quinta-feira, 10 de junho de 2021

Negação do Amor Pelo Próximo: Egoísmo.

O propósito principal do homem e o maior objetivo na vida é glorificar a Deus e desfrutar Dele para sempre. O amor a Deus é a essência de toda moralidade e bondade.

Quem despreza a vida da graça, prejudica antes de tudo a si mesmo, mas prejudica também os outros; pois, quem ama Deus, procura ser útil ao próximo. Toda pessoa que vive longe de Deus prejudica a si mesmo e ao próximo.

Somos ordenados a amar a Deus, e ao próximo. O amor a Deus e ao próximo são a mesma coisa, pois de Deus se origina o amor do outro. O amor a Deus se consuma pelo amor ao próximo.

O próximo é o meio que Deus deu para praticar e manifestar a virtude que existe no homem. Todo e qualquer auxílio prestado ao próximo devem provir do amor que se tem por aquela pessoa, mas como consequência do amor que se tem por Deus.

Existe a obrigação aos homens de se ajudarem mutuamente com bons conselhos, ensinamentos, e qualquer outra obra boa de que se necessite. Amamos o próximo, espiritualmente pela oração, dando bom exemplo, auxiliando quanto ao corpo e quanto ao espírito, conforme as necessidades.

Entretanto, ninguém pode ser de fato útil aos demais através do ensino, do exemplo e da oração, se antes não cuidar de si pela aquisição interior das virtudes, que são concebidas interiormente no amor e depois se revelam, exteriorizam-se, através do próximo. Uma virtude não será perfeita, nem frutificará, senão em benefício dos homens.

O amor é a forma de todas as virtudes que se fundamentam no amor pelos outros. É do amor que as virtudes recebem a vida. Quem não ama a Deus, também não ama os homens; por isso, não os socorre. Graças ao amor que une o homem a Deus, torna-se útil ao próximo.

A origem dos pecados está na ausência do amor para com Deus e para com os homens. Pelas nossas faltas, somos o responsável dos sofrimentos que nosso próximo padece.

Somos sim, guardadores, protetores de nossos irmãos! O oposto é a escolha de si mesmo como o ser supremo. Um efeito da queda é que os homens perderam de vista a finalidade para a qual foram criados. Fomos criados por Deus para glorificá-lo e nos alegrarmos nele para sempre.

Uma forma pela qual exercemos esses chamados é servindo a Deus com os dons e talentos que Ele mesmo nos deu. Fomos vocacionados ao serviço, chamados por Deus para servir a Ele por meio de servir a ele e ao próximo:

“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10).

O egoísmo, negação do amor pelo próximo, destrói no homem o amor devido a Deus e ao outros. É a razão e fundamento de todo o mal. Ele é a raiz dos escândalos, do ódio, da maldade, dos prejuízos causados aos outros. O egoísmo é a essência da queda e o que segue são todos os outros crimes contra Deus. O egoísmo envenenou o mundo inteiro.

Adão e Eva tinham acesso a todas as árvores do jardim, exceto uma. Pois Deus os havia criado e dado um presente chamado, livre arbítrio. O poder de escolha. Deus disse a Adão que não comesse dessa árvore, mas enganados pela serpente, eles desobedeceram a Deus e passaram a olhar para si mesmos. Foi aí que o egoísmo entrou na história da humanidade.

“Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se” (Gênesis 3,7).

O egoísmo venda os olhos da fé. Pelo pecado, o homem perdeu a dignidade em que Deus o colocara...

O pecado formal do primeiro homem, Adão, contra Deus foi o da desobediência. Todavia, a desobediência não foi um pecado isolado no episódio do jardim, no qual estavam envolvidos também sua mulher, Eva e a serpente.

Esse pecado foi o resultado de uma série de coisas que foram maquinadas no coração de Adão antes que ele resolvesse obedecer a sua mulher e desobedecer a Deus. O pecado da desobediência foi acompanhado de ramificações que podem ser percebidas quando examinamos o contexto de tudo o que aconteceu no jardim de Deus.

Embora os pecados descritos a seguir não sejam explicitados na Escritura, uma boa análise do que se deu no jardim de Deus nos aponta seus vestígios, ainda que de forma incipiente: rebelião, cobiça, egoísmo, soberba, ingratidão, incredulidade.

De todas as formas, o pecado é voltar-se a si mesmo, o que é confirmado na forma como vivemos nossas vidas. Chamamos a atenção para nós mesmos e nossas boas qualidades e realizações.

Minimizamos os nossos defeitos. Buscamos favores especiais e oportunidades na vida, querendo uma vantagem extra que ninguém mais tem. Exibimos vigilância por nossos desejos e necessidades enquanto ignoramos os dos outros. Em suma, nós nos colocamos no trono de nossas vidas, usurpando o papel de Deus.

O egoísmo faz com que todas as coisas girem em torno de nós próprios. Por isso, sempre pensamos em ter a melhor parte para nós. Quando sou confrontado com duas escolhas, eu escolho aquela que mais me beneficia. Na verdade, o que um egoísta faz é ignorar a Deus porque, em última instância, ele faz do seu eu o próprio deus.

Adão comeu do fruto proibido porque preferiu as suas próprias leis às leis de Deus. Adão foi punido porque ele deu preferência à sua própria vontade, e não à de Deus. Ele preferiu se satisfazer a satisfazer a Deus. Provavelmente ele não compreendeu plenamente que a satisfação da vontade de Deus acaba sendo a nossa própria satisfação.

A desobediência também foi um pecado de egoísmo, uma das raízes iniciais do pecado em nossa vida. Desde pequeninos começamos a pensar mais em nós mesmos do que nas outras pessoas. Nós somos a pessoa mais importante do mundo.

A partir desse dia, os homens passaram a considerar suas próprias vontades, emoções, pensamentos e interesses mais importantes do que a Vontade de Deus e do próximo. Então o homem passou a experimentar dor e sofrimento, por causa do pecado de Adão.

Brigas, divisão, divórcio são frutos do egoísmo do coração do homem. Herança do pecado de Adão.

Mas Deus nos amou. Ele quis se reconciliar com a humanidade e por isso nos enviou Jesus, seu bem mais precioso.

“Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele” (I João 4,9).

Jesus veio nos mostrar o caminho do amor, que é o contrário do egoísmo. Jesus esvaziou-se de si mesmo. Ele nos serviu ao ponto de morrer por nós.

Jesus é o Amor, o mais puro amor. O amor, ao contrário do egoísmo, produz unidade e não separação. Jesus veio nos mostrar o modelo de relacionamento perfeito.

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