quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mas, o que é pecado?

Existem, hoje em dia, vários tipos de pecado. Pessoas ditam aquilo que é certo e errado, leis ditam o que é certo e errado, a ética dita o que é certo e errado.
Mas então, o que é pecado?

Pecado, dentro do padrão sociológico, é aquilo que foge do correto, da linha de medir, dos ditos litúrgicos, dos juízes, da ideia do normal...

Mas, posso responder esta pergunta de uma outra forma.
Hoje, nos púlpitos e nos ensinamentos eclesiásticos, pecado é tudo aquilo que a igreja prega como sendo errado. Se você faz algo que contraria os ensinamentos da igreja, então você peca. Se há alguma transgressão de lei, então você peca, pois não há pecado sem lei.
O que mais se vê nos púlpitos evangélicos são pregações do tipo:
“Como ter uma vida abençoada?” ou “Dez passos para uma vida de intimidade com Deus”.

Todavia, estes temas querem dizer:
-Saiba como agradar a Deus!
-Não desobedeça as ordenanças e conceitos ditos em púlpitos, ou proferidos por supostos homens de Deus.
Deus utilizou leis no Antigo Testamento para colocar o povo de Israel dentro de sua linha, leis que traziam benefícios. Paulo chama a lei de aio (educador), lei que poderia moldar o coração do povo, que os ajudaria a terem uma vida melhor, uma vida repleta de amor e paz.
Enfim, pecado é tudo aquilo que é imposto.
Nossas leis são colocadas pela sociedade, por políticos, pela ética ditada dentro da cultura do país ou região. As leis ditam o certo e o errado.
Mas, tem uma coisa que me intriga, para o padrão de caráter, de amor, de relacionamento, de liderança, de serviço, não cabem os padrões de certo e errado usados pelas pessoas.

Jesus, em seu relacionamento com as pessoas, não se prendia a assuntos relacionados à vida íntima delas. Falo aqui de relacionamento, e para isso não vejo Jesus julgando ou apontando o dedo, aliás, vejo sim Ele apontando o dedo para os religiosos, para o povo da igreja, para os doutores da palavra, os que se julgavam certos. Para esses, Jesus não só apontava o dedo como os chamava de “raça de víboras”, “povinho que se justifica por aquilo que faz”. Paulo revela esse tratamento íntimo, quando fala para a igreja de Corinto que Jesus não estava no mundo para imputar pecado, e sim para reconciliar o mundo com Deus, e mais, fala que todo aquele que nasce de novo em Cristo, recebe esse ministério de reconciliar o mundo com Deus, e não imputar pecado.

A Igreja é boa para tirar pessoas do céu e lançá-las no inferno. Se você transgredir uma lei, a graça não super abunda o pecado e a pessoa se torna uma condenada ao inferno. Líderes religiosos sentem-se no direito de deixarem pessoas no “banco” por cometerem alguma falha, e a santa ceia que é para relembrar que nosso pecado foi dizimado na cruz de Cristo, também é retirada.
Não vejo Jesus utilizando de leis para lidar com as pessoas, muito pelo contrário, vejo Jesus amando Pedro depois da traição, e também a mulher que foi condenada por adultério.

Hoje as igrejas utilizam o “pecado” para separar pessoas dignas do inferno ou dignas do céu. Se você desobedece uma lei, como por exemplo, sexo antes do casamento, então você está condenado. Se você não andar de acordo com o que os pastores ditam como sendo o correto, então você está ferrado! (rsrs). Vejo pessoas disciplinadas que ficam no “banco” durante meses ou até anos com o coração quebrantado, e mesmo com o pecado perdoado, por ter sido confessado, essas pessoas são tratadas como sendo as piores pecadoras do mundo, pois o pecado acaba se tornando maior que a pessoa. Jesus quebrou paradigmas de pecado curando no sábado, trabalhando no tal “dia santo”, falando com gentios, indo até pessoas que não faziam parte de seu então povo (Judeus), porque “Ele veio para os seus, mas o seus não o receberam”.

Então, pecado já não mais é o que Deus imputa, mas sim o que os outros imputam. Porém, Paulo fala para sermos imitadores dele como ele é de Cristo. Precisamos ser como Cristo é, então não cabe a nós impormos leis e condenarmos pessoas ao inferno. O próprio Paulo em II Coríntios 5:19 fala que Deus estava reconciliando o mundo em Cristo e não imputando pecado aos homens, e fala que esse ministério foi deixado a nós, logo, não cabe a nós imputarmos pecado algum às pessoas.

Os líderes religiosos atuam como se estivessem engessando as pernas das pessoas para não as desviarem de seus propósitos, e assim, acabam impossibilitando-os de voarem como águia, e até mesmo anulando o papel do Espírito Santo de consolar e de convencê-las do certo e do errado.

Então, o processo que acontece de glória em glória e que leva a pessoa ao crescimento espiritual, não é respeitado pela igreja, de forma que, para a igreja, pecado é todo ato de “desobediência” aos ensinamentos eclesiásticos. Porém, para os que entendem o Espírito da Palavra, pecado é tudo aquilo que não provem de amor e nem de fé.

Daniel Soares.

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