“Vede, isto tão somente achei: que
Deus fez ao homem reto, mas eles buscaram muitas invenções” (Ecl. 7,29).
Hecatombe!
Deixou
de olhar para seu criador e voltou os olhos para as criaturas. Quanto mais
olhava para as criaturas, menos homem ficava e perdia de vista seu preservador!
Não demorou muito para que sujasse as mãos e desviasse dos planos divinos.
Distanciou-se da Luz e caminhou em direção à escuridão, até perder-se. A terra
estrangeira não tem para nós senão plantas bravas e espinhos_, mas não é esta a
parte que nos deu o Pai?
É
por falta de visão do Paraíso que o homem se prende e se envolve com as invenções
da terra, e até do mundo. Tudo é nuvem que se esvai, vento que passa.
Pois!
Em vão!
A
principal prova de amor que Deus deu ao homem foi esta: este, não existia, e
Deus o fez!
E
mais, foi condicionado ao paraíso, saindo das mãos do Criador em verdadeira paz,
justiça e santidade. Foram os mais belos anos de sua vida! (O fato de pertencer
à outra cidade, não o isenta de suas obrigações e responsabilidades aqui na
terra).
Então
o homem caiu, de esfera em esfera, andando atrás de inventos mentirosos, que
nada são do que astúcia, manha, engano, invencionice e ardis do inimigo.
Problemas, confusões, apertos, “rolos”, brenhas, emaranhados da vida. Apenas ilusão,
vaidade, criação ou sugestão de uma suposta realidade. (Sua penúria é fruto de
sua imprevidência). “Infeliz de mim, que
sou tantas vezes expulso de mim mesmo por devaneios estúpidos, preocupações,
cóleras e pesares! Por que passo a maior parte de meus dias numa espécie de
sonambulismo estranho, sem que meus gestos sejam verdadeiramente meus, e sem
que minhas conversas contenham mais que palavras?”
Esquecendo
que só Deus é real; que só Deus é verdade; que só em Deus encontra a verdadeira
Luz que o ilumina neste mundo de sombras e trevas, anda às cegas, às
apalpadelas, como que esbarrando pelos muros, buscando aquilo que lhe falta
para sua completa felicidade. “E
apalparás ao meio-dia, como o cego apalpa na escuridão, e não prosperarás nos
teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado
todos os dias, e não haverá quem te salve” (Dt. 28,29).
Quanto
é amargo não poder responder imediatamente ao chamado de Deus. “A tua malícia te castigará e as tuas apostasias te
repreenderão: sabe, pois, e vê, que mau e quão amargo é deixares ao Senhor, teu
Deus, e não teres o meu temor contigo, diz o Senhor JEOVÁ dos Exércitos” (Jr.
2,19).
Começou
a andar por caminhos acidentados e a tropeçar em pedras! Quis caminhar para o
futuro, andando para trás. “Mas não
ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos, mas andaram nos seus próprios
conselhos, no propósito do seu coração malvado; andaram para trás e não para
diante” (Jr. 7,24).
Também foi esse o plano de salvação
divino: buscar e salvar aquele
que se encontrava perdido. “Porque o
Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc. 19,10). Só
em Cristo, ele encontra o caminho, a verdadeira paz, a vida e a santidade.
“E os teus ouvidos ouvirão a palavra do
que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos
desviardes, nem para a direita nem para a esquerda” (Is. 30,21). Dizem as Sagradas Escrituras: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor” (Hb. 12,14). “Disse-lhes Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo. 14,6).
Pb. Maurício
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