sexta-feira, 8 de julho de 2016

O Alpinista e a Fé

As pessoas sempre sentiram um anseio para conquistar as alturas, explorar o desconhecido. Parecemos incuravelmente curiosos, os picos espirituais nos atraem. Os altíssimos locais que escondem os mistérios de Deus nos fascinam, as alturas das grandes experiências espirituais nos chamam, ecoam como um apelo intrépido. Mas aqui, no "mundo de verdade", a vida espiritual pode parecer muito distante, o próprio Deus pode parecer inacessível. Em nossos estreitos caminhos duvidamos: será que posso vencer as barreiras? Conseguirei chegar acima das nuvens?

Muitas pessoas são atraídas para a vida espiritual, mas sentem que a escalada é muito alta. Os "cristãos vitoriosos" podem intimidar um pouco. Os testemunhos de gloriosas experiências daqueles que atingiram o topo às vezes nos assustam. Presumimos que tais coisas estão fora do nosso alcance.

Podemos olhar com admiração para aqueles que conquistaram as alturas. Grandes missionários, santos notáveis, pastores eloqüentes. Mas muitos de nós estamos inclinados a pensar que os grandes sucessos espirituais pertencem a uns poucos escolhidos. As pessoas dizem: "se ao menos eu tivesse esse tipo de fé..."

Homens e mulheres de fé. É assim que chamamos esses heróis espirituais. Em Hebreus, capítulo 11, encontramos uma enorme lista de heróis bíblicos, pessoas que deixaram tudo pela terra prometida, atravessaram o Mar Vermelho, conquistaram exércitos estrangeiros, e aceitaram o martírio. E fizeram isso tudo pela fé. Todos os seus grandes feitos aconteceram pela fé. É assim que as coisas acontecem na vida cristã. A fé é o combustível que impulsiona a espiritualidade.

Os escritores do Novo Testamento são muito claros a respeito disso. Eles nos dizem que somos salvos pela fé, perdoados pela fé, justificados e santificados pela fé e entusiasmados pela fé. Eles nos dizem que Cristo habita em nosso coração pela fé, que venceremos o mundo pela fé, que caminhamos no Espírito pela fé. Tudo acontece pela fé.

Todas aquelas frases religiosas que por vezes nos mistificam, tais como: "purificados pelo sangue, cheios do Espírito", estão relacionadas com a fé. Portanto, é verdade: a fé é a chave para o crescimento na vida espiritual, para o sucesso na escalada da montanha. Porém, não é verdade que a fé é um dom apenas para uns poucos escolhidos, a fé não é algo que somente uma elite obtém.

Eu gostaria de esclarecer alguns conceitos errados que muitas pessoas têm a respeito da fé, e analisar com você como a fé funciona de fato. Vamos descobrir que a fé é uma reação muito natural e que o progresso na vida espiritual também é um processo muito natural. Faremos isso examinando o modo como se escala as montanhas de verdade.

Bem, o primeiro conceito errado que as pessoas têm é o de que a fé é um empreendimento muito superficial, como um salto em pleno ar. Pensam que precisam fechar os olhos ao que se vê para tornar o que não se vê mais real, ou imaginam que a fé é uma desesperada tentativa para realizar o improvável. Mas ouça, o alpinista não salta, ele dá passos bem cuidadosos. Seus olhos estão bem abertos. Ele se concentra em cada borda e fenda da montanha.

A fé funciona do mesmo modo. Em primeiro lugar há uma forma correta de olhar, de se concentrar na coisa certa e então dar os passos apropriados. A fé não é uma conquista vaga e mística; mas é tão somente olhar. A Bíblia nos manda olhar para Jesus. Logo após o capítulo onze de Hebreus, o famoso capítulo da fé, vem a descrição de como disputamos a corrida cristã: "Olhando firmemente para Jesus, o autor e consumador da fé... " Hebreus 12:2.

Como conseguimos progresso? Olhando para Jesus e nos concentrando nEle. Colossenses 3:1 nos diz: "Buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está..." Em II Coríntios 3:18 lemos: "E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados... na sua própria imagem..."

Somos transformados contemplando a Cristo e nos concentrando nEle. Essa é a essência da fé: olhar para Jesus. É simplesmente isso.

Muitas pessoas pensam que precisam gerar fé suficiente para fazer a vida cristã funcionar. Estão sempre lamentando o fato de parecerem não ter fé suficiente; elas se concentram em sua fé e se esforçam para obter mais. Mas não nos é pedido que olhemos para a nossa fé, é pedido que olhemos para Jesus. A essência da fé é não olhar para nós mesmos, mas para Cristo.

Sabe, nós não temos que ter fé na fé; temos que ter fé em Cristo, que é fiel. A fé é o resultado natural da concentração em Cristo, que é confiável. Ela não tem que ser gerada artificialmente.

Vamos voltar agora para a montanha. O alpinista sobe a rocha prendendo a corda de modo firme aos ganchos e movimentando-se em direção a eles. Ele tem que se prender à montanha. Na verdade, ele está usando a força da própria montanha para escalar um de seus lados. Ele está dependendo desse pico imóvel para apoiar seu peso. A possibilidade de o alpinista derrubar a montanha, é claro, é absurda. Ele confia que o pico permanecerá firme.

Sabe, é assim que a fé nos ajuda a subir também. Ela nos prende firmes à montanha, a Deus. E se estivermos presos, Sua força é transferida para nós. Sua confiabilidade nos dá a alavanca.

O alpinista é cuidadoso ao pregar os ganchos em intervalos regulares para que a corda fique firmemente presa à montanha. Aqui novamente está outra lição. Precisamos nos prender a Deus a intervalos regulares. Como? Passando algum tempo concentrados nEle, olhando para Ele. Precisamos de horários regulares para lermos e meditarmos sobre o caráter de Cristo. Precisamos absorver a vida do Espírito em Sua palavra, e precisamos abrir o coração a Cristo em oração.

Esse tipo de olhar cria a fé. Você quer mais fé? Então olhe mais para Jesus. Não há substituto para esse olhar devocional que nos prende à montanha. Quando desprezamos esse apego vital, caímos e podemos nos ferir. Mas isso não significa que a montanha nos abandonará. Não, Deus nos segura através da medida de fé que temos. Quando caímos, precisamos entrar em contato com a montanha outra vez, precisamos nos prender de novo e nos agarrar firmemente a ela. Existe uma coisa interessante a respeito de um mecanismo usado no alpinismo, chamado "amigo". Você logo saberá por que ele tem esse nome. O alpinista o segura e o puxa para trás enfiando-o em seguida a uma fenda na montanha. Depois, prende a corda nele e o abre. Sabe como ele fica agarrado à rocha? Quando a corda é puxada, as peças são forçadas a abrir. O mecanismo se alarga e se prende cada vez mais firme de modo que quanto mais se pressiona o "amigo", mais firmemente ele prende.

Nossa fé também se expande com a pressão. Quanto mais dependemos dela, mais peso lhe confiamos, de modo que mais forte ela se torna. A fé cresce através do exercício.

Suponhamos que alguma coisa o esteja preocupando demais. Eu o desafio a colocar conscientemente o problema nas mãos de Deus. Diga-Lhe que confia nEle para ajudá-lo na solução, e assim, veja o que acontece. Você descobrirá que pode confiar na ajuda e sua fé crescerá.

Digamos que você vê alguém em necessidade. Peça a Deus força interna para ajudar tal pessoa. Vá e estenda a mão. Você verá Deus atuar por seu intermédio e sua fé crescerá. A fé não cresce em um vazio. Ela não chega até aqueles que ficam sentados esperando por ela. A fé surge para aqueles que escalam a montanha. Você quer mais fé? Use a que você tem. Siga avante por ela. O passo da fé não é um passo em direção ao nada; é um passo dado enquanto você se segura na corda, confiando na força de Deus. Assim, por favor amigo, segure firme. Segure com toda a sua força, porque quanto mais firme segurar, mais firme você se sentirá.

Há uma maravilhosa liberdade em estar seguramente preso ao Pai Celeste. Paisagens inspiradoras se abrem àqueles que aprenderam a olhar e se concentrar em Jesus. A disciplina de uma vida devocional regular abre muitas novas possibilidades para nós. É emocionante descobrir quão confiável é de fato o Senhor.

Confie em Cristo. Há uma paz maravilhosa em uma vida baseada nisso. Muitas pessoas pensam na fé como algo totalmente passivo, como um último recurso após todos os esforços terem falhado. Quando nada funciona, você "deixa correr" e tem fé de que as coisas de algum modo vão melhorar. Esforçar-se e ter fé são vistos quase como opostos. Você pode fazer um ou o outro mas não ambos. Bem, ouça o conselho que o apóstolo Paulo deu ao seu jovem discípulo Timóteo: "Combate o bom combate da fé". I Timóteo 6:12.

O bom combate da fé. Isso parece passivo? Ouça, a fé é um princípio dinâmico e ativo. É o alicerce de todo esforço frutífero. É verdade que haverá ocasiões em que tudo o que podemos fazer é ficar pendurados. Há ocasiões em que a nossa fé deve simplesmente segurar a mão de Deus e esperar. A vida não é uma longa subida ininterrupta. Mas quando formos capazes de seguir para cima, a fé deve ser uma parte vital de nossos esforços. Portanto vamos olhar mais de perto agora como a fé e o esforço interagem.

Pense de novo na frase de Paulo: "O bom combate da fé." Note que ele não disse "o bom combate ao pecado", ou "o bom combate da justiça". Não, o bom combate que Paulo recomenda relaciona-se à fé. E em que consiste a fé? Olhar para Jesus. Eu creio que Paulo está dizendo que nossa luta principal deve ser a de manter o olhar em Jesus. Manter aquela comunicação regular ativa, manter a vida devocional intacta. Esse é o combate da fé.

Se nosso combate for dirigido primeiramente contra o pecado, teremos dificuldade em progredir. Se nos concentrarmos no pecado, nos problemas, será fácil desanimar e tropeçar. Existem incontáveis pessoas sinceras que vivem terrivelmente frustradas por estarem olhando para os pecados. Elas querem superá-los, elas querem adquirir boas qualidades, mas sua fé, seu foco de atenção, está mal direcionado. Se pudéssemos apenas colocar os melhores esforços na concentração em Jesus, poderíamos realizar muitas coisas. Ele é a força motivadora por trás de todo o nosso progresso.

É verdade que somos aconselhados a "buscar sempre a justiça". E é verdade que existem vezes em que devemos lidar com o pecado. Mas temos sempre que olhar para essas coisas através de Jesus, nunca separados dEle. Só poderemos lutar quando estivermos firmemente presos à montanha.

Veja como um alpinista se move montanha acima. Ele certamente não é passivo. Ele não é empurrado para cima. O alpinista está totalmente envolvido. Existe um esforço verdadeiro produzido por ele. Mas seu esforço é primeiramente direcionado para uma coisa: permanecer agarrado à montanha. Ele se concentra na montanha e a corda o prende firmemente a ela. Quanto mais perto ele fica da montanha, mais seguramente ele segue para cima.

Aqui, portanto, está o equilíbrio entre a fé e o esforço. Estamos seguramente presos à fé pela força da montanha. E estando firmemente seguros podemos seguir para cima. Nós nos escondemos na "fenda da rocha", como a Bíblia diz, todavia progredimos dentro dela. Dependemos totalmente da confiabilidade de Deus e ao fazer isso, tornamo-nos fortes também.

O esforço é importante, mas existe o que podemos chamar de esforço bom e esforço ruim; esforço frutífero e esforço inútil. Existe um bom combate e um combate estéril. A diferença é a fé. A fé nos dá segurança, sabemos que somos aceitos por Deus incondicionalmente; temos uma corda para segurar.

Ninguém pode crescer, ninguém pode progredir sem esse senso de aceitação de Deus. Esforços sem Ele são inúteis. Sem essa segurança as pessoas se esforçam para ser boas a fim de serem aceitas. Isso é como tentar escalar o lado de uma montanha para se prender a ela. Impossível! Temos que nos prender primeiro. Temos que colocar a fé na aceitação incondicional de Deus primeiro. Aí a fé nos dará a alavanca.

Ao olharmos para Jesus começamos a absorver Suas qualidades; passamos a partilhar de Sua força. Percebemos quão confiável Ele é e achamos mais fácil caminhar na fé, apoiar-se na montanha e subir. A fé nos dá a alavanca. Por isso Judas pôde dizer as seguintes palavras em sua pequena carta: "Edificando-vos na vossa fé santíssima..." (Judas 20)

Sem essa alavanca os esforços acabarão em frustração. Ao tentar subir com nossas próprias forças, escorregaremos constantemente. É como tentar escalar a montanha olhando para os pés o tempo todo. Se não nos concentrarmos na montanha, não conseguiremos nos prender a ela. Não sou lá um grande alpinista, mas já escalei até quatro mil e quinhentos metros numa das maiores montanhas do mundo. Estou falando hoje sobre um assunto do qual entendo um pouco e talvez isso nos ajude a entender um pouco melhor a fé.

A fé nos dá segurança e apoio - duas coisas essenciais para escalar a montanha. E o mais maravilhoso é que estes dois ingredientes reforçam um ao outro. Quanto mais seguros nos sentirmos, mais usaremos a montanha como alavanca e quanto mais alavanca usarmos, mais seguros nos sentiremos.

A vantagem em crescer na fé é que não nos afastamos de Deus ao nos aproximar do pico. Aqueles que tentam escalar sozinhos, enfrentam esse problema. Quanto mais superficial for a justiça obtida, menos se sente a necessidade de depender de Deus. E quanto menos se depende dEle, mais superficial se torna a integridade.

Mas aquele que escala pela fé, fica cada vez mais junto da montanha ao se aproximar do pico. Sua concentração aumenta e ele ganha mais experiência no uso de cada fenda, de cada fissura. Cada passo para cima ensina como depender mais de Deus e como conquistar mais. Quando nosso apego a Deus se torna tão intenso assim, tão íntimo, descobrimos que, na fé, podemos fazer até o impossível.

Sim, a fé pode nos levar diretamente ao topo. Cada um de nós pode progredir espiritualmente na vida. Tudo que precisamos é manter o apego à montanha. Jamais se esqueça disso.

Você vai se empenhar no bom combate da fé? Vai dedicar tempo todos os dias concentrando seu olhar em Jesus? Não há substituto para isso. Não há outro caminho para tornar nossos esforços verdadeiramente frutíferos.

Você pode experimentar, através de um contato íntimo com Cristo a maravilhosa verdade da declaração de João: "E esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé".

Pr. Vanderman

quinta-feira, 7 de julho de 2016

As Quatro Estações do Casamento

1ª estação> PRIMAVERA: v.12 “aparecem as flores na terra, chegou o tempo de cantarem as aves”
A primavera é marcada pela beleza das flores e do canto dos pássaros. Alguns cuidados tomados na primavera são a exposição ao sol, pois os dias são mais longos e alergias devido ao intenso cheiro de pólen das flores.
Praticamente todos os relacionamentos começam com uma primavera romântica. Tudo parece belo e formoso. Desde o cheiro no ar ao som do canto de pássaros são agradáveis e contribuem para o bem estar do casal. Todo casal precisa aproveitar a primavera do seu relacionamento e guardar sua beleza o máximo possível. Ainda há flores e perfumes em seu casamento? Anuncie a chegada da primavera para seu cônjuge!

2ª estação> VERÃO: v.11 “cessou a chuva e se foi”

O verão é marcado pelo calor e muita chuva. As férias e passeios agradáveis também fazem parte deste tempo. Neste período é necessário tomar cuidado para se proteger dos temporais que podem surgir a qualquer momento.
Quando o verão chega ao casamento, a relação se torna mais quente. Contudo alguns temporais tendem a perturbar a paz do casal. O casal deve aproveitar ao máximo as oportunidades de lazer, sem esquecer que as férias passam rapidamente e logo recomeçarão sua rotina de vida. Se vier uma tempestade é só aguardar que ela passa e logo o sol volta a brilhar. Seu casamento ainda está quente? Proteja-se dos temporais!

3ª estação> OUTONO: v.13 “a figueira começou a dar seus figos, e as vides em flor exalam o seu aroma”

O outono é o tempo das frutas. As frutas trazem as vitaminas necessárias para a saúde, bem como o prazer de saboreá-las.
Durante o outono o ar se torna mais árido, então é preciso tomar cuidado para hidratar o corpo e se proteger de doenças respiratórias.
Quando um casal começa a colher frutos de seu relacionamento, então é sinal de que o outono já chegou. Os filhos, a conquista de bens e a realização de sonhos podem ser considerados frutos do outono do casamento. Contemplar os frutos traz prazer ao relacionamento do casal. Você tem frutos em seu casamento? Nunca se esqueça das bênçãos recebidas!

4ª estação> INVERNO: v. 11“porque eis que passou o inverno”

O inverno é um período frio e de noites mais longas. Este é um tempo de comer e dormir mais. É preciso agasalhar para proteger-se do inverno. As comidas quentes são uma boa forma de se aquecer e alimentar-se.
Quando o inverno chega ao casamento não podemos deixar o amor dormir nem esfriar. É preciso tomar atitudes calorosas para reacender o amor. A indiferença é a pior forma de frieza que um relacionamento pode enfrentar. Quando as noites parecem ser longas e frias é bom aproveitar para se resguardar e ficar juntos, pois “se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará” (Eclesiastes 4.11).
Sua vida conjugal está esfriando? Aqueça seu casamento com amor! Depois do inverno vem a Primavera!

CONCLUSÃO: Eclesiastes 3.1 “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”

Precisamos sempre lembrar que tudo passa e depois do inverno sempre vem a primavera novamente. Se enfrentarmos os momentos como se fossem durar para sempre não temos condições de vencer os momentos difíceis. Saber que tanto as alegrias como as tristezas são passageiras nos dão sabedoria para saber esperar. Em qual estação está o seu casamento? Aproveite cada período com amor!

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Baal-Peor

Verdade Prática: Não nos enganemos! O mesmo Deus que puniu os adoradores de Baal-Peor continua a reivindicar santidade e pureza de cada um de seus filhos. O pastor John MacArthur afirmou certa vez que “Deus julga o seu próprio povo antes de voltar sua ira aos pagãos”. Esta verdade, que muitos cristãos hoje preferem ignorar, cumpriu-se numa trágica etapa da peregrinação de Israel rumo à Terra Prometida.

Refiro-me ao episódio de Baal-Peor. Os varões hebreus, seduzidos pelas moabitas, não somente prostituíram-se com estas, como também acabaram por adorar a horrenda divindade daquele povo pagão.

O julgamento divino não tardou. Vinte e quatro mil israelitas são exterminados pelo Deus que não pode aturar a impureza entre os seus filhos. Não pense que o culto a Baal-Peor ficou no passado. Muitos crentes, sem o saberem, estão convivendo com essa abominação.

 I.                   BAAL-PEOR – O DEUS DA SENSUALIDADE
 1.      Quem era Baal: Era o deus supremo dos cananeus. Em hebraico, Baal significa senhor. Seus adoradores acreditavam fosse o ídolo o responsável pela abundância da terra e pela fertilidade do ventre.
Em Peor, região de Moabe, havia uma versão local dessa divindade, que era adorada conjuntamente por moabitas e midianitas. Foi nessa localidade de Sitim, bem defronte de Jericó, que Israel rompeu a aliança com o seu Deus, pondo-se a cultuar a Baal.

2.      Como Baal era adorado: Sendo o deus da fertilidade, seu culto era marcado pela crueldade e por uma devassidão que envergonharia até Sodoma e Gomorra. Em suas cerimônias havia:

1) sacrifícios de vítimas humanas;
2) orgias e os mais inimagináveis desregramentos;
3) e, logicamente louvores a Baal.

II.                A IDOLATRIA E A PROSTITUIÇÃO DE ISRAEL
 A história é bastante conhecida. O rei Balaque, de Moabe, contratara Balão para amaldiçoar a Israel. Todavia, o profeta sabia muito bem que jamais poderia amaldiçoar um povo a quem o Senhor cobrira de bênçãos. A fim de não perder os prêmios e os favores do monarca, o profeta desviado mostrou-lhe que só havia um meio de levar Israel ao anátema.

Desse episódio, temos a concluir alguns pontos básicos: nem maldição, nem trabalho de macumba, tem qualquer poder sobre o povo de Deus; no entanto, se nos deixarmos contaminar pelo pecado, estaremos completamente expostos; o próprio Deus nos amaldiçoará. Foi o que aconteceu a Israel.

1.       A prostituição de Israel: Conforme podemos inferir de Ap 2.14-17, Balaão sugeriu ao rei moabita espalhar, por todo o arraial hebreu, mulheres desavergonhadas, e que estas levassem os israelitas à prostituição.

2.      A idolatria de Israel: Da prostituição à idolatria bastou apenas um passo. Dentro em pouco, lá estavam os adoradores do Único e Verdadeiro Deus saboreando as iguarias oferecidas a Baal-Peor, e a este tributando honras e louvores. O autor sagrado assim registra o desregramento dos filhos de Israel: “E Israel deteve-se em Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos seus deuses” (Nm 25.1,2).

3.      A maldição sobre os filhos de Israel: Deus não se deixa escarnecer (Gl 6.8). Ele envia uma praga tão virulenta entre o povo que, num único dia, morreram 23 mil pessoas (1 Cor 10.8). De Nm 25.9, conclui-se terem perecido ao todo 24 mil israelitas.

III.             A DOUTRINA DE BALAÃO
 Não imagine ter a doutrina de Balaão se limitado àquele período da história de Israel. Esse ensinamento foi encontrado na igreja de Pérgamo, e em nossos dias continua a fazer os seus adeptos (Ap 2.14). Vejamos algumas características dessa maldita teologia:

1.      O pai da doutrina: Não obstante o seu o seu dom profético, Balaão era um obreiro ganancioso e fraudulento; para aumentar seus lucros estava disposto a tudo (2 Pe 2.15). E foi visando o prêmio de Balaque, que ele lhe ensinou a colocar tropeços diante dos filhos de Israel.

2.      A doutrina de Balaão: A teologia de Balaão consiste em levar os filhos de Deus à idolatria e à fornicação (Nm 31.15,16).

IV.             O MODERNO CULTO A BAAL
 O velho Baal continua o mesmo; tudo faz por induzir os santos à impureza. Seus profetas e adoradores também não mudaram. Vejamos, a seguir, como os seus cultos manifestam-se em nossos dias:

1.      Pornografia: Não são poucos os filhos de Deus que se acham arruinados espiritualmente em consequência de revistas, filmes e vídeos pornográficos. O Senhor não atura tais coisas; são abomináveis aos seus olhos. Ele é Santo! E de seus filhos exige vida santa e irrepreensível (Ex 19.6).
É chegada a hora de remirmos o nosso tempo. Ao invés de o desperdiçarmos com filmes e programas permissivos, que tal passarmos mais tempo orando e estudando a Palavra de Deus? Este tem de ser o nosso compromisso: “Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço s ações daqueles que se desviam; nada se me pegará” (Sl 101.3). Leia Jó 31.1.

2.      Diversões carnais: Não são poucas as diversões que, à semelhança de Baal-Peor, só trazem maldição e dolorosa consequências. Não podemos esquecer-nos dos filhos de Eli que, sob a cobertura do ministério paterno, pecaram e levavam o povo a pecar até que Deus os matou (1 Sm 2.22).
Infelizmente, somos obrigados a mencionar os shows promovidos em nossos púlpitos. Cantores e artistas, dizendo-se evangélicos, mas flagrantemente divorciados da graça de Deus, além de nos roubarem todo o tempo da Palavra, arrastam nossos jovens a uma vida leviana e descompromissada com Deus. A Igreja do Senhor não necessita de artistas e animadores em seus cultos, mas de homens, mulheres, jovens e crianças comprovadamente santos. Cheios do Espírito Santo, hão de adorar ao pai em espírito e em verdade (Jo 4.23,24).

3.      Namoros permissivos: Embora estejamos no terceiro milênio, os padrões bíblicos não mudaram. A Palavra de Deus exige santidade e pureza de cada um de seus filhos. Isto significa que o namoro cristão tem de primar pela decência, recato e moderação. Requer-se que os jovens cheguem virgens, e castos ao casamento. Pureza na alma e pureza no corpo. Que tenham eles uma vida pura e santa: o Senhor haverá de julgar os fornicários e os que se prostituem (Ap 21.8).
4.      Roupas indecentes e lascivas: Deus exige que sejam as vestes de seus filhos modestas e decentes (1 Tm 2.9). Ensinemos aos nossos jovens que o seu corpo é o templo do Espírito Santo. Tenhamos a necessária coragem de mostrar-lhes que as modas lascivas e sensuais são contrárias ao padrão que a Palavra de Deus nos prescreve. Cuidado! Deus não mudou. Continua a exigir santidade e pureza de todos os seus filhos. Lembremo-nos da advertência do salmista: “Mui fiéis são os teus testemunhos: a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).

5.      Infidelidade conjugal: Numa sociedade permissiva e erotizada como a nossa, o adultério não visto mais como algo reprovável. É toleravelmente aceito; é socialmente incentivado; é legalmente ignorado. A Bíblia não mudou! Adultério é adultério. Pecado é pecado. Ainda que busquemos justificativas teológicas a tais comportamentos, a verdade bíblica não será alterada (Ex 20.14; Mt 5.28).

6.      Fantasias sexuais: Jó foi um homem que, apesar de todas as adversidades que se abateram sobre si, perseverou a sua integridade. O seu coração não era apenas puro; era casto e inculpável. Veja o que diz ele: “Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?” (Jó 31.1). O patriarca não alimentava qualquer pensamento lascivo ou adúltero. Ele não se dava às fantasias sexuais que, na Palavra de Deus, recebem outros nomes: adultério, concupiscência dos olhos, impureza (1 Jo 2.16; 2 Pe 2.14).

CONCLUSÃO
Baal-Peor é uma coisa vergonhosa (Os 9.10). Os que participam de seu culto perecerão: “Os vossos olhos têm visto o que o Senhor fez por causa de Baal-Peor; pois a todo homem que seguiu a Baal-Peor o Senhor, teu Deus, consumiu do meio de ti” (Dt 4.3).

A Bíblia é clara quanto às suas reivindicações: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição” (1 Ts 4.3). O apóstolo ainda recomenda: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Cor 6.18).

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2000

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

terça-feira, 5 de julho de 2016

A “Joie de Guerre”

“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” João 16.33

Homens, não hesitem em se engajar na batalha que está sendo travada em torno de vocês, a batalha que está ferindo os nossos filhos e as famílias, a batalha que distorce a dignidade de homens e mulheres. Esta batalha é muitas vezes escondida, mas é uma batalha real. É principalmente uma batalha espiritual, que está progressivamente matando os valores cristãos restantes em nossa sociedade e em nossa cultura, e até mesmo em nossas próprias casas.

Mas, a luta pela verdade e a moral, pela honra de sermos cristãos, não é somente um sacrifício que fazemos; coadjuvada pela graça divina, ela nos dá aquela alegria do guerreiro que luta pela causa justa. Na misericórdia e na verdade de Cristo, tornamo-nos fortes com sua força, corajosos com sua coragem, e podemos realmente experimentar a ‘joie de guerre’ [alegria da luta] de sermos soldados de Cristo. Essa “alegria da luta” enquanto soldados de Cristo é uma das mais puras e intensas alegrias que possamos gozar nesta Terra.

 Alegria e guerra são conceitos totalmente opostos. Segundo o dicionário, alegria significa prazer em viver, contentamento, satisfação. Enquanto guerra significa luta, conflito. Não há satisfação no conflito, não há contentamento na luta. E não há prazer em viver na guerra, pois geralmente a guerra deixa feridos e mortos. Como conciliar então estes dois conceitos? Seria possível fazê-lo?

Servir ao Senhor com alegria em tempo de paz é muito bom, e muito fácil. É fácil levantar as mãos para adorar, é fácil aplaudir, é fácil sorrir para todos os que estão ao nosso lado.

Porém, quem, em sua caminhada cristã, nunca passou por um período de guerra? – Todos já passaram, e muitas vezes, e ainda vão passar por muitas outras. A Bíblia é bem clara quanto a isso. Jesus poderia ter dito que no mundo nós nos divertiríamos, brincaríamos, faríamos tudo com facilidade. Mas Ele não nos enganou: “no mundo tereis aflições”, e é exatamente o que todos nós vivenciamos.

 A partir do momento em que aceitamos o desafio de seguir o Senhor, e de servir ao Senhor, de trabalhar em prol do reino, de ganhar almas, de adorá-Lo, de fazer tudo isso com alegria; a partir desse momento a nossa guerra começa. É a partir daí que se levantam as pessoas de sua família contra você, querendo te desestabilizar; levantam-se irmãos da Igreja, questionando o que você faz; levanta-se a inveja, a cobiça, o ciúme, a fofoca. Tudo isso parte das pessoas que estão com você, daquelas que você vê todos os dias, convive todos os dias. Porque se esses sentimentos partissem de pessoas distantes, que você não vê ou mal conhecem, então seria fácil vencer, seguir em frente. Mas para lidar com isso todos os dias? Como nós podemos servir ao Senhor com alegria se nós sentimos que falam de nós, que se incomodam com o que fazemos, se tentam nos derrubar? Como evitar que tudo isso aconteça? 
 
Nós temos duas opções: seguir em frente, ou desistir. Vejamos a primeira opção:

1)   Seguindo em Frente
Ora, se Deus nos chamou, é dever nosso obedecer. Ele nos chamou para servi-Lo, e nós precisamos servi-Lo com alegria. Mas como servir ao Senhor com alegria em tempos de guerra?

1.1). É preciso negar-se a si mesmo
Mateus 16.24: “Então, disse Jesus a seus discípulos: se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. ”

Nós somos membros do Corpo de Cristo. Então, não somos eu, você, ele e ele: somos nós. É preciso nos enxergarmos como um corpo. É preciso pensarmos como um só. Eu não posso ser egoísta, pensar somente no que me agrada, fazer apenas a minha vontade. É preciso ser um só corpo com todos os irmãos. Então, pensando desta forma, é mais fácil conceber a possibilidade de “negar-se a si mesmo”: relevar as ofensas, as discussões, as brigas e disputas. É fácil? Não. Mas é o que precisamos fazer para ir após Cristo. Jesus conhece nossos corações, nos sonda: clamando a Ele para que nos ajude, Ele nos ouve, e nos ajuda a superar todas essas barreiras. Ele nos ajuda nesse processo tão difícil de negarmos nossas vontades, nossos desejos, e enxergarmos como um só corpo.

1.2). É preciso tomar a sua cruz

Mateus 16.24: “Então, disse Jesus a seus discípulos: se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”
O fardo de Jesus é leve, mas ele existe. A vida cristã é trabalhosa. A vida na Igreja para aqueles que trabalham também. Porque aqueles que não fazem nada em prol do reino não dão trabalho para o inimigo, então não há motivos para perturbá-los. Mas aqueles que trabalham, independente do que façam (Deus conhece o coração de cada um, o trabalho de cada um, seja orando, intercedendo, pregando, cantando: Deus conhece e sabe o que cada um faz, e reconhece os frutos desse trabalho, seja ele qual for); os que trabalham têm sua cruz para carregar, cada um. E pode ter certeza que é mais fácil estar em qualquer outro lugar. Se na escola te incomodam, você pode trocar de escola numa boa; se no trabalham pegam no seu pé, você pode trocar, ou aturar tudo o que fazem por causa do salário. Mas da Igreja, não dá para sair por qualquer problema que surja. A sua cruz é a sua cruz, e você vai carregá-la em qualquer lugar que você esteja. Se implicam com o ritmo que você toca aqui, vão implicar também em outra Igreja. Pode não ser com o ritmo, mas vão implicar. Não tem como fugir disso. Os problemas estão em todos os lugares. O que muda é o endereço, e os rostos. O resto é igual. Se você faz o que faz bem, faz em nome do Senhor, alguém vai se levantar para tentar te ferir. É isso que o inimigo faz. Se você joga tudo para o alto, então o inimigo ganha. Quem quer servir ao Senhor com alegria, precisa carregar sua cruz, dia após dia.

1.3). É preciso fartar-se de afronta
Lamentações 3.30: “Dê a face ao que fere; farte-se de afronta”
Como servir ao Senhor com alegria cheio de afronta? Poderiam haver milhões de respostas para esta pergunta. Mateus 5,3.
“Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. Regozijai-vos e exultai – é dessa forma que servimos ao Senhor com alegria, fartos de afronta. Grande é o nosso galardão nos céus.

1.4). É preciso amar o outro
João 13.34-35: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amos uns com os outros.
Na guerra não existe amor; existe ódio, rancor, ira. Se alguém se levanta contra você, e você responde com amor, você já venceu. Se alguém é rude, e nós somos educados, a pessoa rude fica sem graça, e até pede desculpas. Então se nós respondemos com bem a quem nos trata mal; se nós respondemos com amor, já não há mais guerra, porque o amor não dá espaço para guerras. Se levantaram contra você, contra seu ministério? Ore por essas pessoas. Não entre na briga, você não ganhar nada. Ore. Ame. E a vitória é certa.

Mas a quem devemos amor? A todos. Ame seu amigo, seu pai, seu irmão, seu inimigo, aquele que te rouba, que mente, que dissimula: Jesus morreu por todos. Ele não escolheu por quem morrer, morreu por todos. Não podemos escolher quem amar. Devemos amar a todos. E se nós amamos, nós vencemos a guerra, nós servimos ao Senhor com alegria, independente do que esteja acontecendo. A nossa alegria nunca morre porque nós amamos, e o amor de Deus em nossas vidas faz isso: renova nossa alegria, mesmo em tempos de guerra.

1.5). É preciso perdoar
Lucas 23.34a: “Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”
Mateus 6.14-15: “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens (as suas ofensas) tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”

Quem ama, perdoa.

É impossível servir ao Senhor com alegria tendo no coração mágoa contra alguém. E quando nós nos colocamos diante de Deus, dispostos a perdoar, mesmo que seja a pior afronta de todas, nós somos capazes de perdoar. Porque o poder de Deus é incrível. Não há nada que Ele não seja capaz de fazer. A dificuldade é amar um irmão? Entregar o dízimo, perdoar? Peça à Deus! Ele verdadeiramente transforma nossos corações. Como Ele faz isso? Não faço a menor ideia. Mas querido, Ele faz. Faz você se sentir uma nova criatura de novo. E renovado de novo. E quantas vezes mais forem necessárias. Ele não se canse de nos ajudar!

E a Palavra de Deus é clara: quem não perdoar não será perdoado. O que seria de nós sem o perdão de Deus? Não precisaríamos nem estar aqui, porque nada do que fizéssemos seria aceito diante dEle. E mais, maior exemplo de perdão do que a declaração de Jesus para aqueles que o humilharam não existe: “Pai, perdoa-lhes” Nenhum de nós sofreu um décimo do que Jesus sofreu, e nos recusamos a perdoar. Tem gente que pisa na bola, e muitas vezes, é verdade. Mas sem perdão, não há alegria no nosso servir.

Se você tenta fazer algo estando irritado com alguém, você não consegue fazer direito. Se você vai trabalhar brigado com sua esposa, você vai ficar pensando naquilo. Ou na briga, ou na hora de chegar em casa, e ter que encará-la. De repente achando que tem razão, e ela está errada, já pensando em passar direto sem nem dar um “oi”, e aí dela se falar alguma coisa com você, vai virar briga de novo! As coisas são assim, em casa, no trabalho, na escola, na Igreja. Se ninguém der o primeiro passo rumo ao diálogo, a birra vai permanecer, o mau clima continua. E imagina vir louvar a Deus dessa forma! Ele não vai receber e ainda ficará triste com nossa atitude. É preciso perdoar.
Para servir ao Senhor com alegria em tempos de guerra é preciso:

1     - negar-se a si mesmo;
2     - tomar a sua cruz;
3     - fartar-se de afronta;
4     - amar o outro;
5     – perdoar.

Vejamos agora a segunda opção:

2)   desistindo

Deus nos chamou, mas nós temos sim a opção de negar o chamado de Deus, ignorá-lo, fingir que não é conosco. Podemos até aceitar e desistir no meio do caminho. Mas se eu, se você desistirmos, a obra não vai parar.

Lucas 19.10: “Mas Jesus lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão”

Seu irmão é chato? Está disposto a te tirar do sério? Inventando histórias, fazendo fofoca, ou nem fala mais com você? São armadilhas de o inimigo para o trabalho não continuar. Deus vê tudo o que acontece, e Ele é quem vai julgar seu irmão. Lembre-se de que tudo acontece com a permissão de Deus. Então, se o irmão se levanta contra você, Deus está vendo e sabe.

Quer desistir?  Toda a dor de cabeça com ministérios, e trabalho na casa de Deus, e até as intrigas que os seus familiares inventam: tudo vai desaparecer. Você não vai ter mais preocupações. Mas o trabalho de Deus não vai parar. Você é importante, sim. Mas se você não falar, Deus levantará as pedras. Deus levantará outro que esteja disposto a fazer a obra no seu lugar. Deus levantará outro que esteja disposto a negar-se a si mesmo, a carregar sua cruz, a fartar-se de afronta, a amar, a perdoar. Deus levantará outro que esteja disposta a obedecer ao seu chamado, com todas as suas implicações. Porque no mundo, tereis aflições. Deus levantará aquele que tem bom animo, porque com bom animo, Jesus venceu o mundo, e assim farão aqueles que não desistirem em meio às guerras.

Deus não depende de você. Ele te ama, e quer te ver fazendo a obra. Mas se você não quiser obedecer, Ele vai levantar outro. Foi assim com Saul, que não obedeceu ao Senhor, e perdeu seu trono para Davi. Por que seria diferente conosco? A obra é grande. E não vai parar.


Quem desiste não recebe o prêmio, não recebe o galardão que está preparado. Não existe alegria na derrota. Não dá para servir ao Senhor com alegria desistindo no meio do caminho. As guerras vêm, mas que nos regozijemos e exultemos, porque é grande o nosso galardão nos céus. As guerras vêm, porque no mundo temos aflições, mas que tenhamos bom animo, porque Jesus venceu o mundo.

Dom Thomas J. Olmsted - Helen Lúcia

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Usos e Costumes - Visão Geral


O tema “usos e costumes” é uma velha questão nos círculos pentecostais. A tradição faz parte de todas as instituições e sociedades. Assim, é correto afirmar que todas as igrejas têm os seus costumes, impostos ou espontâneos, mas igualmente estabelecidos. Por muito tempo se confundiu costumes com doutrina, mas há diferenças significativas entre esses dois conceitos.

O que é costume? O lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda definiu costume como “uso, hábito ou prática geralmente observada” . O dicionarista Adriano da Gama Cury definiu, de maneira mais completa, a palavra costume como “uso, prática habitual; modo de proceder; característica, particularidade; prática jurídica ou religiosa não escrita, baseada no uso; moda; traje característico ou adequado...” Essas definições mostram que o costume é um hábito repetidamente adotado por um determinado grupo social. Os costumes fazem parte da identidade de uma instituição.

O que é doutrina? No Novo Testamento a palavra mais usada para doutrina é didache e significa ensino, instrução, tratado ou doutrina. Segundo o teólogo Claudionor Corrêa de Andrade, doutrina é a “exposição sistemática e lógica das verdades extraídas da Bíblia, visando o aperfeiçoamento espiritual do crente”. Doutrina, portanto, é o resultado do um ensino teológico, adotado por uma denominação ou religião. 

O pastor Antonio Gilberto apresentou em seu livro Manual da Escola Dominical, algumas diferenças entre usos e costumes, e neste artigo será apresentada outras diferenças, além da lista exposta pelo teólogo pentecostal. 

a) A doutrina é de origem divina, o costume é de origem humana. A doutrina é divina pois está baseada na inspirada Palavra de Deus. Para uma ideia ser doutrina bíblica é preciso que ela esteja exposta por todo o texto sagrado. Nunca uma verdadeira doutrina é baseada em textos isolados. 

O costume é imposto por convenções humanas de maneira espontânea ou obrigatória, sendo assim, o costume é humano. Há muitos que tentam achar textos bíblicos para justificar a perpetuação de sua tradição, mas normalmente praticam a eisegese, ou seja, dizem o que bem querem e tentam justificar na Bíblia. O teólogo Esdras Costa Bentho, escrevendo sobre a eisegese, disse: 

O intérprete está cônscio de que a interpretação por ele asseverada não está condizente com o texto, ou então está inconsciente quanto aos objetivos do autor ou do propósito da obra. Entretanto, voluntária ou involuntariamente, manipula o texto a fim de que sua loquacidade possa ser aceita como princípio escriturístico. 

Tentar justificar na Bíblia as tradições é uma tarefa que tem levado a muitas distorções bíblicas. O melhor é reconhecer a humanidade do costume. 

b) A doutrina é imutável, o costume muda. A doutrina é permanente, ela nunca muda. A doutrina da “justificação pela fé”, exposta principalmente nos primeiros capítulos de Romanos, nunca mudou e nem deve ser mudada. Doutrina (bíblica) mudada é heresia. Quando Lutero resgatou a doutrina da justificação pela fé, ele orientou a igreja a voltar na perspectiva bíblica sobre o assunto. São passados mais de dois mil anos e essa doutrina nunca mudou no verdadeiro cristianismo. 

O costume não é imutável. No Brasil era comum os cidadãos andarem pelas ruas de chapéus, tanto homens como mulheres, passados os anos não há mais esse costume no país. Antigamente, os pais escolhiam com quem a sua filha casaria, mas também esse costume mudou. É necessário que o costume mude, pois ele está ligado à cultura local, e toda cultura é dinâmica. Mudar alguns costumes não significa passar do são para o diabólico, como muitos pregam. A mudança é inevitável e deve ser bem orientada, mas como enfatizado, é sempre necessária. É bem relevante o que o teólogo britânico John Stott escreveu no seu livro Cristianismo Equilibrado: 

Quando resistimos a mudanças- sejam elas na igreja ou na sociedade devemos perguntar-nos se são na realidade, as Escrituras que estamos defendendo (como é nosso costume insistir ardorosamente) ou, se ao contrário, é alguma tradição apreciada pelos anciãos eclesiásticos ou de nossa heranças cultural. Isto não quer dizer que todas as tradições, simplesmente por serem tradicionais, devam a qualquer custo ser lançadas fora. Iconoclasmo sem crítica é tão estúpido quanto conservantismo sem crítica, e é algumas vezes mais perigoso. O que estou enfatizando é que nenhuma tradição pode ser investida com uma espécie de imunidade diplomática à examinação. Nenhum privilégio especial pode ser-lhe reivindicado. 

Algumas igrejas estão impondo mudança de costumes, isso é um erro, que sempre levará a exageros. Os costumes mudam naturalmente, mas devem seguir orientação para não levar a práticas antibíblicas. As igrejas sem orientação pastoral tem aderido a costumes extravagantes, como bailes funks em meio ao culto. Tudo deve ser feito com equilíbrio, nada de permissividade em excesso e nem de legalismo. A igreja, também, não pode impor "tabus comunais". 

c) A doutrina é universal, o costume é local. 

A doutrina é universal no sentido que é para todos os povos em todas as culturas. Proclamar Jesus como Salvador faz sentido no Brasil em 2007, como para os indianos que foram evangelizados pelo apóstolo Tomé, o primeiro missionário daquela nação, ainda no primeiro século da Era Cristã. 

O costume é local. Os homens na Escócia usam um tipo masculino de saia. Na India, os jovens andam de mãos dadas; no Siri Lanka é, também, costume para homens a vestimenta com saias. Enquanto a saia, na maior parte do Ocidente, é uma roupa exclusivamente feminina. No Brasil é comum comer peixe cozido ou frito, mas no Japão se come peixe-cru. 

d) A doutrina santifica, o costume não santifica. 

A doutrina bíblica santifica o crente mediante a Palavra de Deus. Jesus disse: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). O ensino da Palavra de Deus, ou seja, das doutrinas bíblicas, é um dos meios que Deus usa para levar o crente a uma vida reta, assim como escreveu o salmista: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra”(Sl 119.9). John Henry Jowett disse: “Você não pode abandonar os grandes temas doutrinários e ainda assim produzir grandes santos”. O pastor A. W. Tozer escreveu: “O propósito que está por trás de toda doutrina é garantir a ação moral”. Por isso, é bom lembrar que a doutrina bíblica produz, naturalmente, bons costumes. 

O costume não pode santificar. Quem acredita na santificação por meio dos costumes, normalmente, é um escravo do legalismo. O pastor Antonio Gilberto escreveu a respeito dos erros em relação a santificação e citou o engano de associar exterioridade com santidade: “Usos, práticas e costumes. Esses últimos, quando bons, devem ser o efeito da santificação, e não a causa dela". E bem relevante o que escreveu o pastor Ciro Zibordi no prefácio do livro Verdades Pentecostais: 

Conservar não significa possuir uma falsa santidade, fazendo dos usos e costumes uma causa, e não um efeito. Como pode ser ao longo dessa obra , a observância da sã doutrina leva-nos a ter santidade interna e externa, o que implica vida santa a partir do espírito (1Ts 5.23) e manutenção dos bons costumes. Estes, pois, não devem gerar doutrinas, como vem acontecendo em algumas igrejas não legitimamente avivadas, para prejuízo de seus membros.

O farisaísmo se caracterizava por associar sua obras com salvação. Há muitos que fazem dos costumes “doutrinas” e, assim, pensam que para serem salvos precisam fazer isso ou aquilo. Como dizia Lutero: “As boas obras não fazem o homem bom; mas o homem bom pratica as boas obras”. A inversão dessa ordem cria escravos do farisaísmo e não servos do Altíssimo. 

e) A doutrina é um princípio, o costume é um preceito. 

Há diferença entre princípio e preceito? Sim. O pastor José Gonçalves escreveu: “Os preceitos apontam para princípios e não o contrário. Um princípio é aquilo que está por trás do preceito ou norma”. Por exemplo, usar uma roupa social em um tribunal é uma norma, um preceito. O princípio ou doutrina por trás dessa norma é que o tribunal é um lugar sério e não ambiente de entretenimento, onde se possa ir de jeans ou short. 

f) A doutrina é verdade absoluta, o costume é uma verdade relativa. 

A doutrina é sempre verdade absoluta, ou seja, é para todos, em todas as épocas e em todos os lugares. O costume é relativo, como lembra Geremias do Couto: 

Ao insistirmos nos absolutos, não queremos afirmar que não haja também conceitos relativos. Essa diversidade se manifesta, por exemplo, nas comidas típicas de cada país, nos estilos da arquitetura, no estilo da vestimenta e até mesmo em relação à hora de dormir, que depende do fuso horário. Mas tais circunstâncias relativas acabam apontando para princípios biológicos absolutos; todos precisam alimentar-se, todos precisam dormir. 

O costume, por ser relativo, não deveria ser imposto como obrigação. Era comum missionários europeus tentarem impor os costumes do norte em países da Ásia e da América. Hoje, o conceito de “transculturação” está ajudando muito em relação a esse problema. 

Há muitas outras diferenças entre doutrina e costumes, mas fica apontado que ambas não são a mesma coisa, porém estão ligadas. O bons costumes são aqueles que não escravizam o crente, colocando um jugo que Jesus tirou na cruz, mas sim, é resultado da boa doutrina. 

Por Gutierres Siqueira

sábado, 2 de julho de 2016

A Igreja que se Prostituiu

A palavra prostituição lembra comportamentos que traduziríamos em seduzir e deixar-se seduzir. Cada vez mais vemos igrejas seduzindo os homens para o caminho da idolatria (Mamon) hedonismo e lassidão moral dentre vários outros, e se deixando seduzir por doutrinas espúrias, anticristãs, pelo mundanismo.  Quando a igreja se deixa cooptar pelos atrativos e mentalidade do mundo ela está se prostituindo, pois a Palavra de Deus nos adverte que aquele que quer ganhar a amizade do mundo torna-se inimigo de Deus. Tg. 4:4.

Em primeiro lugar vemos a igreja se prostituir quando abranda seus padrões morais. O pecado grassa a passos largos dentro da igreja. Aumenta o número de jovens grávidas dentro das igrejas e isso não incomoda mais nem aos pais nem à liderança. Neste ponto a disciplina eclesiástica foi banida para o fundo do quintal e um comportamento Laissez-Faire é adotado como padrão em nosso meio. O padrão de santidade bíblico foi abandonado porque se for anunciado dos púlpitos provocará um esvaziamento das igrejas. Talvez, exigirá muito dos membros a busca da santidade assim como Senhor nosso Deus é Santo. Vimos recentemente um fato que ilustra o que foi dito acima.

Um jogador de futebol que conquistou o título estadual com seu clube apareceu em frente às câmeras de televisão comemorando o campeonato de sunga e com uma faixa em sua cabeça que continha os dizeres: 100% Jesus. Logo após a saída do estádio foram comemorar em uma boate onde este mesmo jogador pagou a festa que teve participação de 10 mulheres para homem presente. Este mesmo jogador já é pai de uma criança sem ser casado. Diz-se evangélico e temente a Deus. Poderíamos nos perguntar onde está o pastor deste jovem jogador? Qual tipo de igreja ele frequenta? Creio que a liderança nada fala porque talvez as ofertas que entrem na igreja superem os R$ 300.000,00 por mês. Nesse caso fica difícil apontar o pecado e o mal frente a este volume financeiro. Sim a igreja tem se prostituído e se tornado prostituta quando abranda seus padrões morais, achando assim que conquistará mais almas para Cristo. No entanto, esquece que o Senhor Jesus nunca se coadunaria com tais padrões. Esquece-se que quando mais próxima do mundo ela for menos impacto provoca.

O apóstolo Paulo nos adverte fortemente em  II Tm 3:1-9 “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles”.

Em segundo lugar a igreja se prostitui quando permite que seus líderes permaneçam nos púlpitos mesmo em pecado. Já virou tendência pastores se divorciarem e permanecerem nas igrejas como líderes. (Abordo aqui somente adultério ou escândalos. Alguns divórcios pastorais devem ser ponderados com outra ótica) Pastores que adulteraram e desonraram o chamado de Deus e quebraram a confiança da igreja ainda permanecem como pastores em nosso meio. Quando isso acontece a porta se escancara para o pecado e o padrão de Deus se esvai pelo ralo. Certamente o Senhor já não fala mais em tais lugares e ai outras vozes se apresentam como vozes proféticas em meio ao caos eclesiástico.

Ha pouco tempo vi um chamado pela internet de um congresso de homens da promessa ou homens de valor ou algo parecido em que um pastor que adulterou com uma jovem, de 15 anos era um dos palestrantes. Fiquei a me perguntar que congresso era esse e quais seriam os homens de valor daquele congresso? O que poderiam ofertar diante de uma tal aberração? Mas quando a igreja afrouxa seu padrão de conduta para seus líderes então isso se torna oferecer fogo estranho no altar do Senhor. Acham que Deus é somente amor. Esquecem-se que os salmos nos dizem que a base do trono de Deus é santidade e justiça.
O padrão de Deus é homens santos dando exemplo de santidade. Enquanto as igrejas tolerarem o pecado em seus púlpitos estará se prostituindo e envergonhando Deus e sendo envergonhada. A máxima dos puritanos era: “Pastores santos e cultos”. Vivendo esta máxima eles fundaram uma das maiores ou a maior universidade do mundo a Harvard Business School. Necessário se faz uma assepsia nos quadros de lideranças das igrejas onde estas não admitam nem tolerem o pecado em seus púlpitos. Que as igrejas sejam corajosas para destituírem os adúlteros dos cargos de liderança.

Antes das igrejas verem as qualificações dos seus líderes como capacidade de pregar, expressar em publico etc., devem observar caráter, integridade moral e seus modos de vida.

Em terceiro lugar a igreja se prostitui quando aceita em seus quadros ministeriais pastores sem o menor conhecimento de Bíblia e teologia. A onda avassaladora de falsos ensinos que ganhou várias igrejas é algo assustador. Existe um modo de pensar que diz que o conhecimento não importa e sim a atuação do Espírito Santo. Mas a Palavra nos diz que o Espírito nos conduziria em toda verdade e verdade é apreendida e isso por meio de esforço muitas vezes. Lembro-me que anos atrás, enquanto seminarista, um pastor me disse que quando era tradicional ele tinha uma montanha de livros para estudar ao preparar os sermões, mas que depois de ser revestido com poder pelo Espirito Santo deixou essas coisas para traz. Então eu lhe disse: Depois que experimentei o poder do Espirito Santo ai eu passei a estudar mais e a comprar mais livros.

Na realidade são pastores preguiçosos que acham que basta abrir a Bíblia em qualquer passagem que o sermão aparece do nada em suas mentes. Pastores despreparados levam as igrejas a se prostituírem no altar do sincretismo religioso. Ha pouco tempo vi um vídeo pela internet onde pessoas vestidas de batas longas carregavam um modelo da arca da aliança dentro de uma igreja e o pastor gritava que quem tocasse na arca seria abençoado. Fazer uma replica da Arca da Aliança e destacar isso é uma das maiores demonstrações de idolatria sendo introduzidas em igrejas que já perderam a pureza doutrinária. Sim a igreja se prostitui ao aceitar um padrão inferior de liderança. O exemplo bíblico deveria ser o nosso padrão quando a igreja primitiva ao enviar os primeiros missionários enviou nada menos que o apóstolo Paulo.

Em quarto lugar a igreja se prostitui quando avalia ministério pelo tamanho de uma igreja e não pelo compromisso com a Palavra de Deus. Quando avaliamos uma igreja pelo seu tamanho precisamos nos dobrar diante da igreja (Growing In Grace International Ministry, Inc.) igreja do megalomaníaco José Luís Miranda que se diz ser Jesus Cristo em carne e osso e já conta com mais de 10.000 membros só no Brasil. Se o critério for tamanho precisamos nos dar por vencido diante do Rev. Moon da igreja da unificação que diz que  Moon veio cumprir aquilo que o Senhor Jesus não fez através do casamento e já arrebatou milhares de seguidores. Se o tamanho é o padrão de avaliação então teremos de descartar milhares de pastores e igrejas que crescem lentamente e são pequenas. Teremos de descartar milhares de missionários que nos rincões do Brasil não pastoreiam igrejas com mais de 30 membros e aqueles que no mundo árabe ganham uma alma para Cristo a cada 5 ou 10 anos.

A igreja se prostitui quando abandona o padrão de fidelidade à Palavra e adota métodos mundanos de ativismo cego. Igreja não é empresa que visa somente lucro. Pastor não é executivo que se gaba de altos salários e mordomias outras. Compromisso com a Palavra de Deus deve ser o único padrão na avaliação de uma igreja. Muitas vezes o Senhor dá o crescimento outras vezes o terreno arado é mais duro e exige mais tempo. Mas negociar o compromisso com a Palavra em troca de igrejas cheias a qualquer custo é se deixar avaliar por outros padrões que não os da Palavra.

A grande realidade é que os milhares que enchem várias igrejas nunca souberam o que é ser regenerados e os líderes dos tais também não se preocupam se são ou não, conquanto que ofertem regularmente. Outros pontos poderiam ser destacados, mas ficaremos somente com estes quatros. Talvez alguém se encoraje a estendê-los.

Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” Soli Deo Gloria    Pr. Luiz Fernando R. de Souza  

sexta-feira, 1 de julho de 2016

A Magnitude da Jerusalém Celestial

No livro de Apocalipse, capítulo 21, o Apóstolo João, descreve a Jerusalém Celestial, revelada por Deus. Uma cidade cuja beleza nunca vista antes, e ainda com a Glória de Deus. O apóstolo relata sua grandeza e descreve os materiais empregados em sua construção. Tanto as pedras preciosas, como o ouro, sendo este último material encontrado em abundância na construção da cidade, das praças e pavimentação das casas. Diga-se que por sinal o Arquiteto Celestial, não economizou na construção da Cidade Santa. Essas características são suficientes para demonstrarem a grandeza da cidade construída pelo Todo  Poderoso.

Na antiguidade e nos dias atuais, quando os governantes de uma cidade querem demonstrar o nível de influência que eles têm em uma determinada região ou no globo, fazem através de magníficas construções. As edificações que fazem jus à sua cidade, como as pirâmides do Egito, o Arco do Triunfo da França, o Coliseu de Roma, as Torres Gêmeas dos Estados Unidos da América etc. Imagine como os governantes admiraram ao verem o monumento que representam sua cidade. Agora veja no texto de Apocalipse sobre a descrição da cidade Santa, Capitulo 21. Você verá que o Altíssimo fez o contrário dos governantes que procuravam expressar a influência da sua cidade através de outro elemento.
A própria cidade expressa à grandiosidade de sua posição, seja através dos elementos empregados em sua construção, ou através do nome do Arquiteto que a construiu, “a qual tem a glória de Deus”. Apenas estas descrições já seriam suficientes para colocarem ponto final neste texto, porém quero trazer outra visão desta cidade, talvez nunca antes relatada por outro. O texto está escrito no livro de Apocalipse 21.16, “e mediu a cidade com uma cana até doze mil estádios, e o seu comprimento, largura e altura eram iguais”. O (estádio), antiga medida usada pelos romanos, equivale a 185,00 metros, convertendo os 12.000 estádios para metros, teremos 2.220.000,00 metros ou 2.220,00 km. No gráfico abaixo, Veja a projeção da Cidade Santa sobre o oriente médio, considerando que o centro da Jerusalém Celeste está sobre o centro da Jerusalém terrestre.
Figura 01 – mapa do oriente médio com projeção da Cidade Santa.

A área da projeção da Cidade Santa é de 4.928.400.000.000,00 m2 ou 4.928.400,00 km2, essa projeção corresponde aproximadamente 57,90% da área do Brasil, ou seja, um pouco maior que a metade do país. Considerando que essa área seja um grande condomínio horizontal e levando em considerações as leis urbanas para divisão de áreas em lotes da cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, e ainda considerando que cada casa possuiria uma área construída de 1.000,00 m2, teríamos aproximadamente umas 2.032.965.000 casas construídas nessa projeção. Essa quantidade de casas aqui estipulada deixaria atormentado qualquer prefeitura do planeta.

Agora veja que em Apocalipse 21.16,
“e mediu a cidade com uma cana até doze mil estádios, e o seu comprimento, largura e altura eram iguais” a altura também é de 220.000.000 metros de altura. Veja que esta altura não se refere ao muro, mas sim a cidade, pois a altura do muro possui 144 côvados, apocalipse 21.17, que equivale a 63,90 metros. Agora imagine entrarmos em uma casa com uma área de 1.000,00m2 e um pé direito de 2.220.000,00 metros de altura. Aqui começa o fundamento de todo o texto escrito, da grandiosidade da Jerusalém Celestial por Deus apresentada, e vista pelas lentes da arquitetura e do urbanismo.

Para melhor compreendermos a Cidade Celestial, faremos uma comparação com uma cidade existente nos dias atuais. Isso implica relacionarmos as leis de urbanismo vigente de uma determinada cidade. Para isso foi escolhida a Legislação de urbanismo da cidade de Cuiabá, citada nos parágrafos anteriores. Acaso um arquiteto experiente projetaria uma casa com pé direito imensamente desproporcional aos seus lados? Claro que não, todos nós sabemos que o pé-direito de uma casa, oscila entre
2,80 e 6,00 metros de altura.
Agora imagine se o Deus Todo Poderoso não há de fazer as coisas com perfeição? Não seria mais razoável admitir que a Cidade Santa possua mais de um pavimento? Ou melhor, dizendo: Muitos outros pavimentos! Definir a quantidade de pavimentos é uma tarefa impossível, precisaríamos saber realmente o que Deus definiu. Mas com toda certeza um dia saberemos quando entrarmos na Cidade Santa. Para tentar estipular a quantidade de pavimentos para a cidade, teremos que pré-definir a altura do pé direito da casa. Fixaremos uma altura, somente para efeito de cálculos, de 3,50 metros. Ao dividirmos a altura da cidade pela altura do pé direito adotado, teremos aproximadamente 634.285 pavimentos.
Nos nossos dias atuais, até o dia em que escrevo este assunto, o maior edifício em altura, possui aproximadamente uns 800 metros com seus 160 andares, ainda está em construção.
Uma construção possuir
2.200.000,00 de altura, implica em ultrapassar as camadas da atmosfera terrestre. Sabe-se que a camada da atmosfera, estende-se até 600 km de altura e que esta divida em camadas com alturas e características próprias. A primeira camada, a troposfera, estende até 14,50 km. Sua temperatura decresce com a altura de 17º a – 52º C. Esta é a camada onde existem vidas na terra.
A segunda camada, é a estratosfera, e estende de 14,50 km até 64,5 km. Esta camada é menos densa que a troposfera, e sua temperatura crescem para – 3º C devido a absorção da radiação ultravioleta, através da camada de ozônio. A terceira camada, é a Mesosfera, e estende de 64,5 km até 80 km, e sua temperatura volta a decrescer até – 93º C. A quarta camada é a termosfera, e estende-se de 80 km até 600 km de altura e sua temperatura cresce de – 93º C até atingir 1.727º C.
Além das camadas que compõem a atmosfera, existe a Exosfera, que estende-se de 600 km a 1.280 km de altura, após essa distância começa o espaço sideral.
Veja que a Cidade Santa possui altura de
2.200 km, sendo que quase a metade de sua construção encontra-se no espaço sideral. Outro dado importante é que não sabemos exatamente de que altura ficará suspensa sobre a terra, durante o milênio. Isso também influenciará em quantos por cento o seu corpo ficará fora da atmosfera terrestre.


Figura 02 – Planeta Terra, as Camadas que o envolvem e a Cidade Santa, proporcionalmente ao tamanho real.


Mas até onde esses dados são importantes para nós? Veja que conforme a camada da atmosfera, a temperatura aumenta ou diminui alcançando temperaturas abaixo de -93º C ou acima de 1.727º C. Isso Torna impossível a habitação de um ser humano normal. Sem levar em consideração a inexistência de oxigênio, à determinada altura da camada troposfera. O oxigênio é necessário para a respiração dos seres vivos. Agora veja
Ap 7.13-17, Ap 21.4 1Co 15.51-55, Fp 3,20-21, esses textos, nos mostram que os habitantes da Jerusalém Celestial, não serão pessoas comuns, mais sim transformadas pelo poder de  Deus.

Essas pessoas não mais sofrerão frio, fome, calor, falta de oxigênio ou qualquer outro meio imaginável que o mundo físico possa afligir. Agora podemos entender com os habitantes da Cidade Celestial poderá suportar baixas e altas temperaturas ou até mesmo a inexistência de oxigênio. Talvez ainda sejam questionados os materiais que fazem parte da construção da cidade Santa, por exemplo, o ouro, como eles suportariam altas temperaturas. Veja que o Senhor Deus transformará o corpo humano para suportar as variações de temperaturas. E o que dizer então da Cidade Santa, em
Ap 21.10-11,que tem a Glória de   Deus?

Para melhor entendermos o tamanho da área da cidade da Jerusalém Celestial, faremos uma comparação com parâmetros de urbanismo citados anteriormente. A lei de parcelamento de uso do solo especifica que para a área total do loteamento seja reservado um total de 35% que será utilizado para construção de praças, ruas e equipamentos urbanos. E ainda que do total da área reservada à construção das edificações 25% seja destinadas a áreas permeáveis, áreas que não poderão ser construídas. Apenas um ponto da Cidade Santa seria impossível ser enquadrada na lei de parcelamento de uso do solo, no que diz sobre o número de pavimentos a serem construídos em  uma determinada  área.

Isso implica diretamente no número de habitantes do condomínio, para que não ocorra um fluxo exagerado de veículos em uma determinada área, e outros problemas ocasionados pela alta densidade demográfica. Porém para a Jerusalém Celestial, isso não será nenhum problema para o urbanismo da cidade, visto que sua população não precisará de veículos ou de outros equipamentos que um cidadão comum necessite. Por esse motivo, iremos desprezar os outros índices e trabalharemos somente com os citados acima.


Veja que o valor reservado para a construção das casas, correspondem a 48,75% da área total da Cidade Santa, menos que a metade da área inicial. Para sabermos o número de casas que poderão serem construídas na Cidade Santa, teremos que estipular outro valor, a da área construída por casa. O tamanho de cada casa, ou seja, sua área construída, estará ligada diretamente ao padrão de vida de seus moradores. Uma população com melhor padrão de vida, construirá casas com maiores áreas, do que uma população com pouco poder aquisitivo. Será adotada para efeito de cálculos uma área que corresponda à grandeza da Cidade Santa,
1.000,00m2 por casa.


Essa quantidade de casas na verdade correspondem aos números calculados para cada pavimento, ou seja: Apenas para o pavimento térreo, para sabermos o total de unidades a serem construídas, teremos que multiplicar pelos outros pavimentos.


Veja se você é capaz de pronunciar esta quantidade de apartamentos a serem construídos. Outro dado surpreendente da Cidade Santa é que ao multiplicarmos, o valor da área livre para a construção e pela quantidade de pavimentos, teremos uma área superior à      área do planeta terra, veja  o quadro  abaixo.


O número encontrado acima, refere-se a quantas vezes a área dos pavimentos da Jerusalém Celestial corresponde ao valor da área da terra. Isso significa que precisaríamos de
2.988 planetas terra para receber a população da Cidade Santa. Outro dado surpreendente é o numero de habitantes da Cidade Santa, considerando que cada pessoa ocupe uma área de 1.000,00 metros teremos um total de 1.523.929.969.575.000 habitantes. Esses números não são suficientes para procurarmos alcançar novos habitantes? Pessoas precisam serem salvas para morar na Cidade de Deus. Como disse o Senhor Jesus em, Jo 14,1-3, na casa de meu pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou prepara-vos lugar. e, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver,estejais vos  também.

Qualquer pessoa quando muda para uma casa nova, sente-se feliz, realizada, pois o que ela planejou durante anos tornou-se realidade. Muito mais maravilhoso é saber que uma cidade dessa magnitude, nos aguarda, uma cidade preparada pelo Senhor Deus. Cidade que tem sua Glória, para um dia ser nosso lar por toda a Eternidade.