sexta-feira, 13 de setembro de 2019

A importância do Evangelho na História e a Pós-modernidade”


“Cada pessoa, mergulhada em si mesma, comporta-se como se fora estranha ao destino de todas as demais. Seus filhos e seus amigos constituem para ela a totalidade da espécie humana. Em suas transações com seus concidadãos, pode misturar-se a eles, sem no entanto vê-los; toca-os, mas não os sente; existe apenas em si mesma e para si mesma. E se, nestas condições, um certo sentido de família ainda permanecer em sua mente, já não lhe resta sentido de sociedade.” — Tocqueville* 
A modernidade ou mundo civilizado contribui com o que de melhor o homem pode experimentar. Mas ela trás também a maior ameaça e o maior desafio que o Cristianismo jamais experimentou. Sendo a própria igreja uma ameaça à Igreja do Cristianismo. Para Rubem Amorese, a ameaça da modernidade para o Cristianismo é o desafio de preservar o propósito original da aliança de Deus com o seu povo, de conseguir simplesmente ser Igreja. 
“A cultura moderna é o molde com o qual todos fomos moldados e que somente podemos reconhecer, rejeitar e mudar por meio da perspectiva exterior de Deus em meio a nossa ignorância causada pela massificação uma ignorância agudizada, de certa forma, pelo excesso de informação”.  
Falar de tempos modernos é falar de contradições trazidas pelos fenômenos da pluralização, privatização e secularização, com todas essas mudanças precisamos viver nesse novo tempo. A postura ideal diante dessa nova dimensão existencial permanece sendo a de Josué: “Vamos e possuamos essa boa terra que o Senhor nos dá”. A modernidade pode e deve ser vista como um tempo de coisas boas de Deus para o seu povo; no entanto, como Moisés disse, nem tudo o que ali existe nos é permitido; nem tudo edifica; nem tudo agrada a Deus. Daí o refrão de Moises: “Guarda-te que não esqueças o Senhor que te tirou da terra da servidão”. 
A transformação de identidade e consciência deve ter estado no centro os das preocupações Paulinas (e certamente também nas de Moisés, quando se preparava para entrar em Canaã), distanciando o elo dentro das famílias e das igrejas, discriminando o conceito do bem e do mau, deixando o essencial perder seu valor focando em coisas superficiais. 
Na modernidade, entendida aqui como  antecessora da pós-modernidade, o Evangelho foi um dos fatores que transformou o mundo da Idade Média. A partir das iniciativas de homens como John Wycliffe, John Huss até Martinho Lutero, a ruptura da estrutura das relações comerciais, sociais, políticas que eram fortemente referenciadas pela Igreja Católica, foi baseada no entendimento encontrado na Bíblia. A coragem e a fé destes homens nas Escrituras foi determinante na divulgação da verdade libertadora. 
Para outros autores como Zigmunt Bauman, a pós-modernidade é uma modernidade líquida contraposta ao que até então era duradouro e agora é fragmentado, enfraquecido, efêmero. Os discursos longos passam a ser rejeitados em conjunto com o avanço das tecnologias nos transportes, nas comunicações e nas relações sociais. Este tempo é, portanto, um tempo de insegurança porque entende-se que a verdade é relativa; cada um tem a sua e a de ninguém é melhor do que a do outro.  Insegura também pois a idéia do “eu mereço ser feliz”, tem foco na privacidade e no individualismo.
O Reverendo Hernandes Dias Lopes fala da pós-modernidade em três características: pluralização, privatização e secularização. Pluralização pois o mundo tem muitas ideias, culturas, filosofias, cosmovisões. Privatização porque cada um cuida da sua vida e é dono do seu destino; cada um tem a sua opinião. Secularização pois Deus e outros “padrões antigos” estão cada vez mais longe da agenda dos homens. 
Diante disso temos uma resultante no caos, desconstrução da família e desvalorização do ser humano. Esta situação é contraposta a uma solução chamada “Evangelho de Jesus Cristo”. Este, por sua vez apresenta o Salvador como verdade absoluta, luz da vida, único caminho, autor da aliança eterna, Rocha dos Séculos. A Palavra de Deus devolve ao coração dos homens a segurança, a direção e a paz enfim. 


Bibliografia 

Icabode – Rubem Martins Amorese – 2000 – Editora Ultimato

Bauman Modernidade Líquida
https://www.youtube.com/watch?v=S6CL_YW6a6Y

Pós-modernidade características
https://www.youtube.com/watch?v=3Uabka-PvtM

* Alexis de Tocqueville (1805 – 1859) foi um pensador, político, historiador e escritor francês

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