sexta-feira, 22 de abril de 2011

A crise na vida de Job

O importante da crise é saber como passar por ela. Sabendo que terá que deixá-la, e nunca usá-la como desculpa para não crescer.
Jó foi um homem que conheceu a crise no seu íntimo pessoal e familiar. Sua crise envolveu todos que com ele estava. Dos empregados aos seus bens. Os amigos mais chegados também tiveram a oportunidade de conviver com sua crise e participar dela como coadjuvantes.
Seus amigos que deveriam lhe dar forças para passar logo do vale ficavam o perguntando onde estava sua culpa por tamanha luta. Queriam encontrar um pecado que fosse para poderem justificar tamanho sofrimento.
Hoje quando olhamos para a vida de Jó é fácil dizer que ele suportou tudo em silêncio, pois conhecemos o fim da história. Mas Jó era o homem do seu tempo. Ele não sabia qual seria o seu fim, apenas viveu sua vida, confiante que de uma forma ou de outra, Deus iria dar uma solução naquela situação.
Jó teve uma das maiores decepções financeira, ele dorme milionário e acorda pobre, com notícias das piores que um pai de família pode receber. Seus filhos morrem em um desastre, seu gado morre em outro. Seus pés não sabiam mais onde repousar. Os servos de Jó foram mortos ao fio da espada. Para ser mais pesado ao seu coração cai fogo do céu e mata suas ovelhas e os servos que cuidava das mesmas.
Para onde vai este homem? Onde pousará ele sua cabeça? Sua garganta seca. Secou-lhe também os olhos para não mais chorar. Imagino eu o silêncio de sua alma naqueles momentos de noticias. Sua mente não consegue pensar em nada. Apenas fica em silêncio tentando raciocinar no que será feito dele e de sua família.
Em tudo Jó não pecou, não murmurou, nem atribuiu a Deus tamanha desgraça em sua caminhada. (Jó 1:22)
A perda familiar de Jó ainda tinha seu agravante, como avisar a esposa dos filhos, a dor não era somente sua. Tinha que suportar a dor da perda e ainda consolar a esposa de tamanha crise. Esta sem compreensão do acontecido o diz: “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua integridade? Blasfema de Deus, e morre. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal? Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios.” (Jó 2:9-10).
Jó conheceu ali o descontrole, mas jamais a blasfema. Conheceu a Deus pelo que ele é não pelo que pode dar ou retirar do homem. Não deixou seu Deus de forma alguma, não lhe imputou culpa. Apenas calou-se e o adorou na pobreza e na desgraça aparente de sua vida.
Mesmo com tamanha perda de seus bens sua saúde também começa a sofrer danos. Um câncer de pele o tomou. Tumores tomaram conta de seu corpo. A dor da alma já parecia pouca pelo que sua carne sofria naquele instante. Jó senta-se na cinza e raspa a pele com cacos. A coceira aqui nos demonstra estar insuportável.
Seu sono lhe foge aos olhos. “Havendo-me deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a alva. A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele endurece, e torna a rebentar-se.”(Jó 7:4-5) Sua pele antes de um rico agora se farta não de bens e vida regalada, mas de vermes. Falar a este homem também não era fácil seu hálito cheirava mal “O meu hálito é intolerável à minha mulher; sou repugnante aos filhos de minha mãe.” (Jó 19:17)
Podemos descrever Jó em um sentimento literalmente de pânico. “Olhai para mim, e pasmai, e ponde a mão sobre a boca. Quando me lembro disto, me perturbo, e a minha carne estremece de horror.” (Jó 21:5-6).
O que Jó não perdeu foi sua responsabilidade como chefe da casa e servo do Deus altíssimo. Cuidou de sua mulher que ficou muito mais desesperada que ele. Não perdeu a fé.
Ele não tinha nenhuma noção do que poderia ainda lhe acontecer, mas ele toma uma decisão diante de tamanho sofrimento e angústia. Ele reconhece que conhecia Deus de ouvir falar “Eu te conhecia de só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” (Jó 42:5).
A única certeza que Jó tinha naquele momento era em quem ele deveria confiar e sabia que nenhuns dos planos de Deus poderiam ser frustrados. Não importasse como seria seu futuro na terra desde que Deus não abandonasse sua alma. Não o deixasse perecer sem um alivio celeste.
Vendo Deus realmente quem era seu servo Jó lhe restitui tudo que lhe foi retirado “O Senhor, pois, virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu a Jó o dobro do que antes possuía.” (Jó 42:10)
O prejuízo na vida de Jó lhe sobreveio, mas não ficou. Ele não permitiu que ficasse. Não murmurou, não pecou, pois em seu coração sabia, Deus era senhor sobre tua vida, queria de Deus não somente bens e família, mas queria sua presença não importando se na saúde, na dor ou na bonança. Bastaria que Deus estivesse com ele para que o pudesse louvar.
Precisamos conhecer Deus desta forma, na intimidade, não importando o quanto temos ou que deixamos de ter ou nunca tivemos. Nossa vida assim como a de Jó não pode ser avaliada pelo volume de bens que possuímos, mas pela intimidade que temos com Deus, com as pessoas a nossa volta. Somos importantes não pelo que sabemos, mas pelo que somos perante o criador. “Depois disto viveu Jó cento e quarenta anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta geração. Então morreu Jó, velho e cheio de dias.” (Jó 42: 16-17)

2 comentários:

  1. Olá Fratermauricio!

    Essa fazenda está uma benção! Posso sentir os verdes campos, cheios de pastagens e o Mestre Jesus a conduzir seu rebanho.

    É um nome poético esse "Fazenda de Job" e a imagem do cabeçalho está belíssima. Parabéns pelo bom gosto!

    Deus o abençoe, em Cristo.

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  2. Fratermaurício,

    Me envias teu endereço, quero presenter-te com um livro: wilmarejane@yahoo.com.br

    Não esquece, tá?

    Deus abençoe>

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