quarta-feira, 14 de julho de 2021

A Porta do Céu Está aberta!

O patriarca Jacó, em sua mudança repentina para Haram, onde vivia Labão, seu tio, se depara com uma visão surpreendente. Ele então declara: “Temível é este lugar! Não é outro, se não a casa de Deus; esta é a porta dos Céus’” (Gn. 28,17).
A experiência de Jacó se resume num sonho profético do qual Deus Se serviu para Se comunicar com ele. 

E foi quanto bastou para Jacó concluir que aquele lugar equivalia para ele como a casa de Deus. A declaração era a capitulação dos sentidos a uma lógica: “se Deus está aqui e aqui Se manifesta, fala e toma decisões, então este lugar é a casa de Deus”. Também porque ali ele pôde ver anjos em intenso movimento, indo e vindo.

Aquela visão tem grandes significados e a “Porta dos Céus” profundas revelações. Entre os céus e a terra estão os portais eternos. Estes são os portais que estavam abertos quando Adão foi criado, para que ele pudesse manifestar a glória de Deus.

Outro tanto havia essa visão de escada que servia de estrada aos anjos, no percurso entre a terra e o céu. Tudo era de fato sobrenatural, ou sobre- humano. Mais que a visão, no entanto, foi a palavra-promessa de Deus que deu a Jacó o êxtase ou ápice da bênção.

É então que devemos observar o que acontecia ali para levar Jacó a chegar a tal comparação conclusiva.

1- Presença perceptível de Deus ali. “O Senhor está neste lugar”. Quanta diferença faz! Como muda tudo! Não fala de coisas alusivas a Deus. Evidencia Sua presença. E por conseguinte:

2- A Voz divina se faz ouvir. “Ao lado dele estava o Senhor que lhe disse…” E de que fala essa voz? Traz promessa de segurança; proteção divina; fidelidade divina. Edifica, exorta e consola. É um novo idioma, porque há novo conteúdo.

3- Há algo sobre-humano ali. Anjos que sobem e descem. Isto nos lembra Hebreus 1,14 e Salmo 91,11. Escada da terra ao céu (acesso). Um intercurso entre o terreno e o celestial, entre o humano e o divino.

Seria natural pensar que a conclusão de Jacó fosse que aquele lugar era casa de Deus e pronto. Mas ele viu mais que isso. Viu ali uma porta do céu, uma vitrine, antevisão de coisas celestiais.

Acredito que este é um dos fenômenos mais marcantes do Antigo Testamento, não somente por causa do sonho, porque ele marcaria profundamente a vida de Jacó, mas devido ao simbolismo espiritual tão profundo em relação ao que sucederia mais tarde. Esse acontecimento era a realização completa e sumária da obra de Cristo Jesus no mundo.

Um paralelo interessante: na língua babilônica, a palavra babilônia é “Babili”, que significa a porta dos deuses, referindo-se ao local de acesso ao reino divino. Em Gn. 11, vemos que as pessoas construíram a Torre de Babel, Babilônia, para que ao seu próprio poder subissem ao nível divino de imunidade, sem terem que prestar contas a Deus. Por outro lado, quando Jacó teve aquele sonho enquanto dormia ao relento, tendo como travesseiro uma pedra, Jacó viu uma escada e anjos descendo e subindo por aquela escada que ligava o céu com a terra.

“Oh! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes se escoassem diante da tua face!” (Is. 64,1).

Aquela escada representava Cristo, o Senhor Jesus, o Filho de Deus, o próprio Deus, que veio para salvar a humanidade. Jacó chamou aquele lugar de Betel, que quer dizer, porta do céu! Enquanto a escada partia do céu para a terra, a torre de babel construída por homens, partindo da terra.

“Erguei, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portas antigas; e entrará o Rei da glória. Erguei, ó portas, as vossas cabeças; sim erguei-as, ó portas antigas; e entrará o Rei da glória.” (Salmos 24).

O Rei da Glória, Jesus, entrou por esses portais, Ele veio das dimensões dos céus para essa dimensão, trazendo consigo a Glória de Deus. O Filho de Deus, Jesus, realizou a maior obra na terra, instalando a Morada de Deus, Eterna e Santa.

Não seria, essa habitação, feita de pedra, nem por mãos de homens, mas seria o tabernáculo de Deus nos corações daqueles que haveriam de crer na Sua Palavra, a Casa de Deus habitada pelo Espírito Santo seria a vida de cada uma das pessoas que aceitaram e continuam aceitando o Senhor Jesus como Salvador de suas almas.

“Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.” (Apoc. 3,8).

Jesus é a nossa Casa de Deus, e Ele mesmo é a Pedra do Altar da nossa vida, onde o azeite do Espírito Santo está derramado.

Ele mesmo é a Escada, isto é, o Caminho que conduz ao Pai, assim como é também a Porta dimensional e eterna, onde os anjos de Deus sobem e descem, para ministração das bênçãos em nosso favor.

Na verdade, "Foi o Senhor que fez isto e é maravilhoso aos nossos olhos. Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele." (Salmos 118.23-24).

Conforme está escrito: “Então Jesus afirmou de novo: Digo-lhes a verdade; Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem.” (João 10.7-9).

E ele tem a sua confirmação exata, quando Jesus argumenta com Natanael, no Evangelho de João, dizendo: "Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem." (Jo 1.45-51).

Agora cada um de nós, como pessoa, é a casa de Deus, porque Ele habita em nós. Também somos um portal do céu, e precisamos ser erguidos como um portal nas dimensões celestiais para manifestar a glória de Deus.

Existe algumas maneiras de abrirmos a Porta do Céus, sendo que a oração é uma delas. As lágrimas também abrem a Porta dos Céus. E de fato a Bíblia afirma que: “A um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51.17).

Coisas começam acontecer quando levantamos nossas cabeças, como portais. Entendemos que cada um de nós é um portal para a manifestação da presença de Deus, um portal entre o céu e a terra. Isso acontece de tempos em tempos, e geralmente chamamos de novo nascimento, avivamento, conversão, despertar. Tudo isso são manifestações do poder de Deus e a presença Dele e muitas vezes, através dos anjos que vem por essas portas.

Tenha confiança em entrar pela “Porta”, pois ela está diante daqueles que buscam entrar no Reino dos Céus. 

Assim como Jacó teve atitudes que abriram a Porta dos Céus para ele, que nós venhamos a alcançar estas bênçãos.

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