terça-feira, 1 de outubro de 2013

Moral e Ética Cristã

O que são valores?  Valor é um conjunto de qualidades que determina o mérito e a importância de um ser referente ao binômio BEM e MAL. Por exemplo: Caráter, Honra, Fidelidade, Idoneidade. Ex: Se quero fazer um contrato, procuro uma pessoa honesta. Se quero casar, procuro uma pessoa que seja fiel, que telha caráter. Nós nascemos com valores, com razão independentes do credo, religião, porque todos nós nascemos com uma lei eterna que sempre diz "Faça o bem e evite o mal" - este é o princípio da ética. E nós sabemos quando agimos corretamente porque essa lei está dentro de cada um de nós na faculdade que se chama CONSCIÊNCIA.

Se a Ética representa o costume ou conjunto de atos que uma comunidade ou uma pessoa realizam porque os consideram válidos, então a Ética Cristã responderá pelos costumes ou conjunto de atos praticados pelos cristãos. E se alguém se preocupa com os bons costumes, os cristãos deverão encontrar-se na primeira linha de ataque. Ataque àquilo que é mau e contrário aos costumes dos cristãos mais antigos. A palavra “ethos” aparece 12 vezes no Novo Testamento (Lucas 1:9; 2:42; 22:39; João 19:40; Atos 6:14; 15:1; 16:21; 21:21; 25:16: 26:3; 28:17; Hebreus 10:25) e significa estilo de vida, conduta, costume ou práticas. O plural “ethe” aparece em I Coríntios 15,33 quando se diz que “as más conversações corrompem os bons costumes”.
O cristão não vive de tradições!! Apóia-se na Bíblia, que é a sua regra de fé, busca a direção de Deus para a sua vida através da oração e comunhão com o Criador. A Bíblia é o Livro do Deus vivo e conseqüentemente um Livro vivo. Os seus textos, aparentemente conservadores, encerram mensagens vivas e atuais para a nossa vida. Há, porém, um aspecto que não se deve perder de vista; a maneira simples e piedosa de aceitação do Evangelho, o modo de proceder em cada situação e outras qualidades que foram transitando através dos tempos entre os filhos de Deus. São esses costumes que constituem a Ética Cristã. Se há costumes respeitados pelos cristãos que vêm desde épocas distantes, não há razão para serem postos de lado agora. Sim, se os cristãos do passado eram abençoados procedendo de certa maneira, devemos continuar com esses bons costumes nos dias de hoje.

Não podemos ser “pescadores de aquário”, como diz o bispo de Friburgo Dom Rafael Cifuentes. Eu preciso ser exemplo (“Sal da terra e luz do mundo”) perante minha família, meu ministério, minha Igreja sempre, em todo o lugar e a toda a hora!!! O que adianta eu ser uma pessoa na igreja, nos encontros e eventos e outra totalmente diferente com a minha namorada, com meus amigos... Mascarado não dá mais pra viver! Temos que fazer nossas escolhas, sair de cima dos muros da indecisão (Ap 3, 15-16)

Deus não quer homens e mulheres conformados com este mundo (Rm 12, 2); é preciso ir além e não tomar a forma dada por uma vida paganizada. Antes devemos, convertendo-nos para o Senhor, deixar renovar a nossa mente. Essa é a única maneira de discernir a vontade de Deus. Todo aquele que assume a Fé em Jesus, deve assumi-la incondicionalmente “Aquele que vive E crê em mim jamais morrerá” (Jo 11, 26) Se somos cristãos, devemos seguir o exemplo de Jesus. "Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou." (1Jo 2, 6) Não podemos apresentar um Jesus deformado, quando não aceitamos a renovação da nossa vida. Lembre-se sempre: O ouvido mais próximo de suas palavras, não é o do irmão, é o seu!!! . “Meu justo viverá pela fé, mas se voltar atrás não contará com a minha estima” (Hb 10, 38). Não podemos criar um novo catecismo, viver e pregar o nosso próprio Evangelho, anunciar um Cristo light. A oração deve orientar a nossa vida e devemos aproveitar dos nossos momentos de intimidade com Deus para pedir as diretrizes que nos vão conduzir. Quem reza e não ouve a Deus é como um cego diante de um imenso horizonte, só faz idéia por aquilo que lhe dizem e não pelo que de fato experimentou.

Assim, a Ética Cristã não exclui a razão, mas aplica-se à obediência a Cristo. Na sua essência é normativa, enquanto a Ética secular é descritiva. A Ética Cristã é também ensino, mandamento, diretriz, enquanto os costumes são variáveis e flexíveis. Os Dez Mandamentos constituem o primeiro tratado de ética dado pelo Senhor com o propósito de regular o comportamento humano no cumprimento dos seus deveres para com Deus, para com o próximo e para consigo próprio. A Ética Cristã é normativa porque se baseia em normas estabelecidas pelo Criador.

Há costumes dos povos que se desatualizam: as modas passam, e até outros aspectos que caem em desuso devido à sua pouca expressividade. Porém, as nossas reações, a maneira de proceder, o comportamento, a apresentação e muitos outros valores próprios de quem vai viver com Jesus por toda a Eternidade, não devem passar de moda. Os cristãos ficam abismados e indignados ao ver que essa sociedade de padrões morais supostamente flexíveis, a qual se recusa a aceitar parâmetros de certo e errado, tende a condenar veementemente os cristãos que desafiam as suas idéias. “O Deus de vocês só sabe condenar”, anunciou-me uma amiga minha – sem perceber ou talvez sem se importar com o aspecto de que ela mesma estava julgando o nosso amado Deus.

 Um cristão deverá ser diferente dos não-cristãos?? Sim. Refiro-me a ser diferente para melhor. Não a chamar a atenção imediata por vestir algo muito antigo ou extravagante, mas pela sua postura. O cristão deverá deixar uma boa impressão, o bom cheiro de Cristo, como a Bíblia refere. Não basta ser cristão; é preciso parecer também que o é. Não é suficiente ter uma boa moral; é necessário não deixar dúvidas a esse respeito. Como deverá ser a atitude de um católico face à guerra? E quanto à responsabilidade social? E o sexo? A Homossexualidade? Como deverá ser visto o controle de natalidade? Qual a posição de um cristão quanto à eutanásia, suicídio, pena capital e aborto? Ecologicamente como estamos? Como procedemos? Atendemos às normas sociais e às condutas bíblicas? E os reais valores?

Pela ginástica do raciocínio comum hoje, os escritores dizem que não podemos mais retomar aqueles valores ingênuos, pois os problemas da sociedade atual são por demais complexos e esmagadores. E quais são esses problemas? Gravidez na adolescência, disparada do número de divórcios, doenças sexualmente transmissíveis, pais ausentes, famílias criadas só pelo pai ou só pela mãe, vulgarização e exploração do sexo na mídia, conflitos raciais, violência nos meios de comunicação, violência das gangues, crianças que matam sem remorso... A lista assustadora parece não ter fim. Isso deixa os cristãos decepcionados e desconcertados, pois são exatamente os problemas que poderiam ser resolvidos – ou pelo menos atenuados – por meio do comprometimento com a moral bíblica. São problemas que se exacerbaram justamente quando a sociedade abandonou os valores cristãos. A coincidência é grande demais para não ser levada em consideração.

Para compreender o fervor moral dos cristãos, os não cristãos precisam entender que a nossa moral começa não por uma lista de mandamentos, mas pelo relacionamento com Deus. Em conseqüência de ter fé em Cristo e de conhecê-lo, é claro que tentamos segui-lo em nossos atos. As suas leis ajudam a segui-lo com maior fidelidade e de maneira mais inteligente. Elas dão uma referência objetiva quando somos assaltados por dúvidas ou desviados pelos desejos. Como nem sempre queremos obedecer a Deus, as suas leis morais evitam que vivamos segundo os caprichos dos sentimentos.


Em todos esses estágios da sociedade, há pessoa cuja religião é sincera e viva e cuja moral não é apenas uma máscara, mas procede do coração. Um ensinamento vital tanto da fé judaica quanto da religião cristã é que Deus conserva um “remanescente” de fiéis, testemunhando a sua santidade e a sua misericórdia. A partir do testemunho e das orações desse remanescente, pela misericórdia de Deus, vem novamente a renovação espiritual. As pessoas se voltam para Deus. A conduta delas muda, pois são transformadas no íntimo pelo Espírito Santo. A moral é incorporada, e a sociedade se renova porque as pessoas se renovam. Esse é o “reavivamento” que os cristãos esperam e pedem em oração – primeiro espiritual, depois inevitavelmente moral. Não podemos brincar se ser Igreja!

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