O
perdão divino vai muito além do que simplesmente declarar alguém inocente. O
perdão de Deus não só remove a condenação, como oferece poder para que o
pecador não continue na prática do pecado. O perdão tem que ver com a
transformação do interior. O perdão não é somente necessário para eliminar a
culpa por estarmos manchados pelo carmesim ou pela escarlata. O perdão de Deus,
vai além. Ele transforma isso à semelhança da cor da neve ou da lã,
simbolizando pureza.
Na
triste experiência de Davi, rei de Israel, ao cometer uma sucessão de pecados
iniciado no adultério com Betseba, foi ele despertado pelo profeta Natã.
Reconhecendo seu pecado, o inspirado rei escreveu o Salmo 51. Aí encontramos três
pedidos específicos que nos ajudam a entender a extensão dos efeitos do perdão
de Deus em nossa vida.
Nos
versos 1 e 2, Davi pede a Deus respeitosamente perdão e purificação.
Interessante esse pedido. Em I Jo. 1,9, nós lemos que Deus é fiel para nos perdoar e nos purificar. Em Jo. 19,4, lemos que “um dos soldados feriu a Jesus no lado com uma lança,
e logo saiu sangue e água.” O sangue é o símbolo do perdão e a água o símbolo
da purificação. Com a morte de Cristo, não só é perdoado todo pecado, mas também
é purificado aquele que o praticou. Davi rogava a Deus por perdão e purificação.
E o terceiro pedido do rei que encontramos nessa oração do Salmo 51,10: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito
reto”. Davi pedia transformação interior.
O perdão isenta de condenação. Jesus já pagou o preço e sofreu a
sentença! A purificação limpa a sujeira deixada naqueles que se envolvem com o
pecado. E a transformação interior, como resultado da atuação do Espírito Santo
na vida humana, capacita o home a viver segundo a vontade de Deus
reclamada nas Escrituras.
Alguns
julgam que para reclamar a bênção do perdão devem primeiro demonstrar que estão
reformados. Mas isto não é assim! Jesus aprecia que nos acheguemos a Ele assim
como somos, pecadores e desamparados. Podemos ir a Ele com todas as nossas
fraquezas, leviandades e pecaminosidades. É Seu prazer nos receber em Seus braços
de amor, perdoar nossos pecados e nos purificar de toda a impureza.
Aqui
é onde milhares erram – não creem que Jesus lhes perdoa. Mas devemos saber que é
privilégio de todos os que quiserem, pois, perdão é oferecido amplamente para
todo pecador.
As promessas de Deus são para você e para mim também. Elas
são para todo transgressor arrependido. Força e graça foram providas por meio
de Cristo, sendo levadas para todo aquele que crê. Ninguém é tão pecaminoso que
não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus.
Deus
não trata conosco da mesma maneira que os homens mortais tratam uns aos outros.
Os pensamentos do Pai Celestial são de misericórdia, amor e terna compaixão. Em
Is. 55,7, temos o convite: “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem mau os
seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para
o vosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Que promessa maravilhosa! Deus é
grandioso em perdoar!
Satanás
está pronto para tirar de nós toda centelha de esperança e todo raio de luz.
Mas não devemos consentir com as insinuações do inimigo do bem. Não devemos dar
ouvidos ao tentador e sim lembrarmos que Jesus morreu para que pudéssemos
viver. Deus desfaz nossas transgressões como a névoa desfaz os pecados e a neblina
(Is. 44,22).
Sim,
temos um Pai compassivo que está ansioso para nos perdoar. A parábola do filho
pródigo, em Lc.15 confirma essa verdade. Mesmo
possuindo riquezas e conforto, o filho mais jovem pediu ao pai sua parte da herança
e saiu em busca de prazeres numa terra distante.
Tendo
gastado toda a sua fortuna foi abandonado pelos próprios amigos na mais
completa miséria. E enquanto cuidava de porcos se alimentava da comida deles e
lembrava de quantos empregados na casa do pai estavam em melhores condições.
Então decidiu o que haveria de dizer ao pai e tendo se levantado partiu em direção
à casa paterna.
Veja a atitude do pai para com o filho pródigo. “E quando ainda estava
longe, seu pai o viu, e movido de íntima compaixão, correndo lançou-se-lhe ao
pescoço e o beijou.” É assim que Deus promete tratar a todos nós que nos
extraviamos nos caminhos do pecado.
Em
Jr. 31,3 temos outra declaração maravilhosa: “Com amor eterno te amei, com
bondade te atrai.” Amigo, cada desejo de voltar para Deus não é senão a
atuação do Espírito Santo, atraindo o perdido para o amante coração paterno.
O
filho pródigo caiu aos pés do pai e reconheceu ser indigno de ser tratado como
filho. Pede para ser recebido como empregado. Mas o pai não só perdoa, purifica
e também ordena que a condição do filho seja transformada. Vestes, anel e uma
grande festa marcam o retorno ao lar. E é assim que Deus quer fazer conosco. Ao
aceitarmos Seu convite e nos aproximarmos dEle como somos e estamos, o infinito
amor do Pai nos oferece o perdão, purifica e nos transforma.
Além
de ser nosso advogado (I Jo. 2,1) Jesus também promete jamais se lembrar de
nossos pecados (Salmo 103:12). Não esqueça disso. Deus quer jogar todo o seu
pecado nas profundezas do mar (Mq. 7,19) e oferecer uma vida renovada pelo
Seu amor e pelo Seu poder. É só querer. É só aceitar agora.
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