dos meus dias aqui na terra, tenho um ano a menos. Quero viver o resto dos meus dias de forma que dignifique o nome de Cristo.

Que este seja nosso desejo e motivação: Viver nossos dias na terra de tal forma que nossos passos, desejos, palavras e atitudes dignifiquem o nome do nosso Senhor Jesus Cristo.

“Senhor, Tu me sondas e me conheces.” (Sl 139:1) Alex Amorim 

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Poucos Muito Ricos, Muitos Muito Pobres.

Os seis homens mais ricos do Brasil concentram a mesma riqueza que toda a metade mais pobre da população do país (mais de 100 milhões de brasileiros), segundo o relatório da ONG Oxfam divulgado nesta semana.
A ONG britânica de assistência social e combate à pobreza usa como base levantamentos sobre bilionários da revista "Forbes" e dados sobre a riqueza no mundo de um relatório do banco Credit Suisse.

De acordo com a "Forbes", as seis pessoas mais ricas do Brasil são:

Jorge Paulo Lemann, sócio da Ambev (dona das marcas Skol, Brahma e Antarctica) e dono de marcas como Budweiser, Burger King e Heinz
Joseph Safra, dono do banco Safra
Marcel Herrmann Telles, sócio da Ambev e dono de marcas como Budweiser, Burger King e Heinz
Carlos Alberto Sicupira, sócio da Ambev e dono de marcas como Budweiser, Burger King e Heinz
Eduardo Saverin, cofundador do Facebook
João Roberto Marinho, herdeiro do grupo Globo

A fortuna somada desses seis empresários era de US$ 79,8 bilhões (cerca de R$ 258 bilhões) em 2016, de acordo com a "Forbes".

Poucos muito ricos, muitos muito pobres. Por que existem pessoas ricas e pessoas pobres?

A desigualdade social, com a concentração de riqueza nas mãos de poucos e o empobrecimento e a vida difícil da maioria esmagadora da classe trabalhadora e do povo pobre é a marca da sociedade em que vivemos, capitalista.

Você pode muito bem almejar uma situação financeira melhor e trabalhar muito para tal. O que você não deve é deixar que isso seja o mais importante para você, nem medir as pessoas por sua posição social. Devemos nos importar em tentar viver bem com o nosso salário, seja ele grande ou pequeno, mas que seja justo e honesto e recebido com alegria. 

Existem pessoas com mais facilidade em ganhar dinheiro que outras, isso é um dom de Deus. Entretanto, assim como não devemos achar que a riqueza é sinal de benção, também não podemos achar que a pobreza é um sinal de santidade. 

Se existem diferenças sociais, elas se acabam quando existe um coração que se alegra pelo fruto de suas mãos. Paremos de querer colher mais do que plantamos. Paremos de indagar pela história dos outros e sejamos responsáveis pela nossa própria história.

Aos filhos de Deus não interessa ganhar o mundo, a fama, a fortuna. A nossa vocação é viver a vida na abundância de Deus. Não temos aqui casa, nem cidade permanente. Estamos aqui de passagem, de passagem para um novo céu e uma nova terra. Para este destino não levamos conosco nem ouro, nem prata.

Há, porém, tesouros divinos que o Senhor quer depositar em nós: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Sim, ricos e bem-aventurados serão aqueles que, quando se manifestar o Reino de Deus, estiverem cheios deste tesouro celestial.

O que acontecerá com a prosperidade sem Deus? “Descansa no Senhor, e espera Nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos. (Sl 37,7).

No mundo há apenas dois tipos de pessoas. Há aqueles que são pobres: a única coisa que possuem é dinheiro. Há, no entanto, outros que não têm dinheiro, mas são ricos; são procurados pela sua fé, sabedoria e zelo pela obra de Deus. Por isso “Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá aos desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nEle, e Ele agirá”.

domingo, 15 de janeiro de 2017

O Sopro de Deus

"Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra." 2 Timóteo 3:16,17
 
Quando nos dedicamos a estudar a Palavra do Senhor aprendemos coisas extraordinárias, que olhos desatentos nunca poderiam ver. Acrescente ao estudo a direção essencial do Espírito Santo e toda Escritura abre-se detalhada diante de nós. Que Deus nos conduza em sabedoria e unção nesse estudo das Escrituras Sagradas e que muitos sejam impactados pela graciosa Palavra de Cristo através dessas linhas.
 
Ao observarmos a passagem citada de 2 Timóteo, vemos a utilidade que a Palavra tem na vida dos cristãos. Ela ensina, corrige, repreende, tornando o varão perfeito e preparando-o para tudo na vida. Mas o interessante nessa passagem não é somente esta parte, visível aos olhos de qualquer um, mas outra parte, que não está tão clara simplesmente lendo o conteúdo do versículo.
 
Paulo inicia o versículo dizendo: "Toda Escritura é DIVINAMENTE INSPIRADA". Essa expressão confirma que toda a Bíblia é fornecida por Deus ao seu povo, usando homens como instrumentos para manter escrito o que Deus ensinou. Contudo há algo mais aí. Quando nos voltamos para os escritos originais dessa passagem, vemos que Paulo usa a expressão grega THEOPNEUSTOS, que os tradutores traduziram como DIVINAMENTE INSPIRADA. O termo THEO significa Deus, enquanto que PNEUSTOS significa sopro ou soprar. Sabendo disso, talvez a expressão mais correta seria dizer que "Toda Escritura foi SOPRADA POR DEUS", tornando a frase completa assim: "Toda Escritura foi soprada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra".
 
Agora vamos analisar a maravilha disso! Voltando-nos para o início da criação, em Gênesis capítulos 1 e 2, vemos o homem sendo feito à imagem e semelhança de Deus. O Senhor cria o homem e: "...formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente" Gênesis 2:7.
 
Ao formar Adão, Deus sopra vida nele e ele passa a conviver com Deus, juntamente com sua mulher Eva. Passado algum tempo, como sabemos, eles pecaram e foram expulsos do Éden (leia Gênesis 3). O vínculo entre Deus e os homens passa a ser obscurecido pelo pecado, que contamina toda a raça humana.
 
Para reestabelecer o homem em sua comunhão com Deus, o próprio Deus envia seu Filho, Jesus Cristo, ensinando e pregando a salvação pela fé Nele e, depois Dele, os discípulos, por meio do Evangelho, começam a pregar e ensinar o caminho da Vida.
 
Agora percebam a semelhança entre as duas passagens:
 
1- Adão tornou-se alma vivente por meio do Sopro de Deus
 
2- O Evangelho foi SOPRADO POR DEUS e é por meio dele que aprendemos e cremos em Jesus para a vida eterna!
 
Assim como o sopro de Deus deu vida ao primeiro homem, que pecou e caiu de seu estado de graça, somos restituídos à Graça por Jesus Cristo, o qual é pregado e ensinado por meio do Sopro de Deus que são as Escrituras Sagradas!
 
O Evangelho é um sopro diário de Deus para nos dar vida pela fé em Cristo, o qual varre as impurezas de nossos corações, expulsa os inimigos de nossas almas e conserva-nos em comunhão com o Pai. É a respiração de Deus vivificando o homem, dando fôlego renovado às pessoas em cada culto! É o precioso oxigênio que enche os pulmões da fé e permite que tenhamos plena segurança durante toda nossa vida...
 
Que cada um de nós possamos em nossos lares respirar desse fôlego de Deus, lendo e nos dedicando ao conhecimento Dele mais e mais... Assim como nossos corpos mortais necessitam do ar para respirar e manter-se vivo, nossos espíritos necessitam do sopro de Deus para serem fortalecidos em Cristo a cada dia! Sendo Jesus o Caminho para a Vida, o Evangelho é o ar que encherá nossos pulmões e nos dará fôlego renovado para a caminhada! Prossigamos com passos firmes, pois ao povo de Cristo pertence essa vitória!
 
Respire o Evangelho, hoje e sempre!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O Cristão e os Jogos de Azar


Entre os jogos de azar estão aqueles jogos permitidos por lei, que são as várias modalidades de loteria, os bingos - este último, muito usado até por igrejas cristãs e instituições - e os sorteios pelo telefone valendo dinheiro, carros e outros prêmios. Quem explora este tipo de jogo tem licença de órgão público competente. Mas nem por isso quer dizer que sejam jogos que convêm ao crente.

Temos também os jogos ilícitos, cujo mais popular é o Jogo do Bicho. Os cassinos são mais uma modalidade de jogos de azar cuja legalidade e implantação oficial está sendo discutida no Brasil. Para o cristão, o que realmente importa é se estas modalidades de jogo acabam por afetar algum princípio bíblico.

A Bíblia não proíbe de forma explícita os jogos de azar. Entretanto, nossa ética é elaborada não somente com aquilo que a Bíblia ensina explicitamente como também com aquilo que pode ser legitimamente derivado e inferido das Escrituras. Existem diversos princípios bíblicos que deveriam fazer o crente hesitar antes de jogar:

1. O trabalho é o caminho normal que a Bíblia nos apresenta para ganharmos o dinheiro que precisamos, Ef 4:28; 2Ts 3:12; Pv. 31. Quando uma pessoa não pode trabalhar, por motivos diversos, desde desemprego até incapacidade, ela deve procurar outros meios  de sustento e depender de Deus pela oração (Fp 4.6, 19). A probabilidade da situação do desempregado piorar ainda mais se ele gastar seu pouco dinheiro em jogo é muito grande.

2. Tudo que ganho pertence a Deus (Sl 24.1), e como mordomo, não sou livre para usar o dinheiro do jeito que quiser, mas sim para atingir os propósitos de Deus. E quais são estes propósitos? Aqui vão alguns mencionados na Palavra: (1) Suprir as necessidades da minha família (1Tm 5.8), o que pode incluir, além de sustento e educação, lazer e outras atividades que contribuam para a vida familiar; (2) compartilhar com os irmãos que têm necessidades e sustentar a obra do Evangelho (2Co 8-9; Gl 6:6-10; 3 João; Ml 3.10).

3. Deus usa o dinheiro para realizar alguns importantes propósitos em minha vida: suprir minhas necessidades básicas (Mt 6:11; 1Tm 6:8); modelar meu caráter (Filip 4:10-13); guiar-me em determinadas decisões pela falta ou suficiência de recursos; ajudar outros por meu intermédio; mostrar seu poder provendo miraculosamente as minhas necessidades. Jogar na loteria não contribui para qualquer destes objetivos.

4. Cobiça e inveja são pecado (Ex 20:18; 1Tm 6:9; Heb 13:5), e são a motivação para os jogos de azar na grande maioria das vezes. A atração de ganhar dinheiro fácil tem fascinado a muitos evangélicos.

5. Existem várias advertências no livro de Provérbios sobre ganhar dinheiro que podem se aplicar aos jogos de azar: o desejo de enriquecer rapidamente traz castigo (Pv 28.20,22); o dinheiro que se ganha facilmente vai embora da mesma forma (Pv 13.11); e riqueza acumulada da forma errada prejudica a família (Pv 15.27).

Uma palavra aos presbiterianos do Brasil: o Catecismo Maior da Igreja Presbiteriana do Brasil enquadra os jogos de azar como quebra do oitavo mandamento, “não furtarás”. Após fazer a pergunta, “Quais são os pecados proibidos no oitavo mandamento?” (P. 142), inclui na reposta “o jogo dissipador e todos os outros modos pelos quais indevidamente prejudicamos o nosso próprio estado exterior, e o ato de defraudar a nós mesmos do devido uso e conforto da posição em que Deus nos colocou”. É claro que esta posição oficial da IPB vale para seus membros, mas não deixa de ser interessante verificar os argumentos usados e sua aplicabilidade para os cristãos em geral.

É importante lembrar, ainda, que os jogos de azar são responsáveis por muitos males sociais, emocionais e jurídicos no povo, tanto de crentes como de não crentes. Menciono alguns deles:

1. O empobrecimento. Há pessoas que são cativadas pelo vício de jogar e, diariamente estão jogando. E, como só um ou poucos ganham, há pessoas que passam a vida toda jogando sem nunca ganhar. Não poucos perderam tudo o que tinham em jogos. Muitos pais de família pobres gastam o dinheiro da feira no jogo.

2. O vício de jogar apostando dinheiro. A tentação para jogar começa desde cedo a estimular uma compulsão entre crianças e jovens que começam a adquirir o hábito de “tentar a sorte”. Há milhares de jovens que já são viciados no jogo, especialmente com a vinda da internet e a possibilidade de jogos online com apostas.

3. Arruinar vidas e carreiras. Não são poucas as histórias de pessoas que se arruinaram financeiramente jogando na bolsa de valores – conheço pelo menos uma pessoa nesta condição – ou apostando em outros tipos de jogo.

4. Jogar dinheiro fora. As chances de se ganhar na loteria são piores do que se pensa. Para efeito de comparação, a probabilidade de uma pessoa morrer em um atentado terrorista durante uma viagem ao exterior é de 1 em 650 mil e atingida por um raio é de 1 em 30 mil. Se uma pessoa compra 50 bilhetes a cada semana, ela irá ganhar o prêmio principal uma vez a cada 5 mil anos.

Outra pergunta frequente é se as igrejas deveriam receber ofertas e dízimos de dinheiro ganho em loteria. Minha tendência é dizer que não deveriam. Guardadas as devidas proporções, lembro que no Antigo Testamento o sacerdote era proibido de receber oferta de dinheiro ganho na prostituição (Dt 23:18) e que no Novo, Pedro recusou o dinheiro de Ananias e Safira (At 5) e de Simão Mago (At 8:18-20).

Alguém pode dizer que o valor gasto nas apostas em casas lotéricas é muito pequeno. Concordo. Mas é uma questão de princípio e não de quantidade. Quando o que está em jogo são princípios, um centavo vale tanto quanto um milhão.  Augustus Nicodemus Lopes

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Garimpeiros Persistentes

“Se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus” (Provérbios 2:4 e 5).
O epitáfio de uma sepultura, nas proximidades de um garimpo, dizia: “Morreu sonhando com um grande tesouro”. Todo garimpeiro é um sonhador. Arrisca tudo: deixa a família e o emprego, embrenha-se na selva ou em lugares inóspitos, trabalha dia e noite, expondo-se a toda sorte de perigos.
O que o mantém nessa aventura arriscada? O desejo de encontrar um tesouro. E, mesmo depois de achar pedras preciosas, continua garimpando, pois alimenta o sonho de um dia encontrar aquele diamante que jamais foi visto.
O tesouro a que Salomão se refere, é a sabedoria. Não erudição, ou vasto conhecimento, mas a ciência da vida, o temor do Senhor. Muitos homens eruditos chegaram ao fim da jornada terrena, sem esperança. Voltaire, por exemplo, disse: “Vou morrer e vou para o inferno”. Hobss confessou: “”Eis que estou prestes a dar um terrível salto para as trevas”. Esses homens, que encantaram o mundo com a sua cultura humanista, não tiveram a seu favor a ciência da vida, na hora derradeira. Outros, porém, encontraram lenitivo na sabedoria que vem do alto. Wesley afirmou:  “O melhor de tudo é que Deus está comigo”. Lutero, no leito de dor, orou: “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito, pois Tu me resgataste, ó Deus fiel!”
A Bíblia falta sobre pessoas que arriscaram tudo pelo temor do Senhor. Abraão deixou a confortável cidade de Ur e foi para uma terra distante. O diamante que alimentava seu ideal era cumprir a vontade de Deus.  Moisés desprezou as glórias e a sabedoria do Egito, pelo conhecimento de Deus. Ao longo de quarenta anos, foi alimentado por um grande sonho: ver o povo hebreu como cabeça e não como cauda. José não pediu para morar no Egito, mas foi lá que ele encontrou o diamante da pureza de caráter. O apóstolo Paulo é outro exemplo digno de lembrança. Desprezando o Sinédrio e as badalações dos líderes judeus, mostrou que era um garimpeiro destemido, ao afirmar: 
“Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3:8).   Novo tempo

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O Sol do Meio-dia

"DEPOIS apareceu-lhe o SENHOR nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, no maior calor do dia. E levantou os seus olhos, e olhou, e eis três homens em pé junto a ele. E vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e inclinou-se à terra. E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E ele disse: Ei-la aí na tenda. E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara escutava à porta da tenda, que estava atrás dele. E eram Abraão e Sara já velhos, e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres. Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?. Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR? Ao tempo determinado tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho".Gênesis 18.1, 2, 9, 10, 12, 14


Abraão, o grande patriarca do povo de Deus, chamado de amigo Do Eterno e pai da fé, fato que os judeus, muçulmanos e cristãos não descordam. Porém era Abraão filho de Terá, e seu pai era um fazedor de imagens (Js-4:2). Segundo o Talmud e o Midrash, Abraão todas as vezes que olhava para aquelas imagens dizia em seu coração, “deve haver uma Deus maior do que isso”, e realmente ele estava certo. Então certa vez, Terá, seu pai parte para uma viagem, mas antes ele chama seu filho e lhe dá uma incumbência, cuidar das imagens e dar comida a elas. Mas quando Terá volta ele se dirige até ao local onde ficavam as imagens e vê uma grande imagem no canto da sala que segurava um taco de madeira e todas as outras imagens menores quebradas. Então ele pergunta a Abraão o que teria acontecido, veja o que ele disse:

_ Meu pai, fiz tudo conforme me disseste, mas quando dava de comer as imagens menores, aquela maior, tomando o pedaço de pau em suas mãos veio e quebrou todas as outras. Mas seu pai não acreditou e disse:

_ Como pode isso ser verdade, se esta imagem tem mãos e não se mexe, tem olhos e não vê, tem pernas e não anda? Então respondeu Abraão:

Se tudo que o senhor meu pai disse é verdade, então porque acredita nelas? E naquele dia Terá, pai de Abraão se converteu ao único e verdadeiro Deus de todo o universo.

Porém, como nós, Abraão teve seu momentos difíceis, pois já fazia muito tempo que havia deixado sua família e obedecido a Deus, saindo errante em busca da promessa de ser pai de um grande povo e possuir uma terra que emana leite e mel.


O v.1 nos fala que Abraão estava assentado na porta da tenda no maior calor do dia, isso era no sol do meio dia, o momento mais quente do dia. Mas porque Abraão não entrou na tenda, mas preferiu ficar do lado de fora, se no interior da tenda ele estaria abrigado do grande calor? Calor este que chega atingir até 50ºc.

Abraão estava vivendo um dia difícil, ele sabia que seu problema estava dentro da tenda, não que o problema fosse Sara, sua esposa, mas sempre quando algo em nossas vidas dá errado, procuramos culpar alguém menos nós mesmos. Mas a bíblia diz que Deus havia falado com Abraão e não com Sara, então ele agora passa por uma crise de existência, e nessa crise ele esta questionando ao Senhor. Nós, como homens falhos, também, fazemos isto, porém de uma forma que desacreditamos na palavra de Deus, mas Com Abraão foi diferente.

Veja. Toda vez que Abraão olhava para sua agora velha esposa, ele recordava das palavras de Deus, mas nunca deixou de ser um amigo de Deus, pois já algumas promessas se haviam cumprido na vida de nosso patriarca, mas a grande e mais valiosa ainda não tinha acontecido, ter um filho, aquele que levaria seu nome.

Agora no maior calor do dia, um desânimo pega Abraão, dentro da tenda uma esposa velha e infértil, embora ainda a amasse, e do lado de fora a solidão e o calor, em cima Deus, e em baixo a terra que ele deveria possuir.

O cenário estava pronto. Tudo era perfeito. Quando a sua vida parecer estar no sol do meio dia, e tudo parecer já não ter mais solução, Jeová entrará em cena.


Talvez se Abraão tivesse entrado na tenda, no calor do meio dia ele teria pegado no sono, pois era um velho, e quem sabe Sara estava sentada tricotando com a lã do carneiro que ele havia matado dias atrás, e esta cena o faria dormir.

Quando o peso do tempo está sobre alguém, este alguém se torna uma pessoa cansada, não preguiçosa, mas cansada, e esta situação acontecia com ambos. E o fato de Sara ter se rido, não nos dá o direito de dizer que ela duvidava da palavra de Deus, mas que ela estava na prova, pois no Cap.17:17, Abraão também sorriu por ser velho e ter um filho. Então realmente eles, não só Abraão, mas ambos, viviam um dia difícil, a falta do cumprimento da maior promessa, a espera do grande milagre, na expectativa da chegada da benção.

Era por isso que Abraão foi se sentar na porta da tenda no calor o meio dia, pois ele estava na expectativa da chegada da benção. Pois veja bem, Abraão foi chamado com setenta e cinco anos de idade, e seu filho nasceria um ano depois desse dia, o que nos leva a crer que ele estava com noventa e nove anos de idade, assim sendo haviam se passados longos 24 anos.

Se existe uma coisa nobre que devemos pedir ao Senhor é paciência, muitas vezes não sabemos esperar nossas bênçãos e queremos ajudar ao Eterno. Passamos por problemas financeiros e quando estamos no sol do meio dia corremos para os agiotas, sofremos decepções amorosas e quando estamos no sol do meio dia nos entregamos as drogas. Verdadeiramente não sabemos nos assentar na porta da tenda no sol do meio dia.

Mas o que seria a tenda em nossos dias?

Abraão sabia que realmente Jeová cumpriria a promessa, mesmo parecendo impossível, foi por isso que o anjo do Senhor lhe disse: “Haveria alguma coisa difícil para Deus?”. Então Abraão sabia a importância da tenda, pois lá dentro ele passara a maior parte de sua vida, e nos braços de Sara. E se ele realmente teria um filho, com certeza seria concebido no interior da tenda e não no meio do pasto.

Isso quer dizer que você e eu nunca devemos deixar nossas tenda, pois sua benção tem tudo a ver com a sua tenda, pois momento mais difícil da vida de Abraão, ele foi se assentar na porta da tenda.

A tenda è a sua igreja. Todas as vezes que abandonamos a casa de Deus, estamos abrindo mão de nossas bênçãos e de nossas promessas. Não saia de sua tenda ainda que o sol do meio dia esteja ardendo sobre sua cabeça.


Quando tudo parecer acabado, quando as esperanças quase forem embora se assente na porta da tenda. Então diz a bíblia que em meio aquele calor imenso, Abraão olha e vê três anjos (por que três anjos? Isso eu conto depois), ele sabia que não era miragem mas sim a resposta a suas orações. Quero lhe falar uma coisa para você que está lendo esta mensagem, “Deus não se esqueceu de você!!!!!”

Ele esta apenas te testando, não desonre a Deus!! Ele chegará no sol do meio dia e virá a ti com a resposta. E para que você saiba e creia que quem escreveu esta mensagem é o próprio Deus, vou deixar algumas referências para que você reflita, e saiba que ainda que o sol esteja forte, há um Deus assentado no trono celestial que esta olhando por você, assim como Ele olhou para Abraão.


Números 23:19
19. Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?

Jô 14:07
7. Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.


Habacuque 3:17 a 19
17. Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; 18. Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. 19. O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas.

Isaías 43:02
2. Quando passares pelas águas [estarei contigo], e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.
  Pr. Alexandre Augusto  

sábado, 31 de dezembro de 2016

Planos Para o Ano Novo

Quais são seus planos para o novo ano? Quando Davi encarregou seu filho Salomão de construir o templo, entregou-lhe planos precisos e exatos. Até está escrito: "Deu Davi a Salomão, seu filho... a planta de tudo quanto tinha em mente" (1 Cr 28.11-12a).

Deus tem um plano para cada um de nós. Os Salmos dizem que Ele manifestou Seus caminhos a Moisés, que teve condições de captar os planos de Deus, de entendê-los e de colocá-los em prática, porque havia cursado a escola do Altíssimo e permanecido nela.

Um construtor que está num terreno e olha para o projeto de construção consegue imaginar a obra que ainda não existe. Essa é sua experiência constante, ele tem prática em ler plantas e em imaginar as obras prontas.

Infelizmente muitos crentes não fazem isso. Ao invés de procurar saber o que Deus quer, eles se exercitam em preparar os seus próprios planos. Você planeja a construção da sua casa? A compra de um novo automóvel? Planeja sua carreira? O futuro dos seus filhos? Sua aposentadoria? Nada disso é errado. Mas os problemas começam quando essas coisas dominam os nossos pensamentos. O que deveríamos fazer é treinar a nossa mente constantemente a fim de aguçá-la para entender e saber os propósitos de Deus. A passividade no discipulado de Jesus leva à resignação; então não conseguimos mais reconhecer o plano de Deus.

O discipulado de Jesus pode ser definido como uma contínua permanência na escola de Deus. O Deus vivo sempre nos dará novas tarefas de casa para que cresçamos e aprendamos o que significa ser mensageiros de Cristo.

Paulo escreve: "Exercita-te, pessoalmente, na piedade" (1 Tm 4.7b). E a Epístola aos Hebreus fala dos "...adultos ...aqueles que, pela prática, têm suas faculdades exercitadas..." (Hb 5.14). Para que possamos dar lugar aos propósitos de Deus em nossos corações, é necessário que nos exercitemos constantemente e com perseverança na disciplina espiritual. Jesus Cristo, o Davi celestial, quer conduzir-nos justamente a este ponto. Isto se manifesta claramente nas instruções do rei Davi a seu filho Salomão: "...conhece o Deus de teu pai e serve-o de coração íntegro e alma voluntária! ...sê forte e faze a obra" (1 Cr 28.9-10). Se deixarmos todo o espaço de nossos corações à disposição dos nossos próprios planos, o Deus vivo não poderá desenvolver Seu plano em nós pelo Seu Espírito. Deus está disposto a gravar Seus propósitos em nosso coração pelo Seu Espírito. Mas Ele necessita de espaço para isso, do maior espaço possível – e sem reservas.

Nossos próprios planos, que se refletem em nossa alma ou em nosso estado emocional, com freqüência são um empecilho para um andar alegre e frutífero na presença do Senhor. Agora o novo ano está diante de nós com todas as suas possibilidades. Qual é o plano de Deus? Quanto mais estivermos cheios do Seu Espírito, tanto mais o Seu plano formar-se-á em nós e por meio de nós, como no caso de Davi, em quem o plano de Deus "estava nele pelo Espírito". Ou para dizê-lo com as palavras de Paulo: "...escrita... pelo Espírito do Deus vivente... em tábuas de carne, isto é, nos corações" (2 Co 3.3). Lembremo-nos sempre disso! Peter Malgo

domingo, 25 de dezembro de 2016

A Imundície e a Glória

A jornada daquele homem começou de modo nada agradável.
Esqueça o ambiente bonitinho e angelical que você costuma ver nos presépios ou nos filmes sobre o Natal. Você já visitou o estábulo de um hotel-fazenda? Já viu como é o local onde os cavalos e as vacas ficam abrigados? Se já teve essa experiência, puxe pela memória e tente se lembrar dos cheiros, dos insetos, do que havia pelo chão. Agora você começa a ter uma percepção real de como foram os primeiros momentos de vida daquele bebê, o início de sua jornada na terra.
O ar que pela primeira vez entrou nos pulmões daquele recém-nascido foi o do interior de um estábulo. Sua maternidade não foi uma clínica limpinha, cheirosa e desinfetada, mas um ambiente insalubre que reunia uma mescla de odores de animais, de estrume e de urina. Quem sabe as moscas, que costumam infestar esses ambientes, tenham pousado nos bracinhos e no rosto do bebê, passeado por seus lábios, incomodado sua mãe. Carrapatos fatalmente andavam por ali. Talvez pulgas ou pombos, que muitas vezes se abrigam nas reentrâncias do teto.
O recém-nascido tampouco foi deitado num bercinho fofo e cheio de bichinhos de pelúcia e móbiles. Sua primeira cama foi um cocho, um comedouro, objeto rústico e sem glamour em que vacas, cavalos, jumentos, bodes e outros animais deixam saliva e muco nasal ao mastigar o alimento. Sim, o bebê não foi deitado em um berço de ouro e cetim, mas, provavelmente, ficou cercado de baba de animais. Acredite, não é o tipo de local em que você gostaria de deitar seu filhinho após o nascimento.
A jornada daquele menino prosseguiu. Perseguido pela maldade humana, ele teve de fugir para o distante Egito. Como terá sido a viagem, por centenas de quilômetros, para aquele menininho? Confortável? Pense em quando você viaja com seus filhos e eles, mesmo acomodados no conforto do ar condicionado do carro, com seus bancos macios, começam logo a perguntar, entediados: “Já estamos chegando? Falta muito? E agora, já estamos chegando?”. José e Maria levaram seu filhinho, ida e volta, por caminhos áridos no lombo de um animal. Dura, a jornada.
O tempo passou e o menino cresceu dentro da carpintaria de seu pai. Ali, aprendeu e se dedicou ao trabalho braçal, entre serragem, pó de madeira, pregos, cravos e farpas. Com dignidade, sim, mas numa vida que exigia esforço, suor e muitas horas de dedicação física e mental. Dureza.
Adulto, sua jornada mudou radicalmente de rumo. Saiu do anonimato, expôs-se à sociedade, tornou-se alvo de desconfiança, calúnias e inveja. Sua vida consistia em percorrer longas distâncias, encontrando pessoas de todos os tipos, muitas delas hostis e que pagaram seu amor transbordante com ódio assassino. Também conviveu, por opção, com a escória da sociedade de então: prostitutas, leprosos, ladrões, hipócritas, corruptos. Não, aquele homem não viveu cercado pelos perfumados e bem-nascidos, paparicado pelos chiques e famosos; ele conviveu com os indesejáveis, os doentes, os imundos.
Você já conseguiu perceber como a jornada de vida daquele homem foi difícil? Foi árdua. Não houve moleza. Tampouco terminou de forma pomposa, luxuosa ou bonita: o inocente foi preso como um criminoso, ofendido, esbofeteado, humilhado, cuspido, xingado, caluniado, açoitado, torturado. Crucificado. Morto.
Sua jornada foi pedregosa, do estábulo à cruz.
Mas há um detalhe fundamental.
Repare no que dizem as Escrituras: “E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glóriaque eu tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.5). “Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus” (At 7.55).“Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?” (Lc 24.26).
Consegue identificar o que houve na jornada do Cristo antes do estábulo e depois da cruz?
Glória.
A vida não é fácil. Não é limpinha, desinfetada, impecável. Viver traz consigo a certeza de, em muitos momentos, ter de enfrentar dor, tristeza, decepção, luto, doença, rejeição, mágoa — a sujeira e a dificuldade da caminhada. Todos passaremos por isso. Você pode estar passando por isso neste momento.
Mas existe uma diferença entre quem enfrenta a jornada da vida com Cristo ou sem Cristo. Para quem está na jornada com Cristo existe esta certeza: depois das muitas e dolorosas dificuldades, o que está à sua espera é... glória.

http://webevangelista.blogspot.com.br/2016/12/natal-imundice-e-gloria.html
Maurício Zágari

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Hospedaria e Estrebaria

Quando José e Maria chegaram à região de Belém, mesmo tendo vários parentes na região, não conseguiram pousada em nenhum lugar. As hospedarias estavam lotadas. Talvez o casal tenha ficado triste por um momento e preocupados sem saber onde passariam a noite e para agravar mais a situação, as dores começaram a anunciar que a hora do parto estava cada vez mais perto.
Naquele tempo não havia maternidade ou hospital. Os partos eram realizados em casa mesmo. Mas no caso de Maria, não tinha nem uma casa para ter seu primeiro filho. Mesmo sendo inexperiente na maternidade, ficaram confiantes em Deus.

Fico imaginando as respostas de conhecidos, parentes e recepcionistas das hospedarias de Belém: ‘desculpe, mas a casa está cheia’, ‘hum, vocês reservaram vaga?’, ‘infelizmente devido ao recenseamento, todos os quartos estão ocupados’. Em outros casos podem ter visto uma plaquinha na porta escrito ‘lotado’ ou ‘não há vagas’. Mesmo assim José continuou procurando até anoitecer.

Possivelmente já era noite e não restava alternativa quando José contemplou um curral e diante do cansaço, o lugar lhe pareceu aconchegante. Maria de tão exausta e sentindo dores, não deve nem ter percebido os detalhes, entregando seu corpo ao deitar sobre um forro de palha. Chegou a sua hora. Foi ali que Jesus nasceu! Aquele foi o lugar preparado por Deus para o nascimento do rei do universo.
Existe vaga para Jesus nascer em seu coração?
Vamos refletir sobre a diferença da hospedaria e da estrebaria comparando com os corações onde nasce ou não o Senhor Jesus:


1- Hospedaria – NÃO HÁ VAGAS:
As hospedarias eram como pousadas ou hotéis onde as pessoas alugavam quartos e faziam refeições. Talvez tivesse que fazer reserva para se hospedar. Naquela ocasião a cidade estava muito movimentada devido ao recenseamento.
A hospedaria ocupada lembra-nos o coração que está sempre ocupado com preocupações, vaidades e paixões da carne. Este coração é como os das virgens néscias que se atrasaram e encontraram a porta fechada (Mateus 25.11) e sempre deixam para aceitar Jesus em outra oportunidade.
Jesus disse que muitas vezes o coração humano fica cheio de pecados (Marcos 7.21) e que quando satanás percebe que um coração está vazio e sem Jesus, “leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro” (Lucas 11.26).
O ‘coração hospedaria’ pode ser um coração que se ilude com as alegrias do mundo como o filho pródigo se enganou com seus amigos inconvenientes e interesseiros e esteve ocupado demais para abrir seu coração (Lucas 15.13,14). Mas quando se viu sozinho com os porcos, seu coração se abriu para entender que precisava voltar para casa.
Este coração se acostuma hospedar muitas pessoas, mas ninguém chega a habitar definitivamente em seu interior. As amizades e amores sempre são passageiros. Jesus não quer ser um simples hóspede passageiro em seu coração. Ele quer ser o dono e morador permanente em sua vida.
Os cristãos de Laodicéia estavam assim indecisos. Eram mornos, nem frios e nem quentes. Não se decidiam quanto a servir ou não a Jesus Cristo integralmente, por isso o Senhor estava do lado de fora de suas vidas, mas lhes disse: “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apocalipse 3.20).
Cuide de seu coração e não se deixe encher de prazeres passageiros e ansiedades, mas abra sua vida para receber Jesus em sua vida e te dar paz (Filipenses 4.6).
Seu coração está ocupado demais para Jesus nascer?
Esvazie seu coração e deixe Jesus entrar!

2- Estrebaria – HÁ VAGAS:
A estrebaria é um lugar rude e simples que quase sempre não cheira bem. Uma espécie de curral, onde se cuida de animais e estes descansam. Possivelmente este estábulo estaria abandonado ou desocupado, de maneira que nada impedisse a estadia do casal por aquela noite ou alguns dias.
A estrebaria disponível representa o coração que está aberto para receber Jesus. Já se ocupou com muitas preocupações e problemas, mas agora está aberto para quem quiser entrar.
Este coração embora às vezes temeroso em se entregar totalmente por já ter se decepcionado com outras pessoas, ao conhecer o Senhor Jesus não teme a promessa de “buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29.13).
Como o coração daquela mulher samaritana que estava vazio, pois já tivera cinco maridos e certamente já se feriu muito, sentiu dores no peito e noites mal dormidas com olhos cheios de lágrimas. Contudo quando ela conheceu Jesus, sua vida se encheu de alegria. Ela não se conteve e precisou contar para todos que “porventura não é este o Cristo?” (João 4.24).
O ‘coração estrebaria’, muitas vezes é de alguém que foi abandonado ou pensa que está sozinho. Mas Jesus procura os “cansados e sobrecarregados” (Mateus 11.28) para aliviar. A pessoa sente um vazio no fundo do peito. Certa vez ouvi alguém dizer que ‘dentro do coração humano há um vazio tão grande que cabe Deus dentro’ e nada neste mundo pode satisfazer este coração a não ser a presença do Senhor Jesus.
Você pensa que está sozinho?
Jesus te ama e quer preencher o seu coração de alegria!

Deixe Jesus entrar em seu coração!

A situação de Jesus desde o dia que nasceu na terra até hoje, ainda é a mesma. Muitos corações são como as hospedarias que sempre estão movimentadas, mas não mora ninguém permanentemente. Mas Jesus é insistente como foram José e Maria em procurar um lugar até encontrar e se contenta até mesmo com uma estrebaria simples e abandonada para transformar em um palácio para o Rei do universo.
A melhor hospedaria sem Jesus é um lugar triste e pobre, mas uma simples estrebaria com Jesus é o melhor lugar do mundo. Se o seu coração está como uma hospedaria e está sempre cheio, mas ainda não tem um morador definitivo, entregue seu coração para Jesus ser o dono de sua vida e ele vai te dar a paz que você nunca teve. Mas se o seu coração está como a estrebaria, abandonado e solitário, Jesus ama você e quer transformar sua vida para sempre. Deixe Jesus fazer do seu coração uma manjedoura para Ele nascer e viver para sempre.
Se Jesus procurar vaga para nascer em seu coração, como ele estará? Cheio ou vazio?
Jesus quer entrar e morar em seu coração!


Pr. Welfany Nolasco Rodrigues
Pastor Metodista e pregador do evangelho.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Manjedoura e Cruz

Então é Natal! Diz a canção que vem à nossa memória nessa época do ano. Época de festividades, de alegria, de confraternização, época de lembrar do nascimento de Jesus. E isso é muito bom. Ainda bem que comemoramos o Natal.
Muitos de nós entendem que o Natal não deve ser comemorado. “É festa pagã travestida de Cristianismo” dizem alguns. Outros dizem que é imposição do imperador romano. Alguns enxergam o nascimento de Jesus com olhos comerciais: “É hora do comércio faturar”. Outros, com o viés da comunhão familiar, dizendo: “Natal é época de reunir a família”. Cada um de nós tem uma percepção sobre o Natal.
Contudo eu queria propor uma percepção do Natal sob a ótica da cruz. Jesus nasceu, viveu e morreu sob a perspectiva da Cruz. O evangelista Mateus disse assim sobre o nascimento do nosso Senhor:
“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.”
Mateus 1:18-21
Então, neste momento onde em “nome do nascimento de Jesus” nos confraternizamos, ganhamos dinheiro, comemos, nos divertimos, mas nos esquecemos de algo mais importante que o nascimento de Jesus. O propósito pelo qual Jesus nasceu.
Mais importante do que o nascimento de Jesus é o motivo pelo qual Jesus nasceu. Jesus nasceu sob a perspectiva da cruz, Jesus nasceu para salvar o seu povo de seus pecados, e o povo de Jesus somos nós, a sua igreja.
Vemos no nascimento de Jesus uma característica que falta na igreja hodierna, Jesus nasceu com um propósito, o propósito do serviço. Jesus era o líder que servia, o Deus que servia, o amigo que servia, a vida de Jesus era o serviço, Jesus nasceu com o propósito de servir a humanidade no maior serviço possível, o de entregar a sua própria vida.
Na lógica paradoxal do Reino de Deus, Jesus nasce para morrer, a fim de que nós que estamos mortos, possamos pela sua morte, nascer no Reino de Deus e desfrutar da sua vida em nós. O apóstolo Paulo nos ensina isso quando ensinou aos irmãos da igreja de Éfeso:
“Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em consequência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo – é por graça que fostes salvos! – juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, com Cristo Jesus.”
Efésios 2:4-6
O serviço de Jesus, ao morrer por nós, deveria nos levar a morrer pelos outros. Afinal, o próprio Apóstolo Paulo ensina em Fp.2: “tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus”O sentimento que havia em Jesus era o sentimento de entender que a nossa vida sem servir ao outro, não vale a pena ser vivida.
Se o Jesus histórico nasceu para morrer, e toda a sua vida foi para este fim, o Jesus que nasceu em nós na nossa conversão, e nos fez seus seguidores, nos ensina que devemos morrer para nós mesmos, e em Jesus, possibilitar que outros tenham a vida de Deus que há em nós.
Neste Natal, o meu desejo é que em nosso coração, haja o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Que a mesma disposição de nascer para morrer em favor do outro, esteja no nosso coração, que o entendimento de que se eu nasci, o propósito deste nascimento é abençoar a vida de outras pessoas.
Que a nossa percepção do Natal, não seja uma percepção comercial, familiar ou social, mas que a nossa percepção do Natal, seja um natal sob a ótica da Cruz. Nascer para morrer, para que outros que mortos estão, possam viver através de nossa morte.
Feliz Natal. Que o aniversariante nos abençoe. 
Pastor Andre Oliveira
Terceira Igreja Batista em Anchieta

Hierarquização dos Ministérios e Dons


Aumenta a cada dia o número de crentes que não se sujeitam aos líderes e pensam que estão certos. Não respeitam pastores, verberam contra a liderança e afirmam que só devem obediência a Deus. “Igreja não é quartel general”, argumentam. E, generalizando, chamam qualquer liderança firme, segura, de coronelista.

Entretanto, vemos na Bíblia que o próprio Deus prioriza e hierarquiza. Ele — que podia ter formado todas as coisas com uma única palavra — fez questão de formar tudo a seu tempo, dia a dia (Gn 1). O Senhor também pôs em ordem as tribos de Israel (Nm 2), pois o nosso Deus é um Deus de ordem (1 Cor 14.40).

De acordo com 1 Coríntios 12.28, há uma hierarquização dos dons e ministérios — estabelecida por Deus, é evidente. Ela existe, não para que um portador de certo dom e ministério se considere superior aos outros, e sim para que haja ordem na casa do Senhor.

Deus pôs na igreja “primeiramente apóstolos” (1 Cor 12.28; Ef 4.11). Existem apóstolos hoje? Sim! Mas é claro que há também pseudo-apóstolos, que propagam muitas “apostolices”. Quem são os apóstolos do Senhor, então? São homens de Deus, enviados por Ele, com grande autoridade, e não autoritarismo. Eles formam a liderança maior da igreja, independentemente dos títulos empregados pelas denominações (pastores-presidentes, bispos, reverendos, pastores, presbíteros, etc.).

É importante não confundir títulos com ministérios e dons. Estes vêm do Espírito Santo, enquanto os títulos são recebidos dos homens. Na Assembleia de Deus, por exemplo, não existe o título de apóstolo. Mas isso não significa que não exista o ministério apostólico. Este, segundo a Bíblia, perdurará “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13).

O texto de 1 Coríntios 12.28 afirma, ainda, que Deus pôs na igreja “em segundo lugar, profetas”, mencionados — na mesma posição, depois dos apóstolos — em Efésios 4.11. Não confunda esses profetas com os crentes que falam em profecia nos cultos, também chamados de profetas em 1 Coríntios 14.29. O ministério profético neotestamentário é formado por pregadores (pregadores, mesmo!) da Palavra de Deus, portadores de mensagens proféticas.

Em seguida, a Palavra do Senhor, em 1 Coríntios 12.28, assevera: “em terceiro, doutores”. Veja como essa hierarquização ocorria na igreja de Antioquia da Síria: “havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo” (At 13.1). Nesse caso, os doutores, que atuam juntamente com os profetas, são ensinadores da Palavra de Deus.

Há casos, como o de Paulo, em que três ou dois dos ministérios mencionados (apóstolo, profeta e doutor) se intercambiam (1 Tm 2.7). Os ministérios de pastor e evangelista certamente fazem parte dos três escalões mencionados em 1 Coríntios 12.28, posto que são títulos relacionados com a liderança maior da igreja.

Finalmente, em 1 Coríntios 12.28, está escrito: “depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. Milagres só vêm depois de apóstolos, profetas e doutores? Isso mesmo. Na hierarquização feita por Deus, o ministério da Palavra é mais prioritário que os milagres, haja vista serem estes o efeito da pregação do Evangelho (Mc 16.17). Observe que João Batista foi considerado por Jesus o maior profeta dentre os nascidos de mulher, mesmo sem ter realizado sinal algum (Jo 10.41).

Se não houver hierarquia nas igrejas, para que servirão os cargos e funções? Qualquer pessoa, dizendo-se usada por Deus, poderá mandar no pastor. Aliás, isso estava acontecendo na igreja de Tiatira, e o próprio Senhor Jesus repreendeu o obreiro frouxo que não estava exercendo a liderança que recebera do Senhor (Ap 2.20).

Deus é Deus de ordem! O princípio divino da hierarquização aparece em várias outras passagens neotestamentárias. Em 1 Coríntios 14.26, vemos que, no culto coletivo a Deus, deve haver ordem. Quanto à ressurreição, está escrito: “Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Cor 15.23). E, no Arrebatamento, tal princípio também será aplicado: “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens” (1 Ts 4.17).

Em 1 Tessalonicenses 5.23, vemos que Deus prioriza o espírito, na santificação. Muitos pregadores têm dito: “Deus nos quer por inteiro: corpo, alma e espírito”. Mas a Bíblia afirma: “e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. Essa ordem mostra que a obra santificadora do Espírito Santo ocorre de dentro para fora, e não de fora para dentro.

O apóstolo Paulo também parabenizou os crentes da cidade de Colossos porque naquela igreja havia ordem (Cl 2.5). E ordem também significa respeitar a hierarquia! Afinal, os ministérios não são invenção humana. Eles foram dados por Deus para edificação do Corpo de Cristo (Ef 4.11-15). Ciro Sanches Zibordi

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O Sermão do Bêbado

Estávamos em uma fase difícil na igreja. Problemas com o antigo pastor, um grupo de membros havia deixado a comunidade, éramos poucos questionando por que Deus estava permitindo tudo aquilo. Um domingo, quando éramos meia dúzia reunidos, com um sentimento de desânimo que pairava no ar, uma membro disse enfaticamente: “eu não sinto mais Deus no nosso meio. Tivemos tantos problemas e estou tão desmotivada que não sei o que fazer. Quando vinha para cá hoje tive esta certeza – Deus não está no nosso meio”.

Ficamos em estado de choque. Todos nos perguntávamos o que estava acontecendo e no nosso íntimo questionávamos se Deus era conosco. Ela teve a coragem de explicitar a pergunta que todos fazíamos no íntimo.

O pastor iniciou o culto. No meio dele escutamos um barulho dentro do salão onde nos reuníamos e uma voz reclamando. Era um bêbado que havia entrado de bicicleta e tudo e tinha caído. Fomos ajuda-lo a se levantar e ele perguntou se era uma reunião de igreja. Dissemos que sim e ele pediu para participar.

Mal o pastor retomou a palavra ele o interrompeu, querendo falar algo, sem nexo e com a voz empastada pela bebida. Outra vez o pastor tentou falar e ele interrompeu. O pastor perguntou se ele queria dizer algo à igreja e ele respondeu afirmativamente. Olhando para todos nós, como que para saber o que pensávamos, ele sentiu o apoio da comunidade e disse ao bêbado: “pode falar que vamos te ouvir. Depois de você eu vou falar e você vai me ouvir quietinho. Certo?” Aquele homem se transfigurou. Não era mais o bêbado que havia entrado de bicicleta e caído. Parecia sóbrio. Sua história foi mais ou menos a seguinte:

“Desde pequeno minha mãe me ensinou as coisas sobre Deus. Um dia perguntei a ela onde Deus morava e por que nunca o tinha visto. Ela me disse que ele morava no céu e que não se podia ver a Deus por causa da sua glória. Na adolescência, intrigado com o fato de Deus existir ou não, raciocinei que, se Deus mora no céu, eu devia ir ao local mais alto que conhecesse e lá pediria que ele provasse para mim que ele existia. Subi ao monte mais alto que tinha na minha cidade e no alto dele clamei pedindo que Deus, se de fato existisse, se revelasse a mim. Nada aconteceu. Fiquei ali parado esperando. Acabei dormindo. Em certo momento, fui despertado por um vento que bateu e da árvore debaixo da qual eu estava caíram flores perfumadas e me cobriram de perfume e senti naquele momento que era Deus dizendo para mim: eu existo. Nunca mais senti aquele perfume, mas nunca o esqueci. Mais de trinta anos se passaram e hoje, quando estava passando em frente deste templo, senti o mesmo perfume que me cobriu lá no alto da montanha. E eu entrei. E entrei para dizer para vocês que Deus está aqui no meio de vocês. Nunca duvidem disto”.

Aquilo caiu como bomba em nosso meio. Ficamos quietos e chorávamos. Depois de um longo tempo de silêncio, o pastor disse: “não há mais nada a dizer hoje. Já recebemos a Palavra de Deus”.

Estávamos mortos pelo desânimo. Sem pedir licença e da forma mais inesperada possível ele vem à comunidade. Entra atropelando, atropela o andamento do culto e pede a palavra. Em sã consciência ninguém daria a ele a oportunidade de falar. Fomos movidos a fazer uma loucura.
Descobrimos Deus se movendo entre nós, usando alguém que não tinha credenciais eclesiásticas. Ele foi o instrumento de Deus para nos trazer nova vida, nova esperança, novo começo. O bêbado foi usado por Deus para nos dar novo ânimo, ele frutificou em nosso meio, nos levou de volta a Deus e até hoje a igreja é edificada pela palavra que ele nos trouxe.

Correio Popular
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/03/colunistas/inhauser/arquivos/38227-o-sermao-do-bebado.html