domingo, 26 de novembro de 2017

Formas Litúrgicas de Adoração a Deus

A diaconisa Cida durante o culto na ministração do louvor começa a chorar, a se quebrantar completamente na presença de Deus, e sente em seu interior de ajoelhar ali onde ela estava. Já a Fernanda durante a pregação da Palavra sentiu uma vontade imensa de profetizar na vida de um irmão da congregação, ficou de pé e começou a falar o que o Senhor tinha dito a ela interrompendo a mensagem do pastor. Alguns irmãos ao término do culto falavam sobre a atitude de Fernanda, uns ficaram entristecidos, pois não puderem ouvir o pastor terminar de pregar, outros a defendiam dizendo apenas que era uma forma a qual ela adorava e se expressava utilizando os dons do Espírito. E o que você acha dessa história? Bem, é isso que vamos abordar na postagem de hoje: a forma que cada um tem de adorar; e se todos os jeitos agradam ao Senhor ou não.


Com certeza você já ouvir alguém justificar uma situação dizendo: “ah, mas cada pessoa tem seu jeito de adorar!”. Em certa parte eu até concordo, pois há estilos diferentes em que alguém pode expressar adoração ao nosso Deus. O problema dessa frase é generalizar, até porque existem várias formas de expressão, porém há uma forma certa como também há uma forma errada de prestar adoração, como está escrito:

“Por isso sejamos agradecidos, pois já recebemos um Reino que não pode ser abalado. Sejamos agradecidos e adoremos a Deus de um modo que o agrade, com respeito e temor.” (Hb. 12.28)

1) Cantar.

Existem pessoas que acham que adoração é apenas entoar hinos ao Senhor, e não é bem assim. Cantar é apenas uma das formas de adoração ao Rei dos reis. Jesus afirmou para a mulher samaritana: “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.” (Jo 4.23). Isso significa quem temos de entoar louvores em espírito (que é cantar com consciência, analisando a letra da canção, e não cantando da boca pra fora) e em verdade (que é cantar canções baseadas na verdade das Escrituras). Se você canta, mas não faz isso de coração para Deus, Ele não receberá a sua adoração. E é importante ficar antenada, pois nem toda música gospel agrada ao Senhor.

“Darei graças ao Senhor por sua justiça; Ao nome do Senhor Altíssimo cantarei louvores.” (Salmos 7.17)

2) Tocar instrumentos musicais.

O som que sai dos instrumentos musicais quando você o toca (sabendo tocar) é um louvor agradável a Deus; além de também ajudar a todas as pessoas durante o culto a ficarem no ritmo e terem harmonia.

“Louvem-no ao som de trombeta, louvem-no com a lira e a harpa.” (Salmos 150.3)

3) Ajoelhar-se.

Uma forma de se render ao Pai é ficar de joelhos, seja para entoar cânticos, seja para orar. Ao chegar a igreja a primeira coisa que se faz é ajoelhar no banco e orar ao Senhor, pois essa é uma forma de reverência a Ele. E não fique tímida ao sentir o Espírito Santo lhe tocar para que fique ajoelhada diante dEle no momento da oração ou dos louvores. É importante destacar que a oração não é somente de joelhos (At 20.36), mas pode ser em pé (Lc 18.13), sentado, etc.

“Venham, fiquemos de joelhos e adoremos o Senhor. Vamos nos ajoelhar diante do nosso Criador.” (Salmos 95.6)

4) Prostrar-se.

Ajoelhar e prostrar não são a mesma coisa? NÃO! Quando você se prostra fica literalmente com a boca no pó, curvando-se ao único que é digno de receber adoração. Dessa mesma forma você pode orar a Ele.

“Anunciem a glória de Deus; curvem-se diante do Senhor, o Santo Deus, quando ele aparecer.” (Salmos 29.2)

5) Erguer as mãos.

Não importa se é erguer as mãos completamente, esticar o braço e apontar o dedo para cima, erguer as mãos até certo ponto; tudo isso é erguer as mãos. É um gesto que expressa algo profundo do coração humano, apresentando uma súplica a Deus.

“Seja a minha oração como incenso diante de ti, e o levantar das minhas mãos, como a oferta da tarde.” (Salmos 141.2)

6) Júbilo.

Essa é uma palavrinha difícil de ser compreendida, mas vou tentar explicar... Júbilo é fazer ruídos de alegria, ter grande alegria, dar grito de alegria. Na prática funciona da seguinte maneira: Quando alguém diz “glória a Deus”, “aleluia” e “amém”, ela está expressando sua alegria concordando com algo dito ou cantado; e respectivamente estas palavras querem dizer, dar honra a Deus; louvem a Deus; assim seja. Outra forma de expressar júbilo é falando em línguas estranhas, o que a Bíblia diz serem cânticos espirituais (Ef 5.19), ou seja, vindo do Espírito Santo. Vale lembrar que há uma enorme diferença entre uma mensagem em línguas estranhas e falar línguas estranhas (e quem sabe um dia eu faço uma postagem explicando melhor esse assunto); a mensagem em línguas quando dita dentro do ambiente da congregação deve ser seguida por interpretação (1 Co 14.27,28), já o falar em línguas sendo uma forma de júbilo não precisa de interpretação (1 Co 14.2). Quando você dá gritos de júbilo ao Senhor, até os que não são cristãos reconhecem que Ele fez grandes coisas por você (Sl 126.2). Entretanto, essa coisa de “rir no Espírito” e o povo ficar dando gargalhada, não é júbilo e nem unção, é “invencionice” do ser humano e, portanto, uma desonra a Deus.

“Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras.” (Salmos 66.1)

7) Bater palmas.

Há algumas igrejas que não batem palmas, mas isso é questão de doutrina da denominação. Porém, não há problema algum em bater palma contanto que façam da maneira correta. Você pode bater palmas no acompanhamento de músicas, sim. E no final de um louvor? É errado aplaudir quando alguém encerra um louvor ou uma pregação, seja lá o que for, na verdade o correto seria você erguer as suas mãos até que ela fique acima de sua cabeça e bater palmas, pois isso indica que a glória é para o Senhor e não para a pessoa. Você também pode bater palmas quando é impulsionado pelo Espírito Santo.

“Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo.” (Salmos 47.1)

8) Pular.

Não, não é pular quando a música diz “diante de Ti dá vontade de pular”, não tem nada a ver com esse pular. Sabe quando você está tão sintonizado com o Pai que dá aquela vontade de dar uns pulos glorificando a Deus? Esse é o pular bíblico, é saltar da presença do Senhor.

“Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo.” (Salmos 9.2)

9) Dançar.

Às vezes pode sentir um grande mover do Espírito que dá vontade de se expressar dançando, e pode fazer isso contanto que não atrapalhe adoração dos irmãos. Sobre dançar como forma de adorar ao Senhor, aconselho que sempre seja uma exceção, porque como disse acima não se deve atrapalhar adoração alheia. Será que você fazendo isso, as pessoas colocarão os olhos em você? Se sim, então não faça em ambiente de culto na igreja, apenas na sua intimidade com Deus em casa.

“Louvem eles o seu nome com danças; ofereçam-lhe música com tamborim e harpa.” (Salmos 149.3)

10) Chorar.

A presença de Deus é tão intensa que nós nos quebrantarmos completamente e lágrimas rolam em nossa face. O chorar diante dEle não é algo teatral, forçado, nem mesmo carnal, pelo contrário, é algo espontâneo, espiritual. Por que choramos? Choramos por causa do nosso próprio pecado, isto é, em arrependimento ao Senhor (Jl 2.12); assim como choramos pelo pecado dos outros (exemplo: a violência no mundo). O choro de arrependimento produz conforto vindo de Deus. É por esta razão que Jesus disse: “Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados.” (Mt 5.4). Existem muitas pessoas que não conseguem chorar na presença dEle por causa da dureza do coração, a conformidade com o pecado e até mesmo a presunção da misericórdia (aquele pensamento: vou pecar, e depois peço perdão a Deus, Ele vai me perdoar mesmo...).

“Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes.” (Salmos 126.6)

Tudo o que foi escrito nesta postagem está relacionada à forma de adoração dentro do culto, com a liberdade de expressões. Entretanto, não é só dentro da igreja que adoramos ao Senhor. Rendemos adoração a Deus com a nossa própria vida, obedecendo aos mandamentos dEle.

Lembra da atitude da Fernanda no começo da postagem? Ela teve uma boa intenção, porém deveria esperar a pregação terminar para profetizar não interrompendo o pastor. O que aprendemos com isso? Não importa se intenção é boa, o que importa é o respeito e temor ao Senhor. Lembra de Uzá? Os soldados de Israel carregaram a arca da aliança num carro de bois, certo momento os bois tropeçaram e Uzá estendeu a mão para não deixar a arca da aliança cair no chão, e no mesmo momento o Senhor o matou pela falta de respeito de Uzá para com Ele (2 Sm 6.1-8). A intenção dele era boa, mas mesmo assim Deus não se agradou.

Para finalizar, deixo um versículo para meditação: “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem.” (1 Coríntios 14.40) 

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O Outono da Vida


Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado (Sl 37.25). 

Chegou o outono! Foi-se o verde das árvores anunciando que o esplendor do clima já declinou no relógio do tempo. Há muitos que vivem o outono da vida. É a estação da coragem, transformação, mudança. São transformações necessárias para nos preparamos para os invernos que vamos viver. 

No outono de nossas vidas, muitas vezes vivenciamos mudanças que temos dificuldade em assimilar. É interessante ver o quanto essas transformações podem ser bem-vindas se não ficarmos presos ao medo das folhas que caem. Uma metáfora, claro, sobre as transformações que vão ocorrendo em nosso corpo e a percepção de que não somos mais tão jovens. Mas, tempo nos dá sabedoria para atravessar a vida. 

A velhice de quem teme a Deus é compensadora, não um período de angustia, depressão, magoa e separação, mas um período de paz, de sossego, de reflexão, de sonhos, de realizações, de experiências passadas a geração nova que se levanta para continuar a obra. 

Salomão, em sua velhice, escreveu um dos mais belos livros da Bíblia: Eclesiastes (o que prova que os velhos podem continuar sendo úteis). E em Eclesiastes 12:1 o velho sábio diz: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer” 

Salomão está dizendo, em outras palavras: “Lembra-te de Deus enquanto és jovem e forte, enquanto tens saúde e entusiasmo. Lembra-te de Deus antes que venham as dores reumáticas, as enxaquecas, os achaques da velhice. Antes que venham os maus dias e cheguem os anos dos quais dirás: Acabou-se a alegria” 

Pois, envelhecer não é caminhar no tempo, mas estacionar nele, pois na verdade "as pessoas não ficam velhas. Quando param de crescer é que envelhecem."

sábado, 18 de novembro de 2017

O Natal está chegando...

Em todos os Natais, quando celebramos o nascimento de Jesus, não fiquemos apenas pensando no pequeno e indefeso bebê na manjedoura. Jesus é o Senhor, o Rei de todos os reis, que em breve voltará triunfante. É para esse acontecimento grandioso que devemos direcionar nossa atenção.

Jesus é a prometida Luz, a brilhante Estrela da Manhã, da qual os profetas falaram: “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Is 9.2)

Onde ainda impera a escuridão do pecado, a luz da Sua graça pode iluminar cada recanto. Ele mesmo diz em João 8.12: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”

Hoje, mais do que nunca, Jesus envia pessoas que levam mundo afora a clara luz do Evangelho, mensageiras da paz àqueles que vivem angustiados por seus pecados ainda não perdoados. O poder das trevas se levanta e tenta impedir que a luz avance e que o plano de paz divino se concretize em muitos corações. Mas Jesus é o Vencedor! Coloquemo-nos do Seu lado! O que Isaías ouviu Deus dizer a respeito de Seu Filho Jesus irá se cumprir integralmente: “Pouco é seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra” (Is 49.6). Logo, Zacarias 2.10 é válido também para nós e podemos nos alegrar juntamente com Israel: “Canta e exulta, ó filha de Sião, porque eis que venho e habitarei no meio de ti, diz o Senhor”. Nossa alegria será plena quando virmos Israel se alegrando conosco pela volta de Jesus.

O Natal deste ano poderá ser um Natal muito feliz, apesar das dificuldades e problemas, para todos os que experimentaram o perdão dos pecados através do sangue de Cristo. Em Jesus, desejo a você um Natal de genuína alegria, com as bênçãos de Deus! (Burkhard Vetsch )

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Brincando de Religião

Nas nossas Bíblias, Malaquias é o último livro do Antigo Testamento. O nome deste profeta quer dizer “meu mensageiro”, significado que bem descreve sua missão de comunicar uma das últimas mensagens do Senhor ao seu povo antes da chegada de Jesus Cristo. Malaquias foi escrito aproximadamente 400 anos a.C., mais ou menos um século depois da volta dos judeus do cativeiro na Babilônia.

Neste livro, o profeta trata de alguns dos mesmos problemas enfrentados pelos seus contemporâneos: Esdras e Neemias. Malaquias combateu a negligência e a hipocrisia, mesmo dos líderes religiosos. Confrontou o desprezo demonstrado pelo povo dos princípios divinos para o casamento. Criticou a mesquinharia de um povo que se preocupava com seu próprio bem-estar material enquanto negligenciava suas responsabilidades para com Deus.

Malaquias inclui, porém, uma mensagem esperançosa que olha para a vinda do Messias. Este profeta, como Isaías havia feito 300 anos antes, falou da vinda de João Batista para preparar o caminho do Cristo. Ele comparou João a Elias, um profeta do Antigo Testamento com algumas características parecidas.

Este pequeno livro trata dos seguintes assuntos:

Capítulo 1 chama atenção do povo judeu por não ter retribuído ao Senhor a honra e amor que ele merece. Especialmente, Deus condena as práticas dos sacerdotes que deveriam ter dado para Deus as primícias, mas ofereciam sacrifícios inferiores.

Capítulo 2 continua a crítica dos líderes religiosos, mostrando sua negligência em abandonar as obrigações dos descendentes de Levi e mostrar a santidade diante do Senhor e instruir o povo sobre a grandeza de Deus. No mesmo capítulo encontramos uma das mais fortes repreensões na Bíblia da prática do divórcio, comparando a quebra desta aliança à violência. Esta infidelidade é motivo do Senhor rejeitar a adoração das pessoas que não cumpriram seus votos matrimoniais.

Capítulo 3 prediz a vinda de um mensageiro para preparar o caminho do Senhor, uma profecia aplicada a João Batista e seu trabalho como precursor de Jesus. Neste capítulo, também, ele fala de um problema nas práticas religiosas da época, criticando os judeus que não davam os dízimos que a lei do Antigo Testamento exigia.

Capítulo 4 encerra o livro como uma nota final de esperança para o povo do Senhor. Comenta de novo do mensageiro que ajudaria o povo a voltar e se converter ao Senhor para evitar a rejeição total.
O livro de Malaquias é citado com grande frequência nas pregações dos dias atuais. Os defensores da teologia da prosperidade frisam alguns versículos, especialmente a ordem de Deus sobre os dízimos em Malaquias 3:10, para ensinar que as pessoas que dão o dízimo com fidelidade serão abençoadas materialmente. O aluno cuidadoso perceberá o erro deste argumento, pois a ordem e a promessa de Malaquias fazem parte do sistema do Velho Testamento, uma aliança temporária entre Deus e o povo judeu.

Nas passagens do Novo Testamento que falam sobre o dinheiro das igrejas, encontramos instruções de dar conforme a prosperidade de cada um, sem estipular uma porcentagem obrigatória (1 Coríntios 16:2; 2 Coríntios 9:7).


Se vamos aproveitar alguma lição de Malaquias para as igrejas de hoje, ajudaria refletir sobre o princípio ensinado no primeiro capítulo do livro. Quando Deus viu a falta de santidade e de dedicação por parte dos adoradores daquela época, ele falou que seria bom se alguém fechasse as portas do templo para não permitir a adoração insincera (Malaquias 1:10). Em outras palavras, ele pediu para parar de brincar de religião. Ou faça o certo, ou feche as portas!   Dennis Allan

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Onde Estão os Finados?

Dia de finados é um termo mais suave para dia dos mortos. O que a Bíblia, a Palavra de Deus, diz a respeito dos mortos, que também chamarei de finados, neste artigo? Um texto claro e objetivo sobre eles é Hebreus 9.27,28: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. Segundo essa passagem do Novo Testamento, está ordenado que os seres humanos morram uma vez e compareçam ante o Justo Juiz. Mas isso não quer dizer que, imediatamente após a morte, as pessoas são levadas a um julgamento.

O que acontece com os finados entre a morte e o Juízo Final? Embora a vida após a morte ainda seja um mistério, a Palavra de Deus nos apresenta detalhes importantes a respeito desse estado intermediário. Todas as pessoas, ao morrerem — sejam as salvas em Cristo, sejam as perdidas por rejeitarem ao Salvador (cf. Jo 3.16) —, ficam sob o controle de Deus (Ec 12.7; Mt 10.28; Lc 23.46). Os salvos em Cristo são levados ao Paraíso, no Céu (Fp 1.23; 2 Co 5.8; 1 Pe 3.22). E os perdidos, ímpios, vão para o Hades (hb. sheol), que não é a sepultura, e sim um lugar de tormentos (Sl 139.8; Pv 15.24; Lc 16.23).

Nos tempos do Antigo Testamento, Paraíso — por assim dizer — e Hades ficavam numa mesma região. E eram separados por um abismo separador, intransponível (Lc 16.19-31). Ao morrer na cruz, Jesus desceu em espírito a essa região e transportou de lá os salvos para o terceiro Céu (cf. Mt 16.18, Lc 23.43, Ef 4.8,9; 2 Co 12.1-4). Quanto aos ímpios, permanecem no Hades (uma espécie de antessala do Inferno), o qual não deixa de ser “um inferno”, um lugar de tormentos para a alma (Lc 16.23).

Conquanto, em algumas passagens da Bíblia, o vocábulo grego hades tenha sido traduzido por “inferno”, o Hades e o Inferno final não são o mesmo lugar. O Inferno final é chamado de Lago de Fogo (Ap 20.14,15 [gr. limnem ton puros]); de “fogo eterno” (Mt 25.41 [gr. pur to aiõnion]); de “tormento eterno” (v. 46 [gr. kolasin aiõnion]); e de Geena (5.22; 10.28; Lc 12.5).

Diferentemente do Hades, o Inferno final está vazio. Ele começará a ser povoado quando Cristo voltar em poder e grande glória e lançar o Anticristo e o Falso Profeta no Geena, inaugurando-o (Zc 14.4; Ap 19.20). Em seguida, os condenados do Julgamento das Nações irão para “o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”, “o tormento eterno” (Mt 25.41,46). Mais tarde, será a vez do Diabo e seus anjos conhecerem o lugar para eles preparado (Ap 20.10). E, finalmente, após o Juízo Final, todos os ímpios estarão reunidos no Inferno final (Ap 20.15; 21.8).

Em Apocalipse 20.13 está escrito que o mar dará os mortos que nele há. E Jesus também afirmou que “vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz” (Jo 5.28). Onde quer que estiverem, os pecadores ressuscitarão para comparecer diante do Trono Branco. Segundo a Palavra de Deus, a morte (gr. thanatos) e o inferno (gr. hades) darão os seus mortos, os quais, após o Juízo Final, serão lançados no Lago de Fogo.

O vocábulo “morte”, em Apocalipse 20.13,14, tem sentido figurado. Trata-se de uma metonímia — figura de linguagem expressa pelo emprego da causa pelo efeito ou do símbolo pela realidade —, numa alusão a todos os corpos de ímpios, oriundos de todas as partes da Terra, seja qual for a condição deles. Há pessoas cujos corpos foram cremados; outras morreram em decorrência de grandes explosões, etc. Todas terão os seus corpos reconstituídos para que, em seu estado tríplice (pleno), espírito + alma + corpo (cf. 1 Ts 5.23), compareçam perante o Juiz. Entretanto, para que os ímpios compareçam ao Juízo Final em seu estado pleno, acontecerá a reunião de espírito, alma e corpo, os quais se separam na morte. Daí a menção de que “a morte” e também “o inferno” darão os seus mortos (Ap 20.13). Aqui, “inferno” é hades, também empregado de forma metonímica. A “morte” dará o corpo. E o “Hades”, a parte que não está neste mundo físico, isto é, a alma (na verdade, alma + espírito). Com base no que foi dito acima, podemos entender melhor a frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo” (Ap 20.14). Isso denota que os corpos e as almas dos perdidos — que saíram do lugar onde estavam e foram reunidos na “segunda ressurreição”, a da condenação (Jo 5.29b) —, depois de ouvirem a sentença do Justo Juiz, serão lançados no Inferno propriamente dito, o Lago de Fogo.

Segue-se que a frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo” tem uma correlação com o que Jesus disse em Mateus 10.28: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno [geena] tanto a alma como o corpo” (ARA). Ou seja, as almas (“o Hades”) e os corpos (“a morte”) serão lançados no Geena. E quanto aos que têm morrido salvos, em Cristo? Graças a Deus, nenhuma condenação há para eles (Rm 8.1). Serão julgados também, é evidente, logo após o Arrebatamento da Igreja, mas apenas para efeito de galardão (Rm 14.10; Ap 22.12). Depois da ressurreição dos que morreram em Cristo, nunca mais haverá morte, o último inimigo a ser vencido (1 Co 15.26). Apesar de já se encontrarem na presença de Deus, os salvos mortos em Cristo ainda não estão desfrutando do gozo pleno preparado para eles. Isso só acontecerá depois da ressurreição (1 Co 15.51). Seu estado agora é similar ao daqueles mártires que morrerão na Grande Tribulação (Ap 6.9-11). Esta passagem e a de Lucas 16.25 indicam que, no Paraíso, os salvos são consolados, repousam, estão conscientes e se lembram do que aconteceu na Terra (Ap 14.13). Contudo, após o Arrebatamento, estarão — no sentido pleno — “sempre com o Senhor” (1 Ts 4.17).

Em 1 Tessalonicenses 3.13 está escrito: “que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos”. Isso significa que os santos, de todas as épocas, que estão com o Senhor, no Paraíso, virão com Ele, no Arrebatamento da Igreja. Em outras palavras, o espírito e a alma (ou espírito + alma) deles se juntarão aos seus corpos, na Terra, para a ressurreição, num abrir e fechar de olhos (1 Co 15.50-52).


Consolemo-nos com essas palavras (1 Ts 4.18). Aleluia! “Ora, vem, Senhor Jesus” (Ap 22.20). 

Ciro Sanches Zibordi

terça-feira, 31 de outubro de 2017

REFORMA PROTESTANTE X DIA DAS BRUXAS: A necessidade urgente do discernimento Cristão.

Embora haja várias controvérsias sobre datas exatas, é senso comum de que MARTINHO LUTERO,  afixou suas 95 teses no Castelo de Winttenberg no dia 31 de outubro de 1517. Tradicionalmente este mês e este dia era comemorado como o dia da REFORMA PROTESTANTE.  Mas por que usar o verbo no passado? Por causa da batalha que as forças das trevas tem travado contra os cristãos, utilizando da influência sutil para que neste mês seja comemorado o DIA DAS BRUXAS.

Basta vermos o movimento que se cria em torno desta data, mormente nas escolas primárias e secundárias. Uma aceitação sem discernimento da cultura americana, mas mais do que isto, uma frente de batalha que se apresenta neste continente. Esta guerra se deve em muito a falta de hábito de estudo bíblico, a ausência de doutrinas sadias na igreja que lamentavelmente vem abrindo brechas no muro para que as influências satânicas sejam eficientes no seio de seu rebanho. Seria isto uma ausência de falta de cultura bíblica dos responsáveis pelo Povo de Deus, que pensa ser o rebanho uma fonte de lucros? Ou seria um rebanho preguiçoso que se preocupa somente em receber ensino bíblico em pequenas colheradas aos domingos?

Fato é que, este evento de singular importância para o Povo cristão está sendo esquecido e deixado de lado. Bruxas e duendes estão tomando o lugar de uma comemoração que deveria ser motivo de festas e debates no meio evangélico.

 Vamos portanto começar por lembrar   as 95 teses e depois ao longo da semana discorrer sobre este alerta para a Igreja, principalmente a Igreja  Cristã Brasileira.

95 TESES:

1 Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
2 Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
3 No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.
4 Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
5 O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.
6 O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.
7 Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8 Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
9 Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
10 Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.
11 Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
12 Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
13 Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
14 Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.
15 Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.
16 Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semi desespero e a segurança.
17 Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor.
18 Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.
19 Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza.
20 Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
21 Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
22 Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
23 Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
24 Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
25 O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
26 O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
27 Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28 Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
29 E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal.
30 Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.
31 Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.
32 Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33 Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Deus.
34 Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.
35 Não pregam cristãmente os que ensinam não ser necessária a contrição àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais.
36 Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.
37 Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de indulgência.
38 Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino.
39 Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição.
40 A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para tanto.
41 Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.
42 Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.
43 Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.
44 Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.
45 Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.
46 Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.
47 Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.
48 Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar.
49 Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.
50 Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51 Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever - a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.
52 Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.
53 São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54 Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.
55 A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.
56 Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57 É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
58 Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.
59 S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.
60 É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro.
61 Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa por si só é suficiente.
62 O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63 Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.
64 Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.
65 Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.
66 Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.
67 As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda.
68 Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade na cruz.
69 Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.
70 Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa.
71 Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.
72 Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.
73 Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,
74 muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram defraudar a santa caridade e verdade.
75 A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.
76 Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa.
77 A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa.
78 Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc., como está escrito em 1 Co 12.
79 É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo.
80 Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo.
81 Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos.
82 Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais justa de todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão insignificante?
83 Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?
84 Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta, por amor gratuito?
85 Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já há muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?
86 Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
87 Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária?
88 Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
89 Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?
90 Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91 Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.
92 Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz, paz!" sem que haja paz!
93 Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz!
94 Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno;
95 e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações do que pela segurança da paz.

domingo, 22 de outubro de 2017

Os 500 Anos da Reforma Protestante

Os 500 anos da Reforma Protestante

martinho-lutero
Estátua de Martinho Lutero em Wittenberg, Alemanha
Quando afixou suas 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg em 31 de Outubro 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero não poderia imaginar que aquele gesto simbolizaria o início de um dos movimentos religiosos mais duradouros da história ocidental.
Neste ano de 2017 protestantes em todo o mundo devem comemorar meio milênio de Reforma. Não faltarão discursos sobre a corrupção do clero no século XVI e o papel triunfal de Lutero como reformador. Para o historiador, contudo, a questão central sobre a Reforma não deve estar voltada para o que deve ou não ser comemorado, mas como podemos compreender o legado de um movimento que se tornou tão amplo, heterogêneo, multinacional e tão importante na definição do mundo moderno?
A Reforma está inserida num contexto de amplas mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais que marcavam a ascensão de um novo tempo na Europa. O período compreendido entre os anos de 1450 e 1550 concentraram os eventos delineadores da nova época que chamamos de modernidade: o surgimento da impressão gráfica; o fim da Guerra dos Cem Anos e subsequente formação dos Estados Nacionais soberanos da França e Inglaterra; a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, a Revolução Comercial que libertaria o continente europeu de variadas limitações da sociedade agrária; as Grandes Navegações; a chegada dos europeus à América, que nos séculos seguintes levaria a uma unificação da Terra com a exportação dos valores e do modelo de organização das sociedades europeias; e também marcou o apogeu do Renascimento Cultural, que trazia em seu bojo os ideais do humanismo, da cultura clássica e do individualismo.
Havia também um sentimento geral desorientação: as guerras e epidemias dos séculos XIV e XV trouxeram sobre as consciências uma sensação de culpabilidade que as faziam pensar que o pecado era o responsável pelas desgraças que assistiam. Esse período conheceu uma crença generalizada na feitiçaria, o temor na iminência do juízo final e o pavor do inferno – sentimentos que faziam da morte uma presença vívida no imaginário social, na arte  e projetavam sobre muitas pessoas o desejo de uma autoridade infalível que a Igreja, que estivera envolvida em um grande Cisma e em forte depreciação do sacerdócio, não mais preenchia.
Dentro desse contexto, a Reforma iniciada por Lutero refletia muito os anseios de uma sociedade à espera de mudanças e que há séculos via alguns de seus reformadores serem queimados pela Inquisição. Mas os tempos mudaram, a Bíblia já havia sido traduzida para o inglês, mais pessoas aprendiam a ler e queriam interpretá-la. E como disse Karen Armstrong: “Ao deixar a Igreja Romana, os reformadores faziam uma das primeiras declarações de independência da modernidade Ocidental[1].”
As ideias de Lutero se espalharam muito rapidamente pela Europa e a designação “protestantes” para os seguidores de sua doutrina foi usada pela primeira vez em 1529, quando seis príncipes e catorze cidades protestaram contra um decreto que restabelecia seu exílio do Sacro Império Romano.
Lutero imprimiu em sua doutrina muito de suas inquietações pessoais, especialmente seu medo do diabo e a crença na insuficiência humana para obter qualquer favor divino. Contudo, suas diatribes contra a venda de indulgências, o papado e a tradução da Bíblia para o alemão ecoaram fortemente naquele mundo em transformação. Sua ênfase na doutrina da justificação pela fé também se coadunava com o crescente individualismo que incentivava a busca de uma espiritualidade menos dependente do clero e das restrições da Igreja.
Muito se fala na repressão romana aos reformadores, mas com Calvino a Reforma atingiu seu ponto alto pelo estabelecimento de uma teocracia em Genebra. A frequência à igreja era obrigatória e o governo liderado por Calvino estabelecia até mesmo a cor das roupas que as pessoas deviam usar e a quantidade de pratos em cada refeição. Sua doutrina da predestinação o levou a adotar regras sociais extremamente rígidas, como a proibição de banquetes, danças, canto, quadros, estátuas, relíquias, teatro, joias, apostas, jogos de cartas, caça, bebidas alcoólicas, relações sexuais antes do casamento. Mulheres solteiras que engravidassem eram afogadas. O roubo também era punido com a morte, assim como a apostasia ou mesmo a redução da frequência à igreja[2].
A Reforma também desencadeou um clima geral de intolerância em toda a Europa. Perseguições e guerras religiosas dilaceraram o continente até o século XVII, como foi o caso da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), iniciada por motivações políticas e religiosas e que, com exceção da Inglaterra, envolveu todas as grandes potências do continente e deixou um rastro de mortandade que só seria superado pela Primeira Guerra Mundial, quase trezentos anos depois.
A Reforma fomentou a intolerância num mundo onde a separação entre religião e política ainda era uma utopia distante e num contexto em que matar em nome da fé era uma virtude. A violência em nome da fé era também uma forma de manter a ordem pública. A heterodoxia era sempre vista como perigosa porque era um crime contra as próprias autoridades seculares. Na Idade Moderna, obediência confessional e lealdade política caminhavam juntas.
Lutero não era um pacificista, chegou mesmo a apoiar os massacres de camponeses que se revoltavam, mas foi com ele que o embrião de uma visão secularista teve início, por ter estabelecido uma divisão rigorosa entre o mundo terreno e o espiritual, e por inferir a independência entre Igreja e Estado, sem interferência de um na esfera do outro. Mas Lutero, pressionado pelas circunstâncias políticas de sua época e condicionado por sua visão de que a política terrena é inferior, terminou por autorizar o poder ilimitado do Estado que culminou na tortura e morte atrozes dos chefes anabatistas que lideravam revoltas no campo.
Depois de 1525, ele interrompeu sua visão de não intervenção para advogar a intervenção das autoridades civis contra os que chamava de blasfemadores. Como disse o historiador Jean Delumeau: “Por sentir que as massas cristãs da Alemanha eram incapazes de tomarem por si próprias em mão seus destinos espirituais, Lutero tinha chegado ao princípio Cujus régio, hujus religio [tal príncipe, sua religião][3].” Por meio desse princípio, o credo de um governante na Europa determinava a fé dos súditos.
Contudo, um dos aspectos fulcrais da Reforma é que seu legado excede a tradição religiosa e se liga intimamente a valores que cultivamos no mundo atual: a liberdade de expressão, de crença, associação e até a separação entre religião e governo. Mesmo que os primeiros reformadores não tenham tocado nessas questões e até tenham se distanciado delas, elas se tornaram em longo prazo bandeiras defendidas por intelectuais protestantes que sofriam perseguições religiosas em seus países ou no estrangeiro.
Nesse aspecto ganha relevância personalidades como Pierre Bayle, um protestante francês calvinista (na França os calvinistas eram chamados de huguenotes) da segunda metade do século XVII, que viveu parte de sua vida como refugiado na Holanda e se tornou um dos intelectuais mais eruditos de seu século.
A vida de Pierre  Bayle foi marcada pela revogação do Édito de Nantes pelo rei francês Luís XIV, em 1685. Esse Édito havia sido promulgado em 1598 e garantia tolerância religiosa aos protestantes franceses, que nas décadas anteriores sofreram brutalmente com perseguições religiosas. Agora, com a revogação, protestantes perdiam novamente os direitos conquistados com aquele documento. Como filósofo, Bayle se tornou um dos grandes defensores da tolerância religiosa, um crítico perspicaz da religião e suas ideias, expressas em sua principal obra, o Dictionnaire historique et critique, que começou a aparecer em 1696, influenciou posteriormente nomes importantes do Iluminismo francês, como Voltaire.
A longo prazo, os países protestantes também desenvolveram um ambiente de relativa liberdade política que lhes proporcionou assumir a dianteira em pesquisa científica e crescimento econômico. Mesmo em questões sociais, o surgimento do pensamento liberal está intimamente relacionado às experiências de perseguições religiosas que levaram protestantes calvinistas a contestarem autoridades seculares e eclesiásticas, e pensarem formações sociais voltadas para a liberdade.
Isso aconteceu porque Com a Reforma a teologia se abriu para uma perspectiva laica e, com o apoio da impressão gráfica, segundo Christopher Hill, “estimulou um academicismo apurado, inicialmente bíblico e, depois, científico[4]”. Na Inglaterra, por exemplo, a leitura da Bíblia estimulou uma intensa vida intelectual e também a formação de grupos protestantes cujas ideias sociais e políticas radicais no século XVII conduziram a numa revolução social e à execução do rei Carlos Stuart. Na Revolução Inglesa, a Bíblia forneceu o repertório de ideias contra o absolutismo numa era pré-iluminista.
Numa perspectiva histórica, a relação entre protestantismo e democracia moderna se tornou tão relevante que a escritora somali e ex-muçulmana Ayaan Hirsi Ali propôs em um de seus livros[5] a necessidade de uma Reforma no mundo islâmico nos moldes do que foi o protestantismo.
Nestes 500 anos da Reforma ainda há muito campo fértil para a reflexão histórica relacionada ao assunto.       26/08/2017
Notas
[1] ARMSTRONG, Karen. Campos de Sangue: religião e a história da violência. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 261.
[2] Cf. MANCHESTER, William. Fogo sobre a Terra: a mentalidade medieval e o Renascimento. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004, p. 257-259.
[3] DELUMEAU, Jean. Nascimento e Afirmação da Reforma. São Paulo: Pioneira, 1989, p. 106.
[4] HILL, Christopher. A Bíblia inglesa e as revoluções do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
[5] ALI, Ayaan Hirsi. Herege: por que o Islã precisa de uma Reforma imediata. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

O Princípio do Amor

"Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para te condenar? Nem Eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais.”. (João 8.11)

Com estas palavras Jesus despediu uma mulher trazida até a Sua presença por fariseus e mestres da lei no pátio do Templo. Este encontro, registrado no capítulo oito de João, é fonte de muitas lições sobre uma espiritualidade fundamentada no Princípio do Amor, manifesto através de atos de compreensão e misericórdia. 

Quando a mulher chegou até a presença de Jesus, já estava sentenciada e praticamente executada. Os homens que a levaram àquela situação queriam apenas usá-la para incriminar Jesus por Suas próprias palavras. E como Ele age?

Primeiro, ignora a chegada dos religiosos, sempre tão prestigiados pela população em geral. É necessário que insistam muito para que Jesus dirija-lhes a palavra. É como se Ele estivesse dizendo que aquele tipo de pessoa não lhe atraía – hodiernamente, correspondem exatamente aos representantes eclesiásticos que nós mais tememos e veneramos, aqueles que têm o poder de arrastar e julgar os pecadores em praça pública - Jesus parecia estar mais interessado num desenho na areia. 

Quando resolve quebrar o silêncio, dirige-se aos religiosos e diz: "Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher" (v. xx) - e volta a escrever no chão. Estas palavras invertem as posições. De algozes, os religiosos passam a réus de suas próprias consciências, e começando pelos mais velhos até os mais novos, todos, emudecidos, deixam o local. A espiritualidade do amor é aquela que nos faz soltar as pedras, que nos faz voltar para dentro de nós mesmos tomados pela consciência de que também precisamos de perdão e restauração.

Num segundo momento lindíssimo desse texto, Jesus pergunta à mulher onde estavam os seus acusadores, e se alguém a havia condenado.

Vemos nestas questões um ato terapêutico profundo. Jesus se dirige a uma mulher que se sabia pecadora e pergunta-lhe onde estavam os puros que a condenavam e a julgavam. Onde estavam os perfeitos que, diferentemente dela, não cometiam pecados? A mulher responde que eles haviam-se ido embora sem condená-la. 

A resposta da pecadora era necessária no processo da cura. Era necessário que ela dissesse com os seus próprios lábios: "Não, ninguém me condenou", para ouvir, em seguida, de Jesus: "Nem Eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais".

É isso que o amor faz: dá novas oportunidades, estende a mão para curar a alma, a ferida, revela a semelhança de todos os homens em sua miserabilidade e carência da bendita e surpreendente misericórdia do Pai...    Rev. Martorelli Danta

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Pelo Vale da Sombra e da Morte

O rei Davi escreveu no Salmo 23 sobre sua passagem pelo vale da "sombra da morte". Esta é provavelmente uma metáfora para as provações da vida em geral, ainda que também se aplica a uma pessoa que enfrenta sua própria morte ou a morte de um ente querido. Nesta vida enfrentamos provações. 

Estamos constantemente expostos a uma série de pressões. No entanto, podemos utilizar várias estratégias para diminuir os efeitos de uma tensa carga emocional. Aqui estão alguns passos eficazes:

•Aprenda com as provações e sofrimentos, eles podem nos ajudar a adquirir novas habilidades. Jesus Cristo aprendeu pelas circunstâncias difíceis e experiências (Hebreus 5:8), e nós também podemos.

• Conte suas bênçãos. Quando nos concentramos na dor, muitas vezes nos esquecemos de como a vida tem sido boa para nós. Paulo disse que devemos ser sempre gratos (Filipenses 4:6). Ele também explicou que o resultado de dar graças é uma "paz que excede todo entendimento" (vers. 7).

• Não seja um prisioneiro de seu sofrimento, isso pode causar paralisia emocional. Precisamos permanecer ativos porque a inatividade é devastadora. Dr. Paul Brand, um especialista sobre o tema da dor, disse: "Quando eu confronto dor intensa, procuro atividades que irão me absorver totalmente mentalmente ou fisicamente, eu descobri que a distração consciente e a disciplina da atividade podem ser ferramentas úteis no combate à dor "(Paul Brand e Philip Yancey, O presente que Ninguém Quer, 1993, p. 254).

• Encontre alguém com quem você pode compartilhar a sua carga.Muitas pessoas submetidas a duras provas cometem o erro de tentar lidar com elas sozinho. Nós precisamos de contato humano. "Melhor é serem dois do que um , mas ai daquele que está sozinho quando cai, porque ele não tem ninguém para ajudá-lo" (Eclesiastes 4:9-10).

• Leve a vida um dia de cada vez. Pessoas que lutam contra depressão, conflitos emocionais e dificuldades em geral, geralmente, têm uma mentalidade auto-destrutiva. Suas emoções dizem que o sofrimento nunca vai acabar. Precisamos de uma atitude que percebe que estes momentos haverão de passar. Adote a perspectiva do salmista: "Este é o dia que o Senhor fez, regozijemo-nos e alegremo-nos nele" (Salmo 118:24), apesar de nossas dificuldades.

• Não se frustre por questões insignificantes. Aprenda a solucionar problemas se estressando o minímo possível, ou não se estressando de modo algum.

• Coma uma dieta equilibrada e nutritiva. Nossos corpos e mentes são muito menos capazes de lidar com o estresse e outras dificuldades se não fornecer-lhes os nutrientes de que precisam.

• Exercite-se regularmente. Exercício adequado alivia o estresse, proporciona uma sensação de bem-estar e nos ajuda a dormir melhor, isso é importante para nosso contentamento e estabilidade mental.

• Descanso regular e relaxamento. Deus ordenou para descansar (Êxodo 20:8-11). Nós também precisamos de tempo relaxante em uma base diária.

• Desenvolva o senso de humor. "O coração alegre é bom remédio (Provérbios 17:22, NVI). Humor nos ajuda a superar as tensões. Viktor Frankl descobriu, enquanto estava preso em Auschwitz, que o humor é uma arma inata na luta pela sobrevivência . Rir é realmente um remédio eficaz.

• Perceba que em última instância que todas as coisas estão nas mãos de Deus, Jesus em momento de grande dor, descansou em Deus: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lucas 23:46). David exorta-nos a "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele" (Salmo 37:5). A palavra hebraica traduzida por “confiar “ é ilustrada como a imagem de uma criança impotente se arremessando nos braços estendidos de seu pai .

Ore e derrame-se diante de Deus, Ele ouve nossas preces e compreende nossa dor: " Senhor, inclina Teus ouvidos para mim, livra-me depressa, sê o meu castelo forte, cidadela fortíssima que me salve" Salmo 31:2

Procure ler a Bíblia, nem que seja por poucos minutos, A Palavra de Deus é bálsamo e orienta nas tomadas de decisões: "Estou aflitíssimo Senhor, vivifica-me segundo a Tua Palavra" Salmo 119:107. 

Autor: Charles Stanley Tradutor: Wilma Rejane  Divulgação: www.estudosgospel.com.br