Jesus
afirmou que é Rei, mas não deste mundo. Quando Pilatos o interrogou, “És
porventura rei?”, Ele respondeu: “Sim, eu sou rei!”, (Jo 18,37). Mas, “meu
reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus súditos
certamente teriam pelejado, para que eu não fosse entregue aos judeus” (Jo
18,36). O Reino de Cristo é o Reino dos Céus; que Ele veio inaugurar, e disse
que “já estava no coração” dos homens. Ele quer reinar em nós, não no mundo.
Ele quer o nosso coração, nada mais.
Cristo
não reina na glória e no poder dos homens, mas nos corações dos “pobres de
espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. Ele reina nos mansos, nos
pacíficos, nos construtores da paz, nos puros de espírito, nos misericordiosos,
nos que sabem perdoar, enxugar as lágrimas dos irmãos, dos aflitos, dos que têm
sede e fome de justiça, dos que são perseguidos por causa Dele.
Ele
é Rei porque venceu; não no triunfo do poder humano, mas na vitória contra o
Mal e contra o pecado e morte: “Por isso Deus o exaltou soberanamente e
lhe outorgou o Nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus
se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse,
para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor.” (Fp 2,8-11)
Logo
no início o livro do Apocalipse revela a Majestade do grande Rei: “Jesus
Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da
terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue e que
fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos
séculos dos séculos! Amém. Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão,
mesmo aqueles que o traspassaram. Por sua causa, hão de lamentar-se todas as
raças da terra. Sim. Amém. Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, Aquele
que É, que era e que vem, o Dominador.” (Ap 1,5-8)
“O
seu rosto se assemelhava ao sol, quando brilha com toda a força… Eu sou o Primeiro
e o Último, e o que vive. Pois estive morto, e eis-me de novo vivo pelos
séculos dos séculos; tenho as chaves da morte e da região dos mortos.” (Ap
1,16-18)
Ele
é Aquele que “segura as sete estrelas na sua mão direita” (Ap 2,1); “que tem a
espada afiada de dois gumes” (2,12); “que tem os olhos como chamas de
fogo”(2,18); “Aquele que tem a chave de Davi – que abre e que ninguém pode
fechar; que fecha, e ninguém pode abrir” (3,7); “o princípio da criação de
Deus” (3,14). “Ele é Leão da tribo de Judá, o descendente de Davi” (5,5).
Os
anjos cantam sem cessar: “Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a
riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a honra e o louvor” (5,12). “E todas
as criaturas do céu e da terra, debaixo da terra e no mar, e tudo que contém,
clamam: “Aquele que se assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e
poder pelos séculos dos séculos. Amém!” (5,11-14). Por isso o povo canta com
alegria: “Ao que está assentado no trono e ao Cordeiro seja o louvor, seja a
honra, seja a glória, seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém!”
Esse
é nosso Rei e Senhor; um Rei diferente. Seu reinado é diferente; seu berço foi
um cocho; sua casa foi um buraco na rocha; seu púlpito um barco, sua corte a
natureza, seu veículo um jumentinho, sua glória é servir e seu trono é a Cruz.
Que Rei diferente! Mas é Dele o Reino dos Céus, que “olhos humanos jamais
viram, ouvidos humanos jamais ouviram e coração humano jamais sentiu, o que tem
preparado para os que o amam” (1 Cor 2,9).
Mas,
por ser o “Rei dos Reis”, Ele é exigente, e tem que ser mesmo. Como o seu Reino
se assenta em nosso coração, Ele não aceita dividi-lo com outros reis. Ele
exige a renúncia ao nosso eu que quer tomar o Seu lugar no trono do nosso
coração. “Renuncie a ti mesmo, tome a cruz a cada dia e me siga” (Lc 9,23).
Perca a sua vida para ganha-la. É um Rei que sabe o que quer; e sabe que nos
quer dar o melhor; a alegria eterna e infinita; por isso arranca dos nossos
corações os falsos reis.
Esta
é a nossa grande decisão: a que rei vamos entregar o nosso coração?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário.