sábado, 5 de março de 2016

Cristãos feridos estão esquecidos nas trincheiras


Trinta milhões de crentes feridos estão esquecidos nas trincheiras.

A igreja talvez seja hoje o único exército do mundo cujos soldados não voltam para buscar seus feridos no campo de batalha.

Ao contrário, substitui-os rapidamente no batalhão e segue em frente, esquecendo-se que muitos soldados de valor ficaram à beira da morte pelas trincheiras.

Caso o último censo do IBGE tivesse incluído questão sobre o número de "desviados" no Brasil, o resultado seria assustador.

Calcula-se que hoje existam no País entre 30 milhões e 40 milhões de "desviados".

Por "desviados" entenda pessoas que um dia tiveram seus nomes no rol de membros de algum grupo cristão, mas que hoje estão à margem da vida da igreja.

Estas pessoas - cuja boa parte povoa hospícios e presídios, ou carrega saco às costas, vaga errante à beira de estradas - um dia confessaram alegremente a Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor e no outro se viram literalmente jogados na sarjeta espiritual.

Nesse contingente de desviados há casos para todo tipo de pessoas. Do endurecido ao desprezado, do chafurdado na lama pelo engano do pecado ao desesperado para sair dele, mas sem ninguém para estender a mão.

É desta classe de pessoas que trata esta edição. De pessoas desesperadas por uma nova chance, mas sem ter a quem recorrer porque, sabem, o único lugar onde encontrariam novamente a paz para suas almas é a igreja, mas ali, pensam, há santos demais para admitir o retorno de um filho pródigo como ele.

Afinal, com ou sem motivo, um dia foram expulsos sumariamente. Seja porque inadvertidamente cortaram os longos cabelos ou caíram em erros considerados "sem volta" por sua igreja, como o adultério.

Foram disciplinados, escrachados, alijados da comunhão e, não raro, se excluíram ou foram excluídos. Como Satanás, foram expulsos do paraíso. Como Caim, receberam uma mancha na testa e foram condenados a andar errantes pelo mundo pelo resto de suas vidas miseráveis. O problema é que em seus casos específicos, não foi Deus o autor do juízo sumário.

Com tamanha carga sobre as costas, voltar é passo difícil, em algumas situações, impossível.

- A própria igreja discrimina os desviados:

- A igreja vê o desviado como se fosse Judas Iscariotes, que traiu a Deus e a igreja. E o trata como se fosse lixo que precisa ser retirado daquele ambiente. Mal sabe que o desviado é como o ouro de Deus que se perdeu na lama podre. Está perdido na lama, mas ainda é ouro e precisa de gente interessada, garimpeiros que estendam a mão e vasculhem até encontrá-lo".

Uma igreja de 200 membros perde outros 400 em 10 anos!

Na próxima vez em que for a um culto, pare um instante e olhe à sua direita e esquerda. Agora, saiba que daqui a dez anos é possível que a senhora, o jovem sorridente e o austero senhor que estão em cadeiras ou bancos próximos a você cantando louvores estejam completamente afastados da igreja, amargurados com Deus e entristecidos por algum motivo.

De acordo com estatística do pastor mineiro Sinfrônio Jardim Neto, uma igreja de 10 anos de funcionamento que tenha mantido média de 200 membros viu passar por seu rol ao longo dessa década o dobro desse número. Uma evasão como essa explica a conta fictícia do parágrafo anterior.

Segundo as contas que têm feito ao longo de suas inúmeras campanhas em igrejas brasileiras desde 1994, quando começou a trabalhar com desviados, 400 pessoas que passaram por uma igreja que tem média de 200 membros estão desviadas hoje.

Em português claro e chocante: a igreja permanece com sua média de 200 membros, substituindo-os naturalmente. Mas essa rotatividade originada na dificuldade de "fechar a porta dos fundos" resulta ao final de 10 anos em perda de 200% no número de pessoas.

Esses números, são relativos apenas a desviados. Aqui não estão incluídos outros itens, como mudança de membro para outra igreja.

Expulso da igreja porque não usava chapéu

As causas para o chamado desvio de pessoas na igreja são variadas. Desde o abandono da fé em razão da volta voluntária ao pecado até a exclusão pela liderança da igreja em decorrência de coisas pequenas mas consideradas pecado, por eles.

Em suas viagens Sinfrônio Jardim diz que encontra situações de exclusão que seriam hilárias se não fossem tão perniciosas às vidas das vítimas.

Pessoas que foram excluídas por causa do legalismo exacerbado de igrejas cujos líderes zelosamente disciplinaram com exagero pequenas contravenções. Na ânsia de limpar o pecado, jogaram fora o "pecador" junto com a água suja.

- Vejo gente sofrendo, afastada da igreja por causa de coisas pequenas, como ter cortado o cabelo, ter deixado a barba e até, pasme, por ter sido visto andando de bicicleta. Uma vez, em Campos, no Rio, conheci um homem que foi expulso da igreja porque não usava chapéu, como ordenava o estatuto da igreja.

Falsas profecias levam muitos ao desvio.

Outra causa para o apartheid espiritual de muitos é a decepção com lideranças. O membro procura alguém para confessar uma fraqueza ou pecado e, em vez de perdão e ajuda para vencer o mal, recebe maior ordenação.

As profecias falsas são também causa importante de desvio da fé.

Inúmeras pessoas naufragam depois de receber profecias falsas. A pessoa tem o filho doente, por exemplo, e recebe uma "palavra de Deus" de cura. Pouco tempo depois a criança morre. Ela fica desesperada. Ou então ouve que deve se casar com alguém porque é vontade de Deus. Obediente, casa-se e algum tempo depois percebe que a voz ouvida não era da parte de Deus. Em vez de se decepcionar com o homem, decepciona-se com Deus e sai da comunhão.

E há, claro, o grande número de pessoas que se aproxima de Deus seduzidas por propaganda enganosa. Chegam porque alguém lhes prometeu prosperidade aqui e agora, mas não percebem as implicações do discipulado a Cristo. Querem as bênçãos do cristianismo, mas nada de porta estreita e caminho apertado.

Querem sair do mundo, mas levar o pecado a reboque. "Querem a salvação, mas não querem largar o pecado".

Por último, a decepção contra o próprio Deus é causa de afastamento de muitos. A pessoa é uma crente fiel e, de repente, alguém a quem ela ama morre, por exemplo.

Nesse caso, se não tiver alicerces firmes em Deus, ela culpa a Deus pelo infortúnio. Age como se Deus tivesse sido ingrato com ela, sempre tão fiel e, portanto, a seus olhos, merecedora de recompensa.

Poucas visitas ao desviado resultam em maior condenação

Depois que experimentam a expulsão do paraíso, poucos conseguem encontrar lugar de arrependimento. Pior é que se forem depender de boa parte da igreja para isso, já terão na mão o passaporte para o inferno.

Na pesquisa, entre 60% e 70% dos desviados não recebem qualquer visita de líderes ou membros após sair da igreja. São simplesmente descartados ou substituídos por outros membros.

O restante dos desviados (entre 40% e 30%) recebe de uma a três visitas, que se revelam infrutíferas, porque na maioria das vezes a visita é de cobrança ou condenação.

Em vez de amar o pecador e odiar o pecado, os visitantes lançam ambos na cova profunda do inferno. Jogam pedra, condenam. Decretam o inferno-já para o pecador. "É como bater de vara sobre a ferida de alguém... o ferimento e a dor só vão aumentar".

Hospícios e presídios estão lotados de ex-crentes

Ainda segundo a pesquisa, existem três lugares onde sempre vai se encontrar desviados: nos hospícios, nos presídios e na mendicância.

- Vá a um hospício e ali você encontrará muita gente internada que recita versos bíblicos e canta canções cristãs. Estas um dia se afastaram, caíram em pecado e os demônios tomaram conta de sua vida. Ficaram endemoninhadas.

- Depois visite um presídio e você encontrará inúmeros josués, elias e samuéis.

Detentos de nomes bíblicos, que demonstram o berço cristão. Ali você começa a conversar com um deles e descobre que é filho de presbítero de igreja.

- Por último, passe próximo a rodoviárias e estações de trem outente conversar com um andarilho de beira de estrada. Pelo menos três entre dez destas pessoas que andam bebendo errantes, sacos de bugigangas às costas, já participaram de uma igreja cristã. Ali, não raro, você encontra homens que um dia ocuparam solenes púlpitos e pregaram o evangelho.

E por que não voltam? A falta de perdão a si próprio e da própria igreja e o entendimento errado de que o que fez é imperdoável por Deus e afastam-nas cada vez mais do ponto de retorno.

- Mais da metade dos que se desviaram tem problemas sérios com o ressentimento e falta de perdão. Não voltam porque não conseguem perdoar, ou não querem perdoar ou acham que não merecem perdão.

O peso que está sobre a pessoa fica insuportável às vezes. Há denominações, por exemplo, que pregam que quem pratica adultério jamais será perdoado. Ora, com um decreto como esse na cabeça, o pecador desiste de qualquer tentativa de reconciliação com o Deus irado que lhe foi pintado e se transforma em um monstro na terra. Passa a praticar os mais baixos pecados, porque, pensa, se já está condenado ao inferno por toda a eternidade, resta aproveitar seus dias na terra.

Poucos saem em busca da ovelha extraviada

Hoje a maioria das igrejas não possui qualquer trabalho específico para trazer suas ovelhas desviadas de volta ao aprisco. Ninguém pensa em deixar suas 99 ovelhas e sair atrás da centésima, extraviada.

Na visão expansionista de muitas igrejas hoje é pouco lucrativo deixar 99 ovelhas e sair por lugares ermos atrás de uma ovelhinha extraviada que nem sabe se está viva ou que talvez esteja tão ferida que não tenha chance de sobreviver.
- Muitos acham que não vale a pena tamanho esforço, que vão perder tempo. E, para aliviar suas consciências, usam o argumento de que a pessoa já conhece a palavra.

Outros chegam a usar versos bíblicos para justificar o esquecimento. "Saíram de nós porque não eram dos nossos..." é um dos mais recitados.

A falta de visão de restauração descrita por toda a bíblia é ignorada nesses casos.

"Buscar ovelhas perdidas é visão antipática em muitas igrejas". "Isto porque quando o membro sai, geralmente sai falando mal da igreja ou do pastor.

Acaba ficando mal visto dentro da própria igreja que, em vez de amá-lo e perdoá-lo, passa a tratá-lo como ovelha negra. Desta forma, quando alguém se dispõe a ir atrás dessa ovelha perdida, torna-se também impopular e corre o risco de ser também mal visto. E poucos estão dispostos a isto".

Um desvio monstruoso

• Há hoje, apenas no Brasil, entre trinta e quarenta milhões de pessoas que um dia freqüentaram alguma igreja evangélica.

• Uma igreja de dez anos, que manteve média de duzentos membros, viu passar, por seu rol, o dobro desse número. Isto é, quatrocentas pessoas que passaram por essa igreja estão desviadas hoje.

• A porcentagem de desviados que retorna à igreja não passa de 10% no Brasil. 

• Entre 60% e 70% dos desviados, estes não receberam qualquer visita de líderes ou membros quando decidiram sair da igreja.

• Entre 40% e 30% receberam de uma a três visitas, que se revelaram, na maioria das vezes, de cobrança ou condenação. 

• Hospícios e presídios são os lugares de destino de boa parte dos desviados. 

• De cada dez andarilhos, três deles freqüentaram alguma igreja um dia.

• A maioria dos desviados (acima de 50%) é afetada pelo ressentimento com sua liderança

NOTA: Número de desviados é desconhecido pela Sepal:

O número estimado de 30 milhões a 40 milhões de desviados no Brasil não é corroborado pela Sepal - Serviço de Evangelização Para América Latina. Missão internacional estabelecida no Brasil há mais de 30 anos, a Sepal tem um departamento especialmente voltado a pesquisas relacionadas ao meio cristão no Brasil e na América Latina.

A secretária do departamento de pesquisas da Sepal, explica que hoje no Brasil nenhuma instituição possui números oficiais sequer sobre a quantidade de cristãos no Brasil e muito menos sobre o número de desviados.

- Há muitos desviados no Brasil, mas é impossível dimensionar a quantidade. 

A porcentagem de evangélicos no Brasil é de 25,25% da população. Os dados do IBGE são os únicos disponíveis.

Luís Montanini
http://www.montesiao.pro.br/

domingo, 28 de fevereiro de 2016

O Maná do Céu e a Carne

“E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil. Então, o SENHOR mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel.”

Como é trágica esta passagem bíblica onde mais uma vez presenciamos a perversa natureza humana se manifestando.

Desde que haviam deixado o Egito o Senhor vinha sustentando Israel com o “Maná” do céu.

“Maná”, segundo o livro de Êxodo, era um alimento produzido milagrosamente, diretamente de Deus para o povo judeu durante sua peregrinação no deserto em direção à terra prometida. Ainda segundo este livro, após a evaporação do orvalho formado durante a madrugada, surgia uma coisa pequeníssima, flocosa, parecida com geada, branca, descrito como semente de coentro, e como o bdélio que lembrava pequenas pérolas. Usualmente era moído, cozido e assado, sendo transformado em bolos. A bíblia relata que seu sabor era semelhante a bolachas de mel, ou bolo doce de azeite.

Foram quarenta anos de providência da parte de Deus para Israel. O “Maná” era enviado todos os dias da semana com exceção do sábado, quando deveriam colher porção dobrada na sexta feira.

Fico imaginando que substâncias compunham o “Maná”, tendo-se em vista que o povo precisava de muitos sais minerais, proteínas e vitaminas para suportar as agruras da jornada. Acredito piamente que o Pai teve o cuidado de confeccionar pessoalmente a fórmula de cada minúscula semente de “Maná”, de maneira que todas as demandas corporais dos judeus fossem atendidas.

Infelizmente, no meio da travessia, o povo começa a ficar enjoado, nauseado, sentem repulsa e nojo do alimento que vinha do céu, o “Maná”.

No capítulo 11.4-6 de Números já havia acontecido algo parecido:

“Um bando de estrangeiros que havia no meio deles encheu-se de gula, e até os próprios israelitas tornaram a queixar-se e diziam: “Ah, se tivéssemos carne para comer! Nós nos lembramos dos peixes que comíamos de graça no Egito, e também dos pepinos, das melancias, dos alhos-porrós, das cebolas e dos alhos. Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este maná!”

Quando observo a realidade de algumas Igrejas ditas evangélica de nossos dias, percebo que a mesma triste história se repete.

O povo não quer mais ouvir, se alimentar e viver do nutritivo Evangelho de Jesus, exatamente pelo mesmo motivo dos judeus acima; estão “enojados” do Pão puro que veio do céu, preferem se lambuzar e se enfadar nos lixões gospel. Como famintos abutres e ratos desesperados por um pedaço de carniça ou um mísero pão embolorado e apodrecido estes “Zumbis” se atropelam em movimentos que não tem nada a oferecer, a não ser um show de ilusionismo ou um espetáculo circense.

Ora, o líder, o protagonista, se apresenta fantasiado de “Homem das cavernas” com performances dignas de um surtado; em outra cena, “em nome de Deus”, ele se supera, sobe nas costas de um par seu e rodopia como um louco. Não se ouve uma exposição da Palavra de Deus, nenhuma sequer. Claro, não a conhecem!

“Maná”! Prá quê “Maná”! O lixo lhes basta. Pobres perdidos.

Por outro lado percebemos líderes oriundos de Igrejas tradicionais históricas que também perderam o apetite do Alimento Celestial. Os vemos como catalizadores de “Novas Visões” e “Novas Unções” onde em meio ao culto, dopados por um “Mantra” (Mantras são poemas religiosos que originaram do hinduísmo, porém também são utilizados também no budismo. Os mantras são entoados como orações repetidas, contudo, não constituem propriamente um diálogo com Deus. Os hinduístas Acreditam que os mantras, por sua repetição, possuem uma energia sonora que movimenta outras energias que envolvem quem o entoa. O mantra gospel seria a repetição, em canções, de algumas frases durante 15, 20 ou 30 minutos (Renato Vargens)), se jogam no chão e, engatinhando, se transformam em leão ou cão, urrando e latindo. São ovacionados e idolatrados; quando voltam do transe vomitam seus devaneios heréticos em forma de profecia. É o lixo em detrimento do “Maná”, que lástima para a igreja de Cristo.

O cúmulo do absurdo é que, em uma destas reuniões, uma líder disse ter recebido uma ordem divina para usar uma bota de couro de Cobra Piton para repreender uma entidade, ora faça-nos um favor.

O juízo do Senhor vai começar pela Sua própria casa.

Vemos no texto acima que depois desta manifestação de desfeita ao alimento de Deus, ao Pão do céu, o Senhor enviou aos judeus serpentes abrasadoras, e grande foi a mortandade no arraial.

Eu não sei, sinceramente, o que é que o Senhor vai fazer para dar um basta em tantos lixos e abominações no meio da Sua Santa Igreja, mas uma coisa é certa, tudo isso terá fim.

E quando vier o juízo do Senhor não haverá “Homem das cavernas” e nem “Bota de couro de Cobra Piton” que os livrará. 

Quem tem ouvidos para ouvir que ouça.

Pastor Ângelo Medrado
http://primeiraigrejavirtual.com.br/

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Lorenzo Valla e a Falsa Doação de Constantino

Humanista italiano nascido em 1405, na cidade de Roma, e falecido em 1457, em S. João de Latrão. Tendo a sua família (originária de Piacenza) laços estreitos com o Papado, foi o seu tio, secretário apostólico, que se encarregou da sua educação após a morte do seu pai, em 1418. Foi então que, em Florença, começou a instruir-se com Ranuccio da Castiglion Fiorentino, Leonardo Bruni e Giovanni Aurispa nas línguas grega e latina e a estudar as obras dos juristas mais célebres, como Quintiliano (do qual se tornou fervoroso adepto), Cícero e Scaevola. Depois do seu tio ter falecido retornou a Roma, e em 1430 foi convidado para ensinar retórica em Pavia, onde começou a estudar Paolo di Venezia e Ockham. Três anos depois saiu desta cidade, pois os seus escritos sobre a moral, plasmados no tratado De Voluptate(1431, reformulado um ano depois com o título de De vero bono e ainda dez anos depois com o nome de De vero falsoque bono), provocaram demasiada controvérsia, uma vez que defendia hedonisticamente que a virtude do Homem residia na sua tendência natural para o prazer. Tal levava-o, portanto, a aceder ao Céu, e contrariava aberta e inovadoramente os preceitos medievais ascéticos e estoicos ainda bastante enraizados. Passando por diversas cidades como Milão e Génova acabou por tornar-se secretário de Filipe de Aragão, em 1437, posteriormente abriu uma escola em Nápoles e em 1448 foi secretário apostólico de Nicolau V, tradutor papal e cónego em S. João de Latrão.

Foi vasta a produção literária deste pensador, que contou com obras e tratados como De falso credita et emendita Constantini donatione (1440, onde demonstrou a falsidade do documento em que o imperador legava todo o território imperial à Igreja), De comparatione Ciceronis Quintilianique, De professione religiosorum (que criticou a virtude da vida religiosa e fez com que tivesse de comparecer perante o tribunal inquisitorial), De libero arbitrio (1439), In Novum Testamentum ex diversorum utriusque linguae codicum collatione adnotationes e Elegantiae latinae linguae (publicada em 1471), destacando-se esta última, uma coletânea de escritos de escritores latinos como Tito Lívio e Cícero que visou sistematizar as regras de retórica, de estilo e da língua latina.

No processo de formação da Igreja Católica, observamos que o fortalecimento dessa instituição enfrentou situações que ameaçavam a sua unidade. Uma delas ocorreu no ano de 476, quando a queda do último imperador romano do Ocidente estabeleceu o triunfo das invasões bárbaras na Europa. Mais que um simples evento de ordem política e militar, esse acontecimento poderia significar o enfraquecimento do cristianismo frente às religiões pagãs que tomavam corpo.

Foi então que os clérigos da alta cúpula cristã apresentaram a chamada Doação de Constantino, um documento de 337 onde o imperador romano de mesmo nome teria reservado todo o Império Romano do Ocidente para a Igreja. Apesar de não ter assumido os reinos europeus diretamente, esse mesmo documento teve grande força política para expressar a influência dos chefes cristãos frente os reinos que se organizavam naquele tempo.

É assim que vemos, entre outros argumentos, de que modo a Igreja acumulou seu poder de interferência em questões políticas da Europa. Contudo, o peso desse documento acabou sendo desmascarado no século XV, quando o estudioso Lorenzo Valla apresentou uma série de documentos que comprovaria a falsidade do tempo em que o documento da doação teria sido feita.

Naquela época era impossível se valer de algum recurso tecnológico que pudesse calcular exatamente a datação do documento. Foi então que Lorenzo examinou o conteúdo do texto, observando os erros linguísticos existentes e as expressões empregadas em sua construção. Por meio de seus estudos, detectou a presença de helenismos e barbarismo que não correspondiam ao uso da língua latina naqueles tempos do império de Constantino.

Além dessas questões formais, o estudioso percebeu que a natureza do documento, elaborado com um único testemunho, não correspondia ao hábito da época. Ao mesmo tempo, ele apontou como incongruente o uso do termo “sátrapa” (expressão de natureza oriental) para fazer referência aos membros do Senado Romano e a menção de Constantinopla como uma cidade cristã em um tempo em que a mesma, assim como outras regiões dadas como de dominação romana, estava longe de assumir tal posição.

O trabalho de Valla, ao longo do tempo, não significou apenas uma tentativa de se desestabilizar a autoridade do clero. Para os historiadores, sua forma de questionar o documento exigiu a reunião de informações que envolviam as transformações da língua ao longo dos tempos e a necessidade de se estabelecer uma relação de identidade entre o documento e a época em que ele teria sido produzido. Desse modo, a invalidação da Doação de Constantino serviu de grande contributo no estudo do passado.

http://historiadomundo.uol.com.br/idade-antiga/a-doacao-de-constantino.htm
http://www.infopedia.pt/$lorenzo-valla

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A Pedra Preciosa

Nos últimos dias antes da sua morte, Jesus confrontou, desafiou e repreendeu os líderes religiosos em Jerusalém. Estes ficaram frustrados quando Jesus recebeu a adoração da multidão na sua chegada à cidade. Eles se sentiram ofendidos e ameaçados quando ele expulsou os comerciantes do templo. E quando ensinou no próprio templo – a casa de Deus que eles consideravam território próprio deles – questionaram a autoridade de Jesus para fazer tais coisas. Os servos infiéis questionaram a autoridade do Filho sobre seu uso da sua própria casa!

Jesus mostrou a incoerência da conduta desses líderes com uma simples pergunta sobre o batismo de João. Eles, mais preocupados com a política do que com a verdade, recusaram responder (Mateus 21:23-27).

Parábolas sobre a Rejeição pelos Líderes Religiosos

Depois desta conversa com os principais sacerdotes e os anciãos dos judeus,Jesus usou duas parábolas para mostrar a rebeldia deles diante de Deus. Na primeira, ele mostrou que os pecadores penitentes foram mais justos do que os religiosos rebeldes (Mateus 21:28-32). Na segunda, ele falou de servos encarregados com a vinha do seu senhor. Ao invés de pagar os valores devidos ao dono da vinha, estes servos maus maltrataram e mataram os mensageiros que ele mandava receber os pagamentos. Afinal, o dono da vinha mandou seu próprio filho, achando que eles o respeitariam. Os lavradores, vendo a oportunidade de tomar posse da vinha, mataram o filho do dono. As pessoas que ouviram a parábola entenderam que o dono teria todo motivo para destruir aqueles servos maus (Mateus 21:33-41). Os líderes dos judeus entenderam, corretamente, queJesus usou aquelas parábolas para falar deles e de suas atitudes erradas para com Deus (Mateus 21:45-46). Os desafios continuaram, os religiosos armando ciladas para Jesus, e o Cristo mostrando a perfeita sabedoria que os silenciou (Mateus 22 e 23).

Jesus: A Pedra Rejeitada pelos Construtores

No meio destas discussões (Mateus 21:42), Jesus citou a profecia de Salmo 118:22-23 – “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos.” Esta profecia do salmista e uma referência semelhante em Isaías 28:16 se tornaram pontos importantes na pregação apostólica. Além de três dos relatos do evangelho incluirem o comentário de Jesus (Mateus 21:42; Marcos 12:10 e Lucas 20:17), pregadores como Pedro e Paulo desenvolveram e aplicaram o mesmo tema.

Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra de esquina que servia para alinhar toda a construção. A escolha de uma boa pedra facilitaria a construção conforme a planta. Uma pedra fora de esquadria resultaria numa construção errada. Os construtores de Israel julgavam Jesus uma pedra inadequada para o tipo de construção que eles queriam. Deus o julgou perfeito para edificar a igreja conforme a planta divina.

Jesus: A Pedra Eleita e Preciosa

Pedro fez a aplicação direta quando repreendeu os líderes em Jerusalém: “EsteJesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular” (Atos 4:11). Algumas décadas depois, ele usou o mesmo princípio para frisar a importância da santidade dos cristãos (1 Pedro 2:4-10). Ele mencionou a rejeição da pedra angular pelos descrentes, mas fez seu apelo aos crentes. Para os servos do Senhor, a mesma pedra é “eleita e preciosa”. Baseado neste princípio da preciosidade da pedra angular, Pedro disse aos cristãos: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9). Paulo fez a mesma aplicação deste tema: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor” (Efésios 2:19-21).

Os Cristãos: Pedras que Vivem

Por terem uma relação especial com a pedra angular, eleita e preciosa, os cristãos devem viver de maneira distinta do mundo: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2:4-5).

A Pedra Rejeitada Hoje

Na época de Jesus, Pedro e Paulo, a maioria dos líderes religiosos – mesmo aqueles que afirmavam servir a Deus – rejeitaram o próprio Senhor. Eles queriam construir suas congregações e movimentos conforme as suas próprias idéias, enfatizando alguns princípios da palavra de Deus e ignorando outros. As tradições destes líderes, muitas vezes, tomou o lugar da verdade revelada por Deus. Há muitos construtores no mundo religioso atual. Líderes religiosos procuram construir igrejas e iniciar e manter movimentos religiosos. Em todos os casos, devemos avaliar estas construções para ver como tratam a pedra angular escolhida por Deus. É triste observar que muitos dos construtores hoje imitam os religiosos que rejeitaram Jesus há 2.000 anos. Rejeitam o Senhor e a palavra dele e estabelecem outras bases que se tornam sagradas.

Algumas Pedras Erradas

Quando suplantam Jesus, os construtores colocam suas próprias pedras no fundamento de suas igrejas e movimentos. Geralmente, estas pedras são distorções de ensinamentos bíblicos. No caso dos fariseus do primeiro século, as pedras erradas eram várias. Alguns exemplos: regras humanas sobre o sábado (Marcos 2:23-28; os fariseus faziam acréscimos à lei do sábado que Deus havia dado aos judeus – Êxodo 31:12-18), tradições dos homens sobre como lavar as mãos e as louças (Marcos 7:3-9), e ensinamentos sobre jeitos de evitar suas responsabilidades para com seus pais (Marcos 7:10-13).

Hoje, líderes religiosos têm escolhido outras pedras, também distorcendo verdades reveladas nas Escrituras ou acrescentando suas próprias doutrinas. Considere alguns exemplos atuais:

O Livro de Mórmon. A pedra angular dos mórmons é o Livro de Mórmon. Eles dizem: “Joseph Smith traduziu o Livro de Mórmon para o inglês pelo dom e poder de Deus. Ele disse que o livro ‘é o mais correto que existe sobre a face da Terra e a pedra angular de nossa religião e [que] um homem pode se aproximar mais de Deus observando os seus preceitos do que pelos de qualquer outro livro.’ (History of the Church, 4:461). O Presidente Ezra Taft Benson ajudou-nos a entender como o Livro de Mórmon é a pedra angular de nossa religião....” (citação do site www.mormons.com.br). Ao invés de aceitar Jesus Cristo como a pedra angular, eles adotam um outro evangelho como o fundamento de sua religião. Lembremos a advertência dada pelo apóstolo Paulo: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gálatas 1:9).

Uma Forma Exclusiva do Nome de Deus. Apesar do fato que os apóstolos usavam traduções das Escrituras que representavam nomes divinos em outros idiomas, várias seitas têm surgido defendendo formas “autênticas” de escrever e pronunciar nomes de Deus (Jeová, Yehoshua, Yeshua, etc.). No zelo pela forma do nome, alguns desses grupos até alteram as Escrituras inserindo a forma “autêntica” em textos onde não aparece. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, usam uma versão da Bíblia na qual os tradutores inseriram o nome Jeová no Novo Testamento mais de 200 vezes, apoiando a aplicação deste nome ao Pai e negando o fato que Jesus, também, é o Senhor descrito no Antigo Testamento como YHWH (Jeová). É impossível compreender o primeiro capítulo de Hebreus e ainda negar que Jesus é o Senhor Eterno identificado como YHWH.

Métodos Específicos de Crescimento. Outros movimentos têm destacado determinados métodos de crescimento – métodos específicos de discipulado, organização de igrejas em células, etc. – como a característica que os define. O sistema humano se torna o ponto principal, e pessoas que não adotam o mesmo sistema são rejeitadas.

O Evangelho Social. Alguns grupos têm focado suas obras sociais de maneira que enfatizam o segundo mandamento acima do primeiro (Mateus 22:36-40). Estas igrejas desviam sua atenção de sua missão espiritual e concentram seus recursos e suas obras em atividades sociais.

O Ecumenismo. Numa sociedade em que a tolerância é valorizada mais do que a verdade, o espírito ecumênico se tornou mais importante do que o Senhor Jesus. A pedra angular de algumas religiões é a convivência pacífica, abandonando a guerra espiritual dos verdadeiros cristãos (2 Coríntios 10:3-6) e esquecendo totalmente o sentido da nossa santificação.

Voltar à Pedra Angular Verdadeira e Eterna

O desafio diante de nós é simples, mas exigente: voltar à pedra angular verdadeira. “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Coríntios 3:10). “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Salmo 127:1). Voltar a Jesus significa mais do que a aceitação dele como Salvador. Significa o compromisso de obedecê-lo como Senhor, aquele que tem toda autoridade (Mateus 28:18-19; Colossenses 3:17; 1 Pedro 4:11; 2 João 9). É essencial respeitar a pedra angular para construir conforme a planta original dada por Deus. 

http://www.estudosgospel.com.br/estudo-biblico-evangelico-diversos/a-pedra-preciosa.html

Dennis Allan

sábado, 20 de fevereiro de 2016

A Paquera

 
    O Brasil é muito grande ! Temos a benção de podermos nos comunicar em uma única língua : o português. Mas apesar da língua única, a INTERPRETAÇÃO de algumas palavras, pode variar dependendo da região do país.
         Assim sendo, se em sua região a palavra "paquera" é pejorativa ou não é muito bem vista, perdoe-nos e aceite esta explicação : usaremos a palavra"paquera", como é entendida na maior parte do Brasil. Ou seja, é o mesmo que nossos avós chamavam de "flerte" (o ato de observar alguém "interessante", visando uma possibilidade de namoro). Apenas neste sentido e nada além disto, OK? Agora, podemos começar !

1. UM SENTIMENTO ESPECIAL

         Por todo o Reino Animal, encontraremos uma atração que envolve dois sexos. Macho e fêmea sentem-se atraídos um pelo outro. Mas na categoria dos"animais racionais" (os seres humanos), algo especial acontece, que vai muito além do "instinto selvagem": é o sentimento afetivo que envolve os dois.
         A paquera se encaixa neste fato. Homem e mulher sentem-se atraídos um pelo outro, mas algo diferente ocorre, com uma certa sensação de conquista, que tem um aspecto interessante: O OLHAR!
         Olhos se cruzam, um certo charme "paira no ar", e aquele sorriso discreto, traz um clima de expectativa e surpresa. Tudo acontece tão intensamente!
         A paquera é um comportamento que caracteriza a Adolescência. É a descoberta do sexo oposto, impulsionada pelos hormônios que começam a atuar em seu corpo. Todo esse processo é uma prova de que o corpo do adolescente está funcionando bem. No entanto, o que se faz com o corpo, deve ter os limites estipulados pela Bíblia, quanto à ética e a moral.

2. PAQUERA "SAUDÁVEL"

         A paquera saudável é aquela onde tudo acontece naturalmente. Você está com um grupo de amigos conversando e de repente, alguém interessante aparece! Você começa a dar uma atenção especial à pessoa. Papo vai, papo vem... e como você está "solteiríssimo(a)", esperando no Senhor alguém para amar, acaba gostando da história.
         É o momento para conversar, conhecer o outro, encontrar afinidades, saber seus sonhos e alvos. Mas sempre de uma forma discreta, pura e sem malícia. Apenas o descobrir de uma nova amizade, sem a preocupação de um envolvimento físico. Assim, depois de muita observação de valores, talvez possa se chegar à conclusão sobre se "vale ou não à pena" investir em tal pessoa e se há retorno por parte dela.
         Podemos dizer que a paquera é a "ante-sala" de um namoro. Este primeiro momento é decisivo, para continuar ou não com a idéia. Algumas vezes, acontece do outro nem perceber que foi alvo de suas intenções. Numa pequena troca de idéias, você já percebe que não daria certo, um namoro entre vocês. Alguns dizem : "Não deu liga !""Não virou !" ou então "Não houve empatia !"
         Por outro lado, você também pode se surpreender. A cada momento que o papo se prolonga, o entusiasmo toma conta. Você dá a entender que gostaria de conversar novamente e convida para no próximo Sábado, ir à reunião de jovens da sua Igreja.

3. PAQUERA "PREJUDICIAL"

         Pode um momento tão emocionante como este, ser prejudicial ? Deus faz um comentário "preocupante", sobre o coração do homem, quando fala ao profeta Jeremias:
 
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá ? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os pensamentos; e isto para dar a um segundo o seu proceder, segundo o fruto de suas ações."  Jr 17:9-10

         O coração do homem é enganoso. Uma coisa simples, pode transformar-se em algo negativo, que pode magoar e deixar marcas. Analisando a paquera, à luz de alguns textos e princípios bíblicos, podemos dizer ela é prejudicial, nestas situações :

  • QUANDO NÃO TEM UM IDEAL:                    
desperta expectativas no outro e na hora "H", pula fora sem assumir o que fez e ainda diz: "Foi uma brincadeira, você é que entendeu mal, você leva tudo a sério...".
 
"Como louco que lança fogo, flecha e morte. Assim é o homem que engana o seu próximo e diz : fiz isso por brincadeira".  Pv 26:18-19

  • QUANDO HÁ UMA INTENÇÃO IMPURA:
          quando ocorre este caso, a pessoa quase sempre começa a paquera, com o principal pensamento na atração e sedução física, no desejo sexual e na malícia.
 
"Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu porém vos digo : qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela."  Mt 5:27-28

  • QUANDO ENVOLVE DEFRAUDAÇÃO:
        cria-se uma ilusão, desperta-se um desejo físico no outro, que você sabe que não poderá ir adiante, por não ser namorado da pessoa. Isso é o que a Bíblia condena e chama de DEFRAUDAÇÃO.
 
"e que nesta matéria, ninguém ofenda, nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus, não nos chamou para a impureza e sim para a santificação."  1Ts 4:6-7

4. TODO O CUIDADO É POUCO

         Já dizia o poeta : "a maior covardia de um homem, é despertar o amor de uma mulher, sem a intenção de amá-la." Esta frase diz respeito aos homens, mas também é valida para as mulheres. Portanto, todo cuidado é pouco.
         A sensatez é uma das grandes virtudes. Usar a paquera para enganar, afirmar-se e sentir-se seguro, é covardia e egoísmo. Não condiz com a integridade de alguém que quer levar Deus a sério.
         O importante nos contatos e relacionamentos é desenvolver uma amizade sadia. Buscar conhecer o outro sem malícia e "segundas intenções". Aí sim, valerá a pena ! Grandes amizades podem surgir de uma paquera, que talvez nem venha a se tornar um namoro !
         Acima de tudo, devemos pensar no período "após" a paquera. Poder olhar para si mesmo e para o outro, sem ter do que se envergonhar. Ter condição de poder continuar a desenvolver o contato como amigos, ou até futuramente pensarem em um namoro.
         O maior desafio é saberem lidar com os seus sentimentos e de maneira alguma ferir os sentimentos do outro. Devemos "entrar e sair" da paquera, como pessoas APROVADAS POR DEUS !
 
"O Deus eterno vê o que acontece em toda a parte; ele está observando todos, tanto os bons, como os maus."  Pv 15:3 (BLH)
         Percebeu a responsabilidade ? Não adianta querer trapacear. Deus conhece o seu coração e está observando a sua atitude. Na Adolescência, paquerar é algo comum e até pode ser uma atitude positiva. Mas necessita de muito domínio próprio e responsabilidade. ESTE É SEU GRANDE DESAFIO !

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sábado, 13 de fevereiro de 2016

Destino da Alma

“Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” (Fil. 1.21-23)

A experiência da morte é uma realidade para todos. Os cristãos, mesmo depois de terem sido justificados pela graça de Deus, quando receberam o Senhor Jesus pela fé, e assim terem garantida a sua salvação, não são poupados da morte física, consequência do pecado original. Os filhos de Deus por adoção (os crentes) certamente passam pela morte, muito embora os que estiverem vivos quando o Senhor Jesus voltar fisicamente a Terra não morrerão, mas serão transformados (1 Cor. 15.51-52). Apenas dois homens na história humana foram poupados da morte, tendo sido transformados em corpos glorificados e elevados (arrebatados) ao céu; e isto aconteceu antes mesmo da primeira vinda de Cristo. Esses foram Enoque (Gen. 5.24) e o profeta Elias (2 Rs. 2.11). Podemos entendê-los como exceções à regra, casos especiais.

Nós, os demais, assim como os filhos de Deus que já se foram desde o começo da história, inclusive os primeiros apóstolos e os mártires, iremos com certeza morrer e ressuscitar, “em carne e osso” no dia do retorno do nosso Senhor. Mas, o que acontece com nossa alma, depois da morte, no período entre a morte até a ressurreição?

Quando o cristão morre, sua alma fica num estado de sonolência ou vai direto para Deus e fica consciente?

A morte é a interrupção temporária da vida no corpo e a separação da alma do corpo. Quando o cristão morre, embora o corpo permaneça na terra e seja sepultado, no momento da morte, a alma (ou espírito) vai imediatamente para a presença de Deus, consciente e cheia de alegria. Quando o apóstolo Paulo pensava em sua morte, ele afirmou: “Preferindo deixar o corpo, e habitar com o Senhor” (2 Co 5.8). Deixar o corpo é estar com o Senhor Jesus. Ele também diz que o seu desejo é “partir e estar com Cristo” (Fp. 1.23). Jesus também disse ao ladrão que estava morrendo ao lado dele na cruz: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.46). “Estarás comigo” indica que, desde aquele dia, aquele bandido que se arrependeu e reconheceu que Jesus é o Filho de Deus está com Jesus, consciente, gozando de sua presença. Outro texto bíblico que indica fortemente o estado de consciência depois da morte e antes da ressurreição é Apocalipse 6.9-11. Ali está uma referência clara a mártires que foram assassinados e que JÁ DESFRUTAM da bênção de estar na presença gloriosa de Deus, conscientes, antes da ressurreição de seus corpos.

A Bíblia não ensina a doutrina do “sono da alma”. O fato de que a alma dos cristãos vai imediatamente para a presença de Deus também significa que a doutrina do sono da alma é um erro. Essa doutrina ensina que quando os cristãos morrem, eles entram em um estado de existência inconsciente e que voltarão à consciência somente quando Cristo voltar e ressuscitá-los para a vida eterna. Essa doutrina tem sido ensinada eventualmente por alguns na história da igreja, inclusive alguns anabatistas da época da Reforma e alguns seguidores de Edward Irving na Inglaterra no século XIX. Um dos primeiros escritos de João Calvino foi um folheto contra tal doutrina, a qual nunca teve ampla aceitação na igreja. Hoje em dia, os Adventistas do Sétimo Dia são praticamente os únicos a adotarem esta doutrina. O certo é que quando Cristo ou Paulo dizia que um morto “dormia” (I Tess.) estava usando uma metáfora, uma figura de linguagem, referindo-se ao corpo morto, que irá ressuscitar e, portanto, quando morto, fica por algum tempo como se estivesse dormindo.

A Bíblia também não ensina a existência de um purgatório. O fato de que a alma do cristão vai imediatamente para a presença de Deus nos leva indubitavelmente a concluir que não existe algo como o purgatório. Na doutrina católica romana, o purgatório é o lugar onde a alma do cristão é purificada do pecado até que esteja pronta para ser aceita no céu. De acordo com esse pensamento, os sofrimentos do purgatório são dados a Deus como substitutos do castigo pelos pecados que os cristãos mereciam ter recebido, e não receberam. Não consta em nenhum dos evangelhos bíblicos que Jesus tenha ensinado que no mundo espiritual há um lugar em que as almas dos cristãos ficam sendo punidas, para depois irem para a presença de Deus. Ao contrário, quando contou a estória conhecida como parábola do Rico e Lázaro (Lucas 16.19-31), Jesus afirma que ambos morreram e que Lázaro foi imediatamente para “O seio de Abraão” (símbolo da presença de Deus). Lázaro estava consciente, gozando da presença de Deus e não passou por nenhum “purgatório”. Não recebeu punição alguma depois de morrer e antes de ir para a presença de Deus. Não precisava mais de orações por parte dos vivos, porque já estava com Deus. Paulo, o apóstolo, em nenhuma de suas cartas constantes no Novo Testamento, ensina ou sequer menciona tal purgatório. Mesmo reconhecendo-se “o maior dos pecadores” (1 Tim. 1.15) sabia e escreveu, por inspiração divina que, logo ao partir desta vida, estaria com Cristo (Fil. 1.23); não passaria por nenhum “purgatório”.

Este ensino do purgatório entra em contradição com o ensinamento de Jesus na parábola do Rico e Lázaro e com a certeza de Paulo de que partir é “Estar com Cristo”. Aliás, a doutrina do purgatório não é ensinada em nenhum livro bíblico. Ela encontra algum fundamento no livro de II Macabeus (12.44-45), que ensina que se deve orar pelos mortos. E os dois livros de Macabeus, que constam no Antigo Testamento católico, fazem parte dos livros que Jerônimo (o tradutor da Vulgata Latina — a versão da Bíblia em Latim aprovada pela Igreja Católica-Romana) chamava de apócrifos, e que constavam em algumas coleções de livros do Antigo Testamento traduzidos do hebraico para o grego, mas não constam na Bíblia Judaica (o Antigo Testamento original) em hebraico. Os judeus nunca reconheceram este livro como Escritura (escrito inspirado por Deus). Os chamados “pais da igreja” (líderes da igreja dos séculos II ao IV) se dividiam quanto à inspiração divina dos livros que contavam na versão grega do Antigo Testamento e não constavam no Antigo Testamento original (hebraico). Os dois maiores eruditos em Bíblia dentre os “pais da igreja” — Jerônimo e Orígenes — eram claramente contrários ao “acréscimo grego” do Antigo Testamento. O bispo católico mais influente no Concílio de Niceia — Atanásio — relacionou os livros canônicos do Antigo Testamento (em 367) e não incluiu nenhum dos livros considerados apócrifos por Jerônimo e que constam hoje no Antigo Testamento católico. A polêmica aumentou quando Lutero (no século XVI) decidiu pelo cânon hebraico e fez uma tradução da Bíblia para a língua alemã que trazia os apócrifos do Antigo Testamento numa parte separada dos demais livros, e explicava que aqueles livros, embora tivessem valor histórico, não tinham autoridade de escritura sagrada. No entanto, tais livros foram incorporados ao Velho Testamento da Igreja Católica Romana no Concílio de Trento (1546), ocorrido alguns anos depois da Reforma Religiosa (1517), com o principal intuito de combatê-la. Já estudamos e sabemos porque esses livros chamados hoje de “apócrifos” pelos evangélicos e de “deuterocanônicos” pelos católicos não fazem parte da revelação de Deus e não podem servir para estabelecer nenhuma doutrina cristã.

Se não existe o “sono da alma”, para onde vai imediatamente a alma de um incrédulo, depois que morre?

A Bíblia nunca nos incentiva a pensar que haverá segunda chance de aceitar a Cristo depois da morte. Na verdade, o quadro é exatamente o oposto. A parábola do rico e de Lázaro nos ensina que o rico foi imediatamente para o Hades (Sheol em Hebraico), para o lugar de tormentos, e não dá esperanças de que seja possível passar de lá para o paraíso depois da morte, apesar de ter o rico clamado no Hades: “Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama”. Abraão, entretanto, respondeu: “Há um grande abismo entre nós e vós, de forma que os que desejam passar do nosso lado para o seu, ou do seu lado para o nosso, não conseguem.” (Lc. 16.26b NVI). Lamentavelmente, a alma dos descrentes vai imediatamente para o lugar de tormentos e lá aguardará até o juízo final, quando será lançada no fogo eterno (inferno). Não há segunda chance. A chance de receber o Senhor Jesus é aqui na terra. E você, já recebeu Jesus como seu único Senhor e Salvador?

Marcio S. da Rocha.
http://www.doutrinasessenciais.com

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Arminiolatria


A Palavra de Deus é contrária a qualquer tipo de facção no Corpo de Cristo. E, por isso, o apóstolo Paulo, inspirado por Deus, disse aos crentes de Corinto e a nós, por extensão: "Cada um de vós diz diz: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu de Cefas, e eu, de Cristo. Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?" (1 Cor 1.10-13). Entretanto, sedento por responder ao que considera desvios doutrinários do calvinismo, um grupo de jovens — muitos deles cultos, mas imprudentes — está formando, possivelmente sem ter consciência disso, uma espécie de seita arminiana.

Na maior parte do tempo, eles só leem, falam e discutem acerca de Armínio, arminianismo, arminianos ou verberam contra o calvinismo e calvinistas. E o pior de tudo é a conduta desses jovens, que zombam ou desdenham de pastores — calvinistas ou arminianos — quando estes os desagradam. Ao mesmo tempo, eles querem ser reconhecidos como os autênticos defensores e profundos conhecedores do arminianismo, além de viverem fazendo patrulhamento de quem opina sobre seu objeto de pesquisa quase idolátrico: a "teologia arminiana".

Triste a situação da nova geração evangélica. Se, por um lado, há proselitistas calvinistas que — sem nenhuma modéstia — se consideram superiores em tudo e riem dos "pobres" e "fracos" arminianos, estes, por outro lado, resolveram "pagar com a mesma moeda" e usar as mesmas armas... Ora, a Bíblia não diz que as armas da nossa milícia não são carnais? Então, por que vocês, só porque estão lendo livros e mais livros sobre o arminianismo, consideram-se soberbamente a "nata arminiana" e recorrem a expedientes tão carnais?

Sejamos humildes! Respeitemos os pastores chamados por Deus. Que negócio é esse de menoscabar decanos em razão de eles supostamente não conhecerem alguns pormenores da vida de Armínio! Quem é Armínio, o novo Senhor da Igreja? Pastores há que nada sabem a respeito desse teólogo holandês, mas conhecem a Palavra de Deus e trazem no seu corpo as marcas de Jesus Cristo! Estou cansado dessa arminiolatria! E também da calvinolatria! Jesus Cristo é o centro do Evangelho! Ele é o fundamento da Igreja! ‪ Ciro Sanches Zibordi

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O Evangelho da Salvação

Paulo foi chamado pelo Senhor para ser missionário, e ele é conhecido como o Apóstolo aos gentios. Caído ao chão, na estrada de Damasco, Paulo ouviu Cristo lhe dizer: Levante-se, pois estou te mandando aos gentios, “para abrires os plhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim”. Atos 26:18. Após sua conversão, comissão e batismo, Paulo pregou Cristo na sinagoga de Damasco, provando que Jesus é o próprio Cristo, para a frustração dos judeus. Por causa de um plano para matá-lo, o apóstolo foge para a Arábia, por algum tempo. Volta, depois, a Damasco. Três anos mais tarde vai à Jerusalém. Pela segunda vez, Paulo escuta que deve ir aos gentios; que o povo de Jerusalém não receberá seu testemunho. Em obediência a seu chamado, Paulo vai se embrenhando, cada vez mais, em território pagão. Ele quer pregar o Evangelho onde o nome de Cristo nem era conhecido, para que não pudesse edificar sobre o alicerce de outra pessoa. Com este espírito pioneiro, quer ir a Roma e à Espanha, pois quer convertidos tanto em Roma quanto entre os gentios. O Apóstolo não se envergonha em pregar o Evangelho, seja onde for, embora saiba que vai encontrar zombaria e desprezo. “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”. Romanos 1:16.
A fim de entender a audácia destas palavras, temos que ouvi-las com os ouvidos de um romano. Lá estava um judeuzinho insignificante, com a cabeça cheia de idéias sobre outro judeu, a quem o governador romano entregara para ser crucificado, a fim de satisfazer outros judeus e manter a ordem na província. Era nisto o que um romano pensaria sobre Paulo e sua mensagem. O Apóstolo, porém, sabia que possuía boas novas, que trariam salvação a todos quantos cressem nela.
O QUE É O EVANGELHO
Damos graças a Deus por termos uma declaração na Bíblia que define o que é o evangelho, mas, a fim de sermos mais claros e para que fique mais explicado, trataremos do assunto tanto negativamente, quanto positivamente.
Negativamente:
1. A Bíblia não é o Evangelho.
Seria uma definição muito vaga e geral. A Bíblia contém o Evangelho e muitas outras verdades também. Toda a verdade da Bíblia não é a verdade do Evangelho. Há, na Palavra de Deus, a verdade sobre a lei, o pecado, a morte, o julgamento e muitas outras coisas que não são o Evangelho. Há muitos que pensam que o Velho Testamento é a lei e o Novo testamento é o Evangelho. Porém, a verdade é que tanto a lei quanto o evangelho podem ser encontrados no Velho e Novo Testamentos. Alguns dos textos mais preciosos do Evangelho se encontram no Velho Testamento, ao passo que textos específicos sobre a lei se encontram no Novo Testamento. O capítulo 53 de Isaías é repleto do Evangelho. Baseado neste capítulo, Filipe pregou Jesus ao eunuco e ele foi salvo. Paulo e os outros só possuíam o Velho Testamento e era com ele que pregavam o Evangelho.
A lei deve ser pregada, assim como a Bíblia inteira também. A lei, quando pregada corretamente, vai revelar ao homem que ele é pecador e também vai destruir toda a justiça própria. Foi por isso que Cristo a pregou ao jovem rico (Mateus 19:16) e a um certo doutor da lei (Lucas 10:26). Pela lei se reconhece o pecado. Paulo não sabia que era um pecador perdido, até que viu o que a lei exigia (Romanos 7:9). A lei diz ao homem o que ele deve fazer; o Evangelho diz ao pecador o que Cristo fez. A lei condena o melhor dos homens; o Evangelho justifica o pior deles. A lei faz exigências; o Evangelho abençoa. A lei trata com justiça; o Evangelho com misericórdia. A lei pertence ao pacto das obras; o Evangelho, ao pacto da graça!
2. O batismo não é o Evangelho.
Paulo diferencia claramente batismo e Evangelho ao dizer: “Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar (pregar o Evangelho)”. I Coríntios 1:17. Ele relembrou aos coríntios os poucos que havia batizado e depois à igreja como um todo, quando disse: “Porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo”. I Coríntios 4:15.
O Batismo e a Ceia do Senhor não são sacramentos que salvam, porém são símbolos que pregam o Evangelho. Eles não causam a salvação, mas a proclamam, através de Cristo. Não são atos que salvam, mas contém uma mensagem simbólica que salva. O batismo sem dúvida, lava o pecado simbolicamente, mas é o sangue de Cristo que realmente o tira por completo. O batismo tem seu lugar na vida cristã, mas não deve se tornar um substituto para o sangue de Cristo como objeto de fé ou confiança.
3. A igreja não é o Evangelho.
Tornar-se membro de uma igreja não é a mesma coisa que crer no Evangelho. É preciso, primeiro, crer-se no Evangelho antes de se tornar membro de uma igreja.
4. O novo nascimento não é o Evangelho.
O novo nascimento é uma experiência – uma obra realizada em nós. O Evangelho são as boas novas de algo feito por nós. O Evangelho é a luz objetiva (II Coríntios 4:4); o novo nascimento dá a luz subjetiva a fim de que o Evangelho possa ser compreendido de modo a salvar o pecador (II Coríntios 4:6, João 3:3). O Evangelho é a história do que Cristo fez na cruz; o novo nascimento é o que o Espírito Santo faz em nós, ao nos dar a vida. A justificação é o resultado da morte de Cristo por nós (Romanos 4:24); a regeneração é o efeito da obra do Espírito Santo em nós. Justificação é vida imputada, regeneração é vida concedida.
5. O arrependimento não é o Evangelho.
É o que o pecador deve fazer para ser salvo. O Evangelho é o que Cristo já fez por nossa salvação. “Arrependei-se e crede no Evangelho” (Marcos 1:15). Vemos aqui que o arrependimento e o Evangelho são coisas distintas. Nenhum homem é salvo pela fé no arrependimento. A salvação vem pela fé no Evangelho.
6. A fé não é o Evangelho.
Pelo contrário, ele é o objeto da fé. A fé, por si, não salva. É preciso que seja fé no Evangelho a fim de salvar. Não temos que ter uma fé perfeita, a fim de sermos salvos, mas tem que haver um Evangelho perfeito, para que a salvação real aconteça.
Positivamente:
1. O Evangelho são as boas novas.
O Evangelho é para os pecadores; é a revelação da justiça providenciada por Deus, através de Cristo, aos injustos (ímpios). Romanos 1:17.
2. O Evangelho são as boas novas sobre uma pessoa, o Senhor Jesus Cristo.
“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. Atos 4:12. Os homens não são salvos por fazerem isto ou aquilo, nem por irem aqui ou acolá. Eles são salvos quando vão ao Senhor Jesus Cristo, que graciosamente disse: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”. João 6:37. Salvação não é questão de geografia (local). Não existe lugar seguro, para se escapar da ira de Deus em canto nenhum do mundo. Também não é uma atitude corporal, mas sim atitude do coração de confiança e sinceridade nAquele que é nossa Páscoa; que foi sacrificado por nós.
3. O Evangelho consiste de certos fatos históricos com uma teoria incontestável e particular e a explicação para estes fatos.
Estes fatos são dados a nós em I Coríntios 15:3-4: “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Ou, como Paulo diz em Romanos 4:25: “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação”.
A menor parte de um fato é sua parte visível, e não há significado sem uma explicação. Por isso, Paulo, não apenas dá os fatos, mas os explica também. O simples fato de Jesus de Nazaré ser crucificado não é mais Evangelho do que os dois ladrões que O ladeavam. É a explicação deste fato que faz de Sua morte o Evangelho, e não a morte dos ladrões. Quem morreu foi Cristo, o Filho de Deus, e foi por nossos pecados.
Cristo, o Filho de Deus, morreu por nossos pecados. O que isto significa? Há quem diga que Ele simplesmente morreu a nosso favor, mas não como nosso Substituto. Insistem que não deve haver a teoria da expiação, mas se investigarmos um pouquinho, veremos que tais pessoas a têm. Deixe que digam como Cristo morreu a nosso favor – como Sua morte nos salva – a menos que tenha morrido como nosso Substituto, a fim de dar a satisfação divina pela justiça divina por nossos pecados. Para que Sua morte nos salvasse, teria que cancelar nossa culpa perante a lei de Deus, mas como faria isto, a menos que Ele tivesse sofrido a culpa que era nossa? Ele sofreu, o Justo pelo injusto, e como isto poderia acontecer, a menos que tivesse sofrido em nosso lugar? Se Cristo tivesse morrido como um mártir por uma boa causa, ou como um simples exemplo de fidelidade até a morte ou como gesto de amor que conquistasse o coração do homem, de modo algum remiria os pecadores da maldição da lei. A justiça divina exige o castigo divino e o único modo que o pecador pode escapar de tal castigo é Cristo sofrendo o castigo devido ao pecador. Aqueles que negam o sangue da remissão adoram um deus diferente do que o da Bíblia e praticam uma religião diferente do que há na Bíblia também.
O QUE O EVANGELHO FAZ
Em uma palavra: o Evangelho salva todo aquele que crer nele. E o Evangelho verdadeiro é o que diz que Cristo, o Filho de Deus, fez em dar Sua vida por nossos pecados e a tomou de volta para nossa justificação. Romanos 1:16 é usado freqüentemente para dizer que a pregação do Evangelho tem o poder de converter os pecadores. Mas não é isto que este versículo está dizendo. Ele é o poder de Deus para os crentes. Ele pressupõe que haja um crente. O Evangelho salva os crentes, mas não tem poder de fazer crentes. A pregação do Evangelho é o meio de fazer crentes, pois a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus. Repetimos: a pregação do Evangelho é o meio necessário à fé, pois “Como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” Romanos 10:14. Se os pecadores são salvos, o Evangelho deve ser pregado a eles como meio para a fé e salvação resultantes. Contudo, há diferença entre meio para a fé e poder para a fé. O poder para fazer crentes é o chamado eficaz do Espírito Santo. Paulo pregou Cristo crucificado indiscriminadamente a judeus e gregos. Ao judeu, tal evangelho era uma pedra de tropeço; ao grego, uma loucura; mas para o chamado, tanto judeu quanto grego, era a sabedoria e poder de Deus no plano da salvação no Senhor Jesus Cristo crucificado.
O Apóstolo não está escrevendo sobre o poder da sua pregação, mas sobre o poder do que pregava. E o que pregava? Cristo crucificado, que tinha o poder de cancelar a dívida do pecado. Cantamos: “Há poder, sim, força sem igual, só no sangue de Jesus”, o que significa que o sangue de Cristo tem poder para expiar o pecado. João diz que o sangue de Jesus Cristo, o Filho de Deus, nos purifica de todo o pecado. Aquilo que o povo acha vergonhoso e tolo é exatamente o que Deus usa para salvar os pecadores. O que Cristo fez, ao morrer e ressuscitar, tem poder para cancelar a dívida do pecado. O Evangelho foi outorgado por Deus, não é um recurso humano. Deus enviou Seu Filho para morrer; Ele colocou sobre Cristo a nossa iniqüidade. Não somos salvos porque os homens mataram Jesus: isto seria assassinato. Somos salvos porque “Ele foi aflito, ferido de Deus e oprimido”. Isaías 53:4. Deus sacrificou Seu próprio Filho para nossa salvação (segurança eterna). Espantoso? Extraordinário? Maravilhoso? Com certeza! Mas devemos lembrar que o pecado é terrível em sua natureza e efeitos e, nada, a não ser uma solução extraordinária, poderia remediá-lo.
ILUSTRAÇÃO
Um homem comete um homicídio e por isso é condenado à pena de morte. O assassino fora contratado por outro homem, o qual já estava sob pena de morte, sem nenhum direito ao perdão. Mas a lei permite um substituto, que morre no lugar do assassino, por puro amor ao condenado. A morte do substituto cancela a culpa do assassino e o liberta. O tribunal fica satisfeito com a morte do substituto e o culpado recebe a liberdade. Interpretação desta parábola: o homem se tornou pecador contra Deus pelo engano de Satanás, o qual já está condenado ao inferno sem nenhuma chance de perdão. A lei divina permite que um substituto tome o lugar do homem pecador. O Filho de Deus, de bom grado, Se entrega como substituto do pecador, sofrendo, o Justo pelo injusto, para que o pecador não morra por causa dos seus pecados.
BENEFICIÁRIOS DO EVANGELHO
Paulo diz: “De todo aquele que crê”. Romanos 1:16. A morte de Cristo não vai fazer nenhum bem a quem zomba ou se recusa a confiar nela. “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” João 3:36.
Uma explanação mais completa sobre a fé que salva, será tratada em outro sermão. Contudo, há espaço, aqui e agora para algumas considerações. Há tanta coisa que se faz passar pela fé que salva. Temos que estar atentos, para que não cometamos um erro a este respeito. A fé que salva é algo mais que o simples concordar da mente à uma proposta, mesmo sendo verdadeira. É preciso se confiar no Senhor Jesus Cristo com todo o coração. A fé que salva não se satisfaz com o eu; ela se satisfaz com o que Cristo fez na cruz, para a nossa salvação. Aquele que se satisfaz com Cristo nunca ficará satisfeito com qualquer outra coisa.
O valor da fé depende do valor do seu objeto. Se eu confio numa pessoa ou objeto que não possa ou não queira me salvar, então minha fé não tem valor – é vã, mesmo que seja forte. A fé tanto pode ser enganosa quanto salvadora. Não há perigo em se confiar no Senhor Jesus Cristo, pois Ele está disposto e também tem poder para salvar. Ele pode nos salvar porque está vivo. Um morto não pode ser um salvador verdadeiro, nem deve ser objeto de fé. É ofício do sacerdote fazer as pazes entre os pecadores e Deus. Os sacerdotes do Velho Testamento não podiam fazer isto por dois motivos: não viviam para sempre como sacerdotes nem tinham sacrifícios que salvavam a oferecer. Era “impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados”. Hebreus 10:4. Mas Cristo é sacerdote para sempre e tem um sacerdócio imutável. “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”. Hebreus 7:25. Eis a base para a fé que salva e um desafio à fé forte. Aleluia! Que Grande Salvador!
Published by C. D. Cole on 05/11/2015
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Quarta-feira de Cinzas


A proposta de se preparar melhor para a celebração da maior festa do cristianismo, a PÁSCOA, é algo muito antigo, que antecede a qualquer divisão entre catolicismo e protestantismo. Isto já era comum entre as comunidades cristãs primitivas, que realizavam uma reunião no primeiro dia de cada semana (domingo – Dia do Senhor) para se celebrar a memória de Jesus Cristo (Santa Ceia). Devemos nos lembrar que o Culto Cristão nasceu em torno dessa “Páscoa Semanal”.
Por volta do século II, influenciados pelo judaísmo, os cristãos passaram a celebrar a Páscoa anualmente. No século III iniciou-se a tradição de se reviver a última semana de Jesus (Semana Santa), antes de se celebrar a Páscoa. Mas foi no século IV, que a igreja elaborou um período mais longo de preparação para esta festa (Páscoa). Inspirados no valor simbólico do número quarenta (40 anos no deserto, 40 dias de Moisés no Monte Sinai, 40 dias das andanças de Elias até a montanha de Deus, 40 dias que Jesus jejuou no deserto), a Igreja assumiu os quarenta dias que precedem a Semana Santa como um momento especial de preparação. Momento oportuno para reflexão, confissão e jejum.
Infelizmente, a partir do século XI, surgiram algumas festas nos dias que antecediam à quarta-feira de cinzas com o intuito de promover os prazeres da carne, já que passariam por um período longo de jejum e abstinências se preparando para páscoa. Daí, a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego carne e "valles" prazeres.
É importante se destacar que não foi a quarta-feira de cinzas ou a quaresma que surgiram por causa do carnaval, mas sim o carnaval que surgiu como um desvio da proposta litúrgica do povo de Deus. Os quarenta dias de preparação (QUARESMA), ainda que sejam um tempo de introspecção, não devem ser transformados num período de contemplação alienante. Deve-se tomar cuidado também para, também, não transformar este momento numa experiência de arrependimento superficial, como fazem muitos que apenas não comem carne ou não cortam o cabelo. Este deve ser, sobretudo, um período radical de vivência com o Senhor.
À luz das palavras do profeta Miquéias, podemos melhor compreender o sentido do período Quaresmal. Miquéias fala ao povo em tom de restauração da aliança. Ele cobra atitudes práticas do povo e nega a possibilidade dessas atitudes serem apenas ritualísticas. O que Deus quer do Seu povo são atitudes de vida. “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é que o Senhor pede de ti, se não que pratique a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus.” (Mq 6:8).
A Quaresma é o período, no calendário cristão, em que o Povo de Deus busca arrepender-se de suas faltas e pecados, porém não se esquecendo do que o Senhor nos ordena - que nossa espiritualidade ultrapasse a mera contemplação e desemboque em atitudes práticas para a promoção da vida. Vários outros profetas e escritores bíblicos, bem como, o próprio Senhor Jesus Cristo mostrou este caminho. “Porque vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino do Céus” (Mt 5:20).
Assim como nos preparamos para uma grande festa de aniversário ou casamento, somos convidados nestes 40 dias que antecedem a Semana Santa a nos prepararmos física, emocional e espiritualmente para celebrar a ressurreição de nosso Senhor. A Quaresma não é uma propriedade do catolicismo, mas sim de todos os cristãos que afinados à tradição dos primeiros séculos, superam todo o preconceito para orar, jejuar e se preparar para a PÁSCOA. Nossa Quaresma não é porque pecamos ao festejar o CARNAVAL (prazeres da carne), mas sim, porque reconhecemos nossas limitações e mazelas e queremos nos santificar em Cristo Jesus, aquele que ressurgiu dos mortos.

Fonte: http://paulodiasnogueira.blogspot.com.br/