terça-feira, 9 de julho de 2019

As Armas de Nossa Milícia


“Porque as armas de nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas”. (II Cor. 10,4)

Embora vivendo em um corpo de carne, não se trata de batalhas cristãs, segundo os métodos humanos, mas sim segundo aqueles que encontram apoio no poder de Deus. Assim, armas carnais e humanas tais como o egocentrismo, a habilidade, a riqueza, a eloquência, o poder de persuasão, a influência, a esperteza etc..., são em si mesmas inadequadas para destruir as fortalezas, que correspondem aos conselhos e raciocínios arrogantes dos homens em suas argumentações contrárias à palavra de Deus. As armas poderosas em Deus para destruição de tais fortalezas, dos conselhos e altivez que se levantam contra o conhecimento de Deus, são aquelas que provêm de Deus, tais como oração, fidelidade incondicional à Deus e a sua Palavra, humildade, compromisso com a verdade etc... É através destas armas que levamos cativo todo entendimento à obediência de Cristo (2 Co 10.5).
           
A luta contra os poderes das trevas é algo ininterrupto. Todo cristão precisa saber como proceder diante das ofensivas de Satanás. Ele, normalmente, age de forma sagaz, com artimanhas secretas. Quando o cristão negligente percebe, já está enrolado até o pescoço.

E não é de se admirar, pois o próprio satanás se transforma em anjo de luz (2 Co 11.13-15).

Contra as astutas ciladas do diabo – Sem nenhum estardalhaço nem tocando sirene, o inimigo trabalha de forma disfarçada para ninguém perceber que é ele. Aliás, em muitos casos, só depois do estrago (alguns irreversíveis), é que se descobre que foi o diabo.

1 Cr 21.1: “Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel”.
Jó 1.6,7: “E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela”.
Zc 3.1: “E ele mostrou-me o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor”.
Mt 16.22,23: “E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens”.
Lc 22.31-34: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos. E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte. Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces”.

O diabo lança dardos inflamados – O adversário não se cansa, trabalha procurando a quem possa tragar (1 Pe 5.8). As forças espirituais do mal agem sem cessar. Não vence pela força, mas com astúcia e pela insistência.

Em Ef 6.16, quando Paulo lista as partes da armadura de Deus, ele fala do escudo da fé, com o qual o crente pode apagar todos os dardos inflamados do maligno. Paulo traz neste versículo uma analogia aos dardos inflamados usados em campos de batalha.

O que eram esses dardos inflamados? Eram estopas embebidas em alguma substância inflamável, que eram acesas e lançadas em flechas contra o adversário. Havia naquele tempo escudos muito frágeis feitos de madeira. Os inimigos lançavam esses "dardos inflamados" para queimar o escudo e tornar vulnerável o corpo do soldado para ser atin­gido. Assim é esta uma das formas de ação do maligno. Ele tenta atingir o cristão atacando-o com dúvidas em meio a situações que lhe são contrárias. É por meio da firme confiança no Senhor e na sua soberania que o cristão pode apagar todos os dados inflamados do maligno ainda que as circunstâncias lhe sejam adversas.

Sl 56.3,4: “Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti. Em Deus louvarei a sua palavra, em Deus pus a minha confiança; não temerei o que me possa fazer a carne”.
Sl 71.1-5: “Em ti, Senhor, confio; nunca seja eu confundido. Livra-me na tua justiça, e faze-me escapar; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me. Sê tu a minha habitação forte, à qual possa recorrer continuamente. Deste um mandamento que me salva, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza. Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel. Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade”.
Fp 1.20: “Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte”.
1 Jo 5.14: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve”.

São tentações em todas as áreas das nossas vidas  Por exemplo: Dinheiro, sexo, fama, “status”, vícios, relacionamentos, embaraços, frieza espiritual, falsa religião sem deixar a igreja. Os demônios aliciam e persuadem pessoas em áreas que lhes dão brechas onde faltam peças da armadura de Deus. Exemplos: Mentira no lugar da verdade; injustiça em vez de justiça; dúvidas e questionamentos substituindo a verdadeira fé.

O diabo e seus demônios só encontrarão espaço na vida do cristão se este der lugar à ação da carne. Esta foi a situação de Judas, já que ele não lutando contra a sua carne, o que é evidenciado por suas atitudes, acabou deixando espaço para satanás entrar em seu coração.

Jo 12.4-6: “Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava”.
Lc 22.1-6: “Estava, pois, perto a festa dos ázimos, chamada a páscoa. E os principais dos sacerdotes, e os escribas, andavam procurando como o matariam; porque temiam o povo. Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze. 
E foi, e falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, de como lho entregaria; os quais se alegraram, e convieram em lhe dar dinheiro. E ele concordou; e buscava oportunidade para lho entregar sem alvoroço”.

A origem dos nossos pecados está no diabo  Ele é o pai do pecado, pois tudo começou com a rebelião dos anjos contra Deus. Depois o inimigo entrou no jardim do Éden e derrubou Adão e Eva. De lá para cá, ele sempre procura colocar os crentes contra Deus.

As passagens bíblicas de Is 14.12-14 e Ez 28.12-17 ilustram a origem do pecado no céu. Estes textos estão relacionados à queda do “querubim ungido” que tendo sido criado com “livre arbitro”, escolheu rebelar-se contra Deus, sendo por isso, lançado fora da presença de Deus. Isaías 14 deixa claro que a razão que levou o “querubim” a rebelar-se contra Deus foi o fato dele desejar usurpar a glória que pertence somente a Deus. Tem-se assim, o começo do pecado no universo. Pode-se dizer que o diabo é o pai do pecado, porque o pecado foi originado por ele. Com relação aos homens, apesar de ter sido o diabo que incitou a raça humana ao pecado, este somente passou a fazer parte da história do mundo, por causa da escolha do homem em desobedecer a Deus. A partir de então, todos os homens passam a nascer com a inclinação para o pecado, e diante disto, o diabo aproveita-se das oportunidades para conduzir cada vez mais o homem ao pecado e também, os cristãos à rebelião contra Deus.

Jo 8.44: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”.
Gn 3.17: “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida”.
Rm 5.12: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram”.
Sl 51.5: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”.
Sl 58.3: “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras”.
Rm 8.20: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou”.

A luta não é contra a carne e o sangue  Muitos estão maltratando pessoas, ofendendo irmãos e destruindo o corpo, pensando que a nossa luta é contra seres humanos. As pessoas são boas, a influência de satanás e o pecado é que as fazem ruins.

Em Ef 6.12, o apóstolo Paulo fala da realidade da batalha espiritual, no qual todos os cristãos estão envolvidos, tendo estes que lutar contra um reino hierarquicamente muito bem estabelecido com o propósito de influenciar os homens em suas ações. Esta influência, no entanto, não é única ou suficiente para justificar as atitudes dos homens. Em Lm 3.39 o profeta Jeremias, por exemplo, diz: 
“De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados”
Assim, a Bíblia deixa claro a responsabilidade do homem quanto às suas próprias ações. É importante esclarecer que de fato, tendo o homem sido criado à imagem e semelhança de Deus, ele foi dotado de todos os atributos que o caracterizariam como sendo uma criatura boa. O pecado, porém, manchou o homem em sua imagem e semelhança de Deus, e desde então a inclinação do homem é para o mal, conforme mostra, por exemplo, Gn 6.5 ou 8.21. Tal fato é também claramente demonstrado na resposta de Jesus ao jovem rico, onde Jesus mostra a condição de todos os homens diante de Deus quando Ele diz: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus”.

Gn 6.5: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”.
Gn 8.21: “E o Senhor cheirou o suave cheiro e disse o Senhor em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz”.
Mc 10.17,18: “E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus”.
Sl 14.2,3: “O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um”.
Is 64.6: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam”.

Contra os principados e as potestades do mal – São seres espirituais do mal de ordens superiores, especializados e revestidos de autoridade para o mal. Hierarquicamente eles estão organizados. Por vivermos numa batalha espiritual constante, não podemos vacilar.

Contra os poderes deste mundo tenebroso  São muitos os dominadores do mundo das trevas. Esses poderes são nossos adversários, porquanto têm fácil acesso a esta terra, motivo pelo qual são chamados de ‘dominadores deste mundo’, visto que seu poder se estende ao ‘kosmos’, à esfera da existência humana.

Contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes – São seres espirituais malignos, forças do mal, opositores ao bem e à verdade. As regiões celestes, às vezes, são invadidas para operações destas forças. Essas regiões podem ser espaços onde Deus opera, onde estão os anjos bons e os seres humanos remidos (Ef 1.3; 1.20; 2.6; 3.10). As infiltrações dizem que ainda não estamos a salvo completamente, mas só nas mansões celestiais estaremos seguros totalmente, livres de perigos.

Depois de sua queda, o “querubim ungido”, conforme descrito em Ez 28.16, foi lançado fora da presença de Deus “Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas, passando o mesmo a ser chamado, na Bíblia, de satanás, diabo, dragão, serpente, adversário ou maligno. Juntamente com ele, um terço das criaturas celestes corrompidas por sua astúcia e que participaram do mesmo juízo foram também banidos da presença de Deus ( Ap 12.4). Uma parte destas criaturas celestes foi lançada no inferno, conforme descrito em 2 Pe 2.4 “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” e em Jd 6 E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia”, outra parte, porém destes anjos caídos vive nos lugares celestiais sob a liderança do líder do reino das trevas, satanás, o qual é chamado em Ef 2.2 de “o príncipe das potestades do ar”.

Pela descrição em Ef 2.2, satanás vive nos lugares celestiais, porém estes lugares, com certeza não é o mesmo onde vivem os anjos de Deus, “espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14), mas provavelmente uma outra dimensão, já que satanás e seus anjos, conforme já citado anteriormente, foram lançados fora da presença de Deus. Sob a liderança de Satanás se encontram anjos caídos de diferentes categorias e diferentes potências. Estes são listados por Paulo como sendo os principados, as potestades, os príncipes das trevas (ou poderes deste mundo tenebroso) e as hostes espirituais da maldade: 

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, simcontra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). 

A suposição é de que o termo principados se refira a ordens superiores que possuem autoridade sobre grandes regiões e sobre muitíssimos seres, já as potestades seriam governantes subordinados, e assim sucessivamente. Tais seres fazem guerra contra o bem e a verdade, podendo estes muitas vezes, tentarem-se opor até mesmo aos anjos de Deus nas regiões celestiais ou terrenas conforme pode ser visto em Dn 10.12,13,20 

“Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Ou Jd. 9:

“Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda” (Jd 9).
O local de ação destes anjos caídos, além de ser os lugares celestiais, conforme já mencionado, é também nos filhos da desobediência ( Ef 2.2), o que provavelmente explica a questão relacionada à possessão demoníaca. Também é importante esclarecer que apesar de Satanás e seus anjos caídos possuírem algum tipo de autoridade sobre este mundo, esta é limitada, podendo os mesmos agirem somente até onde Deus permitir (ver Jó 1.12; 2.6, Mc 5.10-13).
Entende-se a partir de Ap 12.7,8,12 que será por ocasião da grande tribulação que satanás e seus anjos serão expulsos das regiões celestiais, vindo então a serem precipitados na terra: 

“E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (Ap 12.7,8,12).

 No período do Reino Milenar de Jesus Cristo, Satanás será aprisionado e lançado no abismo por mil anos: 

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo” (Ap 20.1-3).
Após este período, ele será solto e sairá a enganar as nações, mas ao final, será lançado definitivamente no lago de fogo e enxofre
“E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20.10).

Em relação a propagação feita por alguns pregadores e escritores de que Jesus tomou as chaves da morte e do inferno das mãos de satanás, é importante deixar claro que Jesus tem as chaves da morte e do inferno ( Ap 1.18) e que estas nunca foram tomadas de satanás, pois Deus sempre teve o domínio sobre todas as coisas, sendo que somente Ele é quem pode fazer, desde sempre, perecer a alma e o corpo no inferno (ver Mt 10.18; Is 8.13). Além disto, a vitória de Cristo foi consumada na cruz e não no inferno (ver Jo 19.3), tendo esta se dado por sua obediência a Deus até a morte e morte de cruz  (Fp 2.8).
Foi desta forma que Cristo triunfou sobre os principados e potestades e os expôs publicamente conforme fica claro em Cl 2.14,15: 

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo”.  

Usando toda a armadura de Deus – Assim como as armas bélicas protegem o soldado comum, a armadura de Deus prepara o crente para enfrentar a batalha espiritual.

Todas as peças da armadura de Deus – Vestida a couraça da justiça, o cinto da verdade, calçados os pés com a preparação do evangelho da paz, o escudo da fé, capacete da salvação, a espada do Espírito que é a palavra de Deus, e a oração. Não confie em armadura própria, pois não terá eficácia contra o mundo espiritual da maldade.

Em Ef 6.10-18, Paulo fala da forma como cada cristão deve conduzir-se diante da batalha espiritual da qual tem então consciência de fazer parte. A orientação dada por Paulo aos crentes de Éfeso deixa claro que o cristão não está sozinho nesta batalha, caso contrário ele estaria em desvantagem, pois sua luta não é contra carne nem sangue (ou seja, pessoas visíveis e materialmente constituídas), mas sim contra o diabo, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade (ou seja, contra seres invisíveis e materialmente não constituídos) nos lugares celestiais (Ef 6.11,12). Diante disto, Paulo introduz este assunto apresentando em primeiro lugar Aquele a quem o cristão tem como aliado (ou seja, o Senhor) instruindo-o a se fortalecer nEle, na força do seu poder e no revestimento de toda a armadura de Deus que se encontra à sua disposição. Nos versículos de Ef 6.13-18, Paulo descreve a armadura de Deus com a qual o cristão pode se revestir para estar firme contra as astutas ciladas do diabo e resistir no dia mal e, havendo feito tudo permanecer firme (ver Ef 6.11,13). Considerando algumas partes da armadura vestida por um soldado romano e sua aplicação espiritual, os seguintes elementos são então identificados na descrição da armadura de Deus citada por Paulo.

     O cinto da verdade, a couraça da justiça e o calçado da paz - Indicam que o cristão vence a batalha quando, considerando-se incapaz de cumprir a justiça de Deus, ele toma para si a perfeição de Jesus em sua vida terrena ( Is 59.17). Revestido então da perfeição de Cristo, o cristão resiste ao inimigo propondo-se a seguir os passos de Cristo, mantendo uma vida íntegra, justa, verdadeira e preparada para seguir o caminho da paz, tanto em seu relacionamento com Deus quanto em seu relacionamento com os homens. Segundo Adams (2003, p. 1267), o soldado romano usava sandálias com cravos e travas para que, mesmo em terrenos escorregadios pudesse manter-se firmemente e apoiado nos combates corpo a corpo. Pode-se dizer que assim deve ser também a questão relacionada a manter a paz nos relacionamentos humanos.
     O escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito - Indicam que o crente resiste ao inimigo tendo a certeza da obra de Deus que foi realizada na cruz em seu favor, dando-lhe garantia de uma eterna salvação. O escudo da fé fornece proteção contra os dardos inflamados do inimigo. Estes dardos incluem tentações, acusações, perseguições, calúnias, dúvidas etc... O capacete da salvação refere-se à certeza e segurança da salvação, e a espada do Espírito, ou seja, a palavra de Deus, é o argumento contra as astutas ciladas do inimigo. Esta conduz o crente à confiança na soberania e no poder de Deus, dando-lhe a certeza de que o Senhor seu Deus tem o controle de todas as coisas em suas mãos, mesmo estando o crente em tempos de dificuldades (Mt 4.4,7,10).

Para que possais resistir no dia mal  O cristão só vence, estando preparado. O inimigo não cansa de investir diariamente contra os salvos. A luta do cristão é constante. Sabemos que o mundo inteiro está no maligno (1 Jo 5.19). Não permita que os períodos da sua vida em que você enfrenta conflitos, façam com que você se acomode a uma falsa sensação de segurança (1 Pe 5.8).

1 Pe 5.8,9: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo”.

Tg 4.7: “Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”.

De acordo com os textos de 1 Pe 5.8,9 e Tg 4.7 uma das formas do cristão vencer o diabo é oferecendo-lhe resistência.  Paulo escreve em 2 Co 2.11 acerca dos ardis de Satanás que não devem ser desprezados, e ainda em 1 Co 10.12:

 “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia”.

Infelizmente, muitos hoje têm utilizado os púlpitos ou outras situações para de forma insensata desafiar o inimigo. A Bíblia, no entanto, mostra que o único que tem poder de confrontar as forças das trevas é Jesus e somente no nome dEle é que o domínio das trevas pode realmente ser vencido. Existem ainda aqueles que sob uma pretensa autoridade se arrogam até mesmo no direito de “pisar na cabeça do inimigo”, a Bíblia, porém mostra que esta prerrogativa pertence unicamente a Deus, é o que Paulo diz em Rm 16.20:

 “E o Deus de paz esmagará em breve satanás debaixo de vossos pés”.

Estes textos são suficientes, portanto para mostrar aos cristãos que a guerra espiritual não é uma brincadeira, e também que não é através de afrontas ao diabo e seus demônios que os crentes obterão a vitória, mas sim, através da sujeição a Deus, da vigilância, da sobriedade e da resistência, conforme também considera Adams (2003, p. 1264) no seguinte comentário descrito abaixo:

“A guerra espiritual de que participamos tem uma característica única. Não perseguimos o inimigo, nem adotamos ações de ataque contra ele (dessa forma, as principais armas do soldado romano, as lanças duplas, estão ausentes da relação de Paulo). Ao contrário disso, permanecemos firmes contra o inimigo. (6.11), defendemos nosso terreno (6.13) e continuamos firmes (6.14). Devemos manter uma posição firme, no ápice da montanha... e o inimigo deve-se cansar de seu constante ataque dirigido ao alto. A posição firme que Paulo tem em mente é que estamos sentados ao lado de Cristo no reino celestial (1.20; 2.6), onde Cristo está colocado muito acima de principado, e poder, e potestade, e domínio (1.21), tendo sujeitado todas as coisas a seus pés (1.22)”.

Após vencer é preciso permanecer inabalável – O cristão precisa, após cada vitória, insistir, não retroceder, não escorregar, não cair por terra, ficar firme, sabendo que está em combate constante prosseguindo, perseverando, não desanimando e permanecendo vitorioso. Lutero, ao traduzir a Bíblia, foi obrigado a pensar profundamente sobre os desafios enfrentados pelos vários homens e mulheres da Bíblia, que se apoiaram em Deus em busca da força que os capacitou a permanecerem inabaláveis.

At 14.22: “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus”.
1 Co 10.13: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”.
Tg 1.12: “Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”.

Vigiando com toda perseverança e orando em todo o tempo – Sozinho não se vence a força das trevas, só buscando o poder de Deus e a ajuda do Espírito Santo. Não podemos confiar em nossas próprias forças nem usar nossas armaduras humanas.

Ef 6.10: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possai estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”.

“Satanás treme quando vê o mais fraco santo de joelhos” – A oração transcende as fraquezas humanas e apela para o poder divino. Ela é poderosa para desfazer as obras de Satanás.
 O Espírito ajuda as nossas fraquezas. Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós, com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26).

Quer receber poder? “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”. Toda força do poder de Deus está à nossa disposição.

Rm 12.12: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”.
Cl 4.2: “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças”.

“A oração é sem sombra de dúvida a mais alta elevada atividade da alma humana. O homem encontra no seu melhor e mais elevado estado quando, de joelhos fica face a face com Deus” [1]

A essência da oração é falar com Deus como você varia com um amigo querido, sem nenhum fingimento ou arrogância. Como a comunhão com Deus é plenamente necessária e a oração é o meio eficaz de se ter essa comunhão, o inimigo tenta constantemente disseminar enganos sobre o entendimento da oração e desvalorizar o compromisso em orar. A cada geração a oração vem sendo deixada de lado e sendo substituída por ações pragmáticas.  Essa “estratégia” coloca de lado a comunhão com Deus; a inversão de valores é tão grande que alguns se consideram com o direito de em suas orações fazerem exigências e reivindicações a Deus, como se pudesse forçar Deus a fazer alguma coisa. E ainda tem aqueles que tem a oração como ritual de rotina, mas na verdade a oração é um momento de dedicação a Deus, onde o cristão fala com Ele e sai confortado com a sua presença e resposta a alma. Se você está orando e Deus não lhe respondeu, continue de joelhos e ore mais um pouco e fique mais a sós com Deus.

4.2 Vigiando com toda a perseverança – A falta de vigilância põe tudo a perder. A perseverança aqui significa constância, firmeza, insistência, persistência. Evidentemente, a batalha é contínua, uma série interminável de conflitos. Por isso, a vigilância deve vir primeiro, não pode faltar (Mt 25.13; 26.41).

O sentido da palavra "vigiando" refere-se a não estar dormindo no campo de batalha (Ef 5.14). O lutador tem que vigiar, isto é, estar de olhos abertos e atentos para os eventuais ataques de surpresa do inimigo.

Mt 26.41: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca”.

Orando em todo o tempo – O cristão precisa ser persistente na oração (1 Ts 5.17). Porém, não adianta orar muito e vigiar pouco, mas vigiar em qualquer ocasião, em todas as circunstâncias, nas diversas oportunidades. O cristão precisa estar sempre com a sua mente pronta para orar e, principalmente, no Espírito, sob a direção de Deus. O espírito do cristão fala com o Espírito de Deus e vice-versa (Rm 8.16). Orar sem jamais esmorecer é um pedido de Jesus (Lc 18.18). Não há tempo específico para oração individual, só para oração em conjunto se marca horário.

Lc 18.1: “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer”.
Ef 6.18: “Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos”.
1 Ts 5.17: “Orai sem cessar”.


Referências Bibliográficas:

[1] Martin Lloyds-Jones, Studies in the Sermon on the mount, 2 vols, 1979Grand Rapids: Eerdmans.
J. D. Douglas, O Novo Dicionário da Bíblia1995, Edições Vida Nova, São Paulo, SP.
Johnson, V.; Palma, A., Hernando, J.; Simmons, W.; Adams, J. W.; Demchuck, D.; Soderlund, S. K.; Glubish, B.; Gill, D. M.; Comentário Bíblico Pentecostal2003, 1a. Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Gaditas: Crentes Cara de Leão


Todos nós estamos inseridos num contexto de lutas, de guerra, de batalhas. Disso todos nós sabemos. As batalhas do dia a dia se tornam constantes. Essas batalhas se definem em vários momentos situacionais de nossas vidas: vida espiritual, família, finanças, saúde, entre outros.  Todos lutam suas próprias batalhas que se desenvolvem no mano a mano. Cada um deve confrontar seu problema no campo de batalha e combatê-lo.

No entanto, muitos tem tombado no campo de batalha. Não têm resistido às pressões, ao cerco, às situações que desafiam até mesmo a nossa fé. Isso é evidente, principalmente quando encontramos pessoas desesperadas, angustiadas, derrotadas, e totalmente afastadas dos caminhos do Senhor. Ninguém vai lutar a minha batalha. Eu mesmo terei de confrontar meus medos, meus anseios, meus fantasmas, e vencê-los no campo de guerra.

O Texto proposto para nossa meditação trata da história dos soldados Gaditas da tribo de Gade, que se tornaram a tropa de Elite do Rei Davi e se fortaleceram, se tornando agora, um grupo de soldados muito corajosos, que não davam as costas para a batalha.

Esses homens se caracterizaram pela sua coragem, ao ponto de serem chamados de "Cara de Leão", expressão que era vista em seus rostos quando se preparavam para suas empreitadas militares. Não tinham medo de nada, por isso foram bem-sucedidos em suas batalhas.

Deus quer levantar uma geração de Gaditas ainda hoje. Homens que não dão as costas para a luta, homens que não fogem, homens que não se acovardam, homens que encaram seus problemas de frente. Você é um Gadita, ou você tem dado as costas para suas lutas e vivido uma vida medíocre e cheia de derrotas. Quais as características de um crente Gadita?

1) CORAGEM (ROSTO DE LEÃO - SE PARECEM COM O LEÃO) - O Crente verdadeiro que está adestrado para a batalha, não tem medo de desafios. Vêm os problemas ele os encara de frente, e não foge.  Meus amados só nos pareceremos com o leão, se andarmos com o leão. O leão é Jesus. A Palavra Cristão foi usada pela primeira vez em Atos, para caracterizar os seguidores de Jesus, que muito se pareciam com ele. Cristão significa uma cópia reduzida de Cristo, um pequeno Cristo. Leão significa força, coragem, dominação, imponência, poder, força. O Leão da tribo de Judá, pode fazer de você um Gadita, uma pessoa corajosa que não tem medo dos problemas. Tenha cara de Leão, se pareça com ele, ande com ele, e encare seus problemas de frente.

2) RAPIDEZ (LIGEIROS COMO GAZELA SOBRE OS MONTES) - O crente verdadeiro não pode perder tempo. Precisamos estar preparados e agirmos com rapidez diante de alguns perigos eminentes. Isso significa que durante as investidas de satanás, do mundo ou de diversas situações não podemos perder tempo. O crente Gadita não permite que o inimigo se articule, e produza grandes estragos em sua vida, pelo contrário, ele reage rapidamente, sua defesa é o ataque. O Leão da tribo de Judá pode fazer de você um Gadita, uma pessoa rápida na tomada de decisões e nas lutas do dia a dia.

3) VALOROSOS (CADA UM TINHA O SEU VALOR - O MENOR DELES VALIA POR CEM E O MAIOR VALIA POR MIL) - Cada soldado tem o seu valor. Até o mais fraco deles. Cada um recebe de Deus a capacidade exata para guerrear e vencer suas batalhas. Ninguém no exército do Leão da tribo de Judá é desprezado. Todos devem lutar. Talvez você se acha incapaz, fraco, impotente, mas Jesus pode te fazer valer por 100, quem sabe por 1000. Ele pode te capacitar. Deus não reconhece o seu valor, ele coloca em você algum valor. Deus te capacita, Jesus te treina para a Batalha.

Todos nós enfrentamos lutas e sempre será assim, mas a palavra do Leão da Tribo de Judá para você nessa noite é essa: Coragem Gadita, se levante, encare os problemas de frente, seja parecido com o Leão, tenha a cara dele, seja rápido, e saiba que Jesus, o Leão da Tribo de Judá pode mudar sua sorte e passar com você nessa batalha. Seja em Cristo, mais que vencedor, em nome de Jesus. Que Deus te abençoe ricamente. Rev. Adeir Goulart da Cruz

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Aprendendo com a Corça

Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? (Salmos 42, 1-2).

O cervo é um animal considerado por muitos predadores como um animal de boa carne, ou seja, tem uma carne saborosa. Porém o cervo (ou corça em algumas versões) é um animal indefeso em relação aos outros animais cuja fama se destaca entre os selvagens.

Bem, para deixar a situação ainda mais delicada o cervo produz um cheiro corporal que atrai os predadores, sendo assim, é um animal que vive sendo perseguido no seu habitat.

O cervo pode se esconder entre as árvores, porém não adiantaria tanto, pois ali o encontrariam. O cervo poderia se esconder entre as pedras, porém ali ainda seria achado. Ele poderia também se esconder longe de seu habitat natural, mas encontraria outros tipos de perigo.

Mas o cervo tem uma característica peculiar: Ele sabe mergulhar nas águas e ali acha seu refúgio. Ele tem experiência com as correntes das águas, pois ali o predador não pode atacar.

Louvado seja o nome do Senhor! Assim é o servo de Deus. O salmista usa a figura do animal cervo como uma comparação e alusão ao seu desejo de estar na presença de Deus. O cervo nos fala do servo, do crente que sabe onde é o seu lugar de refúgio e que tem buscado com toda a sua alma estar com Deus para todo o sempre.

Mas a Palavra de Deus nos diz que: “[...] no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33).

Nós sabemos que o mundo para o crente em Jesus se faz como um lugar opressivo, pois nele basta cada dia o seu mal e, como ainda diz a Palavra, ele jaz no maligno. Uma das características do servo do Deus vivo é a luta e a provação (constante).

Somos perseguidos, atribulados muitas vezes. O tentador é o predador que almeja a nossa vida, pois o nosso bom cheiro de Cristo (a presença do Espírito Santo) o atrai. O pecador não atrai o inimigo, pois esse já está com ele e,as vezes, se porta também como um predador ao perseguir aqueles que são de Cristo (temos experiências com isso).

Mediante a nossa luta do dia-a-dia ou provação o que fazemos? Onde nos escondemos?

Entre as árvores? Confiando no homem? Em nossos recursos próprios? Na religião? Na tradição? Na nossa razão? Na nossa vaidade ou soberba? Na nossa prepotência?

Não! Mas o Senhor é nosso refúgio e fortaleza, bem presente na hora da angústia, disse certa vez o salmista.

Jesus é o nosso refúgio. O cervo para se esconder entrava nas águas.

O homem que vem para as águas da salvação encontra abrigo seguro.

O cervo procurava com zelo as correntes das águas. Em Jesus as águas são abundantes; ela lava a nossa alma e leva embora toda a sujeira que atrai o predador. A presença do Espírito Santo é real e faz transbordar o nosso ser.

Estando em Jesus, o predador não pode nos atacar jamais. Pois o Senhor é forte, Ele é o Leão da tribo de Judá. O que poderia fazer o inimigo?

Paulo escreveu em sua primeira carta aos coríntios: “Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo”(1 Cor.15:57).

A luta existe e, enquanto estivermos sobre este mundo, sempre vai existir, mas, uma coisa é certa e garantida: Em Jesus somos mais que vencedores (Romanos 8: 37).

Para o cervo, estar nas águas não havia ausência de perseguição. O inimigo sempre estaria ao seu derredor. Porém nas águas estava salvo.

Para nós funciona da mesma forma: a luta não deixará de existir. O Senhor Jesus nos alertou sobre elas, porem nos deu a certeza de que seremos vitoriosos em seu nome.

O inimigo de nossas almas está sempre ao nosso derredor bramando como leão (nos ensina a Bíblia),porém estamos em Cristo Jesus. Lembre-se: Ele venceu a morte!

Estar em Jesus não tem sido para todos. Isso requer intimidade com as águas.

O cervo, no seu instinto praticava o nado e se movimentava entre as correntes das águas.

O Servo do Senhor para permanecer nessa graça, deve buscar sempre a presença do Espírito Santo e, para ser salvo, deve estar coberto pelas águas, não na beira do rio, pois ali ainda existiria o perigo, mas deve estar no centro das águas, no centro da vontade de Deus. Para isso é preciso buscar, vencer correntes fortes, se preparar, saber nadar, se consagrar, vigiar a todo o tempo, etc.

É interessante salientar que: o salmista usa a figura do cervo nas águas para mostrar que assim deve ser a nossa busca pela presença de Deus e assim deve ser o nosso entendimento de servo-dependente perante Ele,pois em Jesus estamos confiando a nossa alma e a preservando do inimigo.

Contudo, nada é tão importante e primordial do que: “ter sede do Deus vivo”.

Muitos estão buscando refúgio na religião, nos movimentos gospels, no tradicionalismo, na “filosofia cristã”, no homem que cura, entre muitos outros enganos, e estão se afogando nas águas do engano.

Nossa alma clama pela presença de Deus, o criador. Ela se enche e se satisfaz quando ouve uma palavra de vida, quando sente o mover do Espírito Santo, quando louva a Deus com um cântico profético e inspirado, ela se enche de paz quando se esvazia da razão e das vaidades dessa vida e se enche da Revelação.

Os que, nesta última hora, estão refugiados em Deus, mergulhados nas águas da salvação e no centro da vontade do Senhor, tem tido um desejo em comum: se apresentar diante de Deus.

Como Jó nós também clamamos: “quem me dera fossem agora escritas as minhas palavras [...] eu sei que meu redentor vive e por fim virá”[...]. Gabriel Felipe M.Rocha

quarta-feira, 12 de junho de 2019

O coração pode ser roubado...


Nosso coração precisa ser acessado somente por pessoas que amamos. Muitas vezes, deixamos que pessoas erradas acessem nosso coração. Nosso coração tem senhas, mas um ‘pendrive’ pode roubar tudo que existe lá dentro. Ai da mulher que entregar o coração ao homem errado! Ai do partido político que entregar o coração a um líder errado! Ai da sociedade que entregar o coração a um mentor errado! Ai do discípulo que entregar seu coração ao discipulador carnal! Ai da Igreja que entregar o coração a um Pastor que não teme ao Senhor! Ai daquele que entregar o coração, sede da vontade, das emoções e das decisões, a uma pessoa que não cuidará do seu coração! Existem pessoas que têm um ‘pendrive’ na mão para pegar tudo o que existe no seu coração. Há pessoas que andam com um ‘pendrive emocional’ na mão para roubar informações de pessoas desprevenidas. Assim como um hacker entra num computador e rouba seus dados, o diabo também age assim. 
O diabo rouba coração. Não pense que você está isento de um engano. Por exemplo, sei que em algum momento da sua vida, você já foi enganado e, certamente, ficou muito bravo, decepcionado. Existem muitas pessoas de má fé que tudo o que elas querem é a chave do seu coração. Tudo que elas querem é roubar a essência, a preciosidade do seu coração. 
É por isso que o Senhor diz: “Filho meu, dá-me o teu coração.” (Provérbios 23:26). Se o seu coração estiver nas mãos de Deus, ninguém poderá arrebatá-lo das mãos dele. A única segurança que eu e você temos é um coração que esteja 100% no domínio do Espírito, no governo de Deus. Há muitas pessoas interessadas na sua vida não para abençoá-lo, mas para destruí-lo. Há muitas pessoas querendo perceber qual sua fraqueza, interessadas na sua vida para destruí-lo. 
A Bíblia diz que os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz, porque filhos da luz não têm maldade (Lucas 16:8). Os filhos das trevas só têm maldade. Os filhos da luz têm coração puro, os filhos das trevas têm coração impuro; os filhos da luz têm coração cheio da verdade; os filhos das trevas têm o coração cheio de mentira. Os filhos das trevas são baseados na mentira, no espírito de engano ou espírito de encantamento. 
Quando um espírito de engano ou um espírito de encantamento entram na nossa alma, rouba tudo o que temos. Marcos 3:27 diz que um dia o Senhor irá nos restituir, pois entraremos na casa do valente e tiraremos de lá tudo que ele nos roubou. 
O diabo quer roubar tudo de nobre que você tem. Você possui três coisas nobres: sua vida, sua família e a fé simples. Essas três coisas estão dentro de você. Você em você mesmo, sua família dentro de você e a fé do Reino, a fé pura, a fé simples, para você ministrar a pessoas e ser ministrado. 
O diabo quer o acesso do seu coração. A Bíblia diz que o diabo quer o coração, porque ele veio para roubar, destruir e matar (João 10:10). Esse é o alvo do diabo. Se o diabo tiver acesso a um coração e não conseguir matá-lo, ele provocará destruição. Se ele não conseguir destruí-lo, ele roubará. Sempre que o diabo tiver acesso a um coração, ele fará uma dessas três coisas. 
Porém, o mesmo texto de João 10:10 nos afirma que Jesus veio para nos dar vida e vida em abundância. Então, a bênção de Deus tem o objetivo de entregar-lhe um coração novo, pois um coração destruído precisa ser renovado. 
Nós podemos matar o coração. Sabemos que o nosso coração é vulnerável e ele pode morrer emocionalmente, afetivamente e espiritualmente. Vigie as portas do seu coração e não permita que o diabo ou pessoas erradas tenham acesso a ele. 

quinta-feira, 6 de junho de 2019

O Mundo de Baruque

“Palavra que falou Jeremias, o profeta, a Baruque, filho de Nerias, escrevendo ele aquelas palavras num livro, ditadas por Jeremias, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, acerca de ti, ó Baruque: Disseste: Ai de mim agora! Porque me acrescentou o SENHOR tristeza ao meu sofrimento; estou cansado do meu gemer e não acho descanso. Assim lhe dirás: Isto diz o SENHOR: Eis que estou demolindo o que edifiquei e arrancando o que plantei, e isto em toda a terra. E procuras tu grandezas? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda carne, diz o SENHOR; a ti, porém, eu te darei a tua vida como despojo, em todo lugar para onde fores.” (Jeremias 45:1-5 RA)

Baruque (Bendito) é o escrevente de Jeremias, que registra as palavras proféticas proferidas pelo profeta a todo o povo de Judá. As palavras falam do juízo de Deus que recairia em breve sobre todos. Baruque tem a difícil e triste missão de escrever as palavras e de se dirigir ao templo para lê-las em alta voz a todos que passassem por lá.

Em meio às leituras e assimilação do que viria sobre todos, Baruque, de repente, percebe que tudo aquilo também lhe diz respeito, e, então, lamenta sua própria sorte dizendo no íntimo:

“…Ai de mim agora! Porque me acrescentou o SENHOR tristeza ao meu sofrimento; estou cansado do meu gemer e não acho descanso.”

A resposta de Deus por meio de Jeremias não tardou:

“Assim lhe dirás: Isto diz o SENHOR: Eis que estou demolindo o que edifiquei e arrancando o que plantei, e isto em toda a terra. E procuras tu grandezas? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda carne, diz o SENHOR; a ti, porém, eu te darei a tua vida como despojo, em todo lugar para onde fores.”

Podemos perceber claramente que apesar da palavra profética ser tão abrangente envolvendo o mundo inteiro, Baruque estava mais preocupado consigo mesmo do que com os outros. Seu pensamento era mais ou menos assim: “Deus vai abalar o mundo todo, mas, e eu, como vou ficar?” O mundo de Baruque era mais relevante aos seus próprios olhos do que o mundo dos outros.

Outro espaço que estava sendo negligenciado por ele era o mundo de Deus. Sim, o de Deus! Perceba o que o Senhor diz:

“…Eis que estou demolindo o que edifiquei e arrancando o que plantei…”

Imagina o sentimento do Pai em ter que demolir o que havia edificado e arrancar o que havia plantado?! Ele não está falando de prédios ou plantas, e sim, de nações, de vidas, de gente. O que Ele está dizendo é que em vez de Baruque olhar somente para o seu umbigo, deveria olhar mais pra cima. É difícil imaginar que o Deus Onipotente e Soberano também se entristece e se identifica com o sofrimento alheio. Mas essa é a mais pura e doce Verdade.

E o mundo dos outros? Tudo o que estava para acontecer seria no mundo todo:

“…e isto em toda a terra”.

Levantar os olhos e enxergar para além das nossas próprias necessidades, sempre será a melhor receita para a cura do egoísmo.

O final da resposta divina encerra uma verdade tremendamente simples e profunda.

“E procuras tu grandezas? Não as procures…”

Baruque não deveria estar preocupado com as suas terras, bens, patrimônio ou bem-estar. Tudo naquele tempo estava sendo sacudido. Quem vivesse preocupado com isso, certamente se daria muito mal. Mas havia uma promessa:

“…a ti, porém, eu te darei a tua vida como despojo, em todo lugar para onde fores.”

O despojo era aos olhos do inimigo algo precioso. Matavam-se as pessoas, mas recolhiam-se os despojos pelos valores ali representados. A promessa do Senhor era de que a vida de Baruque seria poupada nas mãos dos adversários por ser ela considerada preciosa aos olhos deles. Resumindo, o Senhor queria que Baruque entendesse o que Jesus ensinou nos evangelhos:

“Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” (Mateus 6:25 RA)

A vida é mais importante do que as coisas. Desprendamo-nos, portanto, do que não é essencial e valorizemos o que é importante aos olhos de Deus. Também, ampliemos nossa visão para conseguirmos enxergar os outros mundos que nos cercam além do nosso. (Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo).

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Até quando, Senhor?


O pequeno livro de Habacuque trata de um dos problemas mais difíceis e fundamentais para qualquer pessoa que deseja manter sua fé em Deus. Como explicar as injustiças neste mundo, se Deus realmente está no controle?

O nome Habacuque significa “abraço”, nome que representa bem a atitude deste profeta para com seu povo de Judá. Ele mostrou seu desejo de abraçar e proteger o povo ameaçado pela violência da expansão babilônica. Habacuque profetizou nos últimos anos antes da invasão de Jerusalém pelas forças da Babilônia, um acontecimento que levou à destruição da cidade e do templo 20 anos depois. Foi exatamente nesta época que começou o período de 70 anos que Judá foi dominada pelo império da Babilônia. Durante este mesmo tempo, boa parte dos sobreviventes de Judá foram mantidos em colônias de cativos na Babilônia, longe da sua própria terra.

O livro de Habacuque se divide em três partes principais:

Capítulo 1 apresenta o questionamento pelo profeta, procurando entender o procedimento de Deus para com os homens injustos e suas vítimas.

Capítulo 2 é a resposta principal de Deus, mostrando que ele seria capaz de castigar os rebeldes de Judá e ainda trazer a justiça contra seu instrumento de castigo, a Babilônia.

Capítulo 3 mostra a aceitação pelo profeta desta resposta, Habacuque reafirmando sua confiança no Soberano Deus.

A mensagem de Habacuque nos lembra do livro de Jó, pois trata de um problema parecido: como explicar o sofrimento dos justos? No caso de Habacuque, o profeta começa com a injustiça e violência dominantes na sua própria nação. Ele clama a Deus pedindo justiça para proteger as vítimas inocentes: 
“Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há contendas, e o litígio se suscita. Por esta causa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida” (Habacuque 1:2-4).

Mas a resposta de Deus assustou o profeta! Deus lhe disse, basicamente, “Você tem razão. Vejo estas injustiças e já estou trazendo os babilônios para castigar este povo rebelde”. Não foi esta a resposta que Habacuque esperava, pois ainda considerava seu povo de Judá menos ruim que a Babilônia! Habacuque fez uma segunda série de perguntas ao Senhor, perguntando como poderia usar uma nação tão má como a Babilônia para julgar seu povo. Disse que Deus estaria se calando e deixando o perverso devorar “aquele que é mais justo do que ele” (Habacuque 1:13).

Na resposta divina, o Senhor frisou dois fatos importantes de contraste entre atitudes de pessoas: (1) “o justo viverá pela sua fé” (Habacuque 2:4), um princípio citado múltiplas vezes no Novo Testamento; e (2) “tampouco permanece o arrogante” (Habacuque 2:5). Nesta resposta, Deus cita a soberba da Babilônia, que confiava nos seus ídolos e no seu poder militar, dizendo que traria a justiça contra aquela nação.

Mais um fato fundamental é frisado no final do capítulo 2: Deus está no controle! “O SENHOR, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra”(Habacuque 2:20). Habacuque aprendeu esta lição importante, e se calou esperando a justiça divina. Sua inquietação e angústia foram substituídas pela confiança e fé: 

“O SENHOR Deus é a minha fortaleza”(Habacuque 3:19). 

quarta-feira, 22 de maio de 2019

O dia mais importante para a humanidade

2019 é o ano em que se comemoram os cincoenta anos da chegada do homem à lua. Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar em solo lunar, ao fazê-lo, disse uma frase que até hoje ecoa como a mais triunfal conquista humana de todos os tempos: "É um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a Humanidade" (quem nunca ouviu essa frase é porque deveria – ou, deve – estar no "mundo da lua"). Mas, o que mais me chamou a atenção foi o que disse Richard Nixon, o então presidente estadunidense da época. Com uma empáfia singular, talvez fruto do orgulho americano por serem eles os primeiros a conseguir tal façanha, Nixon falou em alto e bom som que "esse é o dia mais importante para a Humanidade – o dia em que o homem pôs os seus pés na lua". Foi aí que um grande evangelista do século vinte, Billy Graham, resolveu reagir à afirmação de Nixon. Disse Billy: "O dia mais importante para a Humanidade não foi o dia em que o homem pôs os seus pés na lua, e sim, o dia em que Deus pôs os seus pés na Terra". A Casa Branca estremeceu!

A declaração de Billy Graham é largamente confirmada pelas Escrituras. Há cerca de novecentos e quarenta anos antes de Cristo nascer, Salomão já questionava: “de fato, habitaria Deus na terra?” (2 Rs 8.27). O evangelista João responde que “sim”, que o “verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). O “Servo Sofredor” de Isaías 53, finalmente, saiu das páginas do papiro para as páginas da História, ao tabernacular entre nós. As grandes profecias concernentes à vinda do Messias estavam sendo plenamente cumpridas (Gn 3.15; Dt 18.15-19; Is 7.14; 9.6,7; 61.1-3). E, ao contrário do que muitos possam pensar, a data do nascimento de Cristo não foi escolhida aleatoriamente, como se o planejamento de Deus fosse, de alguma forma, impreciso. De acordo como o apóstolo Paulo, Deus escolheu “a plenitude do tempo” para enviar Seu Filho, “nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4 – Is 49.8). Ao mesmo tempo em que o apóstolo defende o nascimento virginal de Cristo, bem como a sua divindade e humanidade plenas (as “duas naturezas”), ele também faz uma apologia da Sabedoria e Providência de Deus em escolher o tempo preciso para a encarnação do Seu Filho. Ainda assim, tudo isso teve um propósito específico: “resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4.5). Jesus não veio à Terra simplesmente para tornar-se carne e ponto final. Se assim o fosse não caberia a Ele o título de “Salvador”. O anjo que anunciou a José o nascimento de Cristo disse-lhe que Jesus (nome que significa “O Senhor é a salvação”) viria à Terra para salvar “o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Jesus veio fazer o que homem nenhum conseguiu e jamais conseguirá: cumprir a lei de Deus (Mt 5.17). Por este motivo é que “aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feito justiça de Deus” (2 Co 5.21). Simeão bem sabia disso, quando louvou a Deus dizendo: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para a glória do teu povo de Israel” (Lc 1.29-32).Tanto para Simeão quanto para todos os outros santos e profetas aquele tinha sido o dia mais importante para a Humanidade.

Cincoenta anos se passaram e o homem jamais conseguiu voltar à lua. Aliás, esse fato é alvo de muitas controvérsias. Há muitas teorias que buscam provar a farsa da NASA, haja vista o momento político da época, em que os Estados Unidos queriam provar a sua supremacia tecnológica sobre a emergente União Soviética (Capitalismo x Socialismo). Todavia, não é nosso objetivo, aqui, entrar no mérito da questão. O fato é que, se ainda há dúvidas sobre a odisseia lunar empreendida pelos norte-americanos, não nos resta dúvida da “odisseia terráquea” empreendida por Deus, a saber, a de enviar-nos o Seu Filho – Jesus Cristo, a “Luz do mundo” (Jo 8.12). Também não nos resta dúvida de que Cristo voltará à Terra (ao contrário do homem, que jamais conseguiu voltar à lua), desta vez não para derramar novamente seu sangue na cruz (Hb 9.11-28), mas “com poder e grande glória”, para promover a redenção final daqueles que Lhe pertencem (Lc 21.27,28). Maranata!