quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Igreja: Jardim de Deus

A Igreja de Deus é um jardim, assim chamada no livro de Cantares de Salomão; portanto, sei que não estamos errados em usar esta ilustração.

Mas o que representa um jardim?

Em primeiro lugar, ele implica separação.
Um jardim não é uma terra não cultivada, um matagal, uma terra pública, nem tão pouco um deserto. Ele é cercado ao redor; está encerrado ali. Ah, cristãos! quando vocês se unem a Igreja, lembrem-se, também, que se tornam, por profissão, guardados nela, para o Rei Jesus. Eu desejo, sinceramente, ver a parede de separação entre a Igreja e o mundo tornar-se mais ampla e forte. Creiam-me, nada me entristece mais do que quando ouço membros da Igreja dizendo: "Bem, não há nenhum mal nisto; não há mal naquilo", e vão se aproximando do mundo tanto quanto possível. Não importa o que você pense disto, mas estou certo que você está decaindo da graça até mesmo quando você levanta a questão de quão longe você pode ir na conformidade mundana. Devemos evitar a aparência do mal, e especialmente nesta época festiva do ano, este natal, quando tantos de vocês estão tendo suas festas, suas brincadeiras de crianças e todo aquele tipo de coisa.

Eu queria vocês duplamente zelosos e recordados, membros de igreja, de que vocês são cristãos sempre, se de fato o são. Não podemos conceder dispensações ao pecado, como a Igreja Católica fez nos dias de Lutero. Vocês devem estar sempre vestidos com suas fardas, como soldados de Cristo, e nunca, em tempo algum, dizer: "Bem, eu vou fazer isto só agora; é somente uma vez no ano; farei como o mundo faz; não posso ficar fora de moda" .

Você deve estar fora de moda, ou fora da Igreja verdadeira, lembre-se disto, porque o lugar da Igreja de Cristo é inteiramente fora dos costumes do mundo. Vocês são chamados para ir avante sem o regimento, suportando sua reprovação. Se você quer ficar no acampamento, você não pode ser um discípulo de Cristo, pois o amor do mundo é inimizade com Cristo. Você deve ser separado ou ser perdido. Se você quer ser comum, você não pode ser jardim; e se você está desejoso e ansioso para ser jardim, ora, então, não procure ser o comum. Mantenha as cercas levantadas; mantenha os portões bem trancados; os jardins do rei não devem ser deixados abertos para ladrões e salteadores.

Não se conforme com o mundo, mas seja transformado pela renovação da sua mente.

O jardim do Rei é um lugar separado - guarde isto.

O jardim do rei é um lugar de ordem.
Quando você vai para o seu jardim, você não encontra as flores todas espalhadas de qualquer modo, mas o jardineiro sábio as dispõe de acordo com suas matizes e colorações, de modo que no meio do verão o jardim pareça com um arco-íris que tenha sido quebrado em pedaços e deixado sobre a terra, prazeroso de se contemplar. Todos os cercados são regulares, os canteiros proporcionais, e as plantas bem arrumadas, como deveriam ser. Tal deveria ser a Igreja cristã - pastores, diáconos, presbíteros, membros, todos em seus devidos lugares. Nós não somos um monte de tijolos, mas uma casa. A Igreja não é um mero montão, mas é para ser um palácio construído para Deus, um templo onde Ele se manifesta. Vamos todos tentar manter ordem na casa de Cristo, e acima de tudo, detestar discórdia e confusão. Sejamos homens que sabem como manter a dignidade, mantendo uma ordem apropriada e regularidade em todas as coisas. Nós buscamos não uma ordem que consista em todas as pessoas dormindo em seus lugares, como corpos em catacumbas, mas desejamos a ordem que encontre todos trabalhando em seus lugares para a causa comum do Senhor Jesus.

Que nós nunca sejamos uma Igreja desordenada, desunida, irregular. 

Que possa haver ordem no jardim, preservada pelo poder do amor e graça.

O jardim é um lugar de beleza. 

Tal deveria a Igreja de Cristo ser. Você colhe as mais belas flores de todas as terras, e coloca-as no seu jardim, e se não há beleza nas ruas, você espera que haja nos canteiros do floricultor. Então, se não existe santidade, amor, zelo, nem devoção fora, no mundo, que possamos ver estas coisas na Igreja. Não devemos tomar o mundo como nosso guia, mas devemos excedê-lo. Devemos fazer mais do que outros. O Senhor Jesus Cristo disse a seus discípulos que a justiça deles deveria exceder, em muito, a dos escribas e fariseus, ou eles não poderiam entrar no reino; e o genuíno cristão deve buscar ser mais excelente em sua vida do que o melhor dos moralistas, porque o jardim de Cristo deve ter as mais belas flores de todo mundo. Mesmo o melhor é pouco comparado com os méritos de Cristo; não O coloquemos com plantas murchas e secas.

Os lírios e rosas mais raros, valioso e finos devem florir no lugar que Jesus chama de seu.

O jardim do rei é um lugar de crescimento, também. 

Não acho que o floricultor pudesse pensar que o solo no qual suas plantas não crescem, é próprio para ser um jardim. Seria um desperdício total para ele, se as mudas continuassem mudas e os botões nunca se tornassem flores. Assim na Igreja de Deus. Não somos introduzidos na comunhão para sermos sempre os mesmos, sempre crianças e bebês na graça. Devemos crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Reuniões de oração deveriam ser escolas de educação prática para nossos amados jovens membros; um lugar onde os pequenos pássaros tentem alçar vôo. Se eles tentarem orar, talvez no princípio possam quase falhar, mas se não derem espaço para uma timidez tola, eles logo a superarão e se acharão úteis, não só nas orações públicas, mas em milhares de deveres úteis, também.

O crescimento deve ser rápido onde Jesus é o lavrador e o Espírito Santo o orvalho do alto. 

Mais uma vez, um jardim é um lugar de retiro. 
Quando um homem está em seu jardim, ele não espera ver todos seus clientes andando entre os canteiros para fazer negócios com ele. "Não", ele diz, "estou andando no meu jardim e espero estar só". Assim o Senhor Jesus Cristo nos reservou a Igreja para ser um lugar onde Ele pode manifestar-se a nós, do modo como Ele não o faz ao mundo. Ó, eu desejo que os cristãos sejam mais quedados, e mantivessem seus corações mais calados para ouvir a Cristo! Receio que freqüentemente nos preocupamos e agitamos, como Marta, com muito serviço, de tal modo que não temos um tempo para Cristo como o que Maria teve, e não nos sentamos aos Seus pés como deveríamos fazer.


O Senhor nos conceda graça para manter nossos corações como jardins isolados para que Cristo ande neles.

Esta, então, é uma pobre descrição do que a Igreja é; e a partir de agora, muito resumidamente, trataremos de quem ela é.

A Igreja é um jardim, mas é o jardim do Rei.
A Igreja não é minha, nem de vocês, mas do Rei. É o jardim do Rei, porque Ele a escolheu para Si.

"Somos um jardim, ao redor protegido,

propriedade particular, escolhido;
Um pequeno lugar pela graça cercado,
Fora do mundo, este deserto descerrado."

Somos do Rei, porque Ele nos comprou.

Nabote disse que não entregaria sua vinha porque a tinha herdado. Assim também, Cristo nos recebeu por herança através de um título irrevogável. Somos Sua herança, e Ele tão ternamente nos comprou com Seu próprio sangue, que nunca nos entregaria, abençoado seja Seu nome! Somos dEle, porque nos conquistou. Ele nos ganhou numa justa batalha e agora nós reconhecemos a validade da Sua escritura, e confessamos, cada um de nós, como membros da Igreja, que somos dEle e que Ele é nosso.

Que nobreza isto confere à Igreja de Cristo!

Algumas vezes escuto pessoas falando afrontosamente das reuniões de igreja; podem estar presentes poucas pessoas, algumas delas podem ser jovens membros, outras muito idosas, ainda assim, eu me ofendo quando ouço pessoas menosprezarem tal encontro, pois Cristo não o desprezaria. Sempre que a Igreja se reúne, tanto como um todo, ou representativamente, há uma dignidade solene sobre aquela assembléia que não é encontrada num parlamento de reis e príncipes. Se Napoleão pudesse formar um senado com todos os potentados deste mundo, em Paris, e tivesse um congresso lá, todos eles juntos não se comparariam com uma meia dúzia de mulheres idosas piedosas que estivessem juntas, como Igreja, no nome de Cristo, em obediência ao mandamento do Senhor; pois Deus não estaria com os potentados, mas estaria com o mais humilde e desprezado do seu povo que reúne-se como Igreja no nome de Jesus. "Eu estou com vocês até o fim do mundo" é mais glorioso do que arminho, ou púrpura, ou coroa.

Fazer parte da Igreja no nome de Cristo, e reunir-se como tal, suplanta qualquer assembléia sobre a face da terra, e até mesmo a assembléia celeste dos nascidos primeiros, é somente uma parte do grande todo no qual as assembléias da Igreja na Terra, são parte essencial.

A Igreja é o jardim do Rei. 

Agora pergunto: 
"Mas se a Igreja é um jardim, de que ela precisa?"

Uma coisa que certamente requer, é trabalho. 

Você não pode manter um jardim em ordem sem trabalho. Precisamos de mais trabalhadores nesta Igreja, especialmente de uma espécie. Precisamos de alguns para ser agricultores.

Eu recebi uma carta semana passada, de uma moça; eu não a conheço, mas ela disse que tem vindo aqui por dois anos; que anseia por sua alma, e freqüentemente tem desejado que alguém falasse com ela, mas ninguém o faz. Se eu soubesse onde ela senta, eu diria para os amigos que sentam lá, que me envergonho deles! Não sei como vocês deixam uma pessoa vir a este Tabernáculo por dois anos sem nunca falar com ela! Alguém tem sido negligente, muito negligente. Não digo que vocês devam falar sobre as melhores coisas na primeira vez que os virem, apesar de tentarem fazer isto a qualquer custo; mas como estar em silêncio por dois anos? Vocês vêm duas vezes no domingo, e aquela jovem também; bem, houve duzentas oportunidades que você perdeu; duzentas vezes que vocês deixaram aquela pobre alma ir embora, queimando, sem falar com ela!

Eu quero trabalhadores, reais e esforçados ganhadores de alma. 
Eu quero agricultores que coloquem a muda onde ela crescerá. 
Eu quero ajudantes que apanhem o cordeirinho, assim que nasçam, e o carreguem em seu peito por algum tempo;

enfermeiros espirituais que dêem conforto aos de coração quebrantado e que coloquem o óleo da consolação nas feridas dos pobres pecadores vacilantes.Em cada igreja deve haver quem olhe por aqueles que foram plantados. Quando recebemos membros, devemos olhar por eles, e como uma só pessoa não pode fazê-lo totalmente, e mesmo os presbíteros e diáconos dificilmente serão em número suficiente para tão grande trabalho, deveria ser o propósito e dever de todo cristão experiente na igreja cuidar, atenciosamente, dos inexperientes.

Creio que muitos de vocês fazem isto, e sou muito agradecido aos amigos zelosos que não tem ofício na igreja, mas que fazem um grande trabalho na visitação dos enfermos e no cuidado com os neófitos. Só o que eu quero é que todos vocês façam o mesmo. Ó! se todos nós estivéssemos devidamente preocupados em manter este jardim em ordem, quão bem tratado toda a bordadura seria, e quão poucas ervas-daninhas encontraríamos brotando nos canteiros! Posso perguntar-lhes, membros de igreja, se vocês estão fazendo seus deveres pelo jardim de Deus? Vocês são seus escolhidos e Ele trabalhou por vocês de forma que não precisam fazer nada para obter a salvação; mesmo assim, você não deve ser inativo, pois o seu Senhor disse para você: "Vá, trabalhe hoje na minha vinha". Você está fazendo isto? Agradeço-lhe se estiver. Se não, acusem-se.

Deveria existir uma pequena laçada em cada igreja, para recolher os espalhados. Nossas videiras crescerão desordenadamente se lhes for permitido, mas devemos lidar sabiamente com elas, e fixá-las em seus lugares. Devemos estar alertas onde vemos apostasia começar. Quanto pode ser feito por cristãos maduros, na tentativa de deter a apostasia entre os mais novos! Creio que metade dos casos de declínio, podiam ter sido detidos através de uma pequena providência judiciosa, se os crentes a tivessem tomado em tempo.Eu digo outra vez, o que nós, que somos os oficiais desta igreja, podemos fazer com tantos? Ora, nós somos mais do que três mil e quinhentos membros; mas, se vocês zelarem uns pelos outros, e procurarem, sempre que verem um pequeno declínio, uma pequena frieza, trazer de volta o seu irmão, o jardim do Rei será bem cuidado.

O jardim do Rei necessita de trabalhadores; que todos vocês trabalhem e esta necessidade será satisfeita. Algumas vezes, irmãos, precisamos queimar o entulho e varrer as folhas. Na melhor da igrejas sempre haverá folhas caindo. Nenhum de nós é perfeito. Sempre há algumas folhas em redor e não pouco cisco para ser colocado num canto e queimado. Posso pedir a um irmão, sempre que ele vir algum erro, para varrê-lo e não comentar nada com ninguém. Sempre que vocês acharem que aquele tal irmão está se portando inconvenientemente, falem com ele sobre isto com quietude; não espalhe por toda a igreja e produza desconfiança e suspeita. Pegue a folha e a destrua. Quando um irmão o ofender, de forma que o aborreça, perdoe-o; porque, eu ouso dizer, você necessitará de perdão um pouco mais tarde. Nenhum de nós, talvez, tenha o mais doce dos temperamentos, mas, se o temos, a forma de prová-lo é perdoando aqueles que não o tem. Se todos nós buscarmos fazer a paz, nunca haverá discórdia no jardim do Rei que O possa incomodar; mas quando Ele andasse no seu jardim, o acharia bonito e em ordem, e todas as flores brotando encantadoramente, e Ele encontraria prazeres com os filhos dos homens.

Eu disse que a igreja necessita de trabalhadores, mas, queridos amigos, ela necessita de algo mais. Necessita de novas plantas. Desejo achar algumas hoje a noite. Nosso Rei encontra plantas para seu jardim fora do muro. Ele toma os galhos da oliveira selvagem e os enxerta na boa oliveira, e então, a seiva faz a mudança. Que coisa estranha! Não é assim em nossos jardins, mas maravilhas são feitas no jardim do Rei. Ele transporta ervas-daninhas do monturo e as faz crescer como lírios no meio do seu belo jardim. Vocês serão tal planta? Que o amor do Mestre possa constrangê-los a desejar ser uma delas, e, se quiserem, vocês conseguirão. Confie no Senhor Jesus Cristo e você será dEle. Descanse somente nEle, e você será uma planta que foi plantada por Sua mão direita e nunca será arrancada. Deus conceda que vocês floresçam nos céus.

Mas, queridos amigos, todos os trabalhadores e todas as plantas novas, não serão o que a igreja requer, se ela não tiver alguma coisa mais, pois todo jardim necessita de chuva e sol. Esta igreja nunca prosperaria sem o orvalho do Espírito Santo e o sol do favor divino. Temos tido esta bênção grandemente. Devemos orar para que tenhamos mais. Gostaria de saber de vocês: quanto tempo faz que não vem a uma reunião de oração? Bem, vocês não tem vindo ultimamente porque é época de natal. Muito bem, não esperava vê-los; e, se esperasse, teria sido desapontado. Mas não era época de natal até outubro, e vocês não estavam aqui também. Alguns de vocês muito raramente vem. Se vocês são legitimamente impedidos em casa, eu nunca pediria que viessem, ou os repreenderia por dedicarem-se aos seus deveres domésticos, pois vocês não tem o direito de deixar negócios legítimos, que devem ser feitos, para estar aqui. Mas, estou certo que alguns de vocês são desocupados, e poderiam vir se quisessem. Eu oro ao Senhor para mandar-lhes um chicote na forma de peso em suas consciências, até que venham, pois quando nosso número declina, nos enfraquecemos em nossas orações; e sempre que desprezamos os cultos da noite, no meio da semana, estejam certos de que o poder da piedade se vai, pois os cultos do meio da semana distinguem, bem, um homem. Qualquer hipócrita virá no domingo, mas um homem precisa ter algum interesse no culto religioso para ser encontrado no meio do povo de Deus em oração.

Devo crer que alguns de vocês não se interessam se almas são ou não salvas? 
Devo crer que alguns de vocês não se interessam se seu pastor é ou não abençoado? 
Devo crer que vocês continuam membros de uma igreja na qual não tem interesse? 
Devo crer que não significa nada para vocês se Cristo é desprezado ou exaltado? 

Eu não acreditarei nisto, e contudo suas ausências das reuniões de oração tendam a me fazer temer que seja assim. Eu imploro a vocês: corrijam-se nesta questão, e assim como o jardim do Rei precisa de chuva e sol, e não podemos esperar ter isto sem oração, não nos esqueçamos de nos congregarmos, como é costume de alguns.

Ó, mais orações e mais pessoas que orem! e por aqueles que oram, orar com mais fervor e mais constância na súplica! Um favor eu pediria. Se vocês não vem às reuniões de oração, e muitos, eu sei, não podem, e eu não estou falando com vocês, nem os culpando, orem em família, orem em secreto por nós. Não nos deixe ser escasso em oração. É muito ruim vir a ser pobre financeiramente, porque nós necessitamos disto para mil causas e não podemos continuar sem ele. Mas podemos fazer melhor sem dinheiro do que sem oração. Devemos ter suas orações. Eu quase digo que se não nos derem suas orações diárias, desistam de sua comunhão, pois não é proveitosa para vocês e não pode ser útil para nós.

O mínimo que um membro de igreja pode fazer é suplicar a Deus que derrame suas bênçãos.

É o jardim do Rei, e vocês não orarão por ele? 
É o jardim onde Ele sente prazer em estar, e o qual Ele adquiriu com Seu sangue; suas orações 
não subirão em favor do florescimento desta igreja e para que Seu reino venha?

Por último, o que este jardim produz?
Algumas vezes em nosso jardim temos uma árvore que está tão carregada de frutos que temos que colocar escoras em seus galhos; existem um ou dois deste tipo nesta igreja, que carregam muito fruto para Deus e são tão fracos, fisicamente, que sua própria frutificação no zelo e dedicação parece que os quebrarão.

Eu oro a Deus que com Sua promessa graciosa possa sustentá-los. Temo, porém, que este não seja o retrato da maioria de nós.

As vezes você diz ao jardineiro: "Aquela árvore dará frutos nesta estação? Já era hora deles aparecerem". Ele olha, olha e olha de novo, e por fim o bom homem diz: "Acho que estou vendo um pequenino lá no topo, senhor, mas não sei se dará muito". Esta, receio, é a fotografia de muitos professos. Há fruto, ou então eles não seriam salvos, mas é "um pequenino".


Que sua oração seja, não somente por fruto, mas por muito fruto e que Deus possa enviá-los. Lembre-se, se existir algum fruto, ele pertencerá ao Rei. Se uma alma é salva, Ele deve ter a glória por isso.

Se algum avanço é feito na grande causa da verdade e da justiça, a coroa deve ser posta na cabeça dEle. Os guardiões da vinha podem receber suas centenas, mas o Rei mesmo deve receber seus milhares vezes dezenas de milhares, pois Ele merece tudo.

- por Charles Haddon Spurgeon (1834-1892)

Fonte: Jardim Clonal

domingo, 2 de outubro de 2016

A Justiça Social Como Parte da Adoração

O HOMEM E A SUA VOCAÇÃO PROFÉTICA
Amós era natural de Tecoa, um povoado que ficava ao sul de Jerusalém, a menos de 20 km da capital de Judá (Am 1.1). Sua atividade antes de exercer o ministério profético era a de boieiro (vaqueiro) e de cultivador de sicômoros (Am 7.14). Não se sabe ao certo se na condição de boieiro Amós era proprietário de um pequeno rebanho ou um assalariado. A atividade de cultivador de sicômoros, fruto comestível, implicava em arranhar as frutas com a unha ou com um objeto de metal antes que amadurecessem, para que dessa forma ficassem doces.

O PROFETA, O LUGAR E A ÉPOCA EM QUE EXERCEU O SEU MINISTÉRIO
O ministério profético de Amós foi exercido em Betel (hb. bet-’el, casa de Deus). A cidade de Betel chamava-se Luza, mas os israelitas, ao se apropriarem da região, passaram a chamá-la como o nome do santuário cananeu. A narrativa histórica sobre Abraão e Jacó faz menção de Betel (Gn 12.8; 13.3-4; 28.10-22). Após o cisma entre as tribos do norte e do sul, em aproximadamente 931 a.C., Betel foi transformado em santuário nacional pelo rei Jeroboão I, que aí instalou a imagem de um touro (I Rs 12.26-33). Amós profetizou quando Uzias era o rei de Judá, e Jeroboão II (filho de Joás, reinava em Israel, por volta de 760 a.C.

OS DESTINATÁRIOS DA MENSAGEM PROFÉTICA DE AMÓS
As primeiras mensagens proféticas de Amós são direcionadas a Damasco (1.3), Gaza (1.6), a Tiro (1.9), a Edom (1.11), a Amom (1.13) e a Moabe (2.1). Como é de se esperar, quando as profecias são juízos de Deus contra os inimigos de Israel, o povo se une e aplaude o profeta. A sétima mensagem profética é também bem recebida, pois se destina a Judá (2.4), cuja rivalidade com o reino do Norte era ainda grande.

Conheço “profetas” hábeis na arte de profetizar contra os “inimigos” de uma instituição ou da liderança, mas não se portam da mesma maneira quando as coisas na instituição para quem profetizam, ou na liderança da mesma não vão bem. Amós não era esse tipo de profeta, levado pela conveniência.

A oitava mensagem de Amós se volta contra a própria nação de Israel, denunciando as mazelas da classe dominante, do sistema vigente, injusto e opressor. Amós não recuou diante da difícil e impopular tarefa de profetizar contra os seus ouvintes.

A MENSAGEM PROFÉTICA DE AMÓS
Entre os pecados denunciados por Amós estavam:

- O luxo das classes dominantes:

Ai dos que repousam em Sião e dos que estão seguros no monte de Samaria; que têm nome entre as primeiras nações. E aos quais vem a casa de Israel. [...] que dormis em camas de marfim, e vos estendeis sobre os vossos leitos, e comeis os cordeiros do rebanho e os bezerros do meio da manada; que cantais ao som do alaúde e inventais para vós instrumentos músicos como Davi; que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo, mas não vos afligis pela quebra de José. Eis que, agora ireis em cativeiro entre os primeiros que forem cativos, e cessarão os festins dos regalados. (Am 6.1, 4-7)

Os pecados do tempo de Amós não se repetem em nossos dias? Basta olhar para os líderes evangélicos que multiplicam seu patrimônio através do uso indevido dos dízimos e das ofertas das lavadeiras, pedreiros, ambulantes, viúvas pensionistas, e até dos mais bem remunerados e posicionados socialmente.

Conheço líderes que possuem um rico patrimônio, pois já eram bem sucedidos em suas atividades profissionais. Outros enriqueceram “do dia para a noite”, se utilizando dos recursos da igreja, alegando “autoridade dada por Deus para isso”. Que vergonha, que vexame, que insensatez!

Como pode um líder cristão adquirir apartamentos e coberturas em prédios de luxo, fazendas, gados, carros luxuosíssimos e outros bens, e ainda assim ficar com a consciência tranquila diante da condição da maioria? O Senhor julgará os que assim praticam.

E o que falar das “vacas de Basã” (Am 4.1)? As mulheres em Samaria incitavam os maridos para manter a opressão e o luxo, pois do mesmo também desfrutavam. Não nos parece as “vacas de Basã” com as esposas de líderes cristãos inescrupulosos, aquelas que passam o dia (e todos os dias) nos shoppings procurando as últimas novidades, os recentes lançamentos? Que entregam o trabalho de oração às irmãs simples da igreja, enquanto o seu próprio trabalho é gastar, gastar e gastar? Para as vacas de Basã Amós profetizou:

Jurou o Senhor Jeová, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos levarão com anzóis e a vossos descendentes com anzóis de pesca. E saireis pelas brechas, uma após outra, e vos lançareis para Hermom, disse o Senhor. (Am 4.2-3)

- A injustiça social:

Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificareis casas de pedras lavradas (casas luxuosas), mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantareis (sítios e fazendas), mas não bebereis do seu vinho. Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. (Am 5.11-12)

Reparem na riqueza de detalhes desta mensagem, e das suas similaridades com situações vivenciadas em nossos dias. Líderes exigem tributos (dízimos e ofertas), como já falamos, aumentam o patrimônio pessoal escandalosamente, enquanto irmãos necessitados deixam de ser atendidos e socorridos pelos mesmos líderes nos seus gabinetes pastorais. Os necessitados pedem socorro e ajuda, mas o líder nunca pode atendê-los, sempre ocupado em reuniões para tratar dos “negócios”, ou desfrutando do conforto e privilégios de suas riquezas injustas.

- A formalidade no culto e na adoração a Deus

Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me dão nenhum prazer. E, ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas, nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos. (Am 5.21-23)

Assim como fez Isaías acerca de Judá e Jerusalém (Is 1.1, 10-20), Amós também anuncia o aborrecimento de Deus diante da hipocrisia manifesta nas festas e reuniões solenes de adoração.

Uma festa após outra, um aniversário após outro, um culto após outro, e nada de mudança de atitude, de submissão, de obediência à Palavra de Deus. Nunca se fez tanta festa em meio a tanta injustiça: [...] os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. (Jo 4.23)

ACUSAÇÃO E REJEIÇÃO DO MINISTÉRIO PROFÉTICO DE AMÓS
Como era de se esperar, por não compactuar com os interesses dos poderosos e do “rei”, Amós é acusado de conspiração contra o rei e “convidado” a se retirar de Israel:

Então, Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não poderá sofrer todas as suas palavras. Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel certamente será levado para fora de sua terra em cativeiro. Depois, Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali profetiza; mas, em Betel, daqui por diante, não profetizarás mais, porque é o santuário do rei e a casa do reino. (Am 7.10-13)

Todo líder opressor e explorador possui bajuladores a seu serviço. Amazias, o sacerdote de Betel, se enquadra perfeitamente nesse perfil. Bajuladores estão sempre procurando “conspiradores”, ou seja, aqueles que não se enquadram no “esquema” ou “sistema” do rei. Que na direção do Espírito alertam e denunciam o pecado. Quando os bajuladores assim agem, estão na verdade defendendo os seus próprios interesses e privilégios. Bajuladores não são amigos do “rei”, são oportunistas descarados. Você conhece algum? 

“Foge para a terra de Judá [...] e ali profetiza”. Como já falamos, é sempre mais confortável quando a profecia é direcionada para os outros. Amazias manda que Amós retorne ao seu lugar de origem.

Outro fato é digno de nota na fala de Amazias: “não profetizarás mais, porque é o santuário do rei e a casa do reino”. Nos dias atuais, muitos líderes cristãos estão fazendo da igreja propriedade particular. São os donos do santuário. Governam como donos, e quando estão para jubilar ou morrer tratam de transferir o “seu” ministério ou o “seu” campo (o santuário e a casa do reino) para alguém da família. 

Com certeza, como foi nos dias de Amós, Deus julgará os que na atualidade rejeitam a advertência do Senhor, e escolhem viver conforme as suas próprias concupiscências. 

Para encerrar, penso que a melhor maneira é usando uma das frases proferidas por Amós: “Bramiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Jeová, quem não profetizará?” (Am 3.8) 

Pr Altair Germano

domingo, 25 de setembro de 2016

A Igreja da Cocheira


“E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2,7).

Em uma noite estrelada, 24 de setembro de 2016, em uma terra ao pé da montanha, vi-me um pouco assustado, ansioso sem saber como chegar ao meu destino. Era muita escuridão, muito silêncio e muita expectação. De repente, mais que de repente, vi a primeira luz. Era de uma pequena Igreja, onde as pessoas estavam começando a se reunir para a adoração a Deus. Elas eram pessoas simples, do campo, preparadas para o culto. Dirigi-me a elas em busca de informações, não perguntando mais nada, limitando junto com minha esposa e sua amiga, participar daquele culto. Houve coral, leitura da Bíblia, pregador. A surpresa, a emoção e as lágrimas foram mais fortes e me permitiram, ao final, pensar na semelhança com a noite de Jesus em Belém. 

Nosso Senhor veio ao mundo numa manjedoura entre um boi e um burro, para nos ensinar a amar a pobreza e não a riqueza. Para nos ensinar que Ele nos amou tanto que quis sofrer pobreza e morte por nós. Veio a nós numa cocheira, entre um boi e um burro porque fora escrito pelo profeta Isaías: "Conhecerá o boi o seu dono e o burro conhecerá o presépio de seu Senhor” (Is. I, 3). Jesus nasceu numa cocheira de animais porque nela os animais deixam no chão suas imundícies e comem no coxo. Entre um boi e um burro. Símbolo da Igreja.

Jesus nasceu mesmo num lugar humilde, provavelmente numa cocheira, e seu primeiro berço foi uma manjedoura. Por que? Porque não havia lugar para Ele em nenhuma estalagem (Lucas 2:6). Na maioria dos corações das pessoas hoje ainda está escrito "NÃO HÁ VAGA" para Jesus. E no seu? 

Jesus nasceu numa cocheira e foi reverenciado por gente vinda de lugares distantes. O nascimento de Jesus nos corações humanos é um dos grandes e mais belos momentos de nossa história. A manjedoura é um exemplo de simplicidade e humildade. É uma lição para nós humanos, cegos num mundo materialista e de acúmulo. A riqueza reside no coração, não nos palácios.

As cocheiras para os cavalos, têm todas elas, mesmo quando limpas, muita serragem, restos de estrume, algumas moscas e cheiro de urina dos animais. O coxo onde os cavalos comem (coxo=manjedoura) é uma caixa úmida, com restos de ração e também limbo da boca dos animais, por mais que sempre lavem e escovem.

Vemos “presépios” decorativos de natal, todos iluminados, coloridos, com pedras e cristais ornamentais e outros fru-frus, quando na verdade, esta palavra “presépio”, ou “estrebaria”, ou “cavalariça”, ou “curral”, não se refere a outra coisa senão uma cocheira!

Uma cocheira de 2000 anos atrás, numa das regiões mais pobres do mundo, localizada às vizinhanças de um deserto. Uma gestante, sentindo dores de parto, foi instalada numa dessas cocheiras e ali deu à luz a um bebê, que sem nenhuma outra possibilidade, foi embalado em alguns poucos panos limpos e deitado no coxo para que a mãe pudesse descansar por alguns instantes. 

Imagino o cheiro de líquido amniótico misturado ao cheiro de urina dos cavalos… É uma condição inferior ao que se pode chamar de sub-humano…

Mas aquele frágil bebezinho que ali repousava numa dessas cocheiras imundas, com tamanho olor, moscas, calor, serragem, poeira e desconforto, era simplesmente Deus.

Esta Igreja, pobre e humilde, não brilha com sua própria luz, mas com a luz de Cristo! Uma Igreja pobre, que não tem outras riquezas. Sua grande virtude deve ser não brilhar como luz própria, mas brilhar com a luz que vem de seu Esposo.

“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2 Cor 8,9). 

Pobre, pequeno, nascido em uma cocheira, não representava nenhuma barreira para a aproximação. Ninguém teria receio de chegar a um estábulo. Ele estaria facilmente ao alcance tanto de pobres como de ricos. Identifica-se com a sorte humana na sua condição mais baixa, a morte de cruz. Desceu até nós a fim de restaurar o que o primeiro homem perdera no Paraíso pelo pecado e a rejeição de Deus. É dessa forma que o Homem das Dores Se identifica com o sofrimento humano e reergue a humanidade até a condição de filhos de Deus.
O Pastor Helder Alencar, da cidade de Gonçalves MG. Bairro Lambari, deixou sua vida palaciana, para assistir aos irmãos junto a uma cocheira, formando a Igreja Assembleia de Deus Raposo Tavares.

sábado, 24 de setembro de 2016

A Parábola da Figueira Estéril

"Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam.Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas?Não eram eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém?Não eram eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Então, Jesus proferiu a seguinte parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la".

1.A figueira é símbolo de Israel, da igreja "religiosa" ou do cristão "nominal".
2.O Viticultor é símbolo de "Jesus Cristo", que vai aparecer com diversas funções na parábola.
3.Os frutos ausentes são a "falta de arrependimento" de Israel e o seu não reconhecimento de Jesus como o "Messias", o Rei de Israel.
4.O tempo pedido é símbolo da "longanimidade, graça e paciência de Deus em Cristo" para com seu povo no exercício do Seu ministério terreno.Jo 1:9-11 Ali estava à luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo, estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
5.O corte é símbolo do juízo de Deus e da destruição de Israel profetizada por Jesus através de Tito no ano 70 d.C. (Lc 21:20-24).
6.A base do ensino parabólico: a parábola ensina uma perspectiva "doutrinaria e escatológica".
7.Versículo-chave: (v.5) este versículo constrói a ponte hermenêutica, e nos serve como ponto de contacto para a aplicação aos ouvintes.

I.O Principio Histórico da Parábola (ant: Josefo 17-18).
-Alguns vieram a Jesus e lhe relataram a tris­te história, que Josefo amplia, de alguns galileus impetuosos que fo­ram mortos por Pilatos, o qual mis­turou o seu sangue com os sacrifíci­os que foram oferecidos. Jesus percebeu os sinais de um espírito de autocomplacência naque­les que falavam com ele, e que se comportavam com atitude farisaica. Se aqueles galileus foram ceifados por morte repentina, certamente o fato dos que se consideravam dignos do favor de Deus terem escapado, levava à conclusão que terem sido preservados da morte era um sinal de que Deus os aprovava de forma especial. Estavam cegos para com­preender que uma calamidade em particular não mede e nem prova a culpa específica dos que a sofrem. Note como Jesus replicou a isso: "Pensais vós que esses galileus fo­ram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coi­sas?" Se aqueles com quem ele fala­va imaginavam que tal julgamento rápido era evidência de pecados fla­grantes, deveriam também perceber que estavam completamente enga­nados com relação à providência de Deus e à vida: "Não, vos digo! Antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis".

-Quando Jesus disse àquelas pes­soas que, a menos que se arrepen­dessem, de igual modo pereceriam, quis dizer que morreriam da mesma maneira trágica, como os galileus.
Trench faz esta colocação: "A amea­ça é que eles literalmente perecerão da mesma forma. Certamente, a se­melhança entre essas duas calami­dades, aqui apresentadas, e a des­truição definitiva que surpreendeu os rebeldes judeus, que se recusaram a obedecer à ordem do Senhor e se arrependerem, foi casual. Assim como a Torre de Siloé caiu e esma­gou dezoito dos moradores de Jerusalém, também multidões de habi­tantes dessa cidade foram esma­gadas debaixo das ruínas de seu tem­plo e de sua cidade; e durante o últi­mo sítio e assalto a Jerusalém, tam­bém houve um número deles que fo­ram atravessados pelos dardos ro­manos e, pior ainda, pelas armas de suas próprias facções fanáticas, nos pátios do templo, durante a própria preparação dos sacrifícios, de tal for­ma, que o seu sangue, como o daque­les galileus, foi literalmente mistu­rado com o dos sacrifícios: sangue com sangue".
-Depois de fazer tal advertência, Jesus usou a pará­bola para ampliar o alcance de seu chamado a um arrependimento na­cional, a fim de acrescentar algo àquela advertência e torná-la ainda mais precisa e explícita.

·Uma lição espiritual muito significativa para todos os judeusEm vez deles se preocuparem com os outros, deviam primeiro preocupar-se consigo mesmos.Era como Jesus estivesse dizendo: preocupem-se em produzir frutos para Deus, antes que uma calamidade venha sobre vocês também. A tolerância de Deus tem limites... Mudem de vida urgentemente; mudem de estilo; mudem de atitude; mudem de mentalidade; senão... De igual modo perecereis... Um dia acabaria a tolerância de Deus para com Israel, passando Ele a exercer Juízo sobre a Nação.

II.A intolerância de Deus para com os judeus improdutivos se dá pelo fato de que:
a.A figueira não foi plantada em qualquer lugar, mas deliberadamente dentro da vinha, ela não foi plantada em lugar errado.

O projeto do proprietário estava perfeito. Esse certo homem, a que Jesus aludiu, plantou uma figueira em sua vi­nha, e ela poderia ter tirado do solo desse homem tudo o que precisas­se para produzir fruto. A figueira fora plantada. Não era uma plan­ta estranha e proibida, semeada na vinha (Dt 22:9). Fora deliberadamente plantada onde não ti­nha direito, e crescera no canto onde o solo era mais favorável. O proprietário desejava aquela árvo­re em particular; fora adaptada conforme a sua própria natureza para produzir figos; e ele planeja­ra a sua localização numa área pro­tegida da vinha onde seria cuida­da. Portanto a linguagem é exata. A figueira fora plantada dentro da vinha, numa posição extremamen­te favorável, num ato deliberado de seu dono, para que finalmente ele pudesse saborear de seu fruto.

A chave da parábola nos é fornecida por sua circunstância. O privilégio peculiar da figueira ilus­trava a nação judaica (Is 5:1-7); e a vinha, que encerrava dentro de si aquele privilégio, simbolizava a na­ção separada de todas as outras, e honrada por Deus, de forma especi­al, com a luz de uma revelação sobre­natural através dos profetas e de to­das as influências de uma graça so­brenatural.

-A. B. Bruce aponta para o fato de que uma videira é o emble­ma mais encantador para a vida da nação judaica que uma figueira, e Jesus empregou o símbolo da figuei­ra com o propósito de rebaixar o or­gulho de seus ouvintes. No entanto toda a estrutura da parábola sugere o privilégio especial de Israel, como o povo escolhido de Deus.

-Deus havia plantado os judeus numa terra que manava leite e mel, ou seja, Ele fez dos judeus um povo plantado em terra boa, numa terra produtiva, em um local que eles podiam crescer e produzir espiritualmente para Deus. E tiveram tudo para produzir, entretanto não o fizeram pela dureza de coração, e comportamento contumaz.
Somos hoje o Israel de Deus, a Igreja é a vinha de Deus, o melhor local que Deus poderia nos proporcionar para que pudéssemos produzir frutos para Sua glória e louvor.
-Pense nisso, você foi plantada (a) na igreja, na vinha de Deus, a vinha é o local onde Deus vai buscar frutos.Mais cedo ou mais tarde, Ele vem procurar nossos frutos.

b.A figueira (Israel) tinha que produzir frutos, mas acabou produzindo decepção para Deus.
-Ouça o lamento de Dono da Vinha: há três anos procuro fruto em ti e não acho...
-Deus como o proprietário da vinha espera encontrar frutos.Havia um objetivo que dominava a mente daquele "certo homem", quando ele plantou a sua figueira na vinha, que era o de colher o fruto no seu devido tempo. Depois de todo o cuidado, tempo e dinheiro que ele havia em­pregado em sua plantação, tinha todo o direito de esperar que produ­zisse o seu fruto.

-Por três anos se­guidos ele procurava os frutos ansi­osamente, mas a sua expectativa, que era natural e razoável, deu lu­gar à decepção. Por "três anos", não devemos entender, como querem al­guns escritores, que a figueira pro­duziu fruto três anos após sua plan­tação, e sim que o seu dono veio no primeiro ano, no segundo e no ter­ceiro, e todas às vezes ficou decepci­onado. "Três anos" sem fruto é pro­va de esterilidade. Três anos infru­tíferos em conseqüência de sua com­pleta esterilidade; daí a ordem ao viticultor: "Corta-a!"
-O solo era mui­to valioso para que fosse desperdi­çado com uma figueira infrutífera; portanto essa teria de perecer e ce­der espaço a outra árvore.
-Com todo o direito de esperar fru­to, a justa esperança do proprietá­rio não foi concretizada.

-Qual é a interpretação desses três anos de decepção e da ausência de frutos?

-Israel era a vinha divina pela qual Jesus se esforçou tanto durante os "três anos" de seu ministério terre­no. Durante todos aqueles anos Cris­to procurou, pela sua vida, por pa­rábola, por milagre e por palavras, tornar Israel frutífero. Agora nova­mente surgiam sinais promissores; mas, ao final, aconteceu a sua total rejeição pela nação que ele cultiva­ra. Mas quando Cristo retornar, a figueira florescerá, e ele não será de­cepcionado (Mt 24:32,33).
-Alguns es­critores interpretam os "três anos" como representando todo o curso da história de Israel. Agostinho consi­derava que eles representavam, res­pectivamente, a lei natural, a lei es­crita e a graça. Outro teólogo insi­nuava que esses "três anos" repre­sentavam Moisés, os profetas e Cris­to; ou então, a infância, o homem adulto e o idoso, referindo-se ao indi­víduo.

-Uma coisa é certa: Cristo veio na esperança de encontrar fruto produzido pelo seu próprio povo, e não o encontrou, porque eles haviam dei­xado de produzi-lo. Onde ele procu­rava santidade, encontrou corrupção; onde ansiava por ver reverência, en­controu desprezo. A figueira de Isra­el desejava satisfazer-se com todos os benefícios da luz, do sol e da chuva do privilégio divino, mas estava ex­tremamente sem vontade de produ­zir fruto para o seu dono. Por isso veio a ordem: "Corta-a!"

c.Há pessoas (como Israel) que desejam os privilégios, mas não querem os deveres.
-Tem pessoas que desejam está numa boa Igreja, principalmente hoje em dia, onde qualquer coisa que desagrada o "cliente do Evangelho" leva-o logo a mudar de vinha (denominação).
-Israel queria os privilégios do reino, mas não queriam os preceitos do reino.
-Israel queria a restauração de sua posição entre as cabeças das nações, mas não queria passar pela restauração de caráter.
-Israel queria ser o povo eleito, mas não queria fazer de sua eleição uma missão de produtividade divina.
-O poeta diz: Mas se ainda nos recusarmos a aten­der ao seu chamado E abusarmos de todo o seu maravi­lhoso amor, Breve ele tristemente voltar-nos-á as costas; Nossa oração será amarga por rejei­tar o perdão. Tarde demais, tarde demais, será o lamento, Após Jesus de Nazaré ter passado.
-Sabedor que o dono da vinha tinha toda razão para estar decep­cionado com a contínua esterilida­de da figueira, o viticultor, aquele que cuidava do vinhedo, pediu encarecidamente que a figueira fos­se preservada.
-Num ato de intercessão ele implorou: "Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque. Se der fruto, ficará! Se não, depois a mandarás cortar". Deixa-a este ano —Não sentimos "o pulsar de uma emoção intensa" nesse apelo? "Dê-me mais um ano", disse o viticultor, "para que eu detenha essa esterilidade contínua". Ele não pediu para que a árvore infrutífera continuasse a existir por tempo indefinido. Apenas solicitou por mais um ano em que adotaria as mais es­tritas medidas, para estimular aque­la árvore estéril a se tornar frutífe­ra. Se, com aquele tratamento, vies­se a dar fruto, o viticultor saberia que o dono permitiria com satisfação que permanecesse em sua posição privi­legiada; mas, se teimasse em ser improdutiva, então ele a abandona­ria ao seu destino merecido. Portan­to, foi solicitado um intervalo, um adiamento.

-No apelo com forma de intercessão do viticultor, temos uma ilustra­ção da relutância de Jesus em per­mitir que Israel se afastasse dele. Quando estava na cruz, ele orou pela nação infrutífera que O rejeitara: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem". Em resposta a essa ora­ção, Pedro e os demais apóstolos fo­ram enviados para oferecerem outra oportunidade de arrependimento.

- Habershon faz esta colocação: "O li­vro de Atos relata a história de 'mais um ano', não um ano literal, mas o 'ano aceitável do Senhor', concedido à figueira em resposta à oração do viticultor". Mas tal período de gra­ça, que fora ampliado, acabou, e não teve proveito algum; o que se seguiu foi que a nação judaica foi rejeitada.

d.Deus fez o máximo para ajudar Israel a produzir, mas a nação não fez nem o mínimo para manter-se de pé.
- A vinha e a figueira que estava plantada nela pertenciam ao Senhor; portanto, ele tinha o di­reito moral e absoluto de desejar os frutos e também o direito de punir com a destruição qualquer coisa que fosse estéril e inútil dentro da sua terra. E terrível a decisão que vem da parte do intercessor: "Corta-a". Se os homens desperdiçarem o dia da graça, até mesmo Jesus não pedirá por eles no dia seguinte, o do julga­mento. "Já não resta mais sacrifício pelos pecados".
- A ordem divina: corta-a foi exe­cutada no decreto de "destruição de Jerusalém e remoção dos judeus de seus privilégios como vinhedo, o que foi uma preparação, e assim aconte­ceu para dar lugar a chamado dos gentios". O golpe de justiça foi conti­do por algum tempo, pois o amor di­vino relutava em desferi-lo sobre os culpados. Talvez o povo tenha inter­pretado aquele intervalo como evi­dência de que o julgamento não viria sobre eles. "Visto que não se exe­cuta logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto à prática do mal" (Ec 8:11; 2Pe 3:3-10).
- Os que, deliberada e definitivamente, não se arrependem, são destruídos repen­tinamente, sem que haja cura (Pv 29:1). Para Israel, finalmente, o machado foi usado na raiz da árvo­re e essa foi abatida e lançada no fogo (a raiz, no entanto, permane­ceu intacta).

III.As Figuras de Jesus na Parábola.
·Ele é o Preservador da Vinha: ele é o vinhateiro (aquele que cuida da vinha) Diz Isaías 5: 4 que mais se podiam fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito?

·Ele é o Intercessor da Vinha: No diálogo dessa pequena pará­bola, podemos ver Jesus no papel de intercessor. O dono da vinha queria destruir a figueira, mas o viticultor orou para que permanecesse viva por mais um ano. Não devemos for­çar esse diálogo além da conta, para fazê-lo representar Deus como o dono cheio de ira, e Jesus pedindo-lhe para que se arrependa de sua raiva. Tanto o Pai como o Filho iram-se com relação ao pecado, e ambos, da mesma forma, estão cheios de amor pelo pecador. Portanto, o que o Filho pensava a respeito de Israel era também o que o Pai imaginava. Cristo é um intercessor que se im­porta com o homem e governa junto com Deus.

-O seu primeiro apelo é: poupe. No entanto, apesar de tão longânimo, Cristo concorda com o dono da vinha quanto ao cortar e derrubar a árvore, se a oferta de mais uma porção da graça for rejei­tada.
-O Filho jamais nega o direito do Pai de destruir. Ambos concordam em oferecer salvação ao pecador, e também em condená-lo, se ele final­mente recusar a oportunidade que lhe foi oferecida por preço de sangue. Ele roga ao dono em favor da figueira:Senhor deixa-o este ano... (v.8) Pai, perdoa-lhes... (Lc. 23:34) Jesus, diz a Bíblia, vive para interceder (Hb. 7:25).

·Ele é o Fertilizador da vinhaAté que eu a escave e a esterque...
Cavar é dar mais profundidade doutrinária, é está mais arraigado no firme fundamentoLc 6:47 - 7:1 Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante.48 É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo à enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.49 Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.
-Adubar é trazer mais estimulo para a vida cristã através dos exercícios espirituais, tais como a oração, da meditação na Palavra, do jejum que mata a carne e libera o espírito para ouvirmos melhor a voz do Eterno...Você tem buscado de Deus mais profundidade e fertilidade na sua vida espiritual, frutos dignos de arrependimento; (Mt 3:8).

·Ele é o Executor da Vinha: E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar (v.9). Ambos concordam, tanto o Vinhateiro como o Dono da vinha, que se ela não produzir será cortada... A punição é certa e precisa Deus realmente mandou cortar a vinha. ( No ano 70, Tito Vespasiano, destruiu Jerusalém, esmagando a revolta judaicaJerusalém foi destruída e meio milhão de judeus morreram e 100.000 foram escravizados. Os sobreviventes que abandonaram a Palestina vieram a engrossar as comunidades da diáspora (dispersão), e o judaísmo sobreviveu em torno das sinagogas. Tudo isso foi profetizado por Jesus Cristo em Mt 24).

-A condição para os Judeus ficarem na terra prometida era produzir, todavia se tornaram degenerados: Is 5:7 7 Porque a vinha do SENHOR dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercessem juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor.
-A condição para permanecer não depende mais do Vinhateiro, mas do fruto produzido:Is 5:4-64 Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas?5 Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derribarei a sua parede, para que seja pisada;6 e a tornarei em deserto; não será podada, nem cavada; mas crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela.

-Como não produziram frutos e não obedeceram às ordenanças do Deus de Israel, o Juízo caiu sobre a nação: Mandarás cortar...Is 1:2-82 Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, tu, ó terra, porque fala o SENHOR: Criei filhos e exaltei-os, mas eles prevaricaram contra mim.3 O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.4 Ai da nação pecadora, do povo carregado da iniqüidade da semente de malignos, dos filhos corruptores! Deixaram o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás.5 Porque seríeis ainda castigados, se mais vos rebelaríeis? Toda a cabeça está enferma, e todo o coração, fraco.6 Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas amolecida com óleo.7 A vossa terra está assolada, e as vossas cidades, abrasadas pelo fogo; a vossa região, os estranhos a devoram em vossa presença; e está devastada, como em uma subversão de estranhos.8 E a filha de Sião se ficaram como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal, como cidade sitiada.

-Corta-a! Esse foi o fim para Israel. Essa sentença foi justa, pois Israel, a despeito de seus privilégios, era uma figueira infrutífera, uma árvore improdutiva e inútil. Apenas atrapalhava, pois ocupava o espaço no solo onde outra com certeza teriam produzido fruto com abundância. Nessa parábola, há uma séria advertência para a Igreja, assim como para cada pessoa que se diz membro dela.
-Habershon diz: "A árvore estéril é uma advertência para um mundo infrutífero, para um pecador infrutífero, para uma igreja infrutífera, ou para um crente infrutífero".
-Esse é ainda o dia da graça e, por causa disso, os pecadores devem ser advertidos, apesar de, nesse momento, serem poupados da condenação. Também nesse ano a sentença ainda permanece sobre eles: Corta-a!
-À luz dessa parábola todos os que decididamente rejeitam as propostas da misericórdia divina serão cortados por atrapalharem e ocuparem inutilmente espaço no solo, e será terrível a condenação dos que estiverem sem Cristo!

-A intolerância e o desconforto de Deus para com os "cristãos nominais" improdutivos (judeus ou todos aqueles que se enquadram neste esboço) foram gerados porque Deus havia colocado Seu povo em um excelente local para produzir frutos, a terra da promessa. Mas não se houveram sabiamente para com os privilégios de Deus, antes, acharam-se merecedores dos favores de Deus, sem nunca sentirem a necessidade de um compromisso com Seus preceitos. Ao invés de produzirem frutos, trouxeram desprazer para Deus, a ponto de Deus lamentar os sentimentos malignos e invejosos dos judeus para com o Messias de Israel.

Implicações Conclusivas:
  • Israel não reconheceu Jesus como o Preservador, Intercessor, Fertilizador e também como o Executor da Figueira. Israel pesavam que os frutosdependiam de observarem normas legalistas e de dogmas humanos:
-Mc 7:6-9 Jesus, respondeu: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo (Israel) honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.8 Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens, como o lavar dos jarros e dos copos, e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.
  • O fruto não dependia de sacrifícios vazios, senão os Galileus teriam escapado com vida da chacina promovida por Pilatos.
-Davi, disse: Abre Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoarão o teu louvor. Porque te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarásó Deus. Sl 51:15-17.
  • O Apostolo Paulo, disse:Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivermos no Espírito, andemos também no Espírito. Gl 5:22-25
  • O fruto não dependia de trabalhos forçados, senão os dezoito sobre os quais a torre caiu não os teriam matado... Paulo, disse:6 Mas, se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.7 Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram... Rm 11:6-7.
-Na verdade o fruto depende apenas de um arrependimento sincero, gerando o perdão dos pecados, que por sua vez gera comunhão com Deus, e faz com que o Espírito Santo seja insuflado no íntimo do ser humano para que esse possa produzir frutos para Deus por meio de Jesus Cristo.-Jo 15:1-10
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