Wilson Bentley foi um fazendeiro e meteorologista estadunidense de Vermont, pioneiro da microfotografia dos cristais de neve. Em 1931 ele publicou um livro intitulado Snow Crystals (Cristais de Neve). Sua obra, com inúmeras micro fotos em preto e branco, ilustrando as diferentes formas desses cristais, é referência ainda hoje.
Depois de fotografar milhares de cristais de neve, Bentley observou que:
• Não há dois cristais iguais
• Todos são de um padrão formoso
• Todos são hexagonais
Os cristais de neve, como tudo o mais, são controlados por Deus. O justo Jó exaltou a Deus, dizendo:
“Com sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas que não compreendemos. Porque ele diz à neve: Cai sobre a terra…” (Jó 37.5-6).
E o salmista:
“Ele envia as suas ordens à terra… dá a neve como lã e espalha a geada como cinza” (Sl 14715-16. Ver 148.7-8).
Tente imaginar quantos bilhões, trilhões ou quatrilhões de cristais de neve caem sobre uma pequena extensão de terra durante uma curta tempestade, sendo que cada cristal tem um formato específico e sua própria beleza, sem duplicata… Impressionado, A.J. Pace, famoso desenhista cristão evangélico, contemporâneo de Bentley, perguntou-lhe como ele explicava essa infinita variedade e beleza dos cristais de neve. Bentley, encolhendo os ombros, respondeu: “Somente o Artista que os desenhou pode explicar!”
O citado A.J. Pace observou que os cristais de neve, de algum modo, envolvem o número 3. Formam-se nas nuvens quando a temperatura destas cai abaixo de zero graus; são água gelada. E a água, como sabemos, é composta de três moléculas, 2 de hidrogênio e 1 de oxigênio (H2O). O mais curioso é que a palavra hebraica para neve,
(sheleg), tem três letras e, na numerologia hebraica, equivale ao numero 333. Não precisa ser poeta para pensar nos belíssimos cristais de neve como rubricas das três Pessoas da Santíssima Trindade em sua Criação!
Pasmamos diante desta criação, os minúsculos cristais de neve… e todas as outras maravilhas que observamos na natureza. Todavia, nada se compara ao homem criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27). Com reconhecimento e gratidão, o salmista orou:
“Tu me moldaste por dentro e por fora; tu me formaste no útero da minha mãe. Obrigado, grande Deus – é de ficar sem fôlego! Corpo e alma, sou maravilhosamente formado! Eu te louvo e te adoro – que criação!” (Sl 139.13-15, Bíblia A Mensagem, E. Peterson).
Não há muitas referências à neve na Bíblia, certamente porque a Palestina é uma terra muito quente. Todavia, a brancura da neve é usada em algumas passagens como ilustração de purificação do pecado e de pureza moral (Sl 51.7; Is. 1.18). Na visão apocalíptica de Daniel, o “Ancião de dias”, Deus no seu trono de julgamento, aparece usando uma “veste branca como a neve” (Dn 7.9). Quando Jesus transfigurou-se diante dos seus discípulos mais chegados, “suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro da terra as poderia alvejar” (Mc 9.3). A King James Version (KJV, famosa versão inglesa) traduz “exceeding white as snow”(sobremodo brancas, como a neve). O anjo do Senhor que desceu do céu e removeu a pedra que fechava o sepulcro de Jesus, também usava uma veste “alva como a neve” (Mt 28.3; Mc 16.5).
Como pode alguém duvidar da existência e da obra criadora e redentora de Deus? Se ele aplicou e aplica poder, sabedoria e tamanha criatividade a essas gotículas de água gelada, os cristais de neve, e se ele nos criou “de modo assombrosamente maravilhoso”, ele é capaz de tudo, inclusive e principalmente de redimir, purificar e santificar nosso caráter, tornando-nos, moral e espiritualmente falando, “brancos como a neve”. Entretanto, como os cristais de neve, somos todos diferentes uns dos outros e… lindos. O apóstolo Paulo garantiu aos cristãos de Filipos:
“Aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
Naquele dia, pela graça de Deus, estaremos, com milhões de outros, diante do trono de Deus e do Cordeiro, Jesus, vestidos de vestiduras brancas, lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro (Ap 7.9-14; I Jo 1.7-9). Amém!
Eber Lenz Cesar
Recife, 1979. Reescrito em 08/11/2012, no Rio de Janeiro.
Anos atrás, quando ministrei esta palavra na Igreja Presbiteriana das Graças, em Recife, uma querida irmã e ovelha, Juraci Fialho Viana, escritora, hoje com 103 anos, escreveu para o boletim dominical da igreja o poema a seguir:
Mistérios da Criação
A uma ordem do Senhor, os cristais de neve, microscópicos, caem sobre a terra. Aos milhões, aos bilhões, aos trilhões… numa avalanche macia, branca… Cada cristal de neve tem sua própria forma, estranhas figuras geométricas, Traçadas sob o compasso, a régua, o esquadro, os cálculos da matemática divina. Às vezes, eles são círculos, ângulos, traços retos, sinuosos, paralelos, Outras, são estrelados, florados, ponteagudos ou bordados com fios de ouro e prata, de enredada filigrana, Desenhados todos na base do hexágono. Pintados com tinta celeste, eles têm manchas jamais vistas, de todas as cores do universo. Invisíveis a olho nu os microscópicos cristais de neve são um segredo, um mistério de Deus no seio da branca neve. Ó criatividade divina! No entanto, Senhor, o que me extasia mais do que o teu poder criador é pensar que tu és Deus, Imenso, poderoso, tremendo e majestoso, o artífice dos cristais de neve. És o Deus a quem chamo “Pai”, com quem converso, que me escuta, Que para mim inclina os ouvidos no meio do seu trabalho universal. Então, Senhor, pasmada, eu concluo: a despeito de minhas fraquezas e notória imperfeição - Ó graça inaudita! – Sou para ti mais… muito mais Do que os incrivelmente microscópicos, formidáveis cristais de neve!
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