sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O que Significa ter um Relacionamento com Deus

Eu sou estudante de filosofia e ex-cristão. Eu perdi a minha fé durante os meus estudos de graduação ao perceber que eu tinha aceitado a minha fé sem reflexão. Como muitos outros da minha idade, eu abandonei a minha visão de mundo e embarquei numa busca por respostas. A busca rapidamente assumiu um caráter intelectual que me levou para a filosofia (que, estou feliz em dizer, escolhi como profissão). E, após ter experimentado o que tem de bom na filosofia e na apologética, as minhas dúvidas sobre o cristianismo foram intelectualmente saciadas.
No entanto, apesar da minha admissão de que Deus existe e de que Cristo ressuscitou, eu não tenho absolutamente nenhuma ideia do que significa ter um relacionamento com Deus; tal conceito é completamente misterioso para mim. O que significa confiar em Deus? E para quê? Por que falar com Deus? O que eu deveria dizer? O que eu deveria esperar ouvir? O que é esperado de mim e o que eu deveria esperar de Deus? Existe uma experiência única que resulta dessas conversas ou é preciso orar a despeito da sensação de que ninguém está ouvindo?
O que é pior, no entanto, é a sensação de que estou motivado não por amor, mas pela expectativa de que eu devo ter tal relacionamento. Isto é, eu fui criado como membro da Igreja e aprendi que essa relação só ocorre no território de crença. Agora eu acredito, por isso eu deveria começar a ter esse relacionamento; mas eu não me sinto impulsionado a cultivar uma relação com Deus.
As coisas que a Bíblia diz sobre o assunto parecem misteriosas ou parecem se basear demais em uma analogia com as relações humanas (por exemplo, certamente a analogia Pai-filho é limitada pelo “silêncio de Deus” e pela permissão de sofrimento). E, em relação à morte de Cristo, devo admitir que eu tenho dificuldade em sentir grato por Seu sacrifício, uma vez que muitas partes da história da justificação estão em tensão com as minhas intuições sobre a justiça (por exemplo, a expiação substitutiva).
Eu entendo que estas não são perguntas muito bem formuladas, mas que simplesmente indicam a minha confusão sobre o assunto. Ficaria bastante grato por qualquer resposta.
Obrigado,
Mark
P.S.: "Filosofia e Cosmovisão Cristã" me levou para a filosofia. Então, obrigado por isso também.
United States
Foi tão gratificante receber a sua carta, Mark, e saber do seu retorno à fé cristã! Espero que você esteja bebendo profundamente da água de Alvin Plantinga, especialmente Waranted Christian Belief, que tem uma boa quantidade de material que é relevante para a sua pergunta, especialmente a sua discussão sobre as afeições religiosas.
Ao ler a sua pergunta, eu não pude deixar de me perguntar se você não estaria na situação de alguém que tenha retornado intelectualmente para a crença em uma cosmovisão cristã, mas que não tenha ainda entrado em uma relação salvadora com Deus. Perdoe-me se eu estiver errado, mas, como eu não sei a sua história, eu posso apenas imaginar o que parece estar errado.
Uma das minhas preocupações com um ministério como o meu – que se concentra na verdade da cosmovisão cristã e em argumentos em sua defesa – é que as pessoas podem não perceber que a fé cristã não significa apenas ter uma mudança de mente e vir a aceitar uma nova visão de mundo. Trata-se de entrar em um novo relacionamento e se tornar uma nova pessoa. Isso é fácil de se perder quando estamos tão enfocados em defender uma verdade proposicional.
A fé cristã diz respeito ao início de um relacionamento de salvação com Deus. Obviamente, estamos todos relacionados a Deus em certos aspectos – como a criatura ao Criador –, mas a fé cristã enfatiza que, num nível pessoal, nós não nos encontramos adequadamente relacionados com Deus de forma natural. Em vez disso, nós nos encontramos espiritualmente separados de Deus devido ao pecado (mal moral) que permeia as nossas vidas. Nós não cumprimos os nossos deveres morais para com Deus, para com os outros, para com nós mesmos: nós temos feito o que não deveríamos fazer, e não fazemos o que deveríamos estar fazendo. Como resultado, nós nos encontramos moralmente culpados diante de um Deus santo e sob o Seu julgamento justo. A nossa relação pessoal com Deus foi assim rompida. Como um pai e um filho que estão afastados um do outro por causa da rebelião do filho, nós nos encontramos afastados de Deus. Deus não nos criou a fim de estar numa relação de condenação para conosco, mas numa de acolhimento e aceitação; nem fomos criados para estar com Deus numa relação de indiferença ou mesmo de hostilidade, mas de amor e de adoração. Assim, eu acho que você pode ver o quão arruinado e distorcido é o nosso relacionamento com Deus. Ao invés de amizade, há alienação e inimizade. Isso é o que significa não ter um relacionamento pessoal com Deus.
Então Deus decidiu pela restauração do relacionamento pessoal com Ele, para o qual Ele nos criou. Uma vez que estamos, de acordo com a Bíblia, espiritualmente mortos em nossa condição pecaminosa, isto é, sem um bom relacionamento com Deus e impotentes para fazer qualquer coisa em relação a isso, Deus deve estimular-nos espiritualmente, a fim de devolver-nos a um relacionamento correto com Ele. A Bíblia chama isso de "regeneração" (na crença popular, conhecido como "nascer de novo", que é exatamente o que "regenerado" significa). Isso ocorre pela ação do Espírito Santo em resposta à colocação de sua fé em Cristo para a sua salvação.
Agora, "fé", como o reformador Martinho Lutero enfatizou, é uma palavra polivalente. No nível mais básico, a fé envolve o que Lutero chamou de notitia, que é simplesmente o conhecimento ou a compreensão de uma proposição. Em seguida, vem o que ele chamou de assensus, que é a aceitação de determinada proposição. Finalmente, há a fiducia, que é a confiança na pessoa ou coisa relevante. Todos os três significados estão envolvidos na fé salvadora. Primeiro, há a compreensão das grandes verdades do Evangelho, como a de que Deus existe, que eu sou moralmente culpado diante de Deus, que Deus enviou o Seu Filho Jesus Cristo para morrer em meu nome, a fim de reconciliar-me Consigo, que o perdão e a limpeza moral estão disponíveis através de Cristo, e assim por diante. Em seguida, eu preciso não apenas compreender, mas acreditar nessas verdades. Finalmente, devo colocar a minha confiança em Cristo como meu Senhor e Salvador pessoal, a fim de ser salvo do pecado e da separação em relação a Deus.
"O que significa confiar em Deus, e para quê?" Significa que você deve colocar a sua vida, o seu bem-estar, totalmente em Suas mãos, confiando n'Ele e só n'Ele para te salvar. É comprometer-se de todo o coração a seguir a Cristo como Seu discípulo, para permitir que Ele te transforme,tornando você o tipo de pessoa que ele quer que você seja. Significa dizer a Deus: "que a Sua vontade, e não a minha, seja feita. Eu já não sou mais o dono de mim mesmo; eu sou Seu, para ser e fazer o que Você quiser."
Quando você assume esse compromisso perante Cristo, você é regenerado espiritualmente e restaurado pelo Espírito Santo para ter o relacionamento apropriado com Deus que você estava destinado a ter. Não só isso, mas, de alguma maneira misteriosa, na verdade você está habitado pelo Espírito de Deus, e, na medida em que nos submetemos diariamente a Ele, Ele transforma o nosso caráter para nos tornar mais semelhantes a Cristo e orientar os nossos caminhos de acordo com o Seu plano providencial.
A forma como essa nova relação se desenrola experiencialmente varia de pessoa para pessoa e ao longo do tempo. Às vezes, pode-se sentir a presença de Deus de uma forma muito real; outras vezes, dificilmente se estará ciente disso, mas se deve caminhar pela fé, não pela visão. No mínimo, você deveria experimentar uma garantia de salvação, uma sensação de estar corretamente relacionado a Deus como Seu filho, perdoado e restaurado. Na medida em que você caminha com o poder do Espírito, você deverá experimentar alegria, paz, amor, e os demais frutos do Espírito na vida de uma pessoa regenerada que se rendeu a Cristo.
"Por que falar com Deus?" Porque você o ama! (Isso é como perguntar, por que falar com a sua esposa!) É claro, você não precisa falar em voz alta, uma vez que Ele lê a sua mente. E, claro, você não precisa fornecer-Lhe qualquer informação, uma vez que Ele sabe tudo. Mas você deve se comunicar com o seu Pai Celestial. "O que dizer?" Diga-Lhe que O ama; Diga-Lhe como você é grato por Ele ter salvo você, ofereça-Lhe louvor por aquilo que Ele fez e está fazendo em sua vida, peça-Lhe para guiar-te, para fortalecer-te, para ajudar-te a resistir à tentação.
"Você deve orar ainda que tenha a sensação de que ninguém está ouvindo?" Você deve falar com Deus, ou orar, independentemente de você sentir a Sua presença ou não. É parte de sua vida de fé. "O que se ouviria?" Algumas pessoas afirmam ouvir Deus de forma quase audível, mas, na maior parte do tempo, Ele "fala" conosco através dos escritos inspirados que formam a Bíblia. Ao ler a Bíblia reflexivamente, algumas vezes você encontrará passagens que terão um impacto muito forte em você, talvez convencendo-te, ou encorajando-te, ou inspirador-te, ou guiando-te. Devemos esperar que Deus fale conosco dessa forma, através da Sua Palavra.
"O que se espera de mim e o que eu deveria esperar de Deus?" A resposta à primeira parte da sua pergunta é: tudo! Veja a parábola dos servos inúteis (Lc 17,7-10). Jesus diz: "então também vós, depois de terem feito tudo o que vos foi ordenado, dizeis: ‘somos servos sem valor, que só fizeram o que era o seu dever.’" Devemos dar a Deus o que é de Seu direito, ou seja, tudo o que temos e somos. Devemos estar totalmente dedicados a Deus e cheios do Espírito Santo.
A resposta para a segunda parte da sua pergunta é que Deus nos concede, na medida em que estamos em Cristo, o perdão dos pecados, a vida eterna, a adoção como filhos, e a disponibilidade de ajuda ilimitada e de poder para a uma vida cristã. Além disso, Ele nos dá, através da experiência, na medida em que estamos cheios do Espírito, o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Quando nosso relacionamento com Deus é saudável, o produto em nossas vidas será a justiça, e o resultado da justiça é a felicidade. A felicidade é um subproduto da santidade, na medida em que a justiça de Deus se realiza em nós.
Se você não se sente levado a cultivar uma relação com Deus, Mark, pode ser porque você ainda não é um cristão regenerado. Você pode ter chegado, em termos de fé, apenas a assensus, mas ainda não ter chegao a fiducia. Você ainda não se apaixonou por Deus, e, então, o seu coração está frio para com Ele. Jesus disse que aquele que foi perdoado muito ama muito. Eu gostaria de encorajar você a meditar sobre a sua própria condição de pecador, sobre o quanto Deus perdoou (ou perdoará) você e o custo que a sua salvação teve para Cristo – ele estava disposto a morrer por você! A apreciação disso não requer que você tenha alguma teoria da expiação em mente. Qualquer que seja a teoria da expiação que você aceite, isso não muda o fato de que Jesus foi para a cruz para você e para a sua redenção, um sacrifício que é difícil de entender, ainda que num nível puramente humano.
Se você ainda não é um cristão regenerado, então eu gostaria de encorajar-te a se dirigir a Deus em solidão e oferecer uma oração de compromisso como a seguinte:
Deus, eu realmente preciso de Você. Reconheço que sou pecador e perverso e necessitado do Seu perdão. Eu creio que Jesus morreu na cruz para me salvar dos meus pecados. E neste exato momento, da melhor maneira que eu consigo, eu abro a porta da minha vida e convido Você a entrar e ser o meu Salvador e Senhor. Perdoe os meus pecados, assuma o trono da minha vida, e faça de mim o tipo de pessoa que Você quer que eu seja. Eu me entrego a Você.
Então, como alguém que renasceu espiritualmente, comece a receber o alimento que é obtido através da Palavra de Deus, da adoração coletiva significativa, da oração, da confissão e da restituição, compartilhando a sua fé com outros, além de outras disciplinas espirituais.
Não é suficiente apenas acreditar nas verdades da cosmovisão cristã. O nosso relacionamento com Deus precisa ser restaurado e curado. Isso virá somente através da obra regeneradora do Espírito Santo em resposta à nossa confiança e compromisso.
William Lane Craig
Originalmente publicado como: “What Does It Mean to Have a Relationship with God”. Texto disponível na íntegra em: http://www.reasonablefaith.org/what-does-it-mean-to-have-relationship-with-god#ixzz29OR01Nng. Traduzido por Felipe Miguel.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

A Dignidade Humana

Os insensatos que não creem na vida futura, estimulam-se com o pensamento da morte a passarem bem a vida. De maneira bem diferente devemos nós proceder, os que sabemos pela fé que a alma sobrevive ao corpo. Nós, lembrando-nos de que em breve temos que morrer, devemos cuidar da nossa eternidade e por meio de oração e santificação. 

I. Para compreendermos em toda a sua extensão o sentido destas palavras, imaginemos ver uma pessoa que acaba de exalar o último suspiro.

Ó Deus, a cada um que vê este corpo, inspira nojo e horror. Não passaram bem nem vinte e quatro horas depois que aquela pessoa morreu, e já o mau cheiro se faz sentir. É preciso abrir as janelas e queimar bastante incenso, afim de que o fedor não infeccione a casa toda. O parentes com pressa mandam levar o defunto para fora da casa e entregar à terra.

Metido que foi o cadáver na sepultura, vai se tornando amarelo e depois preto.
Em seguida, aparece em todos os membros uma lanugem branca e repelente, donde sai um pus infecto que corre pela terra e donde se gera uma multidão de vermes.
Os ratos vêem também procurar o pasto neste cadáver, roendo-o uns por fora, ao passo que outros entram na boca e nas entranhas.

Despegam-se e caem as faces, os lábios, os cabelos; escarnam-se os braços e as pernas apodrecidas, e afinal os vermes, depois de consumidas todas as carnes, consomem-se a si próprios.

E deste corpo só restará um esqueleto fétido, que com o tempo se divide, ficando reduzido a um punhado de pó.

Eis aí o que é o homem, considerado como criatura mortal. Eis aí o estado a que tu também, meu irmão, serás, talvez em breve, reduzido: um punhado de pó fedorento. Nada importa ser alguém moço ou velho, são ou enfermo: “Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás de tornar”.

Os insensatos que não creem na vida futura e têm as verdades eternas por fábulas, estimulam-se, com a lembrança da morte, a levar vida folgada e a gozarem. “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”.

De maneira bem diferente, porém, deve proceder o cristão, que pela fé sabe que a alma sobrevive ao corpo, e que depois da morte deste, terá de dar contas rigorosíssimas de tudo quanto tiver feito. – O cristão, que se lembra que em breve deverá deixar o mundo, cuidará da sua eternidade e procurará aplacar a justiça divina com santificação e oração.  – “Fazei soar a trombeta em Sião, santificai o jejum”. 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Céu e Inferno

                                                  I.         ONDE ESTÃO OS MORTOS

A Bíblia não tem muito a dizer sobre o estado intermediário. Sua ênfase recai sobre a volta de Cristo.
Esta questão preocupa praticamente todas as religiões que já surgiram no mundo desde os mais remotos tempos do aparecimento do homem sobre a Terra. Como exemplo podemos citar:

Escritores gregos clássicos viam a morte como um sono. Homero, em sua obra A Ilídia, chama o sono de “irmão da morte” – diziam que os mortos iam para as “Ilhas dos Bem-Aventurados”, onde ficavam aguardando o julgamento por três representantes do mundo subterrâneo. Se o morto tivesse sido bom durante sua vida, e os juízes estabelecessem sua retidão, ele podia entrar nos Campos Elíseos (um tipo de paraíso), um lugar ocupado pelos heróis e pelos homens virtuosos, segundo a mitologia Greco-latina. Ali os mortos estariam em uma Terra de música e luz, de ar doce e agradável. As almas boas viveriam ali para sempre.

[....] Nos tempos do Antigo Testamento, Paraíso e Hades ficavam numa mesma região. E eram separados por um abismo intransponível (Lc 16.19-31). Ao morrer, o Senhor Jesus desceu em espírito a essa região e transportou de lá os salvos para o terceiro Céu (cf. Mt 16.18, Lc 23.43, Ef 4.8,9; 2 Co 12.1-4). Quanto aos ímpios, permanecem no Hades (uma espécie de antessala do Inferno), o qual não deixa de ser “um inferno”, um lugar de tormentos para a alma (Lc 16.23). Conquanto, em algumas passagens da Bíblia, o vocábulo grego “hades” tenha sido traduzido para “inferno”, o Hades e o Inferno final não são o mesmo lugar. O Inferno final é chamado de Lago de Fogo (Ap 20.14,15 [gr. “limnem ton puros”]); de “fogo eterno” (Mt 25.41 [gr. “pur to aiõnion”]); de “tormento eterno” (Mt 25.46 [gr. “kolasin aiõnion”]); e de Geena (Mt 5.22; 10.28; Lc12.5). 

II.      O ESTADO DOS JUSTOS FALECIDOS

Na morte, a vida corpórea cessa e o corpo começa a desintegrar-se, o que é inerente à sua natureza. Daí o espírito ou a alma humana entra em estado consciente de existência. É a natureza desse estado, particularmente com respeito aos justos, que agora temos de estudar.

Apesar de já se encontrarem na presença de Deus, os salvos mortos em Cristo ainda não estão desfrutando do gozo pleno preparado para eles. Isso só acontecerá depois da ressurreição (1ª Co 15.51). Seu estado agora é similar ao daqueles mártires que morrerão na Grande Tribulação (Ap 6.9-11). Esta passagem e a de Lucas 16.25 indicam que, no Paraíso, os salvos são consolados, repousam, estão conscientes e se lembram do que aconteceu na Terra (Ap 14.13). Contudo, após o Arrebatamento, estarão — no sentido pleno — “sempre com o Senhor” (1ª Ts 4.17).

1. Os justos estão com Deus. A declaração em Eclesiastes 12.7, de que o espírito volta a Deus que o deu, acha-se repetida em passagens do Novo Testamento. Em Filipenses 1.23 Paulo falou de partir e estar com Cristo. Referia-se ao dilema que tinha quanto ao morrer ou continuar vivo. Reconhecia que, continuar nesta vida significava muito sofrimento, mas o terminar desta vida significava uma partida imediata para a presença de Cristo.

2. Os justos estão no paraíso. 
Conforme Apocalipse 2.7, àquele que vencer, Cristo lhe concederá o privilégio de comer “...da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”. Ainda que não seja usado o termo “paraíso” em Apocalipse 22.1,2, é provável que a ideia seja a mesma. Nessa passagem, a “arvore da vida” aparece ao lado do rio da água da vida, e o quadro total é o de um paraíso ou jardim de bem-aventurança.

3. Os justos estão vivos e conscientes. Os justos desincorporados estão vivos e conscientes. Ainda que o Novo Testamento ensine que há um estado desincorporado durante o intervalo entre a morte e a ressurreição, em parte alguma ele deixa transparecer a idéia de que esse estado seja de animação suspensa ou de inconsciência. Várias passagens nos ajudam a compreender melhor.


O texto de Lucas 16.19-31. O rico e Lázaro fica comprovado que o rico estava sendo atormentado em
chama de fogo, isso não é uma parábola, pois em parábola não se cita nome de pessoas, como o Senhor Jesus citou aqui, o Senhor pronunciou o nome de Lázaro, o desprezo de Deus é terrível no inferno, que nem o nome do rico foi mencionado por Jesus. Em Mateus 22.32 Jesus declarou aos saduceus que Deus é Deus dos vivos. Sua declaração foi feita em referência às palavras dirigidas a Moisés na ocasião da sarça ardente: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”. Jesus interpretou essa declaração como significando que Deus estava dizendo: “Abraão, Isaque e Jacó morreram há muito tempo, porém eles continuam vivos”.

4. Os justos estão em descanso. 
Esta declaração se baseia nas palavras de Apocalipse 14.13: “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham”. A idéia principal do termo “descanso” é de refrigério depois do labor. Os que morrem no Senhor são descritos como estando num estado de bem-aventurança, porque entram numa experiência de regozijo, como sendo aliviados então das lutas desta vida. Mais do que isto, sua obra não pára quando eles morrem. Ela continua produzindo efeitos até aquele dia quando serão abertos os livros (Ap 20.12).

Em 1ª Tessalonicenses 3.13 está escrito: “que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos”. Isso significa que os santos, de todas as épocas, que estão com o Senhor, no Paraíso, virão com Ele, no Arrebatamento da Igreja. Como assim? O espírito e a alma (ou espírito + alma) deles se juntarão aos seus corpos, na Terra, para a ressurreição, num abrir e fechar de olhos (1ª Co 15.50-52). Consolemo-nos com essas palavras (1ª Ts 4.18). Aleluia! “Ora, vem, Senhor Jesus” (Ap 22.20).

III.   O ESTADO DOS ÍMPIOS FALECIDOS


As passagens do Novo Testamento que tratam dos maus ou injustos no estado desincorporados, são menos numerosas do que as que se referem aos justos. Porém, as poucas que se relacionam com este tópico, conduzem a várias conclusões:

Lucas 16.23 - Ímpios falecidos:
        a) Estão num lugar fixo.
        b) Continuam vivos e conscientes.
        c) Estão separados de Deus.

2ª Pedro 2.9 - Ímpios falecidos estão reservados para o castigo eterno. Portanto, o que estão ensinando sobre os mortos (justos ou ímpios) se encontrarem na sepultura, em sono profundo e em estado de inconsciência, não tem apoio nas Escrituras.

IV.             O CÉU E O INFERNO


O destino final da Igreja é sua habitação na eterna presença de Deus. A Bíblia e a doutrina cristã chamam isto de “céu”.

1.      Como é o céu?
Quando as pessoas perguntam qual a crença do cristão sobre o Céu, não é possível dar uma resposta precisa e detalhada. As razões são óbvias. Como seria possível explicar a um índio que vive na selva, como é a cidade grande? Todavia, tanto os selvagens como o citadino vivem no planeta Terra, respiram o mesmo ar e gozam do mesmo sol. Mas o Céu, como quer que ele seja, deve ser fundamentalmente diverso. Sua definição deve estar quase  além do entendimento humano.

“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu” (2ª Co 12.2).

“Conheço um homem”, ou seja, um cristão – Obviamente, o próprio Paulo, mas ele fala com reservas para evitar gloriar a si mesmo ao invés do Senhor que concedia tal privilégio. está se referindo a si mesmo. Podemos lembrar aqui a experiência de João na Ilha de Patmos “fui arrebatado em espírito (...) e fiquei como morto” (Ap 1.10, 17) “Se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe...”. Provavelmente ele foi arrebatado em espírito assim como o apóstolo João. Mas o apóstolo não sabia se sua alma estava no corpo, ou se um ou ambos estavam realmente no céu, seria vã curiosidade para nós, para tentar a sua determinação.

“...foi arrebatado ao terceiro céu”. Paulo identifica três ceu. O primeiro céu é o espaço azul que avistamos aqui da Terra. O segundo céu onde está o firmamento (sol, lua e estrelas). Mas o terceiro céu o mais alto, onde está a presença do Eterno Criador.

Em Apocalipse está escrito “...Deus habitará com eles (homens)...” (Ap 21.3). O ponto alto da história bíblica da redenção de Deus é “a Cidade Santa”, Deus com seu povo. Em tal comunidade, “...Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” e não haverá nem prato, nem luto, nem dor, “porque as primeiras cousas passaram” (Ap 21.4). Quanto a isto é importante saber que:

A. O Céu é um lugar real, literal. Este mundo é apenas a ante-sala do próximo. Esta existência é breve e incidental em relação às alturas eternas da próxima. O coração, em seu anseio por algo melhor, apóia a conclusão que deve haver um lugar para nós, após a morte física. Lendo João 14.2,3 vemos que por duas vezes Jesus chama o Céu de LUGAR. Realmente o Céu é um lugar real, literal, físico. É um lugar na presença de Deus, um lugar que Cristo nos está preparando.

B. O Ceu é um lugar espaçoso (Ap 7.9). Se Jesus criou o mundo em seis dias, como os animais, o firmamento e os seres humanos - toda a Sua criação é realmente maravilha e ultrapassa a todo entendimento - qual não deve ser o lugar que Ele vem preparando durante esses anos todos? Os capítulos 21 e 22 do livro de Apocalipse fala das belezas desse lugar.

C. O Céu fica em cima (At 1.9; 2º Rs 2.11; 2ª Co 12.2,4; Ap 21.3,4; 22.3-5).  Sim, o Céu reserva maravilhosas perspetivas para aqueles que foram levados no precioso sangue de Cristo; e, verdade é que, onde quer que esteja o Céu está vinculado às bênçãos de Deus, em Seu Filho, Jesus Cristo.

2.      A realidade do inferno.


No Novo Testamento, há três palavras diferentes, no grego, que são traduzidas pela mesma palavra INFERNO em português, são elas: HADES, GEENA e TÁRTARO.

- HADES é o SHEOL do Antigo Testamento. É o lugar onde os espíritos dos mortos aguardam a ressurreição.
- GEENA por outro lado, refere-se ao inferno em relação ao castigo eterno. É o lugar para onde irão os injustos após o julgamento do Grande Trono Branco.
- TÁRTARO é usado para referir-se à prisão dos anjos caídos (Jd v. 6).

Quanto ao inferno:
- É antítese (oposição entre palavras ou idéias) do céu (Mt 11.23).
- Cristo prometeu fazer a Sua Igreja triunfar sobre o inferno (Mt 16.18).
- No inferno há vida consciente e sofrimento eterno (Lc 16.23).
- Deus tem poder de matar o corpo e lançar a alma no inferno (Mt 10.28).
- A indisciplina dos nossos membros pode ser causa de condenação do corpo ao inferno (Mt 5.29).
- Não há escape do inferno para o impenitente (Mt 23.33).
- O inferno será um lugar de sofrimento eterno e de eterna separação do Salvador (Mt 13.42,49,50; 25.41).

3.      Onde está localizado o inferno?

O inferno é uma caverna escura e de cor preta devido a fumaça do fogo que não tem janelas para sair (Pv 15.24), está localizado no interior da Terra.

O fogo do inferno é um fogo muito escuro que queima sem alumiar, um fogo sem luz (Pv 9.18; Sl 9.17; S. Mt 13.42-43).

O inferno é também um lugar de sujeira, tipo depósito de lixo, onde vermes e bichos e fezes estarão lá para atormentar as almas perdidas (Sl 75.8 e Mc 9.45-46).

É um lugar de sofrimento, de sujeira, de angústia, remorso, de gritos e lamentos, é o suplício eterno.

O Senhor depois que morreu desceu as partes mais baixas da Terra, cumprindo assim as profecias do AT (Salmo 16.10 e 49.15) e pregou para os espíritos em prisão no inferno (1ª Pd 3.19-20). O Senhor Jesus levou aquelas almas perdidas, uma mensagem de advertência, condenando a rebeldia e o pecado como ouviram as últimas palavras de Noé.

Mas, o mesmo apóstolo Pedro nos diz em sua carta, 2ª Pd 2.4, que Deus não perdoou os anjos caídos, quando o Senhor desceu até ao inferno esses anjos também tiveram de ouvir da vitória de Cristo sobre Satanás.

Os “anjos que pecaram” (2ª Pe 2.4), são os anjos maus que pecaram antes da queda da humanidade, em Gênesis 3. De qualquer maneira, o ponto é que, se Deus julgou anjos maus, certamente Ele irá julgar os ímpios também.

Quando o Senhor ressuscitou na manhã do terceiro dia, Ele trouxe de lá de baixo das profundezas da terra duas coisas:

Ele transportou as almas dos salvos para o paraíso celestial (Ef 4.8-10; 2ª Co 12.1-4), ou seja, houve uma mudança no mundo dos espíritos e que o lugar ocupado pelos justos que aguardam a ressurreição foi traslado para as regiões celestiais. Pr. Elias Ribas

domingo, 13 de dezembro de 2015

Comemorar o Natal

Será que existe alguma festividade ou festa no mundo que tenha o poder de convergir tanta gente em torno da família, do lar como o natal?
Em virtude do grande poder e influência que o natal exerce na sociedade ocidental será que não deveríamos aproveitar a oportunidade e anunciar a todos quanto pudermos que um “menino nos nasceu e um filho se nos deu”?
Seria inteligente de nossa parte desconsiderarmos o natal extinguindo-o definitivamente do “nosso” calendário em virtude do “espírito mercantilista natalino” que impera na nossa sociedade?

Apesar de não observarmos textos bíblicos que incentivem a celebração do natal, é absolutamente perceptível em diversas passagens a importância e relevância do nascimento e encarnação do Filho de Deus. As escrituras, narram com efusão o nascimento do Messias. Se não bastasse isso, sem a sua vinda, não nos seria possível experimentarmos da salvação eterna e da vida vindoura. Portanto, comemorar o natal, (ainda que saibamos que o Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro) significa em outras palavras relembrar a toda a humanidade que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.

O natal nos oferece uma excelente oportunidade de evangelização. Em todos os registros históricos percebemos de forma impressionante o quanto os irmãos primitivos eram apaixonados, entusiastas e extremamente corajosos na proclamação do evangelho. Estes homens e mulheres de Deus eram movidos por um desejo incontrolável de pregar as Boas Novas. Eram pessoas provenientes de classes, níveis e posições sociais das mais diversas: artesãos, sacerdotes, empresários, escravos, gente sofisticada bem como pessoas simples e iletradas. Entretanto, ainda que diferentes, todos tinham em comum o sentimento de “urgência” em anunciar a Cristo. Vale a pena ressaltar que Jesus comumente usou as festas judaicas como meio de evangelização. Os quatro evangelhos, nos mostram o Senhor pregando e ensinando coisas concernentes ao Reino de Deus a um número considerável de pessoas em situações onde a nação celebrava alguma festividade. Na verdade, ele aproveitava os festejos públicos para anunciar as boas novas da salvação eterna. Ora, tanto nosso Senhor quanto a igreja do primeiro século tinham como missão prioritária a evangelização. Portanto, acredito que o natal seja uma excelente ocasião para anunciar Cristo aos nossos familiares e amigos. Isto afirmo, porque geralmente é no natal onde a maioria das famílias se reúnem. O natal nos propicia uma grande oportunidade de proclamar com intrepidez, a Cristo.
Junte-se a isso, que o período de fim de ano é um momento de reflexão e avaliação para muitos. E como é de se esperar, em um mundo onde a sociedade é cada vez mais competitiva e egoísta, a grande maioria sofre com as dores e marcas deste mundo decaído e mal. É comum nesta época, o cidadão chegar à conclusão de que o ano não foi tão bom assim. A consequência disto é a impressão na psique do indivíduo com sentimentos tais como frustração, depressão, angústia e ansiedade. E é claro que tais sentimentos contribuem consideravelmente a uma abertura maior à mensagem do evangelho.

Um outro fator importante que contribui para a evangelização, é a significativa abertura ao sagrado e ao sobrenatural que a geração do século XXI experimenta. No início do século XX, acreditava-se que quanto mais o mundo absorvesse ciência menor seria o papel da religião. De lá para cá a tecnologia moderna se tornou parte essencial do cotidiano da maioria dos habitantes do planeta e permitiu que até os mais pobres tivessem um grau de informação inimaginável cem anos atrás. Apesar de todas essas mudanças, no início do século XXI o mundo continua inesperadamente místico. O fenômeno é global e no Brasil atinge patamares impressionantes.

A Revista Veja encomendou uma pesquisa ao Instituto Vox Populi, perguntando às pessoas se elas acreditavam em Deus. A maioria absoluta, ou seja, 99% dos brasileiros respondeu que acreditava. Sem dúvida, o momento é ímpar na história, até porque, com exceção de alguns períodos da história mundial, o mundo nunca esteve tão aberto ao sagrado como agora. Diante disto, será que o natal não representa uma excelente oportunidade de evangelização?

O natal nos oferece uma excelente oportunidade de reconciliação e perdão. Você já se deu conta que a ambiência do natal proporciona uma abertura maior à reconciliação e perdão? Repare quantas famílias se recompõem, quantos lares são reconstruídos, quantos pais se convertem aos filhos e quantos filhos se convertem aos pais. Será que a celebração do natal não abre espaço nos corações para reconciliação e perdão? Ora, O senhor Jesus é aquele que tem o poder de construir pontes de misericórdia bem como o de destruir as cercas da indiferença e inimizade.

O natal nos oferece uma excelente oportunidade de sermos solidários em uma terra de solitários. Por acaso você já percebeu que no natal as pessoas estão mais abertas a desenvolver laços de fraternidade e compaixão com o seu próximo?
Tenho para mim que o natal pode nos auxiliar a lembrarmos que a vida deve ser menos solitária e mais solidária. Isto afirmo porque o natal nos aponta o desprendimento de Deus em dar o seu filho por amor a cada de um de nós. O Nosso Deus se doou, se sacrificou e amou pensando exclusivamente no nosso bem-estar e salvação eterna. Você já se deu conta que o natal é uma excelente oportunidade para nos aproximarmos daqueles que ninguém se aproxima, além de exercermos solidariedade com aqueles que precisam de amor e compaixão?


Sem qualquer sombra de dúvida devemos repulsar tudo aquilo que seja reflexo deste “espírito mercantilista natalino”. Entretanto, acredito que como portadores da verdade eterna, devemos aproveitar toda e qualquer oportunidade para semear na terra árida dos corações, a semente da esperança. Jesus é esta semente! Ele é a vida eterna! O Filho de Deus que nasceu, morreu e ressuscitou para cada um de nós. A missão de pregar o Evangelho nos foi dada, e com certeza, cada um de nós deve fazer do natal uma oportunidade de proclamação da vinda do salvador. Celebremos, irmãos, e anunciemos que o Salvador nasceu e vive pelos séculos dos séculos, amém! Ciro Zibordi

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Acorda, Cristão!


         A queda do homem criou um crise perpétua. Durará até que o pecado seja eliminado e Jesus Cristo reine sobre um mundo redimido e restaurado..
         Enquanto não chegar esse tempo, a Terra continuará sendo uma área em estado de calamidade e os seus habitantes viverão num estado de extraordinária emergência.
Os estadistas e os economistas em geral falam esperançosamente de "um retorno às condições normais", mas a verdade é que as condições nunca foram normais, desde quando a mulher viu "que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu".
         Não basta dizer que vivemos num estado de crise moral; é verdade, mas não é tudo. Para ilustrar, podemos dizer que a guerra é uma crise das relações internacionais, um rompimento da paz entre nações, mas isto é deixar muita coisa por dizer. Juntamente com esse rompimento vem a vastíssima destruição, a morte de incontáveis milhares de seres humanos, o desarraigamento de famílias, indescritível sofrimento mental e físico, desenfreada destruição da propriedade, fome, doença e mil e uma formas de misérias que brotam desses outros horrores e se alastram como o fogo por extensas porções da terra, afetando milhões de pessoas.
         Assim a queda do homem foi uma crise moral, mas afetou todas as partes da natureza humana - moral, intelectual, psicológica, espiritual e física. Todo o seu ser foi profundamente danificado; do seu coração o pecado transbordou para a sua vida inteira, afetando a sua relação com Deus, com os seus semelhantes, e com tudo e todos que o toquem.
          Há também firme razão bíblica para crrer que a natureza mesma, o mundo animal, a terra e até o universo astronômico - tudo sentiu o choque do pecado do homem e foi adversamente afetado por ele.
         Quando o Senhor Deus expulsou o homem do jardim situado na região oriental do Éden, e colocou ali querubins e uma espada flamejante para impedir o seu regresso, a catástrofe começou a crescer, e a história da humanidade é pouco mais que um registro do seu desenvolvimento.
         Não há muita precisão em dizer que quando os nossos primeiros pais fugiram da face de Deus, tornaram-se fugitivos e errantes na terra; e seguramente não é certo dizer que eles deixaram de ser objeto do amor e do cuidado dAquele que os criara e contra quem tinham se rebelado tão profundamente. Se eles não tivessem pecado, Deus cuidaria deles mediante a Sua presença; agora cuida deles por Sua providência, até que um povo resgatado e regenerado possa olhar outra vez para a Sua face.
         Os seres humanos estão perdidos mas não abandonados; é o que as Escrituras Sagradas ensinam e a Igreja foi comissionada para declarar. O viajante perdido em meio a uma tempestade de neve sabe que está perdido; a certeza de que um grupo de resgate está à sua procura é que impede que o seu conhecimento se transforme em desespero. Seus amigos talvez não o alcancem a tempo, mas a esperança de que o farão o capacita a continuar vivo quando a fome, o frio e o abatimento dizem que deve morrer.
         É só uma enchente ou um incêndio ferir uma região populosa, e nenhum cidadão fisicamente válido acha que tem direito de descansar enquanto não tiver feito o máximo para salvar quantos puder. Enquanto a morte rondar a casa grande da fazenda e o povoado, ninguém ousará repousar; este é o código aceito pelo qual vivemos. A emergência crítica de alguns torna-se uma emergência de todos, desde o mais alto oficial do governo até à tropa local de escoteiros. Enquanto a enchente mantém a sua fúria ou o fogo ruge, ninguém fala de"tempos normais".
         Em tempos de crises extraordinárias as medidas ordinárias não bastam. O mundo vive num tempo de crise assim. Somente os cristãos evangélicos (verdadeiros) estão em condições de resgatar os que perecem. Não nos atrevemos a sossegar e tentar viver como se as coisas fossem "normais". Nada é normal, enquanto o pecado, a concupiscência e a morte devoram o mundo, precipitando-se sobre uns e outros até ser destruída toda a população.
         Não dá para entender como é que pessoas que se dizem cristãs insistem em viver na crise como se não existisse crise. Dizem que servem a Jesus, mas dividem os seus dias de molde a deixar também bastante tempo para jogos e lazer, e para desfutar os prazeres carnais do mundo. Estão tranquilos enquanto o mundo arde em chamas; e podem dar muitas razões convincentes de sua conduta, chegando mesmo a citar a Bíblia, se os pressionamos um pouco. É tão fácil enganar e ser enganado. Mas quem pode enganar a DeusAdail Campelo

sábado, 5 de dezembro de 2015

Sobre os Dons Espirituais

Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas.
Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. I Coríntios 12:1-11

I. O QUE É O CESSACIONISMO E CONTINUÍSMO

A) Cessacionismo:
Origem Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cessacionismo é a visão cristã de teólogos reformados e batistas fundamentalistas, geralmente de origem puritana. Formulam que alguns dons do Espírito Santo foram úteis apenas para os primórdios da igreja cristã, tendo cessado essa manifestação no período da Igreja Primitiva.
Os cessacionistas mais radicais não aceitam o dom de curas na igreja moderna.
Outros cessacionistas defende a tese que o dom de profecias cessou na boca de profetas humanos, sendo restrita à manifestação da profecia escrita na Bíblia Sagrada.  
É unânime entre os cessacionistas que o dom de línguas, nos moldes do falar em línguas, se encerrarou nos tempos apostólicos.
Entendem os cessacionista que tais e restritos dons serviam a um propósito, a fundação da Igreja Primitiva, em momento que os apóstolos teriam que cumprir o ide sem possuir qualificação de doutores ou mestres. O encerramento do livro teria fechado toda profecia fora da palavra.

 Entre os autores conhecidos estão Richard Gaffin, John F. MacArthur e Daniel B. Wallace. No Brasil, Augustus Nicodemus está entre os cessacionistas.

B) Continuísmo
Corrente Teológica que defende a Ideia da Continuação todos os Dons Espirituais, incluindo os Dons de Profecia, Dom de Variedades de Línguas e Curas. Para os Continuistas nenhum dom foi cessado, pelo contrário continuam em plena atividade.

II. ALGUNS DONS ESPIRITUAIS FORAM ÚTEIS APENAS PARA A IGREJA PRIMITIVA?

Na Bíblia não encontramos a tal “Igreja Primitiva” e muito menos a tal “Igreja Moderna”; nos moldes traçados pela corrente do Cessacionismo. As definições sobre os Dons do Espírito Santo e os papeis das duas Igrejas inventadas pelos Cessacionistas não são condizentes com a missão da Igreja de Cristo desde os primeiros primórdios até os dias atuais. Na teoria e na pratica, tanto a Igreja nos tempos de Pedro, Tiago, João, Paulo, e, nos dias atuais tem a mesma missão: 

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém. Mc. 16:14-20

· - Pregar o Evangelho Genuíno de Cristo a toda Criatura
· - Missões de Evangelismo Nacionais e Internacionais
· - Expulsar Demônios
· - Falar Novas Línguas
· - Sinais Prodigiosos
· - Curar os Enfermos
· - Fazer Discípulos de todas as nações, tribos e línguas
· - Batizar em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt. 28: 19)
· - Ensinar a Guardar os Verdadeiros Mandamentos do SENHOR

E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. Mateus 28:17-20

· - A Doutrina do Evangelho sempre foi a mesma; (Gl 1:6-8)
· - Palavra de Deus nunca mudou (Mt. 24:25)
· - Cristo continua disposto a fazer Milagres em todo o Tempo (João 14: 12)
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. João 14:12-14

· - Cristo profetizava, falava em línguas, curava e fazia sinais e prodígios, não faremos o mesmo em nome dele, crendo nele?
-- O Espírito Santo ainda é o melhor Consolador, Ajudador e Companheiro, tornando possível superar as aflições como bom soldado (João 14: 26);
· - A fé continua quebrando as barreiras das impossibilidades, pois tudo é possível ao que crer (Marcos 9: 23)
· - Não extingais o Espírito. 1 Tessalonicenses 5:19
· - Não desprezeis as profecias. 1 Tessalonicenses 5:20
· - Jesus é o mesmo, ontem, hoje e Eternamente (Hb.
· - Sem Profecia o povo se corrompe (Pv. 29:18)
· - Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente. Hebreus 13:8
· - Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. 2 Pedro 1:20
· - Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.2 Pedro 1:21
· - De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.1 Coríntios 14:22
· E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. 1 Coríntios 14:29
· - E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. 1 Coríntios 12:10
· - E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. 1 Coríntios 14:27
· - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.1 Coríntios 13:2
- Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. 1 Coríntios 14:1

Pr. Jeferson Fabiano
http://jefersonfabianocandido.blogspot.com.br/