quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Os olhos da Fé

"Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te veem os meus olhos" Jó 42:5

O que Jó quis dizer por esta expressão? é óbvio que as suas palavras não devem ser entendidas literalmente. De modo algum: por empregar uma figura comum de discurso, ele quis dizer que a névoa de descrença, decorrente da auto justiça, já tinha se dissipado, e a fé o fez perceber a pessoa de Deus como uma gloriosa realidade a viver. "Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor" (Salmo 25:15), pelo qual se entende que sua fé estava constantemente em exercício. De Moisés é dito que "ficou firme, como quem vê aquele que é invisível" (Hebreus 11:27), isto é, seu coração foi sustentado pela fé, que se ocupava com o poderoso Deus.

A fé é frequentemente representada nas Escrituras sob a metáfora da visão física. Nosso Senhor disse do grande patriarca "Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; viu-o, e alegrou-se" (João 8:56), o que significa que sua fé aguardava com expectativa o dia da humilhação e da exaltação de Cristo. Paulo foi enviado aos gentios para "para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus" (Atos 26:18) ou, em outras palavras, para ser o instrumento divino de sua conversão através da pregação da palavra da fé a eles. Para alguns de seus filhos no erro, ele escreveu: "ó insensatos gálatas! quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi representado Jesus Cristo como crucificado?" (Gálatas 3:1).

Agora o que queremos destacar neste artigo é que, quando a Escritura fala de fé sob o ponto de vista físico, seus escritores estavam fazendo algo mais do que o uso de uma figura pertinente e adequada de expressão. O Autor da Escritura é o primeiro que formou o olho, esse maravilhoso órgão de visão, e sem sombra de dúvida Ele é tão antigo quanto o impressionante delinear no visível, e que agora desempenha um papel tão proeminente nas relações dos cristãos com o invisível. Tudo no mundo material é sombra diante da grande realidade do reino espiritual, como poderíamos perceber se tivéssemos sabedoria suficiente para discernir o fato. Um vasto campo está aberto aqui para observação e meditação, mas agora vamos nos limitar a um único exemplo, a saber: os olhos do corpo, que simbolizam a fé do coração.

1. O olho é um órgão passivo. O olho não envia uma luz de si mesmo, nem dá nada aos objetos que ele contempla. O que pode o olho comunicar ao sol, a lua e as estrelas, quando olha para eles? Não, o olho apenas recebe a impressão ou a imagem deles na mente, sem nada a lhes acrescentar.

Assim é com a fé, que nada dá a Deus, ou ao que vê na Palavra de Sua graça. Ela simplesmente recebe ou os levará até o coração, da forma que são apresentados para a visão da alma à luz da revelação divina. O que os israelitas picados comunicaram à serpente de bronze, quando olharam para ela, e foram curados? Tão pouco podemos acrescentar a Cristo, quando nós "olhamos" para Ele e somos salvos (Isaías 45:22).

2. O olho é um órgão de direção. O homem que tem a luz do dia e os olhos abertos, pode ver seu caminho, e não é suscetível de tropeçar em valas ou de cair em um precipício como um homem cego, ou um que anda à noite.

Assim é com a fé: "O caminho dos ímpios é como a escuridão: não sabem eles em que tropeçam", mas "a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito" (Provérbios 4:19,18). Dos cristãos é dito que "andamos por fé e não por vista" (2 Coríntios 5:7). Por "olhar para Jesus" (fé na visualização do nosso Exemplo) estamos capacitados para a corrida que nos está proposta.

3. O olho é um órgão muito rápido, vendo coisas a uma grande distância. Dentro de uma fração de um momento que eu posso dirigir o olhar das coisas no chão e concentrar-se em cima das montanhas que estão muitas milhas de distância, mais ainda, eu posso olhar afastado totalmente das coisas da terra e montar-se entre as estrelas, e em um momento em ver toda a extensão dos céus! Que maravilha é essa!

Igualmente maravilhoso é o poder da fé. é realmente uma graça de visão rápida, tendo-se coisas a uma grande distância, como a fé dos patriarcas o fez, que viu as coisas prometidas "ao longe" (Hebreus 11:13). Assim também a fé, num dado momento, pode olhar para trás para uma eternidade passada e ver as primaveras eternas do amor eletivo, ativo por si só antes que as fundações da terra fossem assentadas. E depois, no mesmo fôlego, ele pode voltar-se para uma eternidade que ainda está por vir, e ter uma visão das glórias escondidas do mundo celestial!

4. O olho, apesar de ser pequeno, é um órgão muito amplo. O homem que tem os olhos abertos pode ver tudo o que lhe vem ao alcance de sua visão. Ele pode olhar em volta e ver as coisas por trás, para frente e ver as coisas pela frente, para baixo sobre as águas de um poço ou um córrego no fundo de uma ravina profunda, para cima e contemplar os corpos celestes no céu distante.

Assim é com fé, que se estende a tudo o que está dentro da grande bússola da Palavra de Deus. é preciso conhecimento das coisas no passado distante, mas também apreender as coisas que ainda estão por vir; ele olha para o inferno, e penetra no céu. é capaz de discernir a vaidade do mundo a nossa volta.

É verdade que pode haver uma fé genuína, que internaliza um pouco da luz da revelação divina em primeiro lugar. No entanto, aqui também os fatos mundanos ocultam, com precisão, essa verdade espiritual. O olho de uma criança leva à luz e apreende objetos externos, mas com uma boa dose de fraqueza e confusão até que, à medida que quanto mais ela cresce, cada vez mais a sua visão se amplia. Assim é com os olhos da fé. Num primeiro momento, a luz do conhecimento espiritual é fraca, e o bebê em Cristo é incapaz de ver de longe. Entretanto, a fé cresce cada vez mais aprofundada dentro dos mistérios divinos, até que venha finalmente a ser engolida na visão aberta (João 17:24).

5. O olho é uma faculdade que confere certeza. Dos cinco sentidos corporais, este é o mais convincente. Pelo que temos mais certeza, senão por aquilo que vemos com nossos olhos! Alguns tolos podem tentar convencer-se que a matéria é uma ilusão mental, mas ninguém em sã consciência vai acreditar neles. Se um homem vê o sol brilhando no céu, ele sabe que é dia.

De maneira semelhante, a fé é uma graça que carrega em sua própria natureza uma grande certeza: "Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não se veem" (Hebreus 11:1).

Os céticos podem negar a inspiração divina das Escrituras, mas quando os olhos da fé contemplam sua beleza sobrenatural, a questão é resolvida de uma vez por todas. Outros podem considerar Jesus como um mito piedoso, mas uma vez que o santo realmente vê o Cordeiro de Deus, pode dizer: "eu sei que o meu Redentor vive."

6. O olho é um órgão que impressiona. O que vemos deixa uma impressão sobre nossas mentes. é por isso que precisamos orar, muitas vezes, "desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade" (Salmo 119:37). é por isso que o profeta declarou: "O que vejo é a tristeza de minha alma" (Lamentações 3:51). Se um homem olhar fixamente para o sol por alguns momentos, terá a impressão de que o sol está em seu olho esquerdo, apesar de ele virar os olhos para longe do sol, ou fechá-los.

De maneira semelhante, a fé verdadeira deixa uma impressão do sol da justiça sobre o coração: "Olhai para ele, e sede iluminados; e os vossos rostos jamais serão confundidos" (Salmos 34:5).

Ainda mais definitiva é 2 Coríntios 3:18: "Mas todos nós, com rosto descoberto como um espelho a glória do Senhor, somos transformados na mesma imagem de glória em glória, como pelo Espírito do Senhor." Como o forte poder de Cristo, em um dia que vem, transformar os corpos de seus povos de mortalidade para a vida, e de desonra para a glória, assim também o Espírito Santo agora exerce um poder moral de transformar o caráter daqueles que são Seus e que, chamando a fé em exercício, a atividade de que mais e mais conforme a alma à imagem do Filho de Deus.

7. O olho é um órgão maravilhoso. Aqueles que são competentes para expressar uma opinião afirmam que o olho é o mais maravilhoso e notável órgão de qualquer parte do corpo humano. Há muito da sabedoria e do poder do Criador para ser descoberto na formação e no funcionamento do olho!

Exatamente assim, a fé é uma graça que é maravilhosa e maravilhosamente operante na alma. Há mais de sabedoria e poder do Divino Trabalhador descobertos na formação da graça da fé, do que em qualquer outra parte da nova criatura. Assim, lemos sobre a "obra da fé com poder" (2 Tessalonicenses 1:11). Sim, que o poder superior mesmo grande e poderoso que foi colocada por Deus na ressurreição de Cristo dentre os mortos, é exercida sobre e dentro daqueles que creem! (Efésios 1:19).

8. O olho é algo muito delicado: é subitamente ferido e facilmente danificado. A partícula de poeira causa dor e o faz chorar. é bem impressionante notar que este é o caminho para a sua recuperação: ele lacrimeja muito para retirar a poeira que fica dentro de si.

Exatamente assim, a fé é uma graça a mais delicada, mais próspera em uma consciência pura. Daí o apóstolo fala de "participação no mistério da fé numa consciência pura" (1 Timóteo 3:9). As atuações vivas da fé são mais prejudicadas pela poeira do pecado, ou pelas vaidades do mundo, dentro do coração onde ela se assenta. E onde quer que a verdadeira fé esteja, se está ferida pelo pecado, ela se abre em forma de tristeza para com Deus.  Arthur W. Pink  

sábado, 16 de janeiro de 2016

O Soldado de Cristo

Suponha que o Brasil declare guerra hoje. As Forças Armadas se reúnem e verifica-se que são necessários mais soldados. O Presidente aparece na TV e convoca voluntários para lutar pelo país. Mas não pode ser qualquer pessoa. Os soldados devem ter determinadas características para poderem lutar.
Ou então, imagine que você foi chamado para uma entrevista de emprego. Durante a entrevista, o funcionário do Recursos Humanos (RH) te faz as seguintes perguntas:

O que você mais quer para a sua vida?
Quais são as suas principais características?
O que você mais quer para estes concorrentes?

A última pergunta, com certeza, é a mais complicada! Mas as outras não ficam atrás. O que responder ao funcionário? Essas perguntas também devem ser respondidas pelo voluntário para ir à guerra – a diferença é que ele responde para si mesmo.

O texto que lemos responde a essas perguntas para o cristão. Deus, através de Judas, mostra o que é mais necessário para se batalhar pela fé cristã. Mas, então, o que precisamos para ser bons soldados de Cristo? Como dizer ao mundo, à nossa família, colegas de trabalho e amigos o que somos e o que queremos?

A chave para essas perguntas está nessas características vitais do soldado de Cristo. Eu louvo a Deus porque, estudando esse texto, percebi que é um dos mais claros da Bíblia sobre o que um cristão é e quais os seus objetivos. Para entendê-lo, vamos dividí-lo em três partes.O desejo do soldado para si (v.1a)

A primeira coisa que um soldado precisa é saber o que quer para si. Ora, na guerra, ele quer sobreviver! Mas também, quer vencer, conquistar tal território inimigo… Da mesma forma, podemos perguntar: o que o cristão mais deseja para si? Vejamos o primeiro versículo:

“Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago”.

Esse Judas não é o apóstolo. Provavelmente é o irmão físico de Jesus. Embora muitos não gostem dessa ideia, a Bíblia é bem clara. Em Mt 13, os moradores de Nazaré estavam impressionados com Jesus, e perguntaram:

De onde vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e não são os seus irmãos Tiago, José, Simeão e Judas? (Mt 13:54-55)

Veja que, embora Judas fosse irmão de Jesus, não usou isso como título. Preferiu ser chamado de servo de Jesus. Como isso é importante! Há pessoas que se vangloriam do cargo que têm na igreja. “Qual é a sua religião?” – perguntam seus amigos. E ele responde: “Sou pastor”, ou “sou diácono”. Mas ninguém responde “Sou servo de Jesus”. Nos nossos dias, apareceram homens que se acham dignos de serem chamados “apóstolos”, sem que cheguem sequer perto do critério estabelecido em Atos (ver Jesus, acompanhar seu ministério, ouvir seus ensinos etc). Gostam de ser conhecidos por seus cargos, mas não fica claro se são servosde Jesus Cristo. Afinal, é difícil imaginar apóstolos em BMWs zero-quilômetros. O que pode ser melhor que ser servo de Jesus? O que éramos antes de conhecer o senhor? Mentirosos, vulgares, adúlteros, pecadores da pior espécie. Hoje, Deus nos chama de seus servos. O que pode ser melhor? Como diz o cantor Paulo César Brito, “ser servo é promoção”.

Certa vez a família de Jesus quis falar com Ele, enquanto ensinava a multidão. Talvez pensassem que, por serem parentes, tivessem maior direito que os outros. E o que Ele respondeu?

“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” – perguntou ele. E, estendendo a mão para os discípulos, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” (Mt 12:48-49)

Judas entendeu isso e foi completamente transformado. Tanto que, agora, ele prefere ser servo de Jesus. Além disso, Judas também é humilde. Havia duas pessoas ilustres em sua família. Uma, o Senhor Jesus, e a outra, Tiago, líder da Igreja de Jerusalém. Na época de Judas era comum a pessoa se apresentar como “Fulano, filho de Ciclano”. Por que então ele se apresenta como “irmão de Tiago”? A explicação é que este Tiago era muito famoso na Igreja. O estilo da carta é um tanto judeu (veja o número de referências ao Antigo Testamento), o que dá a entender que os leitores provavelmente eram judeus. Alguns acreditam que essa carta foi escrita em Jerusalém. Portanto, só pode ser o irmão de Jesus, já que o apóstolo Tiago havia sido morto por Herodes, já em Atos, e essa carta foi escrita muito tempo depois (provavelmente em 65 a 70 d.C., embora muitos discordem dessa data). E as outras pessoas com esse nome no Novo Testamento não tinham a influência que este Tiago tinha. Porém, note que Judas não se apresenta como irmão de Tiago, para solicitar ou reivindicar que as pessoas o ouçam. É como se ele dissesse: “Sou irmão de Tiago. Mas e daí? Sou menor que ele, e ele é maior que eu”.

Estive pensando sobre Judas e é interessante que seu nome, nas Escrituras, só é citado em Mt 13:55, Mc 6:3 e aqui em sua carta. Todas as outras vezes em que ele aparece está incluído no grupo “os irmãos do Senhor”. E não se sente mau por isso. Judas podia ser o caçula da família, mas ainda assim, Deus o escolheu para escrever um livro da Bíblia, honra dada a apenas alguns homens. Ele ilustra aquele grande princípio de Jesus:

Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mt 20:25-28)

Nunca seremos bons cristãos se não servirmos, humildemente, o nosso irmão. Devemos considerá-lo maior que nós. Devemos querer isso. Se não quisermos, ao ponto desse comportamento começar a ser natural em nós, então falhamos como cristãos. O cristão só faz diferença quando ele serve. Martin Luther King Jr. personificou este conceito. Veja o que ele disse à sua igreja dois meses antes de sua morte:

Se alguém aqui estiver presente quando chegar a minha hora, não quero um enterro prolongado. Se alguém fizer o elogio fúnebre, digam-lhe que não fale demais. Às vezes, penso no que eu gostaria que essa pessoa dissesse.

Digam-lhe que não mencione que eu tenho o Prêmio Nobel da Paz – isso não é importante. Digam-lhe que não fale que eu tenho mais de 300 ou 400 prêmios, isso não é importante. Digam-lhe que não fale na Universidade onde eu estudei. Gostaria que alguém falasse no dia em que Martin Luther King Jr. tentou dar a vida para servir aos outros. Gostaria que alguém falasse do dia em que Martin Luther King Jr. tentou amar alguém.

Sim, se quiserem, digam que eu fui um mensageiro. Digam que fui um mensageiro da justiça. Digam que eu fui um mensageiro da paz. Digam que eu fui um mensageiro da retidão. E todas as outras coisas supérfluas não terão importância. Não terei dinheiro para deixar, não terei as coisas boas e luxuosas da vida para deixar, quero deixar apenas uma vida de serviço.

Se puder ajudar alguém à minha volta, se puder alegrar alguém com uma palavra ou uma canção, se puder mostrar o caminho a alguém que está andando errado, não terei vivido em vão. Se puder cumprir o meu dever de cristão, se puder levar a salvação ao mundo arrasado. Se puder difundir a mensagem como o Mestre ensinou, então, minha vida não terá sido em vão.
A Consciência do soldado sobre si (v.1b)

A segunda pergunta que o funcionário do RH fez foi: “Quais as suas principais características?”. É evidente que, para respondê-la, você precisa saber quem você é. Como o soldado: se não souber no que ele acredita, como pensa o seu país e quais as suas limitações, não pode lutar. Ninguém vai à guerra achando que é o Rambo, pois pode não ser muito eficiente no combate. O cristão, soldado de Cristo, também deve saber quem ele é. E essa resposta está na parte b do versículo 1.

“aos que foram chamados, amados por Deus Pai e guardados por Jesus Cristo…”

A primeira coisa que percebemos é que o cristão sabe que foi chamado. Mas chamado para quê?

E vocês também estão entre os chamados para pertencerem a Jesus Cristo… e chamados para serem santos. (Rm 1:6-7, grifo nosso).

Às vezes, somos místicos demais. Cantamos músicas que dizem que temos um chamado, mas chamado de quê? Com frequência isso se refere à pregação do evangelho. Só que não podemos esquecer que o chamado da pregação é secundário. Antes de tudo, fomos chamados para pertencer a Cristo, e para sermos santos. Isso é reconfortante! Se nos sentimos abandonados, a Bíblia lembra que temos um dono: pertencemos a Jesus. Se nos sentimos incapazes de ser santos, incapazes de cumprir os mandamentos de Deus, é preciso lembrar que Deus nos chamou para sermos santos, e é Ele quem opera em nós a santificação. Quando o dono de uma empresa contrata uma pessoa para trabalhar, ele não lhe dá o treinamento necessário? Da mesma forma, Deus é quem nos ensina a sermos santos. Este é um ideal maravilhoso para nossas vidas!

O cristão também sabe que é amado por Deus. O cristão verdadeiro não tem a menor dúvida de que é amado por Deus, embora não consiga entender o por quê. O cristianismo tem 2000 e poucos anos de existência e, até hoje, nenhum teólogo sério conseguiu responder à pergunta: “Por que Deus me ama?” É uma pergunta sem resposta. Sabemos que somos pecadores e indignos, mas, mesmo assim Deus nos ama e tomou o nosso castigo sobre si, na pessoa de Seu Filho querido, para que pudéssemos ser salvos.

Oh! por que Jesus me ama?

Eu não posso t’explicar!

Mas, a ti também te chama,

Pois deseja te salvar!

E o cristão sabe que é guardado por Jesus. Ou, sabe que é protegido Jesus. Assim Judas conclui essa parte sobre a consciência do cristão. O seu objetivo é que o leitor visse essas expressões e fizesse uma auto-avaliação. “Eu sou isso o que Judas está dizendo?” Se fosse, a carta era destinada a ele. (Mas eu duvido que, se não fosse, estaria lendo esta carta!)

Há um detalhe importante aqui. Judas usa um tempo diferente do verbo “ir” (foram). Aos que foram guardados por Jesus. Escrito assim, entende-se que a ação de guardar aconteceu no passado, mas ainda continua hoje. Seria assim: “Aos que foram (e continuam sendo) guardados por Jesus Cristo.” Guardados do quê? Pela forma como o autor escreve, não parece que se refira a acidentes físicos, dos quais os anjos nos guardam. É algo mais importante e terrível. Fomos e continuamos sendo guardados da perdição. Do inferno. Quando nos entregamos a Jesus, ficamos sob suas asas. Como os pintinhos ficam debaixo das asas da galinha para serem protegidos.

Às vezes nos sentimos fracos espiritualmente, achando que estamos prestes a cair na fé e voltarmos ao caminho do inferno, mais uma vez. Mas é então que precisamos lembrar que Jesus nos guarda de cairmos (Romanos 14). Ele nos protege sob suas asas e nos ampara. Deus é poderoso para nos guardar!
O desejo do soldado para o seu irmão (v.2)

Chegamos à última pergunta feita pelo RH: “O que você deseja para os seus concorrentes?” É algo difícil de responder! No mundo empresarial, as pessoas tendem a desejar o melhor para o outro, contanto que não fique no caminho. É triste que isso aconteça em algumas igrejas também, porque é óbvio que este comportamento não tem nada de cristão. Um soldado sempre quer o melhor para o seu companheiro no campo de batalha. O que, então, um cristão deseja para o seu irmão? Versículo 2:

“Misericórdia, paz e amor lhes sejam multiplicados.”

Judas ora e, em sua oração, ele pede que sejam multiplicados, amontoados sobre os cristãos essas três coisas. Poderíamos considerá-las separadamente, mas, do jeito que Judas pede, elas estão completamente interligadas. (Seguimos, assim, a análise do livro de Matthew Henry).

O que um soldado pode desejar de melhor para o seu companheiro senão que ele sobreviva? No livro “O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien, um grupo de nove amigos sai com a missão de destruir o Anel. No meio do caminho, porém, eles se separam, e cada um segue um destino diferente, mas em todos os momentos eles se preocupam um com o outro, e torcem para que todos fiquem vivos.

Não é assim com o cristão? De forma muito mais profunda, ele deseja que seu irmão seja coberto demisericórdia. Ou seja, deseja que o Juiz perdoe o réu, que é culpado. Deseja que seu irmão tenha paz, porque quer que esse mesmo réu agora tenha uma vida que nunca teve antes, com tranquilidade. E deseja tambémamor. Que esse réu possa ser amado pelo Juiz e por outras pessoas, e possa ser, ele mesmo, alguém que ama os outros – para que possa cumprir a lei.

Perceba que isso é uma história da salvação. Judas está pedindo a Deus que conserve e desenvolva a salvação de seus leitores. Quão diferente tem sido a atitude de muitos! Quando veem que o irmão pecou, “caiu na fé”, não se entristecem, não ajudam; apenas recriminam e desejam justiça. “Está vendo?” – dizem – “Eu avisei que iria cair. Agora caiu e não vai mais se levantar.” Isso é uma insanidade sem tamanho! É como estar no campo de batalha, e ver que o companheiro ao lado levou um tiro e está morrendo. Você tem o remédio, e o outro soldado está pedindo ajuda. Então você olha para ele e diz: “Quem mandou ficar no caminho da bala? Agora, vire-se.” Isso não é um cristão! O cristão se importa com o próximo, e quer o melhor para ele, sempre. Se ama o próximo, quanto mais deve amar o seu próprio irmão em Cristo Jesus!

Somente depois de saber o que quer para si, quem é, e o que quer para os outros que o cristão estará plenamente apto a batalhar pela fé, e cumprir a missão que Deus lhe designou. Estes são os fundamentos do cristianismo: a salvação pela fé e o serviço humilde. Por isso dizemos que o cristão é um humilde servo de Deus, que conhece bem o Senhor e se preocupa com o irmão. Aplicar essas verdades em nossas vidas é entrar na batalha com a vitória garantida.

Daniel Ruy Pereira
https://considereapossibilidade.wordpress.com/2012/06/04/caracteristicas-vitais-do-soldado-de-cristo/

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Não Deixe Penina Matar seus Sonhos...

“... Até a estéril deu à luz sete filhos, e a que tinha muitos filhos enfraqueceu”.1 Samuel 2:5

Havia um homem chamado Elcana, este tinha duas mulheres, uma era Ana e a outra era Penina. E Penina tinha filhos, porém Ana não.
 Ana tinha um sonho impossível ser mãe, mas o Senhor cerrou( Deus a impedia de ter filhos) a madre de Ana.1 samuel 1.5
Sua rival Penina excessivamente a provocava, para a irritar; porque o SENHOR lhe tinha cerrado a madre. 1 Samuel 1:6

Ana vivia atribulada de espírito, seu desejo de ser mãe era muito intenso. Ana todos os anos ia ao templo oferecer sacrifício ao Senhor, orava, clamava, buscava por um milagre; mas os anos se passavam e nada acontecia e sua rival escarnecia dela.

Um dia Ana com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente.

E fez um voto, dizendo: “SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao SENHOR o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”. 1 Samuel 1:10-11

Passado algum tempo Deus realizou o sonho de Ana de ser mãe. Ela havia pedido um filho a Deus e Ele deu-lhe muito mais que um filho deu-lhe um profeta. O milagre foi além do que Ana pensou, ou pediu.
 Mesmo passando humilhações, vergonha e dor Ana não deixou de ir ao templo, adorava ao Senhor mesmo na adversidade, quiseram matar os sonhos de Ana - Penina, a humilhava e escarnecia dela, Elcana disse-lhe: “Não te sou eu melhor do que dez filhos?” 1 Samuel 1:8; e até mesmo o sacerdote Eli E disse-lhe: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho. 1 Samuel 1:14; cada um a sua maneira,foi ferramenta para desanimar e frustrar os sonhos daquela mulher, mas ela não desistiu, perseverou até conseguir realizar seu sonho.
Amados nós estamos cercados de “Peninas”, tentando frustar, matar os sonhos de muitas “Anas.” Não importa qual o tamanho do seu sonho, nem tão pouco se ele te parece impossível, Deus é poderoso para realizá-los e te dar muito além do que tens pedido. 

Acredite tua hora chegará, persevere, ore, como fez Ana. Não deixe de ir a igreja, não pare de trabalhar para o Senhor, o adore não importando a situação ou as circunstâncias, Louve, exalte e glorifique ao Deus Todo Poderoso, não saia da presença D’Ele, no tempo apropriado Ele colocará em teus braços teu sonhado “Samuel.” 

Cida Augusto  
http://www.estudosgospel.com.br/

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Contando Nossos Dias

“Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece." (Tg 4:14)

Confesso que não sou a pessoa mais emotiva do mundo. Tenho um pouco de dificuldades em demonstrar minhas emoções e sentimentos.

Chorar é algo um tanto incomum na minha vida, mas esta semana me peguei segurando as lágrimas durante um casamento.

Não que casamentos mexam comigo, mas este foi especial. Tudo estava indo normal, até que a música começou a tocar, as portas se abriram e majestosamente minha filha começou a desfilar pelo tapete vermelho, usando um lindo vestido branco, em direção ao altar. Meio em estado de choque comecei a questionar: Onde está aquela menininha que até ontem carreguei no colo?

Agradeço a Deus por ela só ter nove anos ainda e que tenha entrado no casamento apenas como dama, mas não pude deixar de pensar que em alguns anos ela entrará usando um vestido semelhante, mas desempenhando outro papel na cerimônia. Isto, realmente, me assusta.

Completo trinta e cinco anos (embora alguns amigos achem que já tenha passado dos quarenta) e a cada dia que passa me espanto mais com a brevidade da vida. Os dias vêm e vão e o tempo não dá uma pausa nunca.

O espelho é testemunha das rugas e cabelos brancos que vão se multiplicando. Algumas pessoas já começam a me chamar de senhor. Dores vão surgindo e as vezes sinto-me como um carro precisando de revisão. Mas este desgaste natural não me preocupa.

Aos trinta e três anos Jesus entregava Sua vida por mim. Aos trinta e cinco, ainda questiono o cristianismo que tenho vivido.

Aquele que sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1:3), sofreu uma tripla humilhação por mim: Sendo Deus se fez homem. Sendo homem, se fez servo e por fim foi até a cruz (Fl 2:6-8), mas o tempo vai passando e continuo lutando contra meu orgulho e soberba.

O tempo não pára. Os minutos que estou usando para escrever estas palavras não voltarão nunca mais. Não serei mais um adolescente sonhando em conquistar o mundo. Minha filha nunca mais será um bebê que vou carregar nos braços.

A brevidade da vida e a incerteza do amanhã deveria nos levar a viver a vida, que Deus nos deu, com mais excelência e seriedade. Agarrando cada oportunidade de servir ao Senhor, pois é possível que elas nunca mais voltem.

Agradeço a Deus por mais um ano que Ele me deu, mas também sei que na contagem regressiva dos meus dias aqui na terra, tenho um ano a menos. Quero viver o resto dos meus dias de forma que dignifique o nome de Cristo.

Que este seja nosso desejo e motivação: Viver nossos dias na terra de tal forma que nossos passosdesejospalavras e atitudes dignifiquem o nome do nosso Senhor Jesus Cristo. 
“Senhor, Tu me sondas e me conheces.” (Sl 139:1)  Alex Amorim

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Esperança para 2016

Vivemos em um mundo bastante desanimador. No início de um novo ano, procuramos em vão por perspectivas de tempos melhores. Se analisarmos a situação internacional, se observarmos as dificuldades econômicas e o baixo nível moral dos povos, não há muitos motivos para esperar por momentos mais luminosos para este mundo. Até mesmo é duvidosa a realização dos anseios que temos para nossa vida pessoal neste novo ano.

Tendo pouca esperança no melhoramento das condições gerais, resta-nos somente uma alternativa: procurar a renovação individual das pessoas. É preciso encontrar um caminho que permita que você seja elevado acima das circunstâncias, de modo que esteja sobre elas e que elas até mesmo sejam controláveis.

Será que isso realmente é possível? Milhões de pessoas experimentaram tal transformação e obtiveram um fundamento inteiramente diferente para suas vidas ao aceitarem Jesus como seu Salvador pessoal pela fé. Seus corações ficaram repletos de paz profunda e permanente, que não pode ser abalada por nenhuma tempestade em suas vidas. Elas descobriram o segredo da alegria e da verdadeira felicidade, que consiste da confiança em Deus e da obediência a Ele, e obtiveram novo valor para suas vidas. Para elas, todas as coisas realmente "se fizeram novas"! O apóstolo Paulo descreve essa maravilhosa transformação da seguinte maneira: "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Cor 5.17).

Também você pode começar o novo ano como uma nova criatura em Jesus Cristo! Então sua tranqüilidade e seu êxito na vida não dependerão mais das circunstâncias, pois você terá uma nova vida, que se manifestará em novos anseios e em novos rumos da sua vontade. Novas forças estarão à sua disposição! O "novo homem", nascido do alto pela fé em Jesus Cristo, poderá dar passos confiantes no novo ano. Esta é uma maravilhosa mensagem para você! Será possível encontrar a Deus na condição de pessoa que foi perdoada, que foi purificada dos seus pecados. Você terá sido renovado através de Jesus Cristo, tornado aceitável diante de Deus através dos méritos de Jesus Cristo, seu Redentor.

Por isso, não hesite mais! Aceite a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal e deposite sua confiança inteiramente nEle neste novo ano.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O Fato da Ressurreição

A doutrina da ressurreição tem sua base essencialmente sobre o fato da ressurreição de Cristo. A palavra ressurreição implica em transformação do corpo que morreu e foi sepultado, ou de alguma outra forma ficou retido aqui na terra. Se o corpo ressurreto não fosse o mesmo, isto não seria ressurreição. Seria uma nova criação e o termo na Bíblia seria um absurdo. Os crentes ressuscitarão num corpo glorioso em vários sentidos (1ª Co 15), e os ímpios, num corpo ignominioso, em que sofrerão pela eternidade (Mt 10.28). Os não-salvos farão parte da segunda ressurreição, a qual abrange todos os ímpios mortos, e ocorrerá ao findar o Milênio.


                    I.             RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS E A DOS INJUSTOS

A ressurreição dos salvos e a dos ímpios é claramente ensinada nas Escrituras. Ela é prova de que os que agora morrem não deixam de existir. Se os que morrem agora deixassem de existir, para que eles reaparecessem para serem julgados (como João os viu, em Apocalipse 20.11-15), teriam de ser recriados e não ressuscitados. Ressurreição só pode ser de alguém que morreu. Se o caso fosse recriação, esta neutralizaria toda a base de recompensa, porque aqueles que saíssem da sepultura seriam indivíduos diferentes daqueles que praticaram as obras neste mundo, em sua vida anterior.

Há na Bíblia, duas ressurreições: a dos justos e a dos injustos, havendo um intervalo de mil anos entre elas (Dn 12.2; Jo 5.28-29; Ap 20.5). A expressão bíblica “ressurreição dentre os mortos”, como em Lucas 20.35 e Filipenses 3.11, implica numa ressurreição em que somente os justos participarão, continuando sepultados os ímpios. Esta expressão é no original “ek ton nekron ressurreição dentre os mortos. Sempre que a Bíblia trata da ressurreição de Jesus ou dos salvos, emprega estas palavras. A expressão nunca é usada em se tratando de não-salvos.

“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.5-6).

Há uma idéia entre o povo de Deus que a ressurreição será em um só momento. Mas na realidade não será assim. Segundo a Bíblia, a ressurreição tem três fases distintas. A ordem é a seguinte: A primeira ressurreição é inaugurada por Jesus Cristo, que é as primícias dos que dormem (1ª Co 15.20; Cl 1.18). Seguindo a seqüência os que são de Cristo por ocasião da sua vinda (1ª Co 15.23), e sete anos depois os mártires da Grande Tribulação (Ap 6.9-11; 20.4). Portanto a primeira ressurreição abrange da ressurreição de Cristo até os mártires da Grande Tribulação.

                 II.             A RESSUREIÇÃO DOS JUSTOS


Como já mencionamos, há pelo menos três grupos distintos de ressuscitados integrantes da primeira ressurreição, como indica o termo original “tagma” em 1ª Coríntios 15.23.



1.      As primícias da primeira ressurreição.

O primeiro grupo é a continuação da primeira ressurreição, iniciada por Jesus, pois, em 1ª Co 15.20, 23, o termo “tagma”, no original, indica “ordem, fileira, grupo, turma”, como numa formatura militar ou escolar.

1ª Co 15.20, 23 “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Mas cada um por sua ordem! Cristo, as primícias; depois os que são de Cristo, na sua vinda”.

Este grupo é formado por Cristo e os santos que ressuscitaram por ocasião de sua morte na cruz. Assim sendo Cristo é o princípio dentre os mortos: “E Ele é a cabeça do corpo da igreja: é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que tudo tenha a preeminência” (Cl 1.18).

Porém, na ressurreição de Cristo muitos dos santos ressurgiram com Ele: “E Jesus clamando outra vez com grande voz entregou o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto abaixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras. E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiram foram ressuscitados. E saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa e apareceram a muitos” (Mt 27.50-52).

Só Mateus narra este acontecimento. Foi um pequeno grupo que ressuscitou com Cristo e representa um sinal da vida eterna para os fiéis. Só depois da ressurreição de Cristo foram vistos este santos.

Este grupo representa as primícias: “Guardarás a Festa da Sega, dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, e a Festa da Colheita, à saída do ano, quando recolheres do campo o fruto do teu trabalho” (Êxodo 23.16).

A festa das Primícias em Levítico 23.10-12 tipifica isto, quando um molho das primícias era trazido para o sacerdote mover perante o Senhor. Molho implica um grupo, o que de fato aconteceu. Esta festa tipificava Jesus ressuscitando com um pequeno grupo.

Desse modo a ressurreição dos fiéis começou, pois com Cristo, as primícias da ressurreição (At 26.23), isto é, que Cristo devia padecer e sendo o primeiro da ressurreição dos mortos.
2            2. A colheita geral da ressurreição.
      Este grupo é formado pelos santos que ressuscitarão no momento do arrebatamento da Igreja (1ª Ts 4.16). São todos os mortos salvos desde o tempo de Adão.

Este grupo representa a colheita geral de cereais do Velho Testamento: “Sete semanas contarás; desde que a foice começar na seara, começarás a contar as sete semanas. Depois, celebrarás a festa das semanas ao Senhor, teu Deus” (Dt 16.9-10).

A festa das semanas era celebrada no fim da colheita de trigo, ou seja, da colheita geral, e que durava sete semanas. Mais tarde recebeu o nome grego de pentecostes, visto cair cinqüenta dias depois da Páscoa.


A colheita geral do Velho Testamento tipifica o arrebatamento da igreja quando Cristo voltar: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Ap 20-6). Esta Bem-aventurança é aplicada a “ressurreição dos justos”. O bem-estar e a felicidade dos justos advêm deste acontecimento.
3.       Os rabiscos da colheita.
Levítico capítulo 23 é a história da Igreja escrita de antemão. Temos aí entre outras coisas a ressurreição prefigurada.

“Quando segardes a messe da vossa terra, não rebuscareis os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas da vossa sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixareis. Eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv 23.22).

Este último grupo é formado pelos remanescentes de Israel que irão se converter pela pregação das duas testemunhas na grande tribulação, os quais ressuscitarão logo antes do milênio, isto é, onde Cristo reinará nesta terra por mil anos.

              III.         A RESSURREIÇÃO DOS INJUSTOS SÓ TERÁ LUGAR DEPOIS DO MILÊNIO


Os pecadores que morrem hoje estão em tormento no estado intermediário, mas ainda não estão no lugar definitivo do castigo final. Assim, a bondade de Deus faz adiar o dia do acerto final para depois do milênio. A segunda ressurreição acontecerá depois do Milênio e dela só farão parte os ímpios.

Em Apocalipse é ensinado que os não salvos serão ressuscitados, julgados e lançados no lago de fogo (Ap 20.12-13).

“Mas os outros mortos não reviveram...” (Ap 20.5). Os outros mortos (os homens que desde Adão morreram nos seus delitos e pecados) não reviveram. Jesus em João 5.28 e 29 falou destas duas ressurreições. Daniel também foi revelado acerca destes dois eventos (Dn 12.2). Portanto, fica provado que entre a primeira e a segunda ressurreição haverá um espaço de mil anos, e que somente depois da destruição total de Satanás, e para devida prestação de contas perante o Trono Branco, é que haverá a segunda ressurreição, quando todos os demais mortos comparecerão diante de Deus. Sobre este assunto abordaremos posteriormente.  Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Celebrando a Salvação

'Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz.' Isaias 9.6.

As cidades anoitecem com o resplandecer de suas luzes coloridas. Nos comércios o movimento de pessoas parece superar todas as ocasiões festivas do decorrer do ano. Presentes são comprados, trocados, enviados. Famílias planejam seus encontros numa das mais propagadas festas cristãs de todo o Ocidente: O Natal.

Comemorado com muita alegria o nascimento de Jesus, a festa do Natal ainda divide o mundo protestante. Há os que tratam a data com tanta importância e dedicação, que o preparo de programações alusivas à data se torna obrigatório nas igrejas e motivo para grande evangelização e confraternização. Nesse grupo estão as igrejas Históricas ou mais conhecidas como Tradicionais. Outros, porém, entendem tratar-se de uma festa oriunda do paganismo, não cristã, cuja comemoração não deve ser observada pela igreja. Se destacam nessa ideia uma minoria pentecostal e as seitas pseudo-cristãs. De antemão, quero deixar bem claro que não vou apresentar objeções contrárias aos grupos cristãos que não participam de comemorações natalinas. Respeitamos essa opção, pois entendo aqui que se trata de uma questão secundária.

Mas o que significa então o natal em meio a toda essa inquietação na esfera cristã? A palavra natal vem do latim natale, relativo ao nascimento. O mundo protestante define o natal como a celebração do nascimento de Jesus Cristo.

natal não nasceu com a exploração comercial que invade os muitos lares na semana que o antecede. O natal não nasceu também com as cores e objetos hoje adquiridos e exibidos em todo o mundo. Não nasceu em meio ás mesas fartas de guloseimas e variedades de bebidas. Não! O natal nasceu numa manjedoura, num lugar distante, numa família humilde, mas temente a Deus. Nasceu primeiro no coração de Deus para o homem e depois no coração do Deus-homem.

O primeiro grande momento de reflexão que temos oportunidade de absolver por ocasião de tão especial data é encararmos de fato a realidade do nascimento de Jesus não unicamente por Si próprio, mas para nos oferecer um novo nascimento. Nascemos de fato de novo pelo nascimento de Jesus.

Com o nascimento de Cristo Jesus nasceu também a esperança que faltava ao coração humano. Com o nascimento de Jesus nasceu também a paz que o homem tanto busca. Com o nascimento de Jesus nasceu a oportunidade de resgatar nossos sonhos e mais que tudo, nasceu a salvação de todas as raças e de todos os povos.

natal se torna então não simplesmente a celebração da vida de um menino, que cresceu e se tornou homem, mas a celebração da Salvação pelo sacrifício na cruz. Sim, o nascimento de Jesus é o nascimento da salvação única e verdadeira, que leva o homem ao Caminho, á Verdade e á Vida.

É tempo então de celebração. Não a celebração mística ou de uma espiritualidade sem vida. Mas a celebração da salvação de nossas almas. Acelebração que um dia foi entendida pelos anjos: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens” Lc. 2.14. A celebração buscada um dia pelos magos: “Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria. Mt 2. 2-10.

Que nesse natal o sentido da vida possa girar em torno da figura principal, Jesus Cristo, e seu maior ato de amor pela humanidade: A morte e ressurreição que trouxe a incomparável salvaçãoAlex Belmonte

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Sobre a Festa de Natal


Dia 25 de dezembro está se aproximando, e este articulista deseja deixar alguns conselhos a quem está confuso ou — apegando-se ao fato de que os símbolos do Natal secular (pinheirinho, bolas coloridas, Santa Claus etc.) têm origem pagã — resolveu se posicionar contra a celebração do Natal. Antes, porém, quero enfatizar que o Natal de Cristo, uma celebração genuinamente cristã e bíblica, nada tem que ver com o Natal secular.

No Natal de Cristo se celebra o nascimento do Salvador, a exemplo dos anjos (Lc 2.13,14), dos pastores de Belém (Lc 2.15-20) e dos magos do Oriente (Mt 2.1-12); estes, pelo que se depreende da passagem mencionada, celebraram a chegada do Menino cerca de dois anos após seu nascimento. Já o Natal secular, como o próprio termo sugere, não é cristão, mas nem por isso é vedado a nós. Podemos, sim, com prudência e equilíbrio (cf. 1 Co 6.12; 10.23; 1 Ts 5.22), enfeitar nossa casa, fazer a nossa ceia, trocar presentes com parentes, amigos e colegas de trabalho ou na escola etc., pois fazer isso não é, de modo algum, agir como um idólatra.

Meus sete conselhos a quem se opõe à celebração do Natal são os seguintes:

Primeiro: pressione a tecla [Ironia] antes de continuar a leitura.
Segundo: não saia de casa! Mais que isso, tranque-se em algum lugar ou, de preferência, entre em uma caverna, sem nenhuma roupa, pois ela pode ter origem pagã.
Terceiro: não coma nada! Os alimentos também podem ter origem pagã.
Quarto: isole-se completamente e espere o momento de partir deste mundo pagão! Afinal, tudo o que pudermos imaginar tem algum vínculo histórico com o paganismo: a comemoração do nosso aniversário; o bolo de festa; o vestido de noiva com véu e grinalda etc.
Quinto: nem pense em ir a um shopping, não somente durante o mês dezembro. Em qualquer época do ano há referências pagãs nos centros comerciais, em universidades e até em igrejas. Não saia de casa! Esconda-se!
Sexto: seja extremamente rigoroso com tudo, rígido ao extremo, durante todos os meses do ano, e não somente em dezembro.
Sétimo: ignore essa conversa de que a salvação é pela graça e esforce-se ao máximo — faça o possível e o impossível — para não incorrer no erro mencionado em Mateus 23.24: "Coais um mosquito e engolis um camelo". 

Agora pressione a tecla [Ironia] novamente e volte à realidade. Que tal glorificarmos a Deus, mesmo na data pagã de 25 de dezembro, pela encarnação do Verbo? Afinal, se ela não tivesse acontecido, o Senhor não teria morrido por nossos pecados e ressuscitado para a nossa justificação. Alegre-se com a sua família. Aproveite bem a companhia dos seus familiares e amigos, sem jamais, é claro, se esquecer do Aniversariante.Feliz Natal — o Natal de Cristo — a todos!  Ciro Sanches Zibordi

http://cirozibordi.blogspot.com.br/2015/12/sete-conselhos-sobre-celebracao-do-natal.html