sexta-feira, 7 de junho de 2013

Este é o meu Filho Amado!




O grande quadro pintado no Novo Testamento é que o mundo será posto nas mãos do Filho de Deus, e que de todas as nações e tribos e famílias um povo está sendo reunido, salvo e separado do presente mundo mau e transferido para o reino do amado Filho de Deus. Ele foi exaltado a Governador e Salvador, e Ele salvará todas estas pessoas.

Até no Velho Testamento vocês podem ler sobre isso. Ali vocês verão uma pessoa descrita como o Anjo da Aliança, sempre presente nos momentos cruciais. E todos quantos estudaram este assunto através dos séculos concordam que este não é outro senão o Senhor Jesus Cristo, manifestando--Se, antes da Sua vinda real e concreta ao mundo, no que se costuma chamar de teofania, uma manifestação de Deus na forma de ser humano.

Por que será que o Senhor interfere? Porque o mundo é dele. Todo a obra de nossa salvação foi posta em Suas mãos. Os antigos teólogos de séculos passados costumavam dizer, e penso que há boas evidências na Bíblia para o que eles diziam - que, antes dos tempos, reuniu-se um grande Conselho entre o Pai e o Filho e o Espírito Santo para tratar da questão do mundo e sua salvação. E a decisão do Conselho foi que essa questão fosse entregue ao Filho, e o Filho a tomou e disse: "Eis-me aqui; envia-me". E então Lhe foi dada a autoridade, o poder; Ele foi feito o Governador. E Lhe foi dado tudo o que era necessário para habilitá-lo a ser o Salvador. E assim Ele foi Aquele que esteve com a Igreja no Velho Testamento, como posteriormente nos foi dito por Estêvão.

Pois bem, essas coisas são apenas prefigurações do Velho Testamento. Mas depois este bebê nasceu, fez-se homem, e empreendeu o Seu ministério público. Duas vezes Deus disse desde o céu: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3:17; 17:5). Isso foi Deus estabelecendo-o, nomeando-o Governador. Assim como José foi exaltado por Faraó e pelo anel posto em seu dedo, e por um pronunciamento ordenando que todos o ouvissem e se inclinassem e se ajoelhassem diante dele, e fizessem exatamente tudo o que ele dissesse, assim também Deus fez esse pronunciamento acerca de Seu Filho; e na transfiguração Deus disse também: "Escutai-o", "A ele ouvi" (Mateus 17:5; Marcos 9:7). Deus ordenou ao universo que O ouvisse. Ele O designou; Ele O estabeleceu nesta posição.
Não somente isso, Deus deu a Seu Filho o poder que era necessário para levar a cabo estas funções. Deu-lhe a capacidade e o entendimento de que Ele necessitava; deu-lhe o poder de operar milagres. O nosso Senhor vivia dizendo isso. Ele disse: não sou eu que realizo estas obras. "O Pai, que está em mim, é que faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras" (João 14:10,11). Deus Lhe deu poder na vida, e ainda mais na morte. Nem a morte O pôde derrotar. "Ao qual Deus ressuscitou", disse Pedro, "soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela... nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção" (Atos 2:24,27). Impossível, devido ao poder de que Deus O revestira.

E então, após a Sua ressurreição, Ele apareceu a Seus discípulos e os enviou a pregar. Eram apenas um punhado de homens, nada importantes e insignificantes - isso não teve a menor importância. Disse Ele: "É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações... e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos" (Mateus 28:18-20).

Os escritores do Novo Testamento rivalizam uns com os outros na declaração do poder do nosso Senhor ressurreto. Ele foi exaltado, diz Paulo aos Efésios, "acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro" (Efésios 1:21). Ele está acima de todos.

Por Martyn Lloyd-Jones

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