segunda-feira, 11 de julho de 2016

Débora, a Abelha que se Levantou Sobre Israel


JUÍZES 4:1-9: PORÉM os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, depois de falecer Eúde. E vendeu-os o SENHOR na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; e Sísera era o capitão do seu exército, o qual então habitava em Harosete dos gentios. Então os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, porquanto ele tinha novecentos carros de ferro, e por vinte anos oprimia violentamente os filhos de Israel. E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. Ela assentava-se debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. E mandou chamar a Baraque, filho de Abinoão de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o SENHOR Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom, a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros, e com a sua multidão; e o darei na tua mão. Então lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei. E disse-a Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o SENHOR venderá a Sísera. E Débora se levantou, e partiu com Baraque para Quedes.

Débora, a “abelha’’mãe. Que mulher de impressionante visão espiritual  e vida com Deus. Mas o que as abelhas tem a ver com Débora?. As abelhas tem muito a ensinar sobre a personalidade desta mulher., Vamos partir do principio do significado da palavra Débora  “ABELHA DO MEL”. A palavra Débora no hebraico , DEVORAH, que significa “abelha”.

 Trazendo para os dias de hoje: Muito atencioso, apegado à família, possui um senso maternal muito forte, é o tipo de pessoa que gosta de se sentir útil e necessário. Se tivéssemos que escolher alguns sinônimos para conceituar nossa valente Débora classificaria assim: DISCIPLINADO, LEAL, GOSTO PELO TRABALHO, SOLIDEZ E EFICIÊNCIA, ORGANIZADA, PRONTA, DECIDIDA.

1) COMO SÃO AS ABELHAS? 
À primeira instância, são seres enaltecidos nas escrituras por causa de sua organização social. A  abelha é um inseto que vive em sociedade, cuja a sobrevivência é impossível de modo isolado.
2) COMO VIVEM AS ABELHAS?
Elas vivem em colonias, as “colmeias”, que têm cerca 80.000 abelhas.Todas guiadas por uma única rainha, a abelha fêmea, com a capacidade de reprodução. As abelhas polinizam flores de cores monótonas, escuras e pardacentas (todos os tipos de flores).

Uma abelha visita dez flores por minuto em busca de pólen e do néctar. Ela faz, em média, quarenta voos diários, tocando em 40 mil flores. Com a língua, as abelhas recolhem o néctar do fundo de cada flor e guardam-no numa bolsa localizada na garganta. Depois voltam à colmeia e o néctar vai passando de abelha em abelha. Desse modo a água que ele contém se evapora, ele engrossa e se transforma em mel. A maioria das abelhas transporta uma carga eletrostática, que as ajuda na aderência ao pólen.
A abelha tem cinco olhos. São três pequenos no topo da cabeça e dois olhos compostos, maiores, na frente.
Uma abelha produz cinco gramas de mel  por ano, para produzir um quilo de mel, as abelhas precisam visitar 5 milhões de flores e consomem cerca de 6 a 7 gramas de mel para produzirem 1 grama de cera.
Uma colmeia abriga de 60 a 80 mil abelhas. Tem uma rainha, cerca de 400 zangões e milhares de operárias. Nascem-se duas ou mais rainhas ao mesmo tempo, elas lutam até que uma morra. A abelha-rainha vive até 5 anos, enquanto as operárias vivem de 28 a 48 dias.
Apenas as abelhas fêmeas trabalham. Os machos podem entrar em qualquer colmeia ao contrário das fêmeas. A única missão dos machos é fecundar a rainha. A rainha voa o mais que pode e é fecundado pelo macho que conseguir ir até ela, esse voo se chama: voo nupcial. Depois de cumprirem essa missão, eles não são mais aceitos na colmeia. No fim do verão, ou quando existe pouco mel na colmeia, as operárias fecham a porta da colmeia e deixam os machos morrerem ao frio e à fome e trituram e expulsam os que ficarem.

3) O QUE APRENDER COM AS ABELHAS?

A) A UNIDADE - (V4:6) “Ela mandou chamar Baraque , filho de Adinoão, que estava na cidade de Quedes no território da tribo  Nafatali”.

Débora é a abelha que Deus levantou em  Israel. Nós, o povo de Deus, temos que ser uma “colmeia. A ênfase deste versículo é a unidade; assim como as abelhas, devemos viver em colmeias, dependendo uma, das outras.
“Porque há um só corpo um só espírito, como fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos”(Ef. 4:4-6).

A importância da UNIDADE, quando Débora chama Baraque para que atraísse as pessoas a si, a fim de que houvesse sucesso na batalha. Veja o comentário bíblico (V4: 6b-7) “Vai, e leve gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali dos filhos de Zebulom. E farei ir para o rio Quisom a Sisera comandante do exército comandante de Jabim, com seus carros e suas tropas darei em suas mãos.”

Poderia até dizer sou profetisa, sou boca de Deus não dependo de ninguém. Mas, comparamos  a profetiza Débora com as características das abelhas que vivem dependendo umas das outras, na produção do melhor mel, o néctar das flores vai passando de abelha em abelha , até a água evaporar e transformar-se em mel. Assim Débora dependia de  Baraque e de seus soldados, pois, este tinha nas mãos a estratégia de guerra, ia à frente da batalha.  A união faz a força da colmeia.  Baraque por sua vez precisava reunir tropas, formar um exercito. Mas uma vez, a história: dependemos exclusivamente uns dos outros e juntos são fortalecidos por Deus. hoje vivemos em busca de independência constante. Desejamos ser independente dos nossos  pais, desejamos ter nosso próprio negócio para não depender de ninguém (não ter patrão), as mulheres desejam ser independentes de seus maridos financeiramente e os jovens querem ser independente de seus pais. Com isso verificamos que temos uma sociedade que busca sua independência. 

Por sua vez a igreja como um  organismo vivo, não pode ser contaminada com este pensamento. Esquecendo-se  que Deus através da palavra  nos ensina  a dependermos todos os dias do nosso próximo e Dele mesmo. Porque  o homem não foi criado ,para viver  só e para conquistar sozinho. Assim, saiamos dessa caverna de solidão, de egoísmo e voltemos para a essência de unidade, buscando sempre alguém para compartilhar, ajudar e dividir todas as emoções, desejos e quando necessário, até os bens. Nossas diferenças existem para precisarmos uns dos outros e dependermos exclusivamente de Jesus.  Ele disse: “Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt 12: 25)

B) A DISPOSIÇÃO PARA TRABALHAR: 

As abelhas operárias visitam cerca de dez flores por minuto, num total de 40 Voos diários. Com essa mesma disposição, a protagonista da nossa historia, Débora, caminhava junto com o exército. Baraque confiava em Débora e enxergou a vitória antes dela chegar, pelas características espirituais demostradas por ela.

1)Juíza, exercia sua vocação com sabedoria (Jz4:5)

2)Mãe em Israel, seu chamado para livrar o povo da opressão Jz5:2-3)

3)Mulher de  Lapidote , sua feminilidade

4)Uma mulher de visão amplificada da vontade de Deus,  (Jz4:6-7) “Ajunte o povo disse ela a Baraque.”, assim como a abelha que possui cinco olhos para ver uma luz polarizada que os humanos não podem ver. Fazendo um paralelo entre a abelha e a profetisa,  sua visão é também ampliada  por Deus, o Senhor; já enxergava a vitória antes mesmo dela acontecer.

4) SISTEMA DE DEFESA DAS ABELHAS

Quando uma abelha se sente ameaçada, ela utiliza o ferrão no animal que estiver por perto. Depois de dar a ferroada, ela tenta escapar e, por causa das farpas, a parte posterior do abdômen onde se localiza o ferrão na maioria das vezes fica presa na pele do animal e, em alguns casos, perde uma parte do intestino, morrendo logo em seguida. Já ao picar insetos, a abelha muitas vezes consegue retirar as farpas da vítima e ainda sobreviver.

As abelhas “operarias ou obreiras” É encarregada pela proteção da colmeia, tem um ferrão na parte traseira para ataque em situações de suposto perigo. 
Traçando um outro paralelo entre as abelhas e Débora: Juntamente com Baraque e o exército, fica clara a disposição do trabalho. Em (Jz4:14),  Débora ordena a Batalha. Com uma visão espiritual, ela sabia que era chegado o momento da libertação de Israel, ficando nítido  no texto quando ela diz “Este é o dia que o Senhor entregara Sísera nas tuas mãos”.  
  
Da mesma maneira o servo de Deus não deve “ferroar” ninguém. Quando você lança uma palavra pesada, sobre a vida da pessoa o seu ferrão fica nela, ou seja, o ódio, a ira, a vingança, a revolta o ciúme ,tudo de ruim que você pensa e fala. A abelha quando lança seu ferrão perde parte do intestino. O que é o intestino? É aonde fica os alimentos, que não prestam, que precisa ser liberado.

Você tem depositado seu intestino em alguém, ferroando pessoas com palavras e sentimentos negativos? Lembre-se que a abelha quando deixa o seu intestino, ela morre. Quantas vezes morremos por deixar nosso intestino em alguém. Cientificamente, já foi comprovado, que o rancor, o ódio que sentimos por alguém (pecado), nos leva a doenças físicas, emocionais, e espirituais. Em (Marcos 11:26) “Mas, se não perdoardes também vosso pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas.

O senhor usou seu ferrão contra o inimigo através das águas  de Quisom, tendo Baraque e seus soldados agindo de acordo com a orientação divina. Analise o texto bíblico e verá  o ferrão de Deus contra o inimigo (V: 15 “ O Senhor derrotou Sísera, e todos os seus carros, o todo o seu exército ao fio da espada diante de Baraque.” Romanos (12,19: “A Mim pertence a vingança ; Eu que retribuirei, diz o Senhor .”

4) DÉBORA UMA VERDADEIRA ABELHA RAINHA

A abelha rainha é criada numa cápsula  denominada realeira, na qual é alimentada  pelas operárias ,com geleia real. Ela e uma verdadeira abelha rainha no meio do povo de ISRAEL; VOARÀ MAIS ALTO QUE OS DEMAIS
Enquanto homens, mulheres, crianças caminhavam rumo ao pecado, Débora caminhava rumo ao alto, para ter mais intimidade com o senhor. Pensava nas coisas de cima. Sua alimentação era especial. Ela era a  abelha rainha de Israel , e seu alimento era a  palavra proferida da boca de Deus.
De fato uma mulher levantara em Israel, cuja fé firme fez nascer a esperança, a liberdade e a paz que durou por quarenta anos. Nunca mais os cananeus uniram forças contra Israel.

5) OS “ZANGÕES”

Única função é fecundar a rainha; aqueles que não tem firmeza espiritual; os tímidos. Triste é ser zangão no meio do povo de Deus; vive de um lado para o outro, não tem vida espiritual própria, na dificuldade morre por não ter raiz em si mesmo, porque não tem vida abundante.
Quando acaba o verão, ou seja, quando vier o arrebatamento da igreja  por causa da sua negligência espiritual, será mantido fora da cidade celestial. Como Joana D'Arc da antiguidade, Débora levantou-se, chamou o povo à batalha, tirando da idolatria e restaurando sua dignidade como escolhidos de Deus.       

Qual é sua posição na colmeia? Aquilo que Débora possui também está ao seu alcance, hoje?. Sua sabedoria é revelada nas Escrituras. Sua confiança em Deus é encontrada no relacionamento com Ele.Sua coragem é possível de alcançar, ao colocar sua confiança em Deus.




http://missaodeensinar.blogspot.com.br/2011/09/debora-abelhaque-se-levantou-em-israel.html
Beatriz Rezende

sábado, 9 de julho de 2016

10 sinais (perigosos) de que você está destruindo a sua vida com Deus

10 sinais (perigosos) de que você está destruindo a sua vida com Deus
Você quer destruir sua vida com Deus? Tenho certeza de que a resposta é um sonoro não! Porém, apesar de termos em mente que nossa vida com Deus é algo importante e que deve sempre estar muito bem cuidada, na realidade, a destruímos aos poucos com alguns tipos de comportamentos do dia a dia, que às vezes passam despercebidos. Coisa pequenas que fazemos, coisas pequenas que aceitamos que façam parte de nossas vidas e que, pouco a pouco, vão fazendo nossa vida com Deus definhar. E são essas 10 coisas que gostaria de compartilhar para que todos nós fiquemos alertas.

(1) Oração não faz parte da rotina
Se a oração não faz parte da sua rotina, você está destruindo uma parte importante da sua vida com Deus, que é o relacionamento com o Pai.

(2) Leitura da Bíblia só de vez em quando
A leitura da Bíblia é uma das principais formas com que Deus fala conosco, nos comunicando a vontade Dele e nos fortalecendo com princípios e entendimentos espirituais sobre diversas questões. Pouca leitura da Bíblia significa que você está ouvindo pouco a Deus. É um sinal destrutivo de uma vida com Deus que não está sendo bem cuidada.

(3) Quedas frequentes no mesmo pecado
Este é um sinal de que sua carne está mais forte do que seu espírito. Significa que a sua carne está muito mais bem alimentada do que seu espirito e, por isso, consegue vencer facilmente a batalha, te derrubando várias vezes no mesmo pecado, na mesma brecha.

(4) Pouco ou nenhum desejo de evangelizar
A missão maior de cada crente é ser sal e luz. Quando negligenciamos o nosso testemunho, quando deixamos de ser sal e luz, estamos descuidando da nossa vida com Deus, da nossa missão de vida. Crentes que não amam as almas perdidas estão com a vida com Deus doente.

(5) Nunca investe nada em missões
Um crente que nunca investe em missões, seja financeiramente, ou orando, ou participando e se interessando de alguma forma, mostra um forte sinal de que não está conectado com uma vida fervorosa com Deus e com a obra.

(6) Nunca está disponível para servir
Deus sempre coloca diante de nós oportunidades para servirmos o próximo. Isso faz parte da vida com Deus. Quando fechamos a nossa vida para essa comunhão com o próximo estamos destruindo uma parte muito importante da nossa vida com Deus, que nos salvou para boas obras.

(7) Só vê defeitos na igreja e nas pessoas
Jesus nos ensinou em sua passagem aqui na terra que podemos achar mais do que defeitos nas pessoas, que podemos ser abençoadores, pacificadores. Quando nosso coração só vê defeitos, só faz críticas, estamos seriamente contaminados por algo destrutivo que precisa ser eliminado de nossa vida.

(8) Coloca coisas que não são prioridade como prioridade
A vida tem coisas que devem ser prioridade: Deus, família, trabalho, igreja, etc. Quando colocamos outras coisas acima de nossas prioridades mais importantes, estamos abrindo brechas para destruir não só a nossa vida com Deus (que geralmente é a primeira prioridade que sacrificamos), mas também a família e a nossa vida em diversas áreas.

(9) Está afastado da igreja e acha isso normal
Por mais que a igreja (que é a reunião dos servos de Deus) tenha defeitos, vemos na Bíblia que é na igreja, é nessa reunião de pessoas imperfeitas que Deus age mais poderosamente. Ele nos fez como um corpo. Logo, se você está vivendo sozinho, como um membro fora do corpo, sua vida com Deus nunca estará boa e correta.

(10) Coloca a culpa sempre nos outros
Um sinal muito forte de que nossa vida com Deus está ruim é quando sempre achamos alguém para culpar pelos nossos erros. Inclusive, quando nossa vida com Deus está ruim, culpamos o pastor, os membros da igreja, enfim, tudo que possa ser culpado, mas não assumimos a culpa de nossos próprios erros e, por isso, não mudamos. 

Presbítero André Sanchez 
https://www.esbocandoideias.com/2016/04/10-sinais-de-que-voce-esta-destruindo-a-sua-vida-com-deus.html

sexta-feira, 8 de julho de 2016

O Alpinista e a Fé

As pessoas sempre sentiram um anseio para conquistar as alturas, explorar o desconhecido. Parecemos incuravelmente curiosos, os picos espirituais nos atraem. Os altíssimos locais que escondem os mistérios de Deus nos fascinam, as alturas das grandes experiências espirituais nos chamam, ecoam como um apelo intrépido. Mas aqui, no "mundo de verdade", a vida espiritual pode parecer muito distante, o próprio Deus pode parecer inacessível. Em nossos estreitos caminhos duvidamos: será que posso vencer as barreiras? Conseguirei chegar acima das nuvens?

Muitas pessoas são atraídas para a vida espiritual, mas sentem que a escalada é muito alta. Os "cristãos vitoriosos" podem intimidar um pouco. Os testemunhos de gloriosas experiências daqueles que atingiram o topo às vezes nos assustam. Presumimos que tais coisas estão fora do nosso alcance.

Podemos olhar com admiração para aqueles que conquistaram as alturas. Grandes missionários, santos notáveis, pastores eloqüentes. Mas muitos de nós estamos inclinados a pensar que os grandes sucessos espirituais pertencem a uns poucos escolhidos. As pessoas dizem: "se ao menos eu tivesse esse tipo de fé..."

Homens e mulheres de fé. É assim que chamamos esses heróis espirituais. Em Hebreus, capítulo 11, encontramos uma enorme lista de heróis bíblicos, pessoas que deixaram tudo pela terra prometida, atravessaram o Mar Vermelho, conquistaram exércitos estrangeiros, e aceitaram o martírio. E fizeram isso tudo pela fé. Todos os seus grandes feitos aconteceram pela fé. É assim que as coisas acontecem na vida cristã. A fé é o combustível que impulsiona a espiritualidade.

Os escritores do Novo Testamento são muito claros a respeito disso. Eles nos dizem que somos salvos pela fé, perdoados pela fé, justificados e santificados pela fé e entusiasmados pela fé. Eles nos dizem que Cristo habita em nosso coração pela fé, que venceremos o mundo pela fé, que caminhamos no Espírito pela fé. Tudo acontece pela fé.

Todas aquelas frases religiosas que por vezes nos mistificam, tais como: "purificados pelo sangue, cheios do Espírito", estão relacionadas com a fé. Portanto, é verdade: a fé é a chave para o crescimento na vida espiritual, para o sucesso na escalada da montanha. Porém, não é verdade que a fé é um dom apenas para uns poucos escolhidos, a fé não é algo que somente uma elite obtém.

Eu gostaria de esclarecer alguns conceitos errados que muitas pessoas têm a respeito da fé, e analisar com você como a fé funciona de fato. Vamos descobrir que a fé é uma reação muito natural e que o progresso na vida espiritual também é um processo muito natural. Faremos isso examinando o modo como se escala as montanhas de verdade.

Bem, o primeiro conceito errado que as pessoas têm é o de que a fé é um empreendimento muito superficial, como um salto em pleno ar. Pensam que precisam fechar os olhos ao que se vê para tornar o que não se vê mais real, ou imaginam que a fé é uma desesperada tentativa para realizar o improvável. Mas ouça, o alpinista não salta, ele dá passos bem cuidadosos. Seus olhos estão bem abertos. Ele se concentra em cada borda e fenda da montanha.

A fé funciona do mesmo modo. Em primeiro lugar há uma forma correta de olhar, de se concentrar na coisa certa e então dar os passos apropriados. A fé não é uma conquista vaga e mística; mas é tão somente olhar. A Bíblia nos manda olhar para Jesus. Logo após o capítulo onze de Hebreus, o famoso capítulo da fé, vem a descrição de como disputamos a corrida cristã: "Olhando firmemente para Jesus, o autor e consumador da fé... " Hebreus 12:2.

Como conseguimos progresso? Olhando para Jesus e nos concentrando nEle. Colossenses 3:1 nos diz: "Buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está..." Em II Coríntios 3:18 lemos: "E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados... na sua própria imagem..."

Somos transformados contemplando a Cristo e nos concentrando nEle. Essa é a essência da fé: olhar para Jesus. É simplesmente isso.

Muitas pessoas pensam que precisam gerar fé suficiente para fazer a vida cristã funcionar. Estão sempre lamentando o fato de parecerem não ter fé suficiente; elas se concentram em sua fé e se esforçam para obter mais. Mas não nos é pedido que olhemos para a nossa fé, é pedido que olhemos para Jesus. A essência da fé é não olhar para nós mesmos, mas para Cristo.

Sabe, nós não temos que ter fé na fé; temos que ter fé em Cristo, que é fiel. A fé é o resultado natural da concentração em Cristo, que é confiável. Ela não tem que ser gerada artificialmente.

Vamos voltar agora para a montanha. O alpinista sobe a rocha prendendo a corda de modo firme aos ganchos e movimentando-se em direção a eles. Ele tem que se prender à montanha. Na verdade, ele está usando a força da própria montanha para escalar um de seus lados. Ele está dependendo desse pico imóvel para apoiar seu peso. A possibilidade de o alpinista derrubar a montanha, é claro, é absurda. Ele confia que o pico permanecerá firme.

Sabe, é assim que a fé nos ajuda a subir também. Ela nos prende firmes à montanha, a Deus. E se estivermos presos, Sua força é transferida para nós. Sua confiabilidade nos dá a alavanca.

O alpinista é cuidadoso ao pregar os ganchos em intervalos regulares para que a corda fique firmemente presa à montanha. Aqui novamente está outra lição. Precisamos nos prender a Deus a intervalos regulares. Como? Passando algum tempo concentrados nEle, olhando para Ele. Precisamos de horários regulares para lermos e meditarmos sobre o caráter de Cristo. Precisamos absorver a vida do Espírito em Sua palavra, e precisamos abrir o coração a Cristo em oração.

Esse tipo de olhar cria a fé. Você quer mais fé? Então olhe mais para Jesus. Não há substituto para esse olhar devocional que nos prende à montanha. Quando desprezamos esse apego vital, caímos e podemos nos ferir. Mas isso não significa que a montanha nos abandonará. Não, Deus nos segura através da medida de fé que temos. Quando caímos, precisamos entrar em contato com a montanha outra vez, precisamos nos prender de novo e nos agarrar firmemente a ela. Existe uma coisa interessante a respeito de um mecanismo usado no alpinismo, chamado "amigo". Você logo saberá por que ele tem esse nome. O alpinista o segura e o puxa para trás enfiando-o em seguida a uma fenda na montanha. Depois, prende a corda nele e o abre. Sabe como ele fica agarrado à rocha? Quando a corda é puxada, as peças são forçadas a abrir. O mecanismo se alarga e se prende cada vez mais firme de modo que quanto mais se pressiona o "amigo", mais firmemente ele prende.

Nossa fé também se expande com a pressão. Quanto mais dependemos dela, mais peso lhe confiamos, de modo que mais forte ela se torna. A fé cresce através do exercício.

Suponhamos que alguma coisa o esteja preocupando demais. Eu o desafio a colocar conscientemente o problema nas mãos de Deus. Diga-Lhe que confia nEle para ajudá-lo na solução, e assim, veja o que acontece. Você descobrirá que pode confiar na ajuda e sua fé crescerá.

Digamos que você vê alguém em necessidade. Peça a Deus força interna para ajudar tal pessoa. Vá e estenda a mão. Você verá Deus atuar por seu intermédio e sua fé crescerá. A fé não cresce em um vazio. Ela não chega até aqueles que ficam sentados esperando por ela. A fé surge para aqueles que escalam a montanha. Você quer mais fé? Use a que você tem. Siga avante por ela. O passo da fé não é um passo em direção ao nada; é um passo dado enquanto você se segura na corda, confiando na força de Deus. Assim, por favor amigo, segure firme. Segure com toda a sua força, porque quanto mais firme segurar, mais firme você se sentirá.

Há uma maravilhosa liberdade em estar seguramente preso ao Pai Celeste. Paisagens inspiradoras se abrem àqueles que aprenderam a olhar e se concentrar em Jesus. A disciplina de uma vida devocional regular abre muitas novas possibilidades para nós. É emocionante descobrir quão confiável é de fato o Senhor.

Confie em Cristo. Há uma paz maravilhosa em uma vida baseada nisso. Muitas pessoas pensam na fé como algo totalmente passivo, como um último recurso após todos os esforços terem falhado. Quando nada funciona, você "deixa correr" e tem fé de que as coisas de algum modo vão melhorar. Esforçar-se e ter fé são vistos quase como opostos. Você pode fazer um ou o outro mas não ambos. Bem, ouça o conselho que o apóstolo Paulo deu ao seu jovem discípulo Timóteo: "Combate o bom combate da fé". I Timóteo 6:12.

O bom combate da fé. Isso parece passivo? Ouça, a fé é um princípio dinâmico e ativo. É o alicerce de todo esforço frutífero. É verdade que haverá ocasiões em que tudo o que podemos fazer é ficar pendurados. Há ocasiões em que a nossa fé deve simplesmente segurar a mão de Deus e esperar. A vida não é uma longa subida ininterrupta. Mas quando formos capazes de seguir para cima, a fé deve ser uma parte vital de nossos esforços. Portanto vamos olhar mais de perto agora como a fé e o esforço interagem.

Pense de novo na frase de Paulo: "O bom combate da fé." Note que ele não disse "o bom combate ao pecado", ou "o bom combate da justiça". Não, o bom combate que Paulo recomenda relaciona-se à fé. E em que consiste a fé? Olhar para Jesus. Eu creio que Paulo está dizendo que nossa luta principal deve ser a de manter o olhar em Jesus. Manter aquela comunicação regular ativa, manter a vida devocional intacta. Esse é o combate da fé.

Se nosso combate for dirigido primeiramente contra o pecado, teremos dificuldade em progredir. Se nos concentrarmos no pecado, nos problemas, será fácil desanimar e tropeçar. Existem incontáveis pessoas sinceras que vivem terrivelmente frustradas por estarem olhando para os pecados. Elas querem superá-los, elas querem adquirir boas qualidades, mas sua fé, seu foco de atenção, está mal direcionado. Se pudéssemos apenas colocar os melhores esforços na concentração em Jesus, poderíamos realizar muitas coisas. Ele é a força motivadora por trás de todo o nosso progresso.

É verdade que somos aconselhados a "buscar sempre a justiça". E é verdade que existem vezes em que devemos lidar com o pecado. Mas temos sempre que olhar para essas coisas através de Jesus, nunca separados dEle. Só poderemos lutar quando estivermos firmemente presos à montanha.

Veja como um alpinista se move montanha acima. Ele certamente não é passivo. Ele não é empurrado para cima. O alpinista está totalmente envolvido. Existe um esforço verdadeiro produzido por ele. Mas seu esforço é primeiramente direcionado para uma coisa: permanecer agarrado à montanha. Ele se concentra na montanha e a corda o prende firmemente a ela. Quanto mais perto ele fica da montanha, mais seguramente ele segue para cima.

Aqui, portanto, está o equilíbrio entre a fé e o esforço. Estamos seguramente presos à fé pela força da montanha. E estando firmemente seguros podemos seguir para cima. Nós nos escondemos na "fenda da rocha", como a Bíblia diz, todavia progredimos dentro dela. Dependemos totalmente da confiabilidade de Deus e ao fazer isso, tornamo-nos fortes também.

O esforço é importante, mas existe o que podemos chamar de esforço bom e esforço ruim; esforço frutífero e esforço inútil. Existe um bom combate e um combate estéril. A diferença é a fé. A fé nos dá segurança, sabemos que somos aceitos por Deus incondicionalmente; temos uma corda para segurar.

Ninguém pode crescer, ninguém pode progredir sem esse senso de aceitação de Deus. Esforços sem Ele são inúteis. Sem essa segurança as pessoas se esforçam para ser boas a fim de serem aceitas. Isso é como tentar escalar o lado de uma montanha para se prender a ela. Impossível! Temos que nos prender primeiro. Temos que colocar a fé na aceitação incondicional de Deus primeiro. Aí a fé nos dará a alavanca.

Ao olharmos para Jesus começamos a absorver Suas qualidades; passamos a partilhar de Sua força. Percebemos quão confiável Ele é e achamos mais fácil caminhar na fé, apoiar-se na montanha e subir. A fé nos dá a alavanca. Por isso Judas pôde dizer as seguintes palavras em sua pequena carta: "Edificando-vos na vossa fé santíssima..." (Judas 20)

Sem essa alavanca os esforços acabarão em frustração. Ao tentar subir com nossas próprias forças, escorregaremos constantemente. É como tentar escalar a montanha olhando para os pés o tempo todo. Se não nos concentrarmos na montanha, não conseguiremos nos prender a ela. Não sou lá um grande alpinista, mas já escalei até quatro mil e quinhentos metros numa das maiores montanhas do mundo. Estou falando hoje sobre um assunto do qual entendo um pouco e talvez isso nos ajude a entender um pouco melhor a fé.

A fé nos dá segurança e apoio - duas coisas essenciais para escalar a montanha. E o mais maravilhoso é que estes dois ingredientes reforçam um ao outro. Quanto mais seguros nos sentirmos, mais usaremos a montanha como alavanca e quanto mais alavanca usarmos, mais seguros nos sentiremos.

A vantagem em crescer na fé é que não nos afastamos de Deus ao nos aproximar do pico. Aqueles que tentam escalar sozinhos, enfrentam esse problema. Quanto mais superficial for a justiça obtida, menos se sente a necessidade de depender de Deus. E quanto menos se depende dEle, mais superficial se torna a integridade.

Mas aquele que escala pela fé, fica cada vez mais junto da montanha ao se aproximar do pico. Sua concentração aumenta e ele ganha mais experiência no uso de cada fenda, de cada fissura. Cada passo para cima ensina como depender mais de Deus e como conquistar mais. Quando nosso apego a Deus se torna tão intenso assim, tão íntimo, descobrimos que, na fé, podemos fazer até o impossível.

Sim, a fé pode nos levar diretamente ao topo. Cada um de nós pode progredir espiritualmente na vida. Tudo que precisamos é manter o apego à montanha. Jamais se esqueça disso.

Você vai se empenhar no bom combate da fé? Vai dedicar tempo todos os dias concentrando seu olhar em Jesus? Não há substituto para isso. Não há outro caminho para tornar nossos esforços verdadeiramente frutíferos.

Você pode experimentar, através de um contato íntimo com Cristo a maravilhosa verdade da declaração de João: "E esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé".

Pr. Vanderman

quinta-feira, 7 de julho de 2016

As Quatro Estações do Casamento

1ª estação> PRIMAVERA: v.12 “aparecem as flores na terra, chegou o tempo de cantarem as aves”
A primavera é marcada pela beleza das flores e do canto dos pássaros. Alguns cuidados tomados na primavera são a exposição ao sol, pois os dias são mais longos e alergias devido ao intenso cheiro de pólen das flores.
Praticamente todos os relacionamentos começam com uma primavera romântica. Tudo parece belo e formoso. Desde o cheiro no ar ao som do canto de pássaros são agradáveis e contribuem para o bem estar do casal. Todo casal precisa aproveitar a primavera do seu relacionamento e guardar sua beleza o máximo possível. Ainda há flores e perfumes em seu casamento? Anuncie a chegada da primavera para seu cônjuge!

2ª estação> VERÃO: v.11 “cessou a chuva e se foi”

O verão é marcado pelo calor e muita chuva. As férias e passeios agradáveis também fazem parte deste tempo. Neste período é necessário tomar cuidado para se proteger dos temporais que podem surgir a qualquer momento.
Quando o verão chega ao casamento, a relação se torna mais quente. Contudo alguns temporais tendem a perturbar a paz do casal. O casal deve aproveitar ao máximo as oportunidades de lazer, sem esquecer que as férias passam rapidamente e logo recomeçarão sua rotina de vida. Se vier uma tempestade é só aguardar que ela passa e logo o sol volta a brilhar. Seu casamento ainda está quente? Proteja-se dos temporais!

3ª estação> OUTONO: v.13 “a figueira começou a dar seus figos, e as vides em flor exalam o seu aroma”

O outono é o tempo das frutas. As frutas trazem as vitaminas necessárias para a saúde, bem como o prazer de saboreá-las.
Durante o outono o ar se torna mais árido, então é preciso tomar cuidado para hidratar o corpo e se proteger de doenças respiratórias.
Quando um casal começa a colher frutos de seu relacionamento, então é sinal de que o outono já chegou. Os filhos, a conquista de bens e a realização de sonhos podem ser considerados frutos do outono do casamento. Contemplar os frutos traz prazer ao relacionamento do casal. Você tem frutos em seu casamento? Nunca se esqueça das bênçãos recebidas!

4ª estação> INVERNO: v. 11“porque eis que passou o inverno”

O inverno é um período frio e de noites mais longas. Este é um tempo de comer e dormir mais. É preciso agasalhar para proteger-se do inverno. As comidas quentes são uma boa forma de se aquecer e alimentar-se.
Quando o inverno chega ao casamento não podemos deixar o amor dormir nem esfriar. É preciso tomar atitudes calorosas para reacender o amor. A indiferença é a pior forma de frieza que um relacionamento pode enfrentar. Quando as noites parecem ser longas e frias é bom aproveitar para se resguardar e ficar juntos, pois “se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará” (Eclesiastes 4.11).
Sua vida conjugal está esfriando? Aqueça seu casamento com amor! Depois do inverno vem a Primavera!

CONCLUSÃO: Eclesiastes 3.1 “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”

Precisamos sempre lembrar que tudo passa e depois do inverno sempre vem a primavera novamente. Se enfrentarmos os momentos como se fossem durar para sempre não temos condições de vencer os momentos difíceis. Saber que tanto as alegrias como as tristezas são passageiras nos dão sabedoria para saber esperar. Em qual estação está o seu casamento? Aproveite cada período com amor!

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Baal-Peor

Verdade Prática: Não nos enganemos! O mesmo Deus que puniu os adoradores de Baal-Peor continua a reivindicar santidade e pureza de cada um de seus filhos. O pastor John MacArthur afirmou certa vez que “Deus julga o seu próprio povo antes de voltar sua ira aos pagãos”. Esta verdade, que muitos cristãos hoje preferem ignorar, cumpriu-se numa trágica etapa da peregrinação de Israel rumo à Terra Prometida.

Refiro-me ao episódio de Baal-Peor. Os varões hebreus, seduzidos pelas moabitas, não somente prostituíram-se com estas, como também acabaram por adorar a horrenda divindade daquele povo pagão.

O julgamento divino não tardou. Vinte e quatro mil israelitas são exterminados pelo Deus que não pode aturar a impureza entre os seus filhos. Não pense que o culto a Baal-Peor ficou no passado. Muitos crentes, sem o saberem, estão convivendo com essa abominação.

 I.                   BAAL-PEOR – O DEUS DA SENSUALIDADE
 1.      Quem era Baal: Era o deus supremo dos cananeus. Em hebraico, Baal significa senhor. Seus adoradores acreditavam fosse o ídolo o responsável pela abundância da terra e pela fertilidade do ventre.
Em Peor, região de Moabe, havia uma versão local dessa divindade, que era adorada conjuntamente por moabitas e midianitas. Foi nessa localidade de Sitim, bem defronte de Jericó, que Israel rompeu a aliança com o seu Deus, pondo-se a cultuar a Baal.

2.      Como Baal era adorado: Sendo o deus da fertilidade, seu culto era marcado pela crueldade e por uma devassidão que envergonharia até Sodoma e Gomorra. Em suas cerimônias havia:

1) sacrifícios de vítimas humanas;
2) orgias e os mais inimagináveis desregramentos;
3) e, logicamente louvores a Baal.

II.                A IDOLATRIA E A PROSTITUIÇÃO DE ISRAEL
 A história é bastante conhecida. O rei Balaque, de Moabe, contratara Balão para amaldiçoar a Israel. Todavia, o profeta sabia muito bem que jamais poderia amaldiçoar um povo a quem o Senhor cobrira de bênçãos. A fim de não perder os prêmios e os favores do monarca, o profeta desviado mostrou-lhe que só havia um meio de levar Israel ao anátema.

Desse episódio, temos a concluir alguns pontos básicos: nem maldição, nem trabalho de macumba, tem qualquer poder sobre o povo de Deus; no entanto, se nos deixarmos contaminar pelo pecado, estaremos completamente expostos; o próprio Deus nos amaldiçoará. Foi o que aconteceu a Israel.

1.       A prostituição de Israel: Conforme podemos inferir de Ap 2.14-17, Balaão sugeriu ao rei moabita espalhar, por todo o arraial hebreu, mulheres desavergonhadas, e que estas levassem os israelitas à prostituição.

2.      A idolatria de Israel: Da prostituição à idolatria bastou apenas um passo. Dentro em pouco, lá estavam os adoradores do Único e Verdadeiro Deus saboreando as iguarias oferecidas a Baal-Peor, e a este tributando honras e louvores. O autor sagrado assim registra o desregramento dos filhos de Israel: “E Israel deteve-se em Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos seus deuses” (Nm 25.1,2).

3.      A maldição sobre os filhos de Israel: Deus não se deixa escarnecer (Gl 6.8). Ele envia uma praga tão virulenta entre o povo que, num único dia, morreram 23 mil pessoas (1 Cor 10.8). De Nm 25.9, conclui-se terem perecido ao todo 24 mil israelitas.

III.             A DOUTRINA DE BALAÃO
 Não imagine ter a doutrina de Balaão se limitado àquele período da história de Israel. Esse ensinamento foi encontrado na igreja de Pérgamo, e em nossos dias continua a fazer os seus adeptos (Ap 2.14). Vejamos algumas características dessa maldita teologia:

1.      O pai da doutrina: Não obstante o seu o seu dom profético, Balaão era um obreiro ganancioso e fraudulento; para aumentar seus lucros estava disposto a tudo (2 Pe 2.15). E foi visando o prêmio de Balaque, que ele lhe ensinou a colocar tropeços diante dos filhos de Israel.

2.      A doutrina de Balaão: A teologia de Balaão consiste em levar os filhos de Deus à idolatria e à fornicação (Nm 31.15,16).

IV.             O MODERNO CULTO A BAAL
 O velho Baal continua o mesmo; tudo faz por induzir os santos à impureza. Seus profetas e adoradores também não mudaram. Vejamos, a seguir, como os seus cultos manifestam-se em nossos dias:

1.      Pornografia: Não são poucos os filhos de Deus que se acham arruinados espiritualmente em consequência de revistas, filmes e vídeos pornográficos. O Senhor não atura tais coisas; são abomináveis aos seus olhos. Ele é Santo! E de seus filhos exige vida santa e irrepreensível (Ex 19.6).
É chegada a hora de remirmos o nosso tempo. Ao invés de o desperdiçarmos com filmes e programas permissivos, que tal passarmos mais tempo orando e estudando a Palavra de Deus? Este tem de ser o nosso compromisso: “Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço s ações daqueles que se desviam; nada se me pegará” (Sl 101.3). Leia Jó 31.1.

2.      Diversões carnais: Não são poucas as diversões que, à semelhança de Baal-Peor, só trazem maldição e dolorosa consequências. Não podemos esquecer-nos dos filhos de Eli que, sob a cobertura do ministério paterno, pecaram e levavam o povo a pecar até que Deus os matou (1 Sm 2.22).
Infelizmente, somos obrigados a mencionar os shows promovidos em nossos púlpitos. Cantores e artistas, dizendo-se evangélicos, mas flagrantemente divorciados da graça de Deus, além de nos roubarem todo o tempo da Palavra, arrastam nossos jovens a uma vida leviana e descompromissada com Deus. A Igreja do Senhor não necessita de artistas e animadores em seus cultos, mas de homens, mulheres, jovens e crianças comprovadamente santos. Cheios do Espírito Santo, hão de adorar ao pai em espírito e em verdade (Jo 4.23,24).

3.      Namoros permissivos: Embora estejamos no terceiro milênio, os padrões bíblicos não mudaram. A Palavra de Deus exige santidade e pureza de cada um de seus filhos. Isto significa que o namoro cristão tem de primar pela decência, recato e moderação. Requer-se que os jovens cheguem virgens, e castos ao casamento. Pureza na alma e pureza no corpo. Que tenham eles uma vida pura e santa: o Senhor haverá de julgar os fornicários e os que se prostituem (Ap 21.8).
4.      Roupas indecentes e lascivas: Deus exige que sejam as vestes de seus filhos modestas e decentes (1 Tm 2.9). Ensinemos aos nossos jovens que o seu corpo é o templo do Espírito Santo. Tenhamos a necessária coragem de mostrar-lhes que as modas lascivas e sensuais são contrárias ao padrão que a Palavra de Deus nos prescreve. Cuidado! Deus não mudou. Continua a exigir santidade e pureza de todos os seus filhos. Lembremo-nos da advertência do salmista: “Mui fiéis são os teus testemunhos: a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).

5.      Infidelidade conjugal: Numa sociedade permissiva e erotizada como a nossa, o adultério não visto mais como algo reprovável. É toleravelmente aceito; é socialmente incentivado; é legalmente ignorado. A Bíblia não mudou! Adultério é adultério. Pecado é pecado. Ainda que busquemos justificativas teológicas a tais comportamentos, a verdade bíblica não será alterada (Ex 20.14; Mt 5.28).

6.      Fantasias sexuais: Jó foi um homem que, apesar de todas as adversidades que se abateram sobre si, perseverou a sua integridade. O seu coração não era apenas puro; era casto e inculpável. Veja o que diz ele: “Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?” (Jó 31.1). O patriarca não alimentava qualquer pensamento lascivo ou adúltero. Ele não se dava às fantasias sexuais que, na Palavra de Deus, recebem outros nomes: adultério, concupiscência dos olhos, impureza (1 Jo 2.16; 2 Pe 2.14).

CONCLUSÃO
Baal-Peor é uma coisa vergonhosa (Os 9.10). Os que participam de seu culto perecerão: “Os vossos olhos têm visto o que o Senhor fez por causa de Baal-Peor; pois a todo homem que seguiu a Baal-Peor o Senhor, teu Deus, consumiu do meio de ti” (Dt 4.3).

A Bíblia é clara quanto às suas reivindicações: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição” (1 Ts 4.3). O apóstolo ainda recomenda: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Cor 6.18).

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2000

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

terça-feira, 5 de julho de 2016

A “Joie de Guerre”

“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” João 16.33

Homens, não hesitem em se engajar na batalha que está sendo travada em torno de vocês, a batalha que está ferindo os nossos filhos e as famílias, a batalha que distorce a dignidade de homens e mulheres. Esta batalha é muitas vezes escondida, mas é uma batalha real. É principalmente uma batalha espiritual, que está progressivamente matando os valores cristãos restantes em nossa sociedade e em nossa cultura, e até mesmo em nossas próprias casas.

Mas, a luta pela verdade e a moral, pela honra de sermos cristãos, não é somente um sacrifício que fazemos; coadjuvada pela graça divina, ela nos dá aquela alegria do guerreiro que luta pela causa justa. Na misericórdia e na verdade de Cristo, tornamo-nos fortes com sua força, corajosos com sua coragem, e podemos realmente experimentar a ‘joie de guerre’ [alegria da luta] de sermos soldados de Cristo. Essa “alegria da luta” enquanto soldados de Cristo é uma das mais puras e intensas alegrias que possamos gozar nesta Terra.

 Alegria e guerra são conceitos totalmente opostos. Segundo o dicionário, alegria significa prazer em viver, contentamento, satisfação. Enquanto guerra significa luta, conflito. Não há satisfação no conflito, não há contentamento na luta. E não há prazer em viver na guerra, pois geralmente a guerra deixa feridos e mortos. Como conciliar então estes dois conceitos? Seria possível fazê-lo?

Servir ao Senhor com alegria em tempo de paz é muito bom, e muito fácil. É fácil levantar as mãos para adorar, é fácil aplaudir, é fácil sorrir para todos os que estão ao nosso lado.

Porém, quem, em sua caminhada cristã, nunca passou por um período de guerra? – Todos já passaram, e muitas vezes, e ainda vão passar por muitas outras. A Bíblia é bem clara quanto a isso. Jesus poderia ter dito que no mundo nós nos divertiríamos, brincaríamos, faríamos tudo com facilidade. Mas Ele não nos enganou: “no mundo tereis aflições”, e é exatamente o que todos nós vivenciamos.

 A partir do momento em que aceitamos o desafio de seguir o Senhor, e de servir ao Senhor, de trabalhar em prol do reino, de ganhar almas, de adorá-Lo, de fazer tudo isso com alegria; a partir desse momento a nossa guerra começa. É a partir daí que se levantam as pessoas de sua família contra você, querendo te desestabilizar; levantam-se irmãos da Igreja, questionando o que você faz; levanta-se a inveja, a cobiça, o ciúme, a fofoca. Tudo isso parte das pessoas que estão com você, daquelas que você vê todos os dias, convive todos os dias. Porque se esses sentimentos partissem de pessoas distantes, que você não vê ou mal conhecem, então seria fácil vencer, seguir em frente. Mas para lidar com isso todos os dias? Como nós podemos servir ao Senhor com alegria se nós sentimos que falam de nós, que se incomodam com o que fazemos, se tentam nos derrubar? Como evitar que tudo isso aconteça? 
 
Nós temos duas opções: seguir em frente, ou desistir. Vejamos a primeira opção:

1)   Seguindo em Frente
Ora, se Deus nos chamou, é dever nosso obedecer. Ele nos chamou para servi-Lo, e nós precisamos servi-Lo com alegria. Mas como servir ao Senhor com alegria em tempos de guerra?

1.1). É preciso negar-se a si mesmo
Mateus 16.24: “Então, disse Jesus a seus discípulos: se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. ”

Nós somos membros do Corpo de Cristo. Então, não somos eu, você, ele e ele: somos nós. É preciso nos enxergarmos como um corpo. É preciso pensarmos como um só. Eu não posso ser egoísta, pensar somente no que me agrada, fazer apenas a minha vontade. É preciso ser um só corpo com todos os irmãos. Então, pensando desta forma, é mais fácil conceber a possibilidade de “negar-se a si mesmo”: relevar as ofensas, as discussões, as brigas e disputas. É fácil? Não. Mas é o que precisamos fazer para ir após Cristo. Jesus conhece nossos corações, nos sonda: clamando a Ele para que nos ajude, Ele nos ouve, e nos ajuda a superar todas essas barreiras. Ele nos ajuda nesse processo tão difícil de negarmos nossas vontades, nossos desejos, e enxergarmos como um só corpo.

1.2). É preciso tomar a sua cruz

Mateus 16.24: “Então, disse Jesus a seus discípulos: se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”
O fardo de Jesus é leve, mas ele existe. A vida cristã é trabalhosa. A vida na Igreja para aqueles que trabalham também. Porque aqueles que não fazem nada em prol do reino não dão trabalho para o inimigo, então não há motivos para perturbá-los. Mas aqueles que trabalham, independente do que façam (Deus conhece o coração de cada um, o trabalho de cada um, seja orando, intercedendo, pregando, cantando: Deus conhece e sabe o que cada um faz, e reconhece os frutos desse trabalho, seja ele qual for); os que trabalham têm sua cruz para carregar, cada um. E pode ter certeza que é mais fácil estar em qualquer outro lugar. Se na escola te incomodam, você pode trocar de escola numa boa; se no trabalham pegam no seu pé, você pode trocar, ou aturar tudo o que fazem por causa do salário. Mas da Igreja, não dá para sair por qualquer problema que surja. A sua cruz é a sua cruz, e você vai carregá-la em qualquer lugar que você esteja. Se implicam com o ritmo que você toca aqui, vão implicar também em outra Igreja. Pode não ser com o ritmo, mas vão implicar. Não tem como fugir disso. Os problemas estão em todos os lugares. O que muda é o endereço, e os rostos. O resto é igual. Se você faz o que faz bem, faz em nome do Senhor, alguém vai se levantar para tentar te ferir. É isso que o inimigo faz. Se você joga tudo para o alto, então o inimigo ganha. Quem quer servir ao Senhor com alegria, precisa carregar sua cruz, dia após dia.

1.3). É preciso fartar-se de afronta
Lamentações 3.30: “Dê a face ao que fere; farte-se de afronta”
Como servir ao Senhor com alegria cheio de afronta? Poderiam haver milhões de respostas para esta pergunta. Mateus 5,3.
“Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. Regozijai-vos e exultai – é dessa forma que servimos ao Senhor com alegria, fartos de afronta. Grande é o nosso galardão nos céus.

1.4). É preciso amar o outro
João 13.34-35: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amos uns com os outros.
Na guerra não existe amor; existe ódio, rancor, ira. Se alguém se levanta contra você, e você responde com amor, você já venceu. Se alguém é rude, e nós somos educados, a pessoa rude fica sem graça, e até pede desculpas. Então se nós respondemos com bem a quem nos trata mal; se nós respondemos com amor, já não há mais guerra, porque o amor não dá espaço para guerras. Se levantaram contra você, contra seu ministério? Ore por essas pessoas. Não entre na briga, você não ganhar nada. Ore. Ame. E a vitória é certa.

Mas a quem devemos amor? A todos. Ame seu amigo, seu pai, seu irmão, seu inimigo, aquele que te rouba, que mente, que dissimula: Jesus morreu por todos. Ele não escolheu por quem morrer, morreu por todos. Não podemos escolher quem amar. Devemos amar a todos. E se nós amamos, nós vencemos a guerra, nós servimos ao Senhor com alegria, independente do que esteja acontecendo. A nossa alegria nunca morre porque nós amamos, e o amor de Deus em nossas vidas faz isso: renova nossa alegria, mesmo em tempos de guerra.

1.5). É preciso perdoar
Lucas 23.34a: “Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”
Mateus 6.14-15: “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens (as suas ofensas) tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”

Quem ama, perdoa.

É impossível servir ao Senhor com alegria tendo no coração mágoa contra alguém. E quando nós nos colocamos diante de Deus, dispostos a perdoar, mesmo que seja a pior afronta de todas, nós somos capazes de perdoar. Porque o poder de Deus é incrível. Não há nada que Ele não seja capaz de fazer. A dificuldade é amar um irmão? Entregar o dízimo, perdoar? Peça à Deus! Ele verdadeiramente transforma nossos corações. Como Ele faz isso? Não faço a menor ideia. Mas querido, Ele faz. Faz você se sentir uma nova criatura de novo. E renovado de novo. E quantas vezes mais forem necessárias. Ele não se canse de nos ajudar!

E a Palavra de Deus é clara: quem não perdoar não será perdoado. O que seria de nós sem o perdão de Deus? Não precisaríamos nem estar aqui, porque nada do que fizéssemos seria aceito diante dEle. E mais, maior exemplo de perdão do que a declaração de Jesus para aqueles que o humilharam não existe: “Pai, perdoa-lhes” Nenhum de nós sofreu um décimo do que Jesus sofreu, e nos recusamos a perdoar. Tem gente que pisa na bola, e muitas vezes, é verdade. Mas sem perdão, não há alegria no nosso servir.

Se você tenta fazer algo estando irritado com alguém, você não consegue fazer direito. Se você vai trabalhar brigado com sua esposa, você vai ficar pensando naquilo. Ou na briga, ou na hora de chegar em casa, e ter que encará-la. De repente achando que tem razão, e ela está errada, já pensando em passar direto sem nem dar um “oi”, e aí dela se falar alguma coisa com você, vai virar briga de novo! As coisas são assim, em casa, no trabalho, na escola, na Igreja. Se ninguém der o primeiro passo rumo ao diálogo, a birra vai permanecer, o mau clima continua. E imagina vir louvar a Deus dessa forma! Ele não vai receber e ainda ficará triste com nossa atitude. É preciso perdoar.
Para servir ao Senhor com alegria em tempos de guerra é preciso:

1     - negar-se a si mesmo;
2     - tomar a sua cruz;
3     - fartar-se de afronta;
4     - amar o outro;
5     – perdoar.

Vejamos agora a segunda opção:

2)   desistindo

Deus nos chamou, mas nós temos sim a opção de negar o chamado de Deus, ignorá-lo, fingir que não é conosco. Podemos até aceitar e desistir no meio do caminho. Mas se eu, se você desistirmos, a obra não vai parar.

Lucas 19.10: “Mas Jesus lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão”

Seu irmão é chato? Está disposto a te tirar do sério? Inventando histórias, fazendo fofoca, ou nem fala mais com você? São armadilhas de o inimigo para o trabalho não continuar. Deus vê tudo o que acontece, e Ele é quem vai julgar seu irmão. Lembre-se de que tudo acontece com a permissão de Deus. Então, se o irmão se levanta contra você, Deus está vendo e sabe.

Quer desistir?  Toda a dor de cabeça com ministérios, e trabalho na casa de Deus, e até as intrigas que os seus familiares inventam: tudo vai desaparecer. Você não vai ter mais preocupações. Mas o trabalho de Deus não vai parar. Você é importante, sim. Mas se você não falar, Deus levantará as pedras. Deus levantará outro que esteja disposto a fazer a obra no seu lugar. Deus levantará outro que esteja disposto a negar-se a si mesmo, a carregar sua cruz, a fartar-se de afronta, a amar, a perdoar. Deus levantará outro que esteja disposta a obedecer ao seu chamado, com todas as suas implicações. Porque no mundo, tereis aflições. Deus levantará aquele que tem bom animo, porque com bom animo, Jesus venceu o mundo, e assim farão aqueles que não desistirem em meio às guerras.

Deus não depende de você. Ele te ama, e quer te ver fazendo a obra. Mas se você não quiser obedecer, Ele vai levantar outro. Foi assim com Saul, que não obedeceu ao Senhor, e perdeu seu trono para Davi. Por que seria diferente conosco? A obra é grande. E não vai parar.


Quem desiste não recebe o prêmio, não recebe o galardão que está preparado. Não existe alegria na derrota. Não dá para servir ao Senhor com alegria desistindo no meio do caminho. As guerras vêm, mas que nos regozijemos e exultemos, porque é grande o nosso galardão nos céus. As guerras vêm, porque no mundo temos aflições, mas que tenhamos bom animo, porque Jesus venceu o mundo.

Dom Thomas J. Olmsted - Helen Lúcia

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Usos e Costumes - Visão Geral


O tema “usos e costumes” é uma velha questão nos círculos pentecostais. A tradição faz parte de todas as instituições e sociedades. Assim, é correto afirmar que todas as igrejas têm os seus costumes, impostos ou espontâneos, mas igualmente estabelecidos. Por muito tempo se confundiu costumes com doutrina, mas há diferenças significativas entre esses dois conceitos.

O que é costume? O lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda definiu costume como “uso, hábito ou prática geralmente observada” . O dicionarista Adriano da Gama Cury definiu, de maneira mais completa, a palavra costume como “uso, prática habitual; modo de proceder; característica, particularidade; prática jurídica ou religiosa não escrita, baseada no uso; moda; traje característico ou adequado...” Essas definições mostram que o costume é um hábito repetidamente adotado por um determinado grupo social. Os costumes fazem parte da identidade de uma instituição.

O que é doutrina? No Novo Testamento a palavra mais usada para doutrina é didache e significa ensino, instrução, tratado ou doutrina. Segundo o teólogo Claudionor Corrêa de Andrade, doutrina é a “exposição sistemática e lógica das verdades extraídas da Bíblia, visando o aperfeiçoamento espiritual do crente”. Doutrina, portanto, é o resultado do um ensino teológico, adotado por uma denominação ou religião. 

O pastor Antonio Gilberto apresentou em seu livro Manual da Escola Dominical, algumas diferenças entre usos e costumes, e neste artigo será apresentada outras diferenças, além da lista exposta pelo teólogo pentecostal. 

a) A doutrina é de origem divina, o costume é de origem humana. A doutrina é divina pois está baseada na inspirada Palavra de Deus. Para uma ideia ser doutrina bíblica é preciso que ela esteja exposta por todo o texto sagrado. Nunca uma verdadeira doutrina é baseada em textos isolados. 

O costume é imposto por convenções humanas de maneira espontânea ou obrigatória, sendo assim, o costume é humano. Há muitos que tentam achar textos bíblicos para justificar a perpetuação de sua tradição, mas normalmente praticam a eisegese, ou seja, dizem o que bem querem e tentam justificar na Bíblia. O teólogo Esdras Costa Bentho, escrevendo sobre a eisegese, disse: 

O intérprete está cônscio de que a interpretação por ele asseverada não está condizente com o texto, ou então está inconsciente quanto aos objetivos do autor ou do propósito da obra. Entretanto, voluntária ou involuntariamente, manipula o texto a fim de que sua loquacidade possa ser aceita como princípio escriturístico. 

Tentar justificar na Bíblia as tradições é uma tarefa que tem levado a muitas distorções bíblicas. O melhor é reconhecer a humanidade do costume. 

b) A doutrina é imutável, o costume muda. A doutrina é permanente, ela nunca muda. A doutrina da “justificação pela fé”, exposta principalmente nos primeiros capítulos de Romanos, nunca mudou e nem deve ser mudada. Doutrina (bíblica) mudada é heresia. Quando Lutero resgatou a doutrina da justificação pela fé, ele orientou a igreja a voltar na perspectiva bíblica sobre o assunto. São passados mais de dois mil anos e essa doutrina nunca mudou no verdadeiro cristianismo. 

O costume não é imutável. No Brasil era comum os cidadãos andarem pelas ruas de chapéus, tanto homens como mulheres, passados os anos não há mais esse costume no país. Antigamente, os pais escolhiam com quem a sua filha casaria, mas também esse costume mudou. É necessário que o costume mude, pois ele está ligado à cultura local, e toda cultura é dinâmica. Mudar alguns costumes não significa passar do são para o diabólico, como muitos pregam. A mudança é inevitável e deve ser bem orientada, mas como enfatizado, é sempre necessária. É bem relevante o que o teólogo britânico John Stott escreveu no seu livro Cristianismo Equilibrado: 

Quando resistimos a mudanças- sejam elas na igreja ou na sociedade devemos perguntar-nos se são na realidade, as Escrituras que estamos defendendo (como é nosso costume insistir ardorosamente) ou, se ao contrário, é alguma tradição apreciada pelos anciãos eclesiásticos ou de nossa heranças cultural. Isto não quer dizer que todas as tradições, simplesmente por serem tradicionais, devam a qualquer custo ser lançadas fora. Iconoclasmo sem crítica é tão estúpido quanto conservantismo sem crítica, e é algumas vezes mais perigoso. O que estou enfatizando é que nenhuma tradição pode ser investida com uma espécie de imunidade diplomática à examinação. Nenhum privilégio especial pode ser-lhe reivindicado. 

Algumas igrejas estão impondo mudança de costumes, isso é um erro, que sempre levará a exageros. Os costumes mudam naturalmente, mas devem seguir orientação para não levar a práticas antibíblicas. As igrejas sem orientação pastoral tem aderido a costumes extravagantes, como bailes funks em meio ao culto. Tudo deve ser feito com equilíbrio, nada de permissividade em excesso e nem de legalismo. A igreja, também, não pode impor "tabus comunais". 

c) A doutrina é universal, o costume é local. 

A doutrina é universal no sentido que é para todos os povos em todas as culturas. Proclamar Jesus como Salvador faz sentido no Brasil em 2007, como para os indianos que foram evangelizados pelo apóstolo Tomé, o primeiro missionário daquela nação, ainda no primeiro século da Era Cristã. 

O costume é local. Os homens na Escócia usam um tipo masculino de saia. Na India, os jovens andam de mãos dadas; no Siri Lanka é, também, costume para homens a vestimenta com saias. Enquanto a saia, na maior parte do Ocidente, é uma roupa exclusivamente feminina. No Brasil é comum comer peixe cozido ou frito, mas no Japão se come peixe-cru. 

d) A doutrina santifica, o costume não santifica. 

A doutrina bíblica santifica o crente mediante a Palavra de Deus. Jesus disse: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). O ensino da Palavra de Deus, ou seja, das doutrinas bíblicas, é um dos meios que Deus usa para levar o crente a uma vida reta, assim como escreveu o salmista: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra”(Sl 119.9). John Henry Jowett disse: “Você não pode abandonar os grandes temas doutrinários e ainda assim produzir grandes santos”. O pastor A. W. Tozer escreveu: “O propósito que está por trás de toda doutrina é garantir a ação moral”. Por isso, é bom lembrar que a doutrina bíblica produz, naturalmente, bons costumes. 

O costume não pode santificar. Quem acredita na santificação por meio dos costumes, normalmente, é um escravo do legalismo. O pastor Antonio Gilberto escreveu a respeito dos erros em relação a santificação e citou o engano de associar exterioridade com santidade: “Usos, práticas e costumes. Esses últimos, quando bons, devem ser o efeito da santificação, e não a causa dela". E bem relevante o que escreveu o pastor Ciro Zibordi no prefácio do livro Verdades Pentecostais: 

Conservar não significa possuir uma falsa santidade, fazendo dos usos e costumes uma causa, e não um efeito. Como pode ser ao longo dessa obra , a observância da sã doutrina leva-nos a ter santidade interna e externa, o que implica vida santa a partir do espírito (1Ts 5.23) e manutenção dos bons costumes. Estes, pois, não devem gerar doutrinas, como vem acontecendo em algumas igrejas não legitimamente avivadas, para prejuízo de seus membros.

O farisaísmo se caracterizava por associar sua obras com salvação. Há muitos que fazem dos costumes “doutrinas” e, assim, pensam que para serem salvos precisam fazer isso ou aquilo. Como dizia Lutero: “As boas obras não fazem o homem bom; mas o homem bom pratica as boas obras”. A inversão dessa ordem cria escravos do farisaísmo e não servos do Altíssimo. 

e) A doutrina é um princípio, o costume é um preceito. 

Há diferença entre princípio e preceito? Sim. O pastor José Gonçalves escreveu: “Os preceitos apontam para princípios e não o contrário. Um princípio é aquilo que está por trás do preceito ou norma”. Por exemplo, usar uma roupa social em um tribunal é uma norma, um preceito. O princípio ou doutrina por trás dessa norma é que o tribunal é um lugar sério e não ambiente de entretenimento, onde se possa ir de jeans ou short. 

f) A doutrina é verdade absoluta, o costume é uma verdade relativa. 

A doutrina é sempre verdade absoluta, ou seja, é para todos, em todas as épocas e em todos os lugares. O costume é relativo, como lembra Geremias do Couto: 

Ao insistirmos nos absolutos, não queremos afirmar que não haja também conceitos relativos. Essa diversidade se manifesta, por exemplo, nas comidas típicas de cada país, nos estilos da arquitetura, no estilo da vestimenta e até mesmo em relação à hora de dormir, que depende do fuso horário. Mas tais circunstâncias relativas acabam apontando para princípios biológicos absolutos; todos precisam alimentar-se, todos precisam dormir. 

O costume, por ser relativo, não deveria ser imposto como obrigação. Era comum missionários europeus tentarem impor os costumes do norte em países da Ásia e da América. Hoje, o conceito de “transculturação” está ajudando muito em relação a esse problema. 

Há muitas outras diferenças entre doutrina e costumes, mas fica apontado que ambas não são a mesma coisa, porém estão ligadas. O bons costumes são aqueles que não escravizam o crente, colocando um jugo que Jesus tirou na cruz, mas sim, é resultado da boa doutrina. 

Por Gutierres Siqueira