sábado, 23 de fevereiro de 2019

Batalha Espiritual


“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas”. (II Cor. 10,4)

Embora vivendo em um corpo de carne, não se trata de batalhas cristãs, segundo os métodos humanos, mas sim segundo aqueles que encontram apoio no poder de Deus. Assim, armas carnais e humanas tais como o egocentrismo, a habilidade, a riqueza, a eloquência, o poder de persuasão, a influência, a esperteza etc..., são em si mesmas inadequadas para destruir as fortalezas, que correspondem aos conselhos e raciocínios arrogantes dos homens em suas argumentações contrárias à palavra de Deus. As armas poderosas em Deus para destruição de tais fortalezas, dos conselhos e altivez que se levantam contra o conhecimento de Deus, são aquelas que provêm de Deus, tais como oração, fidelidade incondicional à Deus e a sua Palavra, humildade, compromisso com a verdade etc... É através destas armas que levamos cativo todo entendimento à obediência de Cristo (2 Co 10.5).
           
A luta contra os poderes das trevas é algo ininterrupto. Todo cristão precisa saber como proceder diante das ofensivas de Satanás. Ele, normalmente, age de forma sagaz, com artimanhas secretas. Quando o cristão negligente percebe, já está enrolado até o pescoço.

E não é de se admirar, pois o próprio satanás se transforma em anjo de luz (2 Co 11.13-15).

Contra as astutas ciladas do diabo – Sem nenhum estardalhaço nem tocando sirene, o inimigo trabalha de forma disfarçada para ninguém perceber que é ele. Aliás, em muitos casos, só depois do estrago (alguns irreversíveis), é que se descobre que foi o diabo.

1 Cr 21.1: “Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel”.
Jó 1.6,7: “E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela”.
Zc 3.1: “E ele mostrou-me o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor”.
Mt 16.22,23: “E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens”.
Lc 22.31-34: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos. E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte. Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces”.

O diabo lança dardos inflamados – O adversário não se cansa, trabalha procurando a quem possa tragar (1 Pe 5.8). As forças espirituais do mal agem sem cessar. Não vence pela força, mas com astúcia e pela insistência.

Em Ef 6.16, quando Paulo lista as partes da armadura de Deus, ele fala do escudo da fé, com o qual o crente pode apagar todos os dardos inflamados do maligno. Paulo traz neste versículo uma analogia aos dardos inflamados usados em campos de batalha.

O que eram esses dardos inflamados? Eram estopas embebidas em alguma substância inflamável, que eram acesas e lançadas em flechas contra o adversário. Havia naquele tempo escudos muito frágeis feitos de madeira. Os inimigos lançavam esses "dardos inflamados" para queimar o escudo e tornar vulnerável o corpo do soldado para ser atin­gido. Assim é esta uma das formas de ação do maligno. Ele tenta atingir o cristão atacando-o com dúvidas em meio a situações que lhe são contrárias. É por meio da firme confiança no Senhor e na sua soberania que o cristão pode apagar todos os dados inflamados do maligno ainda que as circunstâncias lhe sejam adversas.

Sl 56.3,4: “Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti. Em Deus louvarei a sua palavra, em Deus pus a minha confiança; não temerei o que me possa fazer a carne”.
Sl 71.1-5: “Em ti, Senhor, confio; nunca seja eu confundido. Livra-me na tua justiça, e faze-me escapar; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me. Sê tu a minha habitação forte, à qual possa recorrer continuamente. Deste um mandamento que me salva, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza. Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel. Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade”.
Fp 1.20: “Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte”.
1 Jo 5.14: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve”.

São tentações em todas as áreas das nossas vidas  Por exemplo: Dinheiro, sexo, fama, “status”, vícios, relacionamentos, embaraços, frieza espiritual, falsa religião sem deixar a igreja. Os demônios aliciam e persuadem pessoas em áreas que lhes dão brechas onde faltam peças da armadura de Deus. Exemplos: Mentira no lugar da verdade; injustiça em vez de justiça; dúvidas e questionamentos substituindo a verdadeira fé.

O diabo e seus demônios só encontrarão espaço na vida do cristão se este der lugar à ação da carne. Esta foi a situação de Judas, já que ele não lutando contra a sua carne, o que é evidenciado por suas atitudes, acabou deixando espaço para satanás entrar em seu coração.

Jo 12.4-6: “Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava”.
Lc 22.1-6: “Estava, pois, perto a festa dos ázimos, chamada a páscoa. E os principais dos sacerdotes, e os escribas, andavam procurando como o matariam; porque temiam o povo. Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze. 
E foi, e falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, de como lho entregaria; os quais se alegraram, e convieram em lhe dar dinheiro. E ele concordou; e buscava oportunidade para lho entregar sem alvoroço”.

A origem dos nossos pecados está no diabo  Ele é o pai do pecado, pois tudo começou com a rebelião dos anjos contra Deus. Depois o inimigo entrou no jardim do Éden e derrubou Adão e Eva. De lá para cá, ele sempre procura colocar os crentes contra Deus.

As passagens bíblicas de Is 14.12-14 e Ez 28.12-17 ilustram a origem do pecado no céu. Estes textos estão relacionados à queda do “querubim ungido” que tendo sido criado com “livre arbitro”, escolheu rebelar-se contra Deus, sendo por isso, lançado fora da presença de Deus. Isaías 14 deixa claro que a razão que levou o “querubim” a rebelar-se contra Deus foi o fato dele desejar usurpar a glória que pertence somente a Deus. Tem-se assim, o começo do pecado no universo. Pode-se dizer que o diabo é o pai do pecado, porque o pecado foi originado por ele. Com relação aos homens, apesar de ter sido o diabo que incitou a raça humana ao pecado, este somente passou a fazer parte da história do mundo, por causa da escolha do homem em desobedecer a Deus. A partir de então, todos os homens passam a nascer com a inclinação para o pecado, e diante disto, o diabo aproveita-se das oportunidades para conduzir cada vez mais o homem ao pecado e também, os cristãos à rebelião contra Deus.

Jo 8.44: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”.
Gn 3.17: “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida”.
Rm 5.12: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram”.
Sl 51.5: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”.
Sl 58.3: “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras”.
Rm 8.20: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou”.

A luta não é contra a carne e o sangue  Muitos estão maltratando pessoas, ofendendo irmãos e destruindo o corpo, pensando que a nossa luta é contra seres humanos. As pessoas são boas, a influência de satanás e o pecado é que as fazem ruins.

Em Ef 6.12, o apóstolo Paulo fala da realidade da batalha espiritual, no qual todos os cristãos estão envolvidos, tendo estes que lutar contra um reino hierarquicamente muito bem estabelecido com o propósito de influenciar os homens em suas ações. Esta influência, no entanto, não é única ou suficiente para justificar as atitudes dos homens. Em Lm 3.39 o profeta Jeremias, por exemplo, diz: 
“De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados”
Assim, a Bíblia deixa claro a responsabilidade do homem quanto às suas próprias ações. É importante esclarecer que de fato, tendo o homem sido criado à imagem e semelhança de Deus, ele foi dotado de todos os atributos que o caracterizariam como sendo uma criatura boa. O pecado, porém, manchou o homem em sua imagem e semelhança de Deus, e desde então a inclinação do homem é para o mal, conforme mostra, por exemplo, Gn 6.5 ou 8.21. Tal fato é também claramente demonstrado na resposta de Jesus ao jovem rico, onde Jesus mostra a condição de todos os homens diante de Deus quando Ele diz: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus”.

Gn 6.5: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”.
Gn 8.21: “E o Senhor cheirou o suave cheiro e disse o Senhor em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz”.
Mc 10.17,18: “E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus”.
Sl 14.2,3: “O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um”.
Is 64.6: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam”.

Contra os principados e as potestades do mal – São seres espirituais do mal de ordens superiores, especializados e revestidos de autoridade para o mal. Hierarquicamente eles estão organizados. Por vivermos numa batalha espiritual constante, não podemos vacilar.

Contra os poderes deste mundo tenebroso  São muitos os dominadores do mundo das trevas. Esses poderes são nossos adversários, porquanto têm fácil acesso a esta terra, motivo pelo qual são chamados de ‘dominadores deste mundo’, visto que seu poder se estende ao ‘kosmos’, à esfera da existência humana.

Contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes – São seres espirituais malignos, forças do mal, opositores ao bem e à verdade. As regiões celestes, às vezes, são invadidas para operações destas forças. Essas regiões podem ser espaços onde Deus opera, onde estão os anjos bons e os seres humanos remidos (Ef 1.3; 1.20; 2.6; 3.10). As infiltrações dizem que ainda não estamos a salvo completamente, mas só nas mansões celestiais estaremos seguros totalmente, livres de perigos.

Depois de sua queda, o “querubim ungido”, conforme descrito em Ez 28.16, foi lançado fora da presença de Deus “Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas, passando o mesmo a ser chamado, na Bíblia, de satanás, diabo, dragão, serpente, adversário ou maligno. Juntamente com ele, um terço das criaturas celestes corrompidas por sua astúcia e que participaram do mesmo juízo foram também banidos da presença de Deus ( Ap 12.4). Uma parte destas criaturas celestes foi lançada no inferno, conforme descrito em 2 Pe 2.4 “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” e em Jd 6 E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia”, outra parte, porém destes anjos caídos vive nos lugares celestiais sob a liderança do líder do reino das trevas, satanás, o qual é chamado em Ef 2.2 de “o príncipe das potestades do ar”.

Pela descrição em Ef 2.2, satanás vive nos lugares celestiais, porém estes lugares, com certeza não é o mesmo onde vivem os anjos de Deus, “espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14), mas provavelmente uma outra dimensão, já que satanás e seus anjos, conforme já citado anteriormente, foram lançados fora da presença de Deus. Sob a liderança de Satanás se encontram anjos caídos de diferentes categorias e diferentes potências. Estes são listados por Paulo como sendo os principados, as potestades, os príncipes das trevas (ou poderes deste mundo tenebroso) e as hostes espirituais da maldade: 

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, simcontra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). 

A suposição é de que o termo principados se refira a ordens superiores que possuem autoridade sobre grandes regiões e sobre muitíssimos seres, já as potestades seriam governantes subordinados, e assim sucessivamente. Tais seres fazem guerra contra o bem e a verdade, podendo estes muitas vezes, tentarem-se opor até mesmo aos anjos de Deus nas regiões celestiais ou terrenas conforme pode ser visto em Dn 10.12,13,20 

“Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Ou Jd. 9:

“Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda” (Jd 9).
O local de ação destes anjos caídos, além de ser os lugares celestiais, conforme já mencionado, é também nos filhos da desobediência ( Ef 2.2), o que provavelmente explica a questão relacionada à possessão demoníaca. Também é importante esclarecer que apesar de Satanás e seus anjos caídos possuírem algum tipo de autoridade sobre este mundo, esta é limitada, podendo os mesmos agirem somente até onde Deus permitir (ver Jó 1.12; 2.6, Mc 5.10-13).
Entende-se a partir de Ap 12.7,8,12 que será por ocasião da grande tribulação que satanás e seus anjos serão expulsos das regiões celestiais, vindo então a serem precipitados na terra: 

“E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (Ap 12.7,8,12).

 No período do Reino Milenar de Jesus Cristo, Satanás será aprisionado e lançado no abismo por mil anos: 

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo” (Ap 20.1-3).
Após este período, ele será solto e sairá a enganar as nações, mas ao final, será lançado definitivamente no lago de fogo e enxofre
“E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20.10).

Em relação a propagação feita por alguns pregadores e escritores de que Jesus tomou as chaves da morte e do inferno das mãos de satanás, é importante deixar claro que Jesus tem as chaves da morte e do inferno ( Ap 1.18) e que estas nunca foram tomadas de satanás, pois Deus sempre teve o domínio sobre todas as coisas, sendo que somente Ele é quem pode fazer, desde sempre, perecer a alma e o corpo no inferno (ver Mt 10.18; Is 8.13). Além disto, a vitória de Cristo foi consumada na cruz e não no inferno (ver Jo 19.3), tendo esta se dado por sua obediência a Deus até a morte e morte de cruz  (Fp 2.8).
Foi desta forma que Cristo triunfou sobre os principados e potestades e os expôs publicamente conforme fica claro em Cl 2.14,15: 

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo”.  

Usando toda a armadura de Deus – Assim como as armas bélicas protegem o soldado comum, a armadura de Deus prepara o crente para enfrentar a batalha espiritual.

Todas as peças da armadura de Deus – Vestida a couraça da justiça, o cinto da verdade, calçados os pés com a preparação do evangelho da paz, o escudo da fé, capacete da salvação, a espada do Espírito que é a palavra de Deus, e a oração. Não confie em armadura própria, pois não terá eficácia contra o mundo espiritual da maldade.

Em Ef 6.10-18, Paulo fala da forma como cada cristão deve conduzir-se diante da batalha espiritual da qual tem então consciência de fazer parte. A orientação dada por Paulo aos crentes de Éfeso deixa claro que o cristão não está sozinho nesta batalha, caso contrário ele estaria em desvantagem, pois sua luta não é contra carne nem sangue (ou seja, pessoas visíveis e materialmente constituídas), mas sim contra o diabo, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade (ou seja, contra seres invisíveis e materialmente não constituídos) nos lugares celestiais (Ef 6.11,12). Diante disto, Paulo introduz este assunto apresentando em primeiro lugar Aquele a quem o cristão tem como aliado (ou seja, o Senhor) instruindo-o a se fortalecer nEle, na força do seu poder e no revestimento de toda a armadura de Deus que se encontra à sua disposição. Nos versículos de Ef 6.13-18, Paulo descreve a armadura de Deus com a qual o cristão pode se revestir para estar firme contra as astutas ciladas do diabo e resistir no dia mal e, havendo feito tudo permanecer firme (ver Ef 6.11,13). Considerando algumas partes da armadura vestida por um soldado romano e sua aplicação espiritual, os seguintes elementos são então identificados na descrição da armadura de Deus citada por Paulo.

     O cinto da verdade, a couraça da justiça e o calçado da paz - Indicam que o cristão vence a batalha quando, considerando-se incapaz de cumprir a justiça de Deus, ele toma para si a perfeição de Jesus em sua vida terrena ( Is 59.17). Revestido então da perfeição de Cristo, o cristão resiste ao inimigo propondo-se a seguir os passos de Cristo, mantendo uma vida íntegra, justa, verdadeira e preparada para seguir o caminho da paz, tanto em seu relacionamento com Deus quanto em seu relacionamento com os homens. Segundo Adams (2003, p. 1267), o soldado romano usava sandálias com cravos e travas para que, mesmo em terrenos escorregadios pudesse manter-se firmemente e apoiado nos combates corpo a corpo. Pode-se dizer que assim deve ser também a questão relacionada a manter a paz nos relacionamentos humanos.
     O escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito - Indicam que o crente resiste ao inimigo tendo a certeza da obra de Deus que foi realizada na cruz em seu favor, dando-lhe garantia de uma eterna salvação. O escudo da fé fornece proteção contra os dardos inflamados do inimigo. Estes dardos incluem tentações, acusações, perseguições, calúnias, dúvidas etc... O capacete da salvação refere-se à certeza e segurança da salvação, e a espada do Espírito, ou seja, a palavra de Deus, é o argumento contra as astutas ciladas do inimigo. Esta conduz o crente à confiança na soberania e no poder de Deus, dando-lhe a certeza de que o Senhor seu Deus tem o controle de todas as coisas em suas mãos, mesmo estando o crente em tempos de dificuldades (Mt 4.4,7,10).

Para que possais resistir no dia mau  O cristão só vence, estando preparado. O inimigo não cansa de investir diariamente contra os salvos. A luta do cristão é constante. Sabemos que o mundo inteiro está no maligno (1 Jo 5.19). Não permita que os períodos da sua vida em que você enfrenta conflitos, façam com que você se acomode a uma falsa sensação de segurança (1 Pe 5.8).

1 Pe 5.8,9: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo”.

Tg 4.7: “Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”.

De acordo com os textos de 1 Pe 5.8,9 e Tg 4.7 uma das formas do cristão vencer o diabo é oferecendo-lhe resistência.  Paulo escreve em 2 Co 2.11 acerca dos ardis de Satanás que não devem ser desprezados, e ainda em 1 Co 10.12:

 “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia”.

Infelizmente, muitos hoje têm utilizado os púlpitos ou outras situações para de forma insensata desafiar o inimigo. A Bíblia, no entanto, mostra que o único que tem poder de confrontar as forças das trevas é Jesus e somente no nome dEle é que o domínio das trevas pode realmente ser vencido. Existem ainda aqueles que sob uma pretensa autoridade se arrogam até mesmo no direito de “pisar na cabeça do inimigo”, a Bíblia, porém mostra que esta prerrogativa pertence unicamente a Deus, é o que Paulo diz em Rm 16.20:

 “E o Deus de paz esmagará em breve satanás debaixo de vossos pés”.

Estes textos são suficientes, portanto para mostrar aos cristãos que a guerra espiritual não é uma brincadeira, e também que não é através de afrontas ao diabo e seus demônios que os crentes obterão a vitória, mas sim, através da sujeição a Deus, da vigilância, da sobriedade e da resistência, conforme também considera Adams (2003, p. 1264) no seguinte comentário descrito abaixo:

“A guerra espiritual de que participamos tem uma característica única. Não perseguimos o inimigo, nem adotamos ações de ataque contra ele (dessa forma, as principais armas do soldado romano, as lanças duplas, estão ausentes da relação de Paulo). Ao contrário disso, permanecemos firmes contra o inimigo. (6.11), defendemos nosso terreno (6.13) e continuamos firmes (6.14). Devemos manter uma posição firme, no ápice da montanha... e o inimigo deve-se cansar de seu constante ataque dirigido ao alto. A posição firme que Paulo tem em mente é que estamos sentados ao lado de Cristo no reino celestial (1.20; 2.6), onde Cristo está colocado muito acima de principado, e poder, e potestade, e domínio (1.21), tendo sujeitado todas as coisas a seus pés (1.22)”.

Após vencer é preciso permanecer inabalável – O cristão precisa, após cada vitória, insistir, não retroceder, não escorregar, não cair por terra, ficar firme, sabendo que está em combate constante prosseguindo, perseverando, não desanimando e permanecendo vitorioso. Lutero, ao traduzir a Bíblia, foi obrigado a pensar profundamente sobre os desafios enfrentados pelos vários homens e mulheres da Bíblia, que se apoiaram em Deus em busca da força que os capacitou a permanecerem inabaláveis.

At 14.22: “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus”.
1 Co 10.13: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”.
Tg 1.12: “Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”.

Vigiando com toda perseverança e orando em todo o tempo – Sozinho não se vence a força das trevas, só buscando o poder de Deus e a ajuda do Espírito Santo. Não podemos confiar em nossas próprias forças nem usar nossas armaduras humanas.

Ef 6.10: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possai estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”.

“Satanás treme quando vê o mais fraco santo de joelhos” – A oração transcende as fraquezas humanas e apela para o poder divino. Ela é poderosa para desfazer as obras de Satanás.
 O Espírito ajuda as nossas fraquezas. Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós, com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26).

Quer receber poder? “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”. Toda força do poder de Deus está à nossa disposição.

Rm 12.12: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”.
Cl 4.2: “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças”.

“A oração é sem sombra de dúvida a mais alta elevada atividade da alma humana. O homem encontra no seu melhor e mais elevado estado quando, de joelhos fica face a face com Deus” [1]

A essência da oração é falar com Deus como você varia com um amigo querido, sem nenhum fingimento ou arrogância. Como a comunhão com Deus é plenamente necessária e a oração é o meio eficaz de se ter essa comunhão, o inimigo tenta constantemente disseminar enganos sobre o entendimento da oração e desvalorizar o compromisso em orar. A cada geração a oração vem sendo deixada de lado e sendo substituída por ações pragmáticas.  Essa “estratégia” coloca de lado a comunhão com Deus; a inversão de valores é tão grande que alguns se consideram com o direito de em suas orações fazerem exigências e reivindicações a Deus, como se pudesse forçar Deus a fazer alguma coisa. E ainda tem aqueles que tem a oração como ritual de rotina, mas na verdade a oração é um momento de dedicação a Deus, onde o cristão fala com Ele e sai confortado com a sua presença e resposta a alma. Se você está orando e Deus não lhe respondeu, continue de joelhos e ore mais um pouco e fique mais a sós com Deus.

4.2 Vigiando com toda a perseverança – A falta de vigilância põe tudo a perder. A perseverança aqui significa constância, firmeza, insistência, persistência. Evidentemente, a batalha é contínua, uma série interminável de conflitos. Por isso, a vigilância deve vir primeiro, não pode faltar (Mt 25.13; 26.41).

O sentido da palavra "vigiando" refere-se a não estar dormindo no campo de batalha (Ef 5.14). O lutador tem que vigiar, isto é, estar de olhos abertos e atentos para os eventuais ataques de surpresa do inimigo.

Mt 26.41: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca”.

Orando em todo o tempo – O cristão precisa ser persistente na oração (1 Ts 5.17). Porém, não adianta orar muito e vigiar pouco, mas vigiar em qualquer ocasião, em todas as circunstâncias, nas diversas oportunidades. O cristão precisa estar sempre com a sua mente pronta para orar e, principalmente, no Espírito, sob a direção de Deus. O espírito do cristão fala com o Espírito de Deus e vice-versa (Rm 8.16). Orar sem jamais esmorecer é um pedido de Jesus (Lc 18.18). Não há tempo específico para oração individual, só para oração em conjunto se marca horário.

Lc 18.1: “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer”.
Ef 6.18: “Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos”.
1 Ts 5.17: “Orai sem cessar”.


Referências Bibliográficas:

[1] Martin Lloyds-Jones, Studies in the Sermon on the mount, 2 vols, 1979Grand Rapids: Eerdmans.
J. D. Douglas, O Novo Dicionário da Bíblia1995, Edições Vida Nova, São Paulo, SP.
Johnson, V.; Palma, A., Hernando, J.; Simmons, W.; Adams, J. W.; Demchuck, D.; Soderlund, S. K.; Glubish, B.; Gill, D. M.; Comentário Bíblico Pentecostal2003, 1a. Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

A Copa da Amoreira vai Balançar...


Qualquer um de nós gostaria de poder viver mais realisticamente a experiência de se saber orientado por Deus em cada empreitada da vida.

Davi teve uma infância de muita humilhação, ele não era valorizado pela sua família. Satanás não se importava com ele, pois ele não era ninguém. Porém um dia Deus aponta para Davi e diz: Este será o rei de Israel!

Quando Davi foi ungido rei e empossado no trono, viu-se sob ameaça de ataque fulminante de seus inimigos figadais, os filisteus. Estes arquitetaram um plano de ataque e Davi se mobilizou para o contra-ataque. E este, carecia de estratégia bem-feita, planejamento seguro, para que a empreitada não derreasse em fracasso. Fracasso significaria chacina de seu povo. 


Davi quando foi ungido rei em toda Israel, fez com que a oposição, ou seja, seus inimigos levantassem contra ele. Infelizmente, isso é uma realidade até nos dias de hoje. Quando Deus ungi seus servos como pastor, missionário, evangelista, ou até mesmo abençoa com uma boa promoção a um filho dele em uma empresa, os inimigos levantam-se contra! 

Os Filisteus quando souberam que Davi tinha sido ungido rei em Israel resolveram ir contra Davi com seu exército para prendê-lo.

“Ouvindo, pois, os filisteus que Davi fora ungido rei sobre Israel, subiram todos para prender a Davi; ouvindo-o desceu à fortaleza.” (II Sm 5:17). 


Já vimos que a fortaleza, a cidade de Davi, Sião, era o local onde Davi havia ido habitar. Ao saber que os filisteus se reuniam para ir guerrear contra ele e que estavam no vale de Refaim, Davi, em primeiro lugar, foi para a fortaleza.

Temos ido para a fortaleza antes de enfrentarmos o inimigo, que, se puder, nos engolirá vivos ou temos displicentemente ido ao seu encontro sem estarmos devidamente revestidos da armadura de Deus? Não podemos ir para a batalha contra o adversário desprotegidos e despreparados! 
A palavra fortaleza significa: Fortificação, lugar fortificado para defesa militar em ponto estratégico, ou abrigo, proteção, segurança. A palavra fortaleza hoje é no sentido figurado. Pode ser casa, igreja, ou um lugar estratégico.
Davi desceu à fortaleza, ao centro da proteção, onde estava o trono, a habitação do rei, onde as muralhas o cercavam, onde havia firmeza de um alicerce bem estruturado. Na luta contra o mal, não devemos crer nas fábulas e invencionices da “Teologia da Batalha Espiritual”, com suas “unções de óleo” com helicópteros, com suas “demarcações de território” com urina e tantas outras “neobesteiras”, mas, sim, irmos ao encontro do Senhor no aposento, na madrugada, buscando a face do Senhor, orando no Espírito, meditando nas Escrituras, santificando-nos a cada instante, a cada momento, a fim de que, cheios do Espírito Santo, purificados pelo sangue do Cordeiro e sabendo manejar a espada do Espírito, possamos vencer o inimigo.

Após ter descido à fortaleza, Davi não se deixou levar pela sua popularidade, nem tampouco pela unidade e respeito que havia conquistado em Israel e entre os países vizinhos. As Escrituras mostram-nos que, na fortaleza, Davi consultou ao Senhor se devia, ou não, guerrear contra os filisteus.
Seus inimigos subiram para matá-lo, porém, ele desceu para a fortaleza. Quando o inimigo sobe, você desce para a fortaleza? Na fortaleza, Davi teve três atitudes:

1ª – Orava ao Senhor. Davi desce a fortaleza, dobra seus joelhos e ora a Deus. Ele sabia que precisava falar com Deus acerca de tudo quanto seus inimigos estavam planejando contra ele. Davi tinha convicção que para vencer o inimigo ele devia buscar primeiramente a Deus. Você não vence o inimigo de pé, você vence o inimigo de joelhos, Davi orava pedindo orientação de Deus para vencer seus inimigos e Deus o respondeu.

2ª – Consultava ao Senhor. Quantas pessoas têm sofrido por não orar e nem consultar ao Senhor. Fazem dívidas, casam, separam, saem do emprego e depois se arrependem. Davi não tomou decisão alguma contra seus inimigos sem antes consultar ao Senhor. Quando falhamos, muitas pessoas sofrem com nossa decisão errada; esposa, filhos e amigos. Davi sabia que não poderia tomar decisão precipitada, por isso que ele consultava ao Senhor.

3ª – Davi aguardou o tempo de Deus. Deus está no controle da nossa vida, devemos aguardar o tempo de Deus para nossa vida, assim como fez Davi. Não saia da fortaleza (presença de Deus), permaneça firme e aguarde a vitória dada por Deus. Quando um gigante surgir, vá para a fortaleza!


Quando os filisteus resolveram guerrear contra Davi, sua primeira atitude foi correr para a fortaleza. Algumas pessoas se esquecem deste princípio e nos momentos de batalha correm para qualquer lado, desesperados. Você não pode agir como todo mundo! Está difícil venha para a sua fortaleza. Nós temos uma fortaleza chamada “templo”, “igreja”. É na igreja onde recebemos o alimento e a instrução para vencer gigantes.Nos momentos de dificuldades vá à igreja. Haverá sempre alguém pronto a ajudar você.

E Davi buscou o seu Deus em oração. De que ele precisava? Saber se o Senhor lhe daria vitória, e saber como atuar nessa campanha. Deus lhe responde e garante vitória. Esta foi a primeira vez que Davi consultou ao Senhor, se subiria contra os filisteus e se teria vitória. Davi desceu à fortaleza e consultou ao Senhor:

“Subirei contra os filisteus? Entregar-mos-ás nas minhas mãos? E disse o Senhor a Davi: Sobe, porque certamente entregarei os filisteus nas tuas mãos”. (II Sm.5,19). 


Ouça a voz de Deus para enfrentar os inimigos. Davi perguntou ao Senhor: 
“Devo atacar os filisteus? Tu os entregarás nas minhas mãos?”

Uma das grandes dificuldades na vida do homem é tomar atitudes sem pensar. O mundo conforme compreendemos atualmente nos ensinou a tomar decisões sempre muito rápidas, mas a palavra de Deus fala o contrário. Ela diz: 
“Esperei com paciência no senhor, ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor" (Sl 40.1)

É preciso perguntar a Deus a respeito das nossas ações. Não tome decisões sem falar com Deus. Ele sempre terá uma resposta para você. A Davi o Senhor disse – “Vá, eu os entregarei nas suas mãos”. A voz de Senhor é a voz da verdade. Deus não dá resposta de derrota e sim de vitória. Ore a Deus fale com Ele e vá! Deus vai guerrear com você nesta batalha e os gigantes da sua vida vão cair.

Davi não foi na sua própria força, não foi por causa da força de seu exército, mas foi pela direção que recebeu de Deus, foi de acordo com a orientação que recebeu, foi sob uma palavra recebida. Davi subiu e derrotou os filisteus; ele foi contra os filisteus como um romper de águas, e eles fugiram e deixaram seus ídolos para trás, ordenando Davi que estes fossem queimados. Conforme a palavra do Senhor, Davi venceu os seus inimigos.

Deus saiu para pelejar por você! Ele é o Senhor dos Exércitos e o nosso comandante. Esteja atento às Suas ordens, pois Ele irá guiá-lo à vitória. Davi confiava no Senhor, por isso buscava a direção divina para lutar contra os seus inimigos. Eles não querem que o propósito de Deus se cumpra em nossas vidas, por isso tentarão resistir a unção que está sobre nós.

Depois de um determinado tempo, os filisteus não desistiram de atacá-lo. Tornaram a investir sobre Israel pela segunda vez; e os exércitos dos filisteus eram ainda maiores. E Davi orou pela segunda vez. Consultou ao Senhor:

“E os filisteus tornaram a subir, e se estenderam pelo Vale de Refaim. E Davi consultou ao Senhor, o qual disse: Não subirás; mas rodeia por detrás deles, e virás a eles por defronte das amoreiras. E há de ser que, ouvindo tu um estrondo de marcha pelas copas das amoreiras, então te apressarás; porque o Senhor saiu então diante de ti, a ferir o arraial dos filisteus”. (II Sm. 5,22-24). 


Que marcha é essa? Era a caminhada, os passos do Senhor, com seus anjos, passando por ali, indo na direção do inimigo. Era o sinal, de que estava chegando a hora de agir. Era o sinal ,de que Deus, estava indo na frente, para destruir o inimigo. A medida que o exército de Deus avançava, as amoreiras , se movimentavam.

Davi fez exatamente como o Senhor dissera. Então as legiões de Deus tiveram que abrir espaço pela copa das amoreiras, e, mais uma vez, derrotou os filisteus.

Para a Igreja, já se ouviu o som da marcha sobre as copas das amoreiras quando o Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecostes, quando os apóstolos ouviram um som vindo do céu como de um vento impetuoso; este derramamento foi para revesti-la de poder para a obra que lhes havia sido designada.

Quando ouvir o som, o barulho de marcha nas copas das amoreiras, é tempo de sair para o combate; este é o sinal para sair e guerrear. Quando ver as copas das amoreiras se movimentar, bater umas nas outras e ouvir marchas como de cavalos é para sair à guerra. Quando ouvir um som do tipo de cascos de cavalos marchando nas copas das amoreiras, é hora de atacar o inimigo.

Deus, por nossa causa, pode mover o mundo espiritual para nos dar vitória, para reverter uma situação de aparente derrota. Se você consultar ao Senhor, se buscar a direção de Deus para sua vida, Ele lhe dará a direção que precisa; Deus tem um poderoso exército de anjos prontos a lutar ao nosso favor, porque tudo o que Ele quer e deseja é que você seja uma pessoa vitoriosa.

O tropel do vento sobre a copa das amoreiras era o sinal da vontade de Deus. Perceba o quanto é importante dependermos de Deus em cada novo desafio ou confronto. As estratégias que nos levarão à vitória nem sempre serão iguais, por isso, precisamos consultar o Senhor em cada decisão.

Esteja atento ao som de Deus! Este será o sinal de que Ele saiu à sua frente para guerrear. Jamais saia à frente Dele, pois Ele não tem compromisso com aqueles que são orgulhosos e tolos. Seja sábio, tome posição na batalha e aguarde as instruções do Senhor dos Exércitos. Ele guiará os seus pés à vitória. A vontade Dele não se mostra pela rotina. Há sempre novidades. E desta vez Davi ficou surpreso com a orientação de Deus: esperar pelo sinal. Pelo barulho como um sopro forte de vento pela copa das amoreiras. Não houve explicação para a mudança, mas, certamente, no plano espiritual os exércitos do mal estavam preparados para destruir o rei.

Davi não se dispôs a atacar os filisteus subindo contra eles num ataque frontal, confiado na consulta que fizera na primeira batalha; antes, voltou a consultar a Deus e desta vez recebeu como resposta que não deveria subir como da primeira vez, mas rodear os filisteus por detrás e vir sobre eles apressadamente quando ouvisse um ruído de marcha pelas copas das amoreiras, porque era o Senhor que saía adiante dele para ferir o arraial dos filisteus.

O que Deus havia prometido a Davi desta vez é que Ele se encarregaria em ferir o exército dos filisteus com um exército invisível de anjos, que marcharia sobre as copas das amoreiras. Eles não seriam vistos, mas o estrondo da marcha deles seria ouvido, e isto seria um sinal para que Davi se apressasse a atacar também os filisteus.

Aquelas amoreiras deviam estar enfileiradas como uma cerca viva, separando os dois exércitos, e é bem possível que os filisteus ouviram aquele grande estrondo de marcha de um exército vindo sobre eles e certamente ficaram confusos e começaram a bater em retirada exatamente pelas amoreiras nas quais se defrontavam com o exército de Davi e assim foram duramente golpeados desde Geba até Gezer.

Na primeira batalha foi ordenado a Davi que se lançasse num combate frontal, e na segunda foi ordenado que aguardasse por um sinal para atacar os seus inimigos. Deus pode assim traçar várias estratégias de luta para colocar à prova a nossa dependência Dele e obediência à Sua vontade. E importa que o consultemos em todas as coisas, especialmente naquelas relativas às lutas que temos que empreender contra os poderes das trevas na realização da Sua obra. Este é o modo de sermos bem-sucedidos, por contarmos com a Sua ajuda e capacitação. Deus deve ser consultado para tudo, e algumas vezes Ele nos ordenará que aguardemos o som de marcha sobre a copa das amoreiras antes que comecemos a agir.

A copa da amoreira vai balançar. Deus disse a Davi: Quando o vento do meu Espírito soprar e a copa das amoreiras balançar, sobe, pois eu te darei a vitória. Se Davi tivesse subido antes, não tivesse aguardado a resposta de Deus, iria se deparar com seus inimigos e seria vencido. Porém, aguardou o tempo que Deus lhe daria a vitória.

Não faça nada sem a permissão de Deus. Ele tem o tempo certo para lhe dar vitória. Quando o inimigo subir, desça, pois você não vai vencer o inimigo de pé e sim de joelhos. Não tome nenhuma decisão sem antes consultar ao Senhor e aguarde a resposta Dele, assim você terá vitória diante de seus inimigos.

Então as legiões de Deus tiveram que abrir espaço pela copa das amoreiras.

Pela copa das amoreiras dos dias de hoje já não passa mais o tropel das legiões espirituais dos exércitos do Céu. Enquanto isto, a sombra do profano escurece a Igreja, a casa de oração de Deus para todos os povos.

E eis aí um fato extraordinário! Os passos sobre amoreiras, foi como dizer a Davi: “Volte sua atenção para as alturas, para Mim que habito no Alto”. Também significaria ouvir em cima, os sons do Alto. Isso é pertinente a nós também.

Como bom estrategista de guerra e experimentado nos combates, Davi estava acostumado a ficar atento aos movimentos do inimigo, ali, no terreno ao pé de si. Acostumado a ouvir os ruídos dos fatos, a observar os sinais óbvios, previsíveis, para poder agir, precaver-se, atacar. Ouvir som de passos sobre amoreiras, era tão incomum quanto absurdo. Mas os sons divinos tendem ao incomum e absurdo, porque não são previsíveis.

Outro tanto nós somos exortados por Deus a expectar os sons das alturas, os ruídos que nos sinalizam o momento de avançar, de proceder. Estamos sempre tendentes ao óbvio, visível, controlável. humano, nosso. Mas Deus nos desafia a ouvir os sons inéditos que só a fé alcança, ruídos do impossível em termos humanos, sinalizadores de que Ele Se movimenta junto a nós, e por cima, desde o Alto, de onde tudo é possível. Em outras palavras, somos concitados a elevar nossa atenção dos sentidos temporais, perceptíveis por nossos sensores orgânicos, para aqueles que só a fé consegue ouvir. Para Davi, ouvi-los significava segurança, garantia e coragem. Não menos ocorrerá comigo e você, sempre que crermos que nosso Deus “sai à nossa frente” para fazer e acontecer.

Na verdade, nossa tendência é forçar a fé a ouvir “embaixo”. Ou queremos que ela nos leve ao limiar da fantasia, do mágico. Isso não é ouvir no alto. Quando Deus move Seus passos para nos encorajar, os ruídos podem parecer o som de galhos que se dobram, que se partem, ou seja, os sons que contrariam expectativas. Mas, que por sua vez, só podem ser percebidos se nos colocamos atentos. Pedimos que Deus nos responda, nos oriente. Então aguardemos os ruídos de Sua resposta. Eles virão. Havia a determinação de um tempo de espera para Davi. “Até que ouvisse o som”. Habacuque também decidiu parar para ouvir a voz de Deus, assumindo ficar sobre sua torre de vigia até “ouvir o que Deus dirá”.

Ouvir os passos de Deus vindos do Alto, é ouvir o que ultrapassa o nosso entendimento. Ele tem multiformes maneiras de usar veículos e recursos humanamente imprevisíveis, mas eficazes, que nos corroboram a esperança e a certeza de que a resposta está vindo de Sua Presença. Ele jamais deixa de responder.

Veja que embora Deus tenha prometido ir adiante de Davi para golpear os filisteus, contudo ele tem que se mover apressadamente e deve se empenhar para obter a vitória. Assim se dá com a pregação do evangelho. É Deus quem unge, é quem dá graça, é quem subjuga os poderes das trevas, é quem justifica, regenera, santifica, cura, restaura, mas os que pregam devem se empenhar muito em fazê-lo com todas as suas forças, enquanto percebem que o exército celestial está operando em seu favor.

O mesmo pode ser dito em relação aos que oram, que jejuam, que ensinam, que presidem, que exercem misericórdia, enfim, isto é um princípio a ser aprendido por todos os que se empenham na obra de Deus.

Nós não fazemos a nossa parte e Deus faz a Dele. Ao contrário, nós devemos estar em completa sintonia com o Senhor, trabalhando com todo o empenho e esforço enquanto Ele tudo faz por meio de nós. Assim, se a graça de Deus está operando em nosso favor nós não devemos sentar e cruzar os braços, como quem não tem nada mais para fazer. Ao contrário é nosso dever nos apressarmos em agir e nos esforçar muito em oração e em todos os deveres que Ele nos tem ordenado, para que haja uma justa cooperação entre o poder que Ele libera para nós, e o trabalho que estivermos fazendo para Ele.

E no sentido particular para as necessidades de cada dia, deveríamos nos colocar em ação somente depois de percebermos que foi liberada a operação do Espírito Santo, através dos diversos sinais da Sua santa presença, que são manifestados a nós, quando nos colocamos na disposição correta de espírito daqueles que buscam de fato a Deus, tal como Davi fizera antes de entrar em combate contra os filisteus.