quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Monte Carmelo da Oração


“Eu vos introduzi na Terra do Carmelo para que saboreeis os seus frutos e suas delícias”. (Jr. 2,7)

 A palavra "carmelo" significa "jardim" ou "campo fértil". É chamado assim, por ser uma montanha com 170 metros de altitude que fica na cordilheira de mesmo nome, na Antiga Palestina (Israel), com 34 km de extensão limitando-se ao Norte com Haifa, cidade marítima, pelo sul com as terras de Cesaréia, pelo Leste com a planície de Esdrelon e a oeste com o mar Mediterrâneo. O Monte Carmelo é formado de pedra calcaria dura, abundante em cavernas. Nos escritos bíblicos o monte é famoso devido a sua fertilidade e natureza.

 O Monte Carmelo é historicamente interessante pela sua conexão com dois grandes profetas de Israel: Elias e Eliseu. O profeta Elias se estabeleceu numa gruta, no Monte Carmelo, seguindo uma vida eremítica de oração e silêncio.

Foi ali que Elias desconcertou os profetas de Baal, levando de novo o povo de Israel à obediência ao Senhor. Foi também no Monte Carmelo que, segundo a Bíblia, Elias fez descer fogo do céu, que consumiu por duas vezes os 50 soldados com o seu capitão, que o Rei Acazias tinha mandado ali para prender o profeta, em virtude ter este feito parar os seus mensageiros que iam consultar Baal: Zebube, deus de Ecrom." (II reis 1.9 a 15). Foi também neste monte, que a mulher sunamita que perdera seu filho, foi encontrar-se com o profeta Eliseu (II Reis 4.8 a 31) para entender a sua perda.

 Atualizando a mensagem bíblica para os dias de hoje, procuro fazer da minha vida devocional de oração o meu Carmelo, onde no silêncio e na meditação, contemplo a Deus, quando assim, os desertos áridos são transformados em jardins floridos.

No Carmelo, passa a frieza do inverno espiritual, a chuva tempestuosa cessa e se vai. Aparecem as flores no jardim da alma e o tempo de cantar louvores chega, dando ouvidos à voz doce e suave de Jesus, no intimo de meu coração. Sinto o aroma de Sua presença e começo a exalar Seu perfume. O perfume de Cristo. Como resultado da oração, o aroma dos seus bálsamos passa a ser melhor que todos os prazeres aromáticos do mundo. É como se fora seus amores. É o vento do Espírito, assoprando no jardim do meu Carmelo, para que se derramem as suas essências. Já vi os seus olhos, como os das pombas, junto às correntes das águas. Experiência que sempre se repete, quando em oração.

 Quando estou atribulado, mas não angustiado, subo ao Monte Carmelo da oração e ali, junto à brisa mansa e fresca do vento do Espírito, sinto o sussurrar da voz de Deus confortando meu coração. Uma voz mansa e delicada, falando à minha alma. No sussurro suave e tranquilo de um coração humilde, pode-se contemplar a Deus e ouvir sua voz! Em plena certeza de fé, Jesus arrebata o coração e o conquista.

 No meu Carmelo interior, quando me afasto do barulho e das atividades ocupacionais diárias, procuro meditar de uma forma humilde e tranquila, a direção de Deus para a minha vida. Deus não se revela apenas de maneira poderosa e milagrosa. Se procurasse Deus em grandes reuniões devocionais, nas conferências e Congressos evangelísticos, nas Igrejas e nos líderes, poderia perdê-lo, certamente. Entretanto, aprendi a encontrá-Lo no silêncio do meu coração, da minha alma. Fecho a porta do meu quarto, e ali sinto sua presença real.

 Quando subo ao monte Carmelo, ouço a voz do meu Amado saltando sobre os montes de dificuldades e pulando sobre os outeiros da tribulação. Nesse interim, as raposinhas que queriam fazer mal e devastar a minha alma são apanhadas pelas mãos divinas.

Quando estou em oração, sou do meu Amado, e meu Amado é meu. Sua mão esquerda fica debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abraça. União plena! Comunhão!

 Quando estou perplexo, quase vencido pela dor e cansaço, pelo sofrimento e pelo fracasso, mas não desanimado, subo ao monte Carmelo da oração e contemplo com os olhos da fé, Cristo vitorioso sobre a morte, transformando minhas humilhações e provas em grandes oportunidades para uma vida plena, abundante

 Quando estou perseguido, mas não desamparado; abatido, mas não destruído, subo ao monte Carmelo da oração, para que a vida de Jesus se manifeste também em minha vida.

 No monte Carmelo, saboreio as delícias do fruto do Espírito.

Pb. Maurício

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