Minha luta contra a masturbação foi e
ainda é devastadora. Muitas vezes, o desejo me arrasta para longe do
cais da fé. Porém, eu percebo que minha batalha não está apenas na área
da luxúria, mas também na área da alegria. Várias e várias vezes, meu
pecado sexual não é motivado por anseios egoístas por satisfação, mas
sim por uma busca errada por felicidade.
Sei que existem mais irmãos em Cristo
que passam por isso. Mesmo sem estar sentindo desejo sexual, a falta de
qualquer desejo, a tristeza recorrente e barulhenta que, muitas vezes,
corroe nossa alma faz com que, porcamente, busquemos na masturbação, na
pornografia ou no sexo errado a alegria que devíamos achar em Deus.
Dói-me assumir que perco constantemente
minha luta por manter a chama de minha alegria acesa. Sou naturalmente
uma pessoa melancólica e meu coração constantemente clama por algo que
lhe preencha. No lugar de buscar minha satisfação em Deus, acabo
tentando saciar-me com ídolos e falsos deuses. Pelo que me parece, o
modo mais comum de vencermos nossa constante ânsia por alegria é através
de meios pecaminosos e ineficazes, como paliativos, remédios que
diminuem a dor por um momento, mas não curam a doença.
Tristemente, talvez, assim como o efeito
de qualquer droga passa, o prazer da sexualidade errada se dissipa. A
masturbação não tem força para nos manter felizes; o prazer é
momentâneo, a alegria é passageira. Como disse Agostinho a Deus, “Tu nos
fizeste para Ti, e nossos corações não descansarão até encontrar abrigo
em Ti”. Enquanto buscamos alegria na masturbação e na pornografia,
continuaremos inquietos. Só descansaremos verdadeiramente quando
encontrarmos Cristo como fonte inesgotável de prazer.
Então, amigo, se você estiver lendo isso
naqueles momentos em que as trevas abraçam a alma e as colunas de fogo
desapareceram, clamo-te algo: abrace a verdade de que não há verdadeira
alegria no pecado. Você bem sabe que, depois do segundo desse prazer
assassino, satanás te injetará culpa e roubará qualquer fagulha que te
reste de felicidade. Basta lembrar-se das vezes passadas em que você
buscou beber do doce veneno do pecado para aplacar sua sede: você não
foi satisfeito, foi intoxicado. Lembre-se da repreensão ao povo de
Jerusalém: ”Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai
verdadeiramente desolados, diz o SENHOR. Porque o meu povo fez duas
maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram
cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas” (Jr 2:12,13).
Somos, muitas vezes, como os israelitas.
Abandonamos Deus, a fonte de águas vivas, o verdadeiro manancial; e,
além disso, procuramos saciar-nos com os poços sujos e rasos do pecado.
Saiba: existe um banquete inestimável de alegria a sua disposição.
Muitas vezes não percebemos isso por que já estamos satisfeitos de nos
alimentarmos com o lixo que encontramos (ou que buscamos). Desconecte-se
da internet, solte a revista, desligue o DVD; ponha-se sobre seus
joelhos e busque a face do dono de todo prazer. “… na tua presença há
abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl
16:11). Além disso, abra sua Bíblia e busque, como um cão faminto, todo
conhecimento de Deus que puder. Só sabendo quem Ele é e o que Ele fez
por nós em Cristo é que teremos nossa felicidade restaurada. Davi pecou
sexualmente contra Bate-Seba e escreveu: “Devolve-me a alegria da tua
salvação e sustenta-me com um espírito pronto a te obedecer” (Sl 51:12).
Apenas com essa alegria teremos um espírito pronto a obedecer a Deus.
Ore como Davi e busque nas Escrituras os motivos certos e as fontes
corretas e alegria. “… amo a tua lei” (Sl 119:113) – Apenas nela há
prazer.
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