“As estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas” (Mc 13,25).
A cena apocalíptica relata fatos extraordinários que seriam um prenúncio da vinda do Filho do Homem. Podemos associar as estrelas que devem cair do céu com as ilusões que precisamos superar para que, de fato, tenhamos um encontro transformador com o Filho do Homem que deseja estar conosco e agir em nós.
A estrela da idolatria –
Não se trata propriamente de uma estrela solitária, mas de uma constelação de ídolos que precisamos abandonar para que tenhamos uma adesão mais madura a Cristo. Caem o apego ao dinheiro e aos bens e a sede de poder e prestígio para dar lugar a uma postura mais voltada para a sobriedade e a partilha.
A estrela do egoísmo –
É outra constelação onde se destacam as estrelas do tipo “auto”, como a autossuficiência. São estrelas tão luminosas e chamativas que tornam cego que as traz em seu horizonte e não consegue enxergar sequer a necessidade e os anseios daqueles que estão mais próximos. Precisam dar lugar à solidariedade, à sensibilidade e ao espírito de interajuda.
A estrela do preconceito –
É típica do curto horizonte de quem tem preguiça de pensar com mais profundidade e prefere rotular as pessoas que o circulam, achando-se sempre, é claro, melhor do que todas elas. É a estrela das frases feitas, repetidas à exaustão e que revelam a alienação de quem as repete. Encontrar com Jesus é abrir-se à acolhida ao diferente e à disposição para o diálogo.
A estrela de um deus “à minha imagem e semelhança” –
É quase parte integrante da constelação da idolatria. Nasce da tentação humana de “domesticar o Evangelho”, transformando a Palavra numa água com açúcar capaz de entorpecer as consciências.
Estes são apenas alguns tipos de estrelas que precisam cair por terra para que tenhamos um encontro verdadeiro com o Filho do Homem, especialmente quando Ele se manifesta nos mais pobres de nosso tempo. (Frei Gustavo Medella)
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