sexta-feira, 9 de abril de 2021

A Sala de Comando do Universo

Uma porta aberta no céu – João contempla o trono de Deus, antes de contemplar os dramas da história. Muitas vezes, sentimos como se o céu estivesse fechado para nós: “Tornamo-nos como aqueles sobre quem Tu nunca dominaste e como os que nunca se chamaram pelo Teu nome. Oh! se fendesses os céus e descesses! [...] para fazeres notório o Teu nome aos Teus adversários” (Is 63:19-64:2).

João viu um Trono no céu. O trono é um lugar de honra, autoridade e julgamento. Todos os tronos da terra estão sob a jurisdição desse trono do céu. Aquele que criou todas as coisas, está no controle de tudo e levará a história para uma consumação final, onde Ele sairá vitorioso. 

Todas as cousas são governadas por Aquele que está assentado no Trono. Todos os detalhes estão orientados com vistas ao trono: sobre o trono, em redor do trono, a partir do trono, diante do trono, no meio do trono. O trono é um símbolo da soberania inabalável de Deus.  O Trono é o verdadeiro centro do Universo. Esse trono não está na terra, mas no céu. O universo na Bíblia não é geocêntrico, nem heliocêntrico, mas teocêntrico. Aqui temos a verdadeira filosofia da história.

 João viu o glorioso Deus assentado sobre o Trono. Para uma igreja perseguida, torturada, martirizada (Roma, perseguições ao longo da história e Anticristo) esta é uma mensagem consoladora: saber que o seu Deus está no trono (Is 6:1; Sl 99:1).  O que João descreve não é Deus mesmo, mas o seu fulgor, seu esplendor, porque a Ele não se pode descrever (Ex 20:4). Não há descrição do trono nem da pessoa que está assentado nele. O que João viu quando olhou para o trono só pode ser descrito em termos de brilho de pedras preciosas. 

João descreve a Deus como um ser absolutamente misterioso, único, singular, o totalmente outro. João diz que Ele é semelhante, no aspecto, à pedra de jaspe (a mais cristalina, a mais pura, sem nenhuma poluição). É o nosso diamante. Há uma abundância de luz que emana dessa pedra.  E de sardônio (cor vermelha, a mais translúcida que existe). João vê beleza, riqueza, abundância de luz. Deus é luz e Ele habita em luz inacessível.  A pedra de jaspe (branca) descreve a santidade de Deus e o sardônio (vermelho) o seu juízo. Tal é Deus, Santo e Justo!

O Trono de Deus é um trono de Graça e Misericórdia - Ao redor do trono há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda. O arco-íris é o símbolo da Graça e Misericórdia de Deus, da sua aliança com o seu povo, de que não mais o destruiria. Normalmente o arco-íris aparece depois da tempestade, mas aqui, ele aparece antes dela. - Para os filhos de Deus a tempestade já passou, porque Cristo já deu a Si mesmo para nos resgatar do dilúvio do juízo. Agora, temos o sol da justiça brilhando sobre nós. Ainda que o juízo venha sobre os homens, a igreja de Cristo será poupada. O que foi redimido não pode ser destruído. 

Ainda que o mal nos alcance, Deus fará com que todas as coisas aconteçam para o nosso bem. - Antes de Deus derramar o seu juízo sobre a terra, Ele oferece a sua misericórdia. Antes das taças do juízo, ele envia as trombetas de alerta.

 O Trono de Deus é um trono de Juízo - Os relâmpagos, as vozes e os trovões são evidências de juízo e ira. O arco-íris foi visto antes dos relâmpagos. A graça sempre antecede ao julgamento. Aqueles que recusaram a misericórdia terão que suportar o juízo. Quem não foi purificado pelo sangue, terá que suportar o fogo do juízo divino.  - Hoje os homens escarnecem de Deus. Cospem no seu rosto. Zombam da sua Palavra. A mídia diz que Deus está errado. Mas Deus está no trono e derramará o seu juízo. Precisamos tomar posição. Arco-íris vem antes dos relâmpagos e trovões. A graça vem antes do juízo. (Is 61:1-2 com Lucas 4:1721). Na primeira vinda Jesus veio em graça, na segunda vinda virá em juízo. - O trono de Deus se manifesta em juízo contra os homens ímpios (Dilúvio, Sodoma, Egito, Babilônia, Jerusalém).  - Esse juízo de Deus muitas vezes é em resposta às orações da igreja. - O trono de Deus não é passivo. O cálice da ira de Deus está se enchendo. O juiz de toda a terra fará justiça. Ninguém escapará!

O Trono de Deus é um trono de santidade e transparência - Esse mar de vidro está em contraste com o mar de sujeira e poluição do pecado (Is 57:20). Para estar diante do trono de Deus é preciso ser purificado, estar limpo. Não há sujeira diante do trono de Deus. Não há corrupção. Tudo é transparente, limpo, puro. Deus é Santo. No céu não entra nada contaminado. Deus não se associa com o mal. Ele abomina o mal. Embora ame a todos, Ele não ama a tudo.

Ao redor do Trono há também vinte e quatro tronos. Esses tronos estão ao redor e não no centro. Deus está no alto e sublime trono. Ele reina sobre todos os outros tronos. Assentados neles, vinte e quatro anciãos. Assentado fala de uma posição de autoridade e poder. 

A igreja tem a honra não apenas de ser salva, mas também de reinar no céu e ser assistente de Deus no seu julgamento (Mt 19:27-29; 1 Cor. 6:2).  Fomos constituídos reinos e sacerdotes (Ap 1:6). Os sacerdotes estavam divididos em 24 turnos (1 Cr 24:7-18). Aqui somos divididos em igrejas, denominações. Mas no céu seremos uma só igreja: os que foram lavados no sangue do Cordeiro. Fomos constituídos. Nós julgaremos o mundo e os anjos (1 Cor. 6:2-3). Os 24 anciãos representam o povo fiel de Deus, a igreja do Velho e do Testamento. A igreja dos Patriarcas e Apóstolos. A totalidade da igreja de Deus na história. Esses vinte e quatro anciãos são identificados por suas roupas (brancas), incumbência (assentam-se em tronos para reinar e julgar) e posição (coroas de vencedores).

 Os 24 anciãos estão vestidos de branco, e usando coroas de ouro. A vestiduras brancas falam da justificação. A vestiduras brancas são as vestimentas que se prometem aos fiéis. Não há redenção para os anjos e sim para os homens. Portanto, os 24 anciãos não são anjos, mas homens remidos. O número vinte e quatro representa a igreja na sua totalidade. É uma visão não do que é, mas do que há de ser. A igreja plena, como será na glória, adorando e louvando a Deus diante do trono, nos céus.

 As coroas de ouro falam da posição de honra, autoridade e prestígio dos remidos no céu. Essas coroas de vitória prometidas aos que permanecem fiéis mesmo diante da morte.

Quem são esses quatro seres viventes que estão no meio e ao redor do Trono?  Representam os quatro Evangelhos – O leão mostra Jesus como Rei (Mateus). O novilho mostra Jesus como servo (Marcos). O homem mostra Jesus como o homem perfeito (Lucas) e a Águia mostra Jesus como aquele que veio do céu e volta ao céu (João). Representam a totalidade da natureza – Os quatro seres viventes representam todo o nobre, forte, sábio e rápido da natureza. Cada figura tem preeminência em sua própria esfera. O leão é supremo entre os animais selvagens. O boi entre os animais domésticos. A águia é a rainha das aves. O homem o supremo entre todas as criaturas viventes. Os quatro seres viventes, representam toda a grandeza, poder e beleza da natureza.

Aqui vemos o mundo natural trazendo sua doxologia ao que está no trono. A natureza louva ao Criador. Representam seres angelicais – Esses quatro seres viventes são querubins (Ez 10:20), anjos de uma ordem superior.  Os querubins guardam as coisas santas de Deus (Gn 3:24; Ex 25:20). A canção deles é a canção dos anjos (Is 6:1-4). Eles são descritos como leão, novilho, homem e águia (fortaleza, capacidade para servir, inteligência, rapidez). Essas são características dos anjos (Sl 103:20,21; Hb 1:14; Dn 9:21; Lc 12:8; 15:10). Quando a Bíblia quer usar a linguagem de toda criatura, o faz com precisão.

O que esses quatro seres viventes fazem? Eles proclamam sem cessar. O livro de Apocalipse está cheio de cânticos de exaltação a Deus.

a) A santidade de Deus – Santo (descrição). Santo, Santo (ênfase). Santo, Santo, Santo (plenitude de santidade).

 b) A onipotência de Deus – O Todo-poderoso. As pessoas para quem se escreveu o Apocalipse estavam sob ameaça de morte. Saber que Deus é soberano implica confiança no triunfo final.

c) A eternidade de Deus – Aquele que era, que é e que há de vir. Os impérios podem levantar-se e cair, mas Deus permanece para sempre. Eles dão a Deus glória, honra e ação de graças. O céu é lugar de celebração, louvor, glorificação ao nome de Deus. Veja que eles não cessam de proclamar!

O objeto da Adoração. Os remidos adorarão àquele que vive pelo século dos séculos. Também adoram o Espírito Santo. Igualmente adoram o Cordeiro.

 Os atos de Adoração. A igreja se prostra diante daquele que está assentado no Trono. A glória deles é glorificar ao que está assentado no Trono.  Depositarão suas coroas diante do Trono – Sinal de total submissão e rendição.

 As palavras da Adoração. O que está assentado no Trono é Senhor e Deus – “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder”. Ele é digno de receber a glória, eles não são dignos de glorificar, por isso, se prostram e depositam suas coroas diante do Trono. A visão do Trono de Deus levou Haendel a escrever a sua obra maior “Aleluia”.  O que está assentado no Trono é o Criador de todas as coisas – O mesmo Deus que criou tudo, sustenta tudo, levará o mundo, a história e a igreja à consumação final.

O Trono de Deus está no centro do Universo. Tudo acontece a partir do Trono. Tudo está ao redor do Trono. Graça e Juízo emanam do Trono. Todo o louvor e glória são dirigidos àquele que está assentado no Trono.

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