terça-feira, 31 de outubro de 2017

REFORMA PROTESTANTE X DIA DAS BRUXAS: A necessidade urgente do discernimento Cristão.

Embora haja várias controvérsias sobre datas exatas, é senso comum de que MARTINHO LUTERO,  afixou suas 95 teses no Castelo de Winttenberg no dia 31 de outubro de 1517. Tradicionalmente este mês e este dia era comemorado como o dia da REFORMA PROTESTANTE.  Mas por que usar o verbo no passado? Por causa da batalha que as forças das trevas tem travado contra os cristãos, utilizando da influência sutil para que neste mês seja comemorado o DIA DAS BRUXAS.

Basta vermos o movimento que se cria em torno desta data, mormente nas escolas primárias e secundárias. Uma aceitação sem discernimento da cultura americana, mas mais do que isto, uma frente de batalha que se apresenta neste continente. Esta guerra se deve em muito a falta de hábito de estudo bíblico, a ausência de doutrinas sadias na igreja que lamentavelmente vem abrindo brechas no muro para que as influências satânicas sejam eficientes no seio de seu rebanho. Seria isto uma ausência de falta de cultura bíblica dos responsáveis pelo Povo de Deus, que pensa ser o rebanho uma fonte de lucros? Ou seria um rebanho preguiçoso que se preocupa somente em receber ensino bíblico em pequenas colheradas aos domingos?

Fato é que, este evento de singular importância para o Povo cristão está sendo esquecido e deixado de lado. Bruxas e duendes estão tomando o lugar de uma comemoração que deveria ser motivo de festas e debates no meio evangélico.

 Vamos portanto começar por lembrar   as 95 teses e depois ao longo da semana discorrer sobre este alerta para a Igreja, principalmente a Igreja  Cristã Brasileira.

95 TESES:

1 Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
2 Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
3 No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.
4 Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
5 O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.
6 O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.
7 Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8 Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
9 Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
10 Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.
11 Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
12 Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
13 Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
14 Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.
15 Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.
16 Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semi desespero e a segurança.
17 Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor.
18 Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.
19 Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza.
20 Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
21 Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
22 Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
23 Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
24 Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
25 O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
26 O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
27 Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28 Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
29 E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal.
30 Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.
31 Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.
32 Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33 Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Deus.
34 Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.
35 Não pregam cristãmente os que ensinam não ser necessária a contrição àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais.
36 Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.
37 Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de indulgência.
38 Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino.
39 Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição.
40 A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para tanto.
41 Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.
42 Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.
43 Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.
44 Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.
45 Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.
46 Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.
47 Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.
48 Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar.
49 Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.
50 Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51 Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever - a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.
52 Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.
53 São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54 Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.
55 A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.
56 Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57 É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
58 Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.
59 S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.
60 É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro.
61 Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa por si só é suficiente.
62 O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63 Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.
64 Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.
65 Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.
66 Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.
67 As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda.
68 Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade na cruz.
69 Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.
70 Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa.
71 Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.
72 Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.
73 Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,
74 muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram defraudar a santa caridade e verdade.
75 A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.
76 Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa.
77 A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa.
78 Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc., como está escrito em 1 Co 12.
79 É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo.
80 Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo.
81 Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos.
82 Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais justa de todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão insignificante?
83 Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?
84 Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta, por amor gratuito?
85 Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já há muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?
86 Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
87 Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária?
88 Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
89 Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?
90 Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91 Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.
92 Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz, paz!" sem que haja paz!
93 Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz!
94 Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno;
95 e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações do que pela segurança da paz.

domingo, 22 de outubro de 2017

Os 500 Anos da Reforma Protestante

Os 500 anos da Reforma Protestante

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Estátua de Martinho Lutero em Wittenberg, Alemanha
Quando afixou suas 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg em 31 de Outubro 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero não poderia imaginar que aquele gesto simbolizaria o início de um dos movimentos religiosos mais duradouros da história ocidental.
Neste ano de 2017 protestantes em todo o mundo devem comemorar meio milênio de Reforma. Não faltarão discursos sobre a corrupção do clero no século XVI e o papel triunfal de Lutero como reformador. Para o historiador, contudo, a questão central sobre a Reforma não deve estar voltada para o que deve ou não ser comemorado, mas como podemos compreender o legado de um movimento que se tornou tão amplo, heterogêneo, multinacional e tão importante na definição do mundo moderno?
A Reforma está inserida num contexto de amplas mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais que marcavam a ascensão de um novo tempo na Europa. O período compreendido entre os anos de 1450 e 1550 concentraram os eventos delineadores da nova época que chamamos de modernidade: o surgimento da impressão gráfica; o fim da Guerra dos Cem Anos e subsequente formação dos Estados Nacionais soberanos da França e Inglaterra; a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, a Revolução Comercial que libertaria o continente europeu de variadas limitações da sociedade agrária; as Grandes Navegações; a chegada dos europeus à América, que nos séculos seguintes levaria a uma unificação da Terra com a exportação dos valores e do modelo de organização das sociedades europeias; e também marcou o apogeu do Renascimento Cultural, que trazia em seu bojo os ideais do humanismo, da cultura clássica e do individualismo.
Havia também um sentimento geral desorientação: as guerras e epidemias dos séculos XIV e XV trouxeram sobre as consciências uma sensação de culpabilidade que as faziam pensar que o pecado era o responsável pelas desgraças que assistiam. Esse período conheceu uma crença generalizada na feitiçaria, o temor na iminência do juízo final e o pavor do inferno – sentimentos que faziam da morte uma presença vívida no imaginário social, na arte  e projetavam sobre muitas pessoas o desejo de uma autoridade infalível que a Igreja, que estivera envolvida em um grande Cisma e em forte depreciação do sacerdócio, não mais preenchia.
Dentro desse contexto, a Reforma iniciada por Lutero refletia muito os anseios de uma sociedade à espera de mudanças e que há séculos via alguns de seus reformadores serem queimados pela Inquisição. Mas os tempos mudaram, a Bíblia já havia sido traduzida para o inglês, mais pessoas aprendiam a ler e queriam interpretá-la. E como disse Karen Armstrong: “Ao deixar a Igreja Romana, os reformadores faziam uma das primeiras declarações de independência da modernidade Ocidental[1].”
As ideias de Lutero se espalharam muito rapidamente pela Europa e a designação “protestantes” para os seguidores de sua doutrina foi usada pela primeira vez em 1529, quando seis príncipes e catorze cidades protestaram contra um decreto que restabelecia seu exílio do Sacro Império Romano.
Lutero imprimiu em sua doutrina muito de suas inquietações pessoais, especialmente seu medo do diabo e a crença na insuficiência humana para obter qualquer favor divino. Contudo, suas diatribes contra a venda de indulgências, o papado e a tradução da Bíblia para o alemão ecoaram fortemente naquele mundo em transformação. Sua ênfase na doutrina da justificação pela fé também se coadunava com o crescente individualismo que incentivava a busca de uma espiritualidade menos dependente do clero e das restrições da Igreja.
Muito se fala na repressão romana aos reformadores, mas com Calvino a Reforma atingiu seu ponto alto pelo estabelecimento de uma teocracia em Genebra. A frequência à igreja era obrigatória e o governo liderado por Calvino estabelecia até mesmo a cor das roupas que as pessoas deviam usar e a quantidade de pratos em cada refeição. Sua doutrina da predestinação o levou a adotar regras sociais extremamente rígidas, como a proibição de banquetes, danças, canto, quadros, estátuas, relíquias, teatro, joias, apostas, jogos de cartas, caça, bebidas alcoólicas, relações sexuais antes do casamento. Mulheres solteiras que engravidassem eram afogadas. O roubo também era punido com a morte, assim como a apostasia ou mesmo a redução da frequência à igreja[2].
A Reforma também desencadeou um clima geral de intolerância em toda a Europa. Perseguições e guerras religiosas dilaceraram o continente até o século XVII, como foi o caso da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), iniciada por motivações políticas e religiosas e que, com exceção da Inglaterra, envolveu todas as grandes potências do continente e deixou um rastro de mortandade que só seria superado pela Primeira Guerra Mundial, quase trezentos anos depois.
A Reforma fomentou a intolerância num mundo onde a separação entre religião e política ainda era uma utopia distante e num contexto em que matar em nome da fé era uma virtude. A violência em nome da fé era também uma forma de manter a ordem pública. A heterodoxia era sempre vista como perigosa porque era um crime contra as próprias autoridades seculares. Na Idade Moderna, obediência confessional e lealdade política caminhavam juntas.
Lutero não era um pacificista, chegou mesmo a apoiar os massacres de camponeses que se revoltavam, mas foi com ele que o embrião de uma visão secularista teve início, por ter estabelecido uma divisão rigorosa entre o mundo terreno e o espiritual, e por inferir a independência entre Igreja e Estado, sem interferência de um na esfera do outro. Mas Lutero, pressionado pelas circunstâncias políticas de sua época e condicionado por sua visão de que a política terrena é inferior, terminou por autorizar o poder ilimitado do Estado que culminou na tortura e morte atrozes dos chefes anabatistas que lideravam revoltas no campo.
Depois de 1525, ele interrompeu sua visão de não intervenção para advogar a intervenção das autoridades civis contra os que chamava de blasfemadores. Como disse o historiador Jean Delumeau: “Por sentir que as massas cristãs da Alemanha eram incapazes de tomarem por si próprias em mão seus destinos espirituais, Lutero tinha chegado ao princípio Cujus régio, hujus religio [tal príncipe, sua religião][3].” Por meio desse princípio, o credo de um governante na Europa determinava a fé dos súditos.
Contudo, um dos aspectos fulcrais da Reforma é que seu legado excede a tradição religiosa e se liga intimamente a valores que cultivamos no mundo atual: a liberdade de expressão, de crença, associação e até a separação entre religião e governo. Mesmo que os primeiros reformadores não tenham tocado nessas questões e até tenham se distanciado delas, elas se tornaram em longo prazo bandeiras defendidas por intelectuais protestantes que sofriam perseguições religiosas em seus países ou no estrangeiro.
Nesse aspecto ganha relevância personalidades como Pierre Bayle, um protestante francês calvinista (na França os calvinistas eram chamados de huguenotes) da segunda metade do século XVII, que viveu parte de sua vida como refugiado na Holanda e se tornou um dos intelectuais mais eruditos de seu século.
A vida de Pierre  Bayle foi marcada pela revogação do Édito de Nantes pelo rei francês Luís XIV, em 1685. Esse Édito havia sido promulgado em 1598 e garantia tolerância religiosa aos protestantes franceses, que nas décadas anteriores sofreram brutalmente com perseguições religiosas. Agora, com a revogação, protestantes perdiam novamente os direitos conquistados com aquele documento. Como filósofo, Bayle se tornou um dos grandes defensores da tolerância religiosa, um crítico perspicaz da religião e suas ideias, expressas em sua principal obra, o Dictionnaire historique et critique, que começou a aparecer em 1696, influenciou posteriormente nomes importantes do Iluminismo francês, como Voltaire.
A longo prazo, os países protestantes também desenvolveram um ambiente de relativa liberdade política que lhes proporcionou assumir a dianteira em pesquisa científica e crescimento econômico. Mesmo em questões sociais, o surgimento do pensamento liberal está intimamente relacionado às experiências de perseguições religiosas que levaram protestantes calvinistas a contestarem autoridades seculares e eclesiásticas, e pensarem formações sociais voltadas para a liberdade.
Isso aconteceu porque Com a Reforma a teologia se abriu para uma perspectiva laica e, com o apoio da impressão gráfica, segundo Christopher Hill, “estimulou um academicismo apurado, inicialmente bíblico e, depois, científico[4]”. Na Inglaterra, por exemplo, a leitura da Bíblia estimulou uma intensa vida intelectual e também a formação de grupos protestantes cujas ideias sociais e políticas radicais no século XVII conduziram a numa revolução social e à execução do rei Carlos Stuart. Na Revolução Inglesa, a Bíblia forneceu o repertório de ideias contra o absolutismo numa era pré-iluminista.
Numa perspectiva histórica, a relação entre protestantismo e democracia moderna se tornou tão relevante que a escritora somali e ex-muçulmana Ayaan Hirsi Ali propôs em um de seus livros[5] a necessidade de uma Reforma no mundo islâmico nos moldes do que foi o protestantismo.
Nestes 500 anos da Reforma ainda há muito campo fértil para a reflexão histórica relacionada ao assunto.       26/08/2017
Notas
[1] ARMSTRONG, Karen. Campos de Sangue: religião e a história da violência. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 261.
[2] Cf. MANCHESTER, William. Fogo sobre a Terra: a mentalidade medieval e o Renascimento. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004, p. 257-259.
[3] DELUMEAU, Jean. Nascimento e Afirmação da Reforma. São Paulo: Pioneira, 1989, p. 106.
[4] HILL, Christopher. A Bíblia inglesa e as revoluções do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
[5] ALI, Ayaan Hirsi. Herege: por que o Islã precisa de uma Reforma imediata. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

O Princípio do Amor

"Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para te condenar? Nem Eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais.”. (João 8.11)

Com estas palavras Jesus despediu uma mulher trazida até a Sua presença por fariseus e mestres da lei no pátio do Templo. Este encontro, registrado no capítulo oito de João, é fonte de muitas lições sobre uma espiritualidade fundamentada no Princípio do Amor, manifesto através de atos de compreensão e misericórdia. 

Quando a mulher chegou até a presença de Jesus, já estava sentenciada e praticamente executada. Os homens que a levaram àquela situação queriam apenas usá-la para incriminar Jesus por Suas próprias palavras. E como Ele age?

Primeiro, ignora a chegada dos religiosos, sempre tão prestigiados pela população em geral. É necessário que insistam muito para que Jesus dirija-lhes a palavra. É como se Ele estivesse dizendo que aquele tipo de pessoa não lhe atraía – hodiernamente, correspondem exatamente aos representantes eclesiásticos que nós mais tememos e veneramos, aqueles que têm o poder de arrastar e julgar os pecadores em praça pública - Jesus parecia estar mais interessado num desenho na areia. 

Quando resolve quebrar o silêncio, dirige-se aos religiosos e diz: "Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher" (v. xx) - e volta a escrever no chão. Estas palavras invertem as posições. De algozes, os religiosos passam a réus de suas próprias consciências, e começando pelos mais velhos até os mais novos, todos, emudecidos, deixam o local. A espiritualidade do amor é aquela que nos faz soltar as pedras, que nos faz voltar para dentro de nós mesmos tomados pela consciência de que também precisamos de perdão e restauração.

Num segundo momento lindíssimo desse texto, Jesus pergunta à mulher onde estavam os seus acusadores, e se alguém a havia condenado.

Vemos nestas questões um ato terapêutico profundo. Jesus se dirige a uma mulher que se sabia pecadora e pergunta-lhe onde estavam os puros que a condenavam e a julgavam. Onde estavam os perfeitos que, diferentemente dela, não cometiam pecados? A mulher responde que eles haviam-se ido embora sem condená-la. 

A resposta da pecadora era necessária no processo da cura. Era necessário que ela dissesse com os seus próprios lábios: "Não, ninguém me condenou", para ouvir, em seguida, de Jesus: "Nem Eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais".

É isso que o amor faz: dá novas oportunidades, estende a mão para curar a alma, a ferida, revela a semelhança de todos os homens em sua miserabilidade e carência da bendita e surpreendente misericórdia do Pai...    Rev. Martorelli Danta

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Pelo Vale da Sombra e da Morte

O rei Davi escreveu no Salmo 23 sobre sua passagem pelo vale da "sombra da morte". Esta é provavelmente uma metáfora para as provações da vida em geral, ainda que também se aplica a uma pessoa que enfrenta sua própria morte ou a morte de um ente querido. Nesta vida enfrentamos provações. 

Estamos constantemente expostos a uma série de pressões. No entanto, podemos utilizar várias estratégias para diminuir os efeitos de uma tensa carga emocional. Aqui estão alguns passos eficazes:

•Aprenda com as provações e sofrimentos, eles podem nos ajudar a adquirir novas habilidades. Jesus Cristo aprendeu pelas circunstâncias difíceis e experiências (Hebreus 5:8), e nós também podemos.

• Conte suas bênçãos. Quando nos concentramos na dor, muitas vezes nos esquecemos de como a vida tem sido boa para nós. Paulo disse que devemos ser sempre gratos (Filipenses 4:6). Ele também explicou que o resultado de dar graças é uma "paz que excede todo entendimento" (vers. 7).

• Não seja um prisioneiro de seu sofrimento, isso pode causar paralisia emocional. Precisamos permanecer ativos porque a inatividade é devastadora. Dr. Paul Brand, um especialista sobre o tema da dor, disse: "Quando eu confronto dor intensa, procuro atividades que irão me absorver totalmente mentalmente ou fisicamente, eu descobri que a distração consciente e a disciplina da atividade podem ser ferramentas úteis no combate à dor "(Paul Brand e Philip Yancey, O presente que Ninguém Quer, 1993, p. 254).

• Encontre alguém com quem você pode compartilhar a sua carga.Muitas pessoas submetidas a duras provas cometem o erro de tentar lidar com elas sozinho. Nós precisamos de contato humano. "Melhor é serem dois do que um , mas ai daquele que está sozinho quando cai, porque ele não tem ninguém para ajudá-lo" (Eclesiastes 4:9-10).

• Leve a vida um dia de cada vez. Pessoas que lutam contra depressão, conflitos emocionais e dificuldades em geral, geralmente, têm uma mentalidade auto-destrutiva. Suas emoções dizem que o sofrimento nunca vai acabar. Precisamos de uma atitude que percebe que estes momentos haverão de passar. Adote a perspectiva do salmista: "Este é o dia que o Senhor fez, regozijemo-nos e alegremo-nos nele" (Salmo 118:24), apesar de nossas dificuldades.

• Não se frustre por questões insignificantes. Aprenda a solucionar problemas se estressando o minímo possível, ou não se estressando de modo algum.

• Coma uma dieta equilibrada e nutritiva. Nossos corpos e mentes são muito menos capazes de lidar com o estresse e outras dificuldades se não fornecer-lhes os nutrientes de que precisam.

• Exercite-se regularmente. Exercício adequado alivia o estresse, proporciona uma sensação de bem-estar e nos ajuda a dormir melhor, isso é importante para nosso contentamento e estabilidade mental.

• Descanso regular e relaxamento. Deus ordenou para descansar (Êxodo 20:8-11). Nós também precisamos de tempo relaxante em uma base diária.

• Desenvolva o senso de humor. "O coração alegre é bom remédio (Provérbios 17:22, NVI). Humor nos ajuda a superar as tensões. Viktor Frankl descobriu, enquanto estava preso em Auschwitz, que o humor é uma arma inata na luta pela sobrevivência . Rir é realmente um remédio eficaz.

• Perceba que em última instância que todas as coisas estão nas mãos de Deus, Jesus em momento de grande dor, descansou em Deus: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lucas 23:46). David exorta-nos a "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele" (Salmo 37:5). A palavra hebraica traduzida por “confiar “ é ilustrada como a imagem de uma criança impotente se arremessando nos braços estendidos de seu pai .

Ore e derrame-se diante de Deus, Ele ouve nossas preces e compreende nossa dor: " Senhor, inclina Teus ouvidos para mim, livra-me depressa, sê o meu castelo forte, cidadela fortíssima que me salve" Salmo 31:2

Procure ler a Bíblia, nem que seja por poucos minutos, A Palavra de Deus é bálsamo e orienta nas tomadas de decisões: "Estou aflitíssimo Senhor, vivifica-me segundo a Tua Palavra" Salmo 119:107. 

Autor: Charles Stanley Tradutor: Wilma Rejane  Divulgação: www.estudosgospel.com.br 

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Quando o Fast Food Fala Mais Alto.

Em Gênesis 25.19-34, encontramos a famosa passagem bíblica que narra uma das negociações mais estranhas e lastimáveis da história. A transação envolve, de um lado, uma espécie de sopão do tipo “fast food”, e, do outro, um direito adquirido de nascença. De um lado, temos o “pão e (a) sopa de lentilhas” (hebr. lehem unezid ‘adashim) preparados pelo “chef de cuisine”, Jacó, e, do outro, temos o direito de “primogenitura” (hebr. bekhorah) do caçador, Esaú.

Esaú, depois de vir de uma caçada no campo provavelmente mal-sucedida, e, estando extremamente cansado e faminto, acaba vendendo o seu direito de primogenitura (o qual lhe assegurava, conforme a crença comum entre os povos do Oriente Médio Antigo, tanto bênçãos espirituais como materiais – cf. Ex 22.29; Dt 21.15-17) para o seu irmão, Jacó.  Essa “transação comercial” saiu muito cara para Esaú, que trocou um direito adquirido de nascença por um pedaço de pão e uma sopa de lentilhas (Gn 25.34), alimentos estes que, juntos, poderiam ser comprados hoje por cerca de R$3,00 (três reais)!

É como se Esaú trocasse a sua possante “Ferrari” pelo humilde “Fusquinha 68” de Jacó. Que atitude mais insana! Que despautério! O faminto Esaú, traído pelo seu apetite humano, “deu de bandeja” a sua primogenitura. Ela custou o preço de uma simples comida “fast food”!

Esse triste e lamentável episódio ocorrido entre esses dois irmãos nos mostra que, muitas vezes, assim como Esaú, nós também desprezamos as coisas que têm real valor e importância para a nossa vida (tais como, a presença de Deus, a comunhão cristã, as amizades verdadeiras, a consciência tranquila, o caráter etc). Nestas situações, em nome de um prazer imediatista e por causa de um “aqui e agora” absolutamente efêmero e vazio, terminamos por abrir mão de tudo aquilo que realmente importa para o nosso viver.

O mais triste nisso tudo é que esse tipo de comportamento mundano, que valoriza apenas a satisfação sensorial imediata ao mesmo tempo em que despreza as questões transcendentais e eternas, é a “bola da vez” do nosso tempo. Esaú morreu há milênios atrás. Porém, ele deixou muitos descendentes nos dias de hoje. E os seus descendentes continuam a perpetuar a sua prática de forma admirável. Contudo, as “moedas de troca” hoje são outras. Em sua época, Esaú trocou a sua primogenitura por uma comida do tipo “fast food”. Hoje, entretanto, as coisas “evoluíram” bastante.

Hoje, troca-se facilmente um bom e duradouro casamento por apenas meia hora de prazer com um (a) amante praticamente desconhecido (a). Hoje, troca-se uma vida toda pela frente por uma morte estúpida durante uma tola discussão no trânsito que poderia ter sido evitada. Hoje, troca-se a paz de espírito e a consciência tranquila por algumas poucas notas de dinheiro adquirido de forma desonesta e ilegal. Hoje, troca-se o caráter e a boa reputação por alguns míseros momentos de euforia. Enfim, hoje, troca-se com a maior naturalidade a Casa e a Presença do Pai pelas “bolotas” de alguns suínos (Lc 15.11-16)! Os alimentos podem até ter mudado (do “pão e sopa de lentilhas” de Jacó para as “bolotas” dos porcos), mas o erro continua sendo sempre o mesmo.
Ainda continuamos a preferir o Egito e todos os seus prazeres temporários, em vez de Canaã, a Terra Prometida por Deus.


Nesta era do “fast food”, que Deus nos ajude a fugir da tentação do “pão” e da “sopa de lentilhas”. www.midiagospel.com.br

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A Teologia não esfria o cristão, ela só apaga o falso fogo

O estudo da Teologia pode melhorar a formação do cristão. Mas, será que se aprofundar nas Escrituras pode “esfriar o crente”? Ler outros livros cristãos pode ajudar o cristão em Jesus a ter um melhor relacionamento com Deus. 


Por que em Efésios 4:11 diz que Deus deu mestres para sua igreja? Enfeite? Não! Um famoso pregador batista, Charles Spurgeon no sermão ‘Traga os Livros’, comenta que Paulo era inspirado e sempre desejava livros. Ele pregou por cerca de 30 anos e, todavia, desejava livros. Ele tinha visto o Senhor e ainda desejava livros. Ele teve uma experiência mais ampla que outros homens, mas desejava livros. Ele tinha escrito a maior parte do novo testamento e mesmo assim, perto da morte, desejava livros para si.

Como aprender de Deus?

Se não devemos ler livros de teologia porque devemos aprender de Deus, por quais razões deveríamos ouvir sermões de nossos pastores? Eles também são homens decaídos que estão tentando ensinar a Palavra, tal qual os escritores. Aprender através dos pastores é deixar de lado o Espírito Santo? Não faz o menor sentido.

Cabe-nos mostrar pelas Escrituras que o Espírito nos guia pela Palavra, através da ajuda de mestres e irmãos. Se Deus deseja que interpretamos corretamente as Escrituras, o modo natural para que isso aconteça é quando o Senhor nos ensina a ler, a entender a lógica da linguagem e muitas outras informações que não serão entendidas em círculos de oração, mas diante de alguns livros.

A teologia não esfria o cristão, ela só apaga o falso fogo. No entanto, como muitos pentecostais acham que o falso avivamento é um renovo de fato, o abandonar de práticas infantis é visto como morte espiritual. (Guia-me).

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O Que Acontecerá em 23 de Setembro de 2017?

Muitas pessoas estão angustiadas: “Alguma coisa grandiosa acontecerá”. No dia 23 de setembro de 2017 o mundo visível deverá ser atingido por um alinhamento de corpos celestes, que acontece somente a cada 7.000 anos e que coincide exatamente com a visão relatada em Apocalipse 12! – Pelo menos é o que os especialistas em assuntos do fim dos tempos e de profecias proclamam no YouTube. A maioria dos adivinhos online se mantém com reservas sobre o que exatamente acontecerá vinculado a esse grande sinal no céu. Entretanto, nota-se que os intérpretes de sinais nesse ponto estão unânimes. Os profetas da internet mais ousados se reportam a um monge, chamado Hepidanus, que viveu por volta de 1080 no mosteiro São Galo (Suíça), o qual teria profetizado que, após o dia 23 de setembro de 2017, na sequência do aparecimento desse grande sinal no céu, irromperia uma guerra devastadora.

Apocalipse 12 relata a seguinte visão: “Apareceu no céu um sinal extraordinário: uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Ela estava grávida e gritava de dor, pois estava para dar à luz. Então apareceu no céu outro sinal: um enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres, tendo sobre as cabeças sete coroas. Sua cauda arrastou consigo um terço das estrelas do céu, lançando-as na terra. O dragão pôs-se diante da mulher que estava para dar à luz, para devorar o seu filho no momento em que nascesse. Ela deu à luz um filho, um homem, que governará todas as nações com cetro de ferro. Seu filho foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono” (v. 1-5).

De fato, é impressionante o que os profetas online do fim dos tempos compilaram em relação a esses versículos. Christopher M. Graney, professor de física e astronomia do Jefferson Community & Technical College, em Louisville, Kentucky (EUA), resume a mensagem espetacular deles nas seguintes palavras:

“No dia 23 de setembro de 2017 o Sol aparecerá na constelação Virgem – ‘uma mulher vestida do sol’. A Lua estará abaixo do Sol – ‘com a lua debaixo dos seus pés’. As ‘nove’ estrelas da constelação Leão mais três planetas (Mercúrio, Vênus e Marte) aparecerão sobre a cabeça da mulher – ‘uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça’. O planeta Júpiter aparecerá ao centro da constelação da mulher, e quando a semana após o 23 de setembro tiver passado, ele se afastará da mulher em direção ao Leste, praticamente passando por seus pés – ‘Ela estava grávida e gritava de dor, pois estava para dar à luz’. Júpiter é o maior entre os planetas, ou o ‘rei’ dos planetas – ‘Ela deu à luz um filho, um homem, que governará todas as nações com cetro de ferro’. Esse não deve ser um sinal de algo maior, conforme dizem as fontes da internet?”

A resposta mais direta, honesta e cristã é: não.

Naturalmente, no dia 23 de setembro poderia ocorrer qualquer acontecimento. Praticamente a cada dia acontece algo espetacular. É o fim dos tempos, e isso já há 2.000 anos (1Coríntios 10.11; Hebreus 9.26; 1Pedro 1.20). Sem dúvida alguma, os dias finais estão se afunilando (ver 2Timóteo 3.1-9). O prognóstico de que em breve haverá uma guerra devastadora infelizmente não pode ser desconsiderado. Estamos vivendo tempos turbulentos. Se hoje alguém disser, mesmo sem muita convicção: “No dia ‘tal’ acontecerá algo grandioso”, normalmente no dia “tal” ele poderá escolher entre as numerosas manchetes aquilo que mais lhe agradar como “cumprimento”.

O problema referente às especulações sobre o 23 de setembro é: a teoria desse extraordinário acontecimento no céu, que supostamente acontece a cada 7.000 anos (ou a cada 6.000 anos, de acordo com o periódico Quelle), simplesmente não confere. Ela é falsa. Fake news. Uma mentira. Trata-se da mesma tolice daquele sinistro Planeta X, que causaria o fim do mundo no ano de 2012 ou da tétrade da Lua de Sangue, que teria ligação com algum evento fantástico.

Trata-se da mesma tolice daquele sinistro Planeta X, que causaria o fim do mundo no ano de 2012.
Assustador, no entanto, é ver muitos crentes – principalmente os fundamentalistas de “nossos” círculos – que mais uma vez embarcaram no trem em movimento das falsas profecias e que propagam a lenda dos grandes sinais celestes e dos grandes acontecimentos no dia 23 de setembro. Sem qualquer constrangimento, os piedosos “viajam” no âmbito do esoterismo e do ocultismo, citam quaisquer rabinos inimigos de Cristo, referem-se a misteriosos monges cuja existência é questionável e, assim, consideram-se como grandes intérpretes dos sinais dos tempos. Muitas vezes são esses cristãos que atacam as fantasias como O Senhor dos Anéis, Harry Potter e Nárnia, mas eles mesmos não têm escrúpulos para basear suas teorias apoiados em intérpretes de sinais das estrelas e de agentes do ocultismo.

Christopher M. Graney, que de fato é um cientista e astrônomo, empenhou-se em pesquisar mais a fundo sobre essa questão. Ele leciona em uma faculdade católica. Quem aprecia as teorias conspiratórias, agora naturalmente poderia acusá-lo de fazer parte do sistema que pretende encobrir a verdade, com observações como: “Talvez ele seja maçom ou illuminati”, ou “Os jesuítas fizeram uma lavagem cerebral com ele”. Todavia, na página inicial de vofoundation.org ele apresenta fatos de peso que não podem simplesmente ser considerados “fatos alternativos”.

Primeiro: em função da rotação da Terra, o Sol passa a cada ano por todas as doze constelações estelares. Dito com outras palavras: a cada ano, no mês de setembro, o Sol aparece na constelação Virgem. Segundo: a Lua também percorre seu ciclo uma vez ao mês. Também ela passa mensalmente por cada constelação. Ou seja: a cada ano há um ou dois dias em que o Sol está na constelação “Virgem” e a Lua está ao leste dela (“sob seus pés”). Isso significa que “uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos seus pés” é algo tão “raro” como o Dia da Independência do Brasil em setembro: essa aparição celeste acontece a cada ano.

“Certo, certo”, dizem os profetas online, “isso está claro. O que dizer, porém, da inexplicável e extraordinária coroa com doze estrelas?” Aqui temos então o grande problema para os intérpretes estelares da internet: essa coroa não existe.

Na constelação de Leão, que supostamente deveria conter “doze estrelas”, há muito mais estrelas! As nove estrelas preferidas dos profetas do YouTube estão entre as mais brilhantes, mas de longe não são as únicas (e quem pode determinar se uma estrela não tem mais a luminosidade e importância necessárias?). Muitas vezes essas nove estrelas, em virtude de seu posicionamento, são utilizadas para identificar a constelação de Leão. No entanto, essa é uma prática bastante arbitrária. Outras representações “oficiais” da constelação de Leão, por exemplo, utilizam dez estrelas como delimitadoras – assim a coroa seria composta de 13 “estrelas” (dez estrelas mais três planetas).

Duvidando
A simples verdade é: “Há muitas estrelas em Leão e ao redor da ‘cabeça’ em Virgem”. Assim, a mulher no céu já está coroada com muitas estrelas. A teoria das estrelas com mais três planetas não se sustenta.

Todavia, o que faz os profetas da internet ficarem tão “fora da casinha”, apesar desses fatos aparentemente conhecidos, é a combinação dos planetas. Esse é o ponto crítico. Vários planetas junto à cabeça da mulher com o planeta Júpiter ao centro, enquanto a Lua aparece simultaneamente sob os pés dela – sim, isso realmente é algo bastante raro. O crucial, porém, é: a despeito das muitas estrelas que na verdade “coroam” a cabeça da mulher, essa rara aparição não tem relação alguma com a figura relatada em Apocalipse 12 (caso se queira acreditar que Apocalipse 12 trate apenas de sinais nas estrelas).

Visto por esse ângulo, no dia 23 de setembro de 2017 haverá uma manifestação especial no céu, mas, diante dos fatos recém-enumerados, mesmo com a melhor boa vontade ela não pode ser vinculada a Apocalipse 12. Acrescenta-se ainda que essa aparição não é tão rara como os promotores sensacionalistas anunciam no YouTube. A afirmação de que essa aparição celeste seja “única” ou que aconteça a cada 7.000 anos não confere. O professor Graney pesquisou um período de 1.000 anos e constatou que essa configuração apareceu no céu “em setembro de 1827, em setembro de 1483, em setembro de 1293 e em setembro de 1056”. Se ele tivesse retrocedido ainda mais, certamente teria encontrado mais dessas aparições.

A simples verdade é: “Há muitas estrelas em Leão e ao redor da ‘cabeça’ em Virgem”. Assim, a mulher no céu já está coroada com muitas estrelas.
Naturalmente alguém poderia agora mergulhar nos livros de história e pesquisar alguns acontecimentos empolgantes daqueles anos que os céus de setembro teriam então profetizado. No entanto, de acordo com Graney, não é assim que funciona a interpretação estelar. “Uma pessoa lê seu horóscopo diário, que diz: ‘hoje haverá obstáculos no caminho’. Então essa pessoa lembra os momentos em que esteve retida no trânsito ou na fila do supermercado, ou qualquer outra situação semelhante e dirá: ‘o horóscopo tinha razão’, mesmo que essas coisas aconteçam a cada dia”.

O dr. Danny R. Faulkner, um físico e astrônomo cristão conservador, que trabalha para a missão Answers in Genesis [Respostas em Gênesis], chega às mesmas conclusões, independentemente do professor Graney. Ele também ressalta que a afirmação das 9 estrelas da constelação de Leão é “falsa”. Além disso, ele aponta para a realidade visível no céu. Ele escreve que constantemente são mencionados os pés da Virgem, mas que “Mesmo conhecendo muito bem a [constelação] Virgem, eu nunca consegui ver uma mulher no céu, de modo que mal posso afirmar em que lugar deveriam estar seus pés, e eu duvido que qualquer outra pessoa possa fazê-lo”.

Por que isso é importante? Porque Gênesis 1.14 diz que Deus colocou luminares no céu como sinais. Sinais, porém, precisam ser óbvios. A imagem da mulher deveria ser facilmente identificável. E deveria ser possível vê-la completamente. No entanto, se o Sol estiver na constelação de Virgem, então “nenhuma de suas estrelas será visível”. O dr. Faulkner escreve sobre os três planetas que aparecem na constelação de Leão: “Eles serão visíveis cedo na manhã desse dia, mas todos estarão ao fundo, no Sudeste do céu. Vênus é bastante claro, de modo que pode ser facilmente reconhecido; no entanto, isso não ocorre com Marte e Mercúrio, pois esses serão muito mais opacos, e eles não surgirão antes do início da madrugada. A tênue meia-lua será visível à noite, longe a Sudoeste. Júpiter poderia estar mais visível lá no Sudoeste, mas será difícil porque ele desaparecerá antes do anoitecer. Isso significa: nem todos esses ‘sinais’ serão visíveis, e aquilo que será visível não o será na mesma hora. Enquanto esse acontecimento possa parecer lindo numa tela de computador, Deus colocou ‘os luminares no firmamento do céu’ (não em telas de computador) para que sirvam de sinais”.

As pessoas enxergam somente aquilo que elas querem nas aparições no céu.
O dr. Faulkner está correto ao dizer que as pessoas enxergam somente aquilo que elas querem nas aparições no céu (conforme ocorre nos testes de Rorschach). Assim, por exemplo, não é um princípio bíblico equiparar Júpiter a uma criança ou até ao Messias Jesus Cristo. E o que desde o início deveria ser a “pá de cal” para essa teoria fantasiosa é: Apocalipse 12 não trata de quaisquer sinais no céu em nosso tempo, mas João está enxergando uma visão fortemente figurativa e salvadora a respeito do povo de Deus, Israel (a mulher) que, sob fortes dores de parto, dá à luz ao Messias, sob a espreita do Diabo (e isso já aconteceu!). Seria algo muito fraco se apenas observássemos figuras celestes (ímpias) e, a seguir, sem qualquer base válida, baseássemos uma aparição no céu nessa representação simbólica.

Deveríamos dar muito mais atenção à exortação do apóstolo, de estarmos com a mente preparada e prontos para a ação, colocando “toda a esperança na graça que será dada [a nós] quando Jesus Cristo for revelado” (1Pedro 1.13). Que seja Cristo o único teor de nossa esperança e de nossa expectativa.

Na Bíblia, a profecia sempre está relacionada à exortação ou ao incentivo de seguir a Jesus, de ser fiel a ele e de viver direcionado para ele. Não somos convocados para especular sobre teorias questionáveis e a nos dirigirmos ao ocultismo, mas para seguir as pisadas de nosso Senhor Jesus (Efésios 5.1-2; 1Pedro 2.21; 1João 2.6). Com isso estaremos suficientemente ocupados.


Maranata – Amém. Vem, Senhor Jesus! — René Malgo

sábado, 16 de setembro de 2017

A Quarta Trombeta Soará!

“Então os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar” (Apocalipse 8:6)

A visão futurista compreende inúmeros eventos proféticos, e dentre estes alguns aparecem em destaque: a tribulação, a segunda vinda seguida do arrebatamento da Igreja e o milênio. Estes eventos são previstos na Palavra de Deus para ocorrer no fim dos tempos. 

A ciência nestes últimos anos tem colecionado dados sobre fatos que não sendo propriamente novidade, apontam de forma enfática para profundas alterações no ecossistema, com sinais de desequilíbrio do meio ambiente e no clima. Esses dados são apontados pelos cientistas aos governos das nações como advertência e estímulo para um compromisso de cuidar da preservação e recuperação do planeta. Resultam daí os projetos para preservar as florestas, oceanos, águas dos rios e fauna, com vista à melhoria da qualidade de vida das populações e salvaguarda do futuro. Recentes explorações feitas no planeta marte concluem que lá ocorreu um processo semelhante ao o que vem ocorrendo na terra; o efeito estufa e a perda da camada de ozônio. Para o crente, o mistério da Criação está contido num plano além da razão humana, seguindo um processo descrito nas profecias; a visão bíblica exposta pelo profeta Jeremias diz:

“Até quando verei o estandarte, e ouvirei a voz da trombeta? Deveras o meu povo é insensato, já me não conhece; são filhos obtusos, e não entendidos; são sábios para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem. Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia; também os céus, e não tinham a sua luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei e eis que não havia homem algum, e todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derrubadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. Pois assim diz o Senhor: Toda a terra ficará assolada; de todo, porém, não a consumirei”. (Jeremias 4:21-27)

Observa-se que segundo esta profecia há um processo em andamento e um desfecho esperado, enquanto João, apóstolo e evangelista, ameniza e aponta uma esperança:
“E vi um novo céu e uma nova terra, porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”. (Apocalipse 21:1).

A Primeira Trombeta.
“O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, que foram lançados na terra; e foi queimada a terça parte da terra, a terça parte das árvores, e toda a erva verde”. (Apocalipse 8:7)

Durante as discussões da ECO-92, conferência realizadas em julho de 1992 no Rio de Janeiro, com a presença da maioria dos chefes de estado do mundo, logo de início os técnicos apresentaram informações de impacto para preservar o meio ambiente e sensibilizar o mundo quanto à sua real situação. Não faltou apelos e advertências veementes para garantir a sobrevivência das populações. Advertências sobre os perigos do desmatamento, já haviam sido feitas quando Euclides da Cunha apontou em seu livro “Os Sertões” para o perigo da desertificação. Nessa reunião enquanto o Presidente dos EUA, proferia o seu discurso em aproximadamente 7 minutos, uma área 571 mil m² (do tamanho do Rio-centro, local da conferência) tornava-se imprópria.
O grande desmatamento do planeta e a queima das florestas aumentam na atmosfera o gás carbônico, contribuindo com o efeito estufa (aquecimento global) e a alteração climática. A ONG Conservação Internacional apresentou uma pesquisa que lista as dez florestas mais ameaçadas em todo o mundo. Não por acaso, o estudo é divulgado logo quando a Organização das Nações Unidas promove oficialmente 2011 como o “Ano Internacional das Florestas”. O órgão busca chamar a atenção sobre a necessidade de preservação desses locais no mundo. Confira a lista com as florestas mais ameaçadas com a porcentagem de sua vegetação original que já foi destruída:

1. Indo-Birmânia (95%)
2. Florestas da Nova Zelândia (95%)
3. Floresta de sunda (93%)
4. Floresta das Filipinas (93%)
5. Mata Atlântica do Brasil (92%)
6. Florestas da região sul e central da China (92%)
7. Floresta da Califórnia (90%)
8. Florestas da costa oriental da África (90%)
9. Matas de Madagascar (90%)
10. Florestas de Afromontane (89%)

Estimativas recentes indicam que aproximadamente a cada quatro segundos, um hectare de floresta tropical é perdido, e até o ano 2050, 60.000 espécies de plantas terão sido extintas (Trankina, 1998). Segundo Beachy (1992) 40% das florestas foram destruídas entre 1940 e 1980, com uma taxa de extinção de cerca de 50 espécies por dia. Bem, para os incrédulos da palavra de Deus, nada melhor que dados científicos para provar tudo o que foi profetizado. É totalmente desnecessário perguntar se essa trombeta já tocou.

A Segunda Trombeta
“E morreu a terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte dos navios”. (Apocalipse 8:9)

O grande conhecedor dos oceanos, o renomado cientista oceanográfico Jacques Costeau, em setembro de 1970 ao chegar de uma viagem de pesquisa da vida submarina fez declarações surpreendentes sobre os oceanos, considerado até então como a “última fronteira”: “O mar está moribundo, 40% dos seres vivos no mar desapareceram nos últimos 50 anos, mais de 1.000 espécies já foram extintas”. Afirmou Costeau que dentro de 20 anos, a pesca indiscriminada terá ultrapassado em 20% o limite dos oceanos, cujos recursos estarão exauridos. Muitos pescadores não estão fazendo a manutenção de seus barcos (que estão se perdendo) ou abandonando a atividade, pela falta de peixes.
As manchetes da viagem de Costeau e todo o trabalho da Eco-92 em sua avaliação sobre a situação caótica dos oceanos, apresentaram dados comprovadamente científicos do desaparecimento das espécies e da extinção de animais e vegetais na proporção de 80 espécimes diários; confirmando o profético, e a veracidade da Palavra sobre a destruição da terça parte da vida existente no mar. Podemos afirmar com certeza que a segunda trombeta já tocou!

A Terceira Trombeta
“O nome da estrela era Absinto; e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.” (Apocalipse 8:11)

Nos países em desenvolvimento, diz a ONU, até 90% do esgoto é lançado nas águas, sem tratamento. Milhões de toneladas de metais pesados, solventes, produtos tóxicos, são lançados, todos os dias, em ribeiros, nascentes, rios, riachos, além de dejetos vindos dos esgotos urbanos, sendo que 80% das doenças nos países pobres estão relacionadas com a água de baixa qualidade, que, no caso dos rios, contaminam também os oceanos. Só aqui no Brasil, a poluição da água atinge 38% dos municípios brasileiros, principalmente os mais populosos. Entre junho de 2001 a junho de 2003, esses 2.121 municípios registraram ocorrência de poluição frequente nas águas dos rios, lagos, enseadas, represas, açudes, baías, nascentes, águas subterrâneas etc.

Em 25 de abril de 1986, Chernobyl, originalmente chamada Vladimir Lenin, na Ucrânia, um acidente numa estação nuclear provocou direta e indiretamente cerca de 400.000 mortos, sem contar inúmeras vítimas que até hoje sofrem de doenças decorrentes. A região afetada será uma área radioativa durante os próximos 48.000 anos. Mas alguns creem que as radiações mais perigosas terão passado dentro de 600 anos, pois, o reator está queimando desde 1984 e esta radiação já chegou nos lençóis freáticos. Conforme afirma José Eduardo Martinho Hornos, doutor em física nuclear e professor da Universidade de São Paulo (USP), a fortaleza de concreto e chumbo que deveria isolar as ruínas começou a apresentar rachaduras ainda na década de 1990 e elas agora permitem a entrada da chuva, sendo esta a principal ameaça à segurança, já que os elementos misturados à água contaminam o lençol freático e consequentemente acabam por prejudicar os seres humanos e animais. Apesar de todos os cuidados, tanto em Chernobyl como em Fukushima houve vazamento para a terra e lençóis freáticos. Há informações de que existe uma relação entre a palavra russa Chernobyl com o termo bíblico “absinto”. “O nome da estrela era Absinto..., a estrela que caiu nas águas e as tornou amargas”.
Considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produziu uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima.

A catástrofe atômica de Chernobyl foi apenas um sinal que se tornou particularmente evidente, mas a que devem ser somados outros acontecimentos que ocorreram até hoje, resultando em centenas de quilômetros de terras improdutivas, rios poluídos e mares contaminados. Torna-se quase necessário falar das fontes de águas que secam, dos desvios de rios para objetivos energéticos e da poluição com toda a sujeira de esgotos e dejetos dos afluentes industriais. Além do mercúrio, que em muitos rios já ultrapassou a medida de segurança para a vida animal, sem falar de todo o tipo de agentes transmissores de epidemias e diversas doenças.
A conclusão da Eco-92 foi que 33% dos habitantes do planeta não têm acesso a água limpa e que a falta de água iria agravar-se consideravelmente. Entendemos que por esses e outros dados a terceira Trombeta já foi tocada.

A Quarta Trombeta
“O quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhante, e semelhantemente a da noite”. (Apocalipse 8:12).

A destruição da camada de ozônio que protege a Terra e seus habitantes dos raios ultravioleta, provoca danos à agricultura e doenças graves aos homens como o melanoma o mais agressivo câncer de pele, e a perda de visão por catarata.

Os discípulos perguntaram a Jesus quando seriam estas coisas e que sinais haveria da sua vinda e Jesus responde:
“E logo depois da aflição daqueles dias o sol escurecerá, e a lua não dará o seu brilho, as estrelas cairão do céu, e as potências do céu serão abaladas”. (Mateus 24:29)

A quarta trombeta ainda não tocou, pois, a profecia ainda não foi cumprida. Quando ela for tocada, será o momento da volta de Cristo! E perguntam, por que será a volta de Cristo, e o toque das outras trombetas e o julgamento final? O mundo não acabará com o toque da quarta trombeta, o que acontecerá é que o Senhor Jesus virá buscar os seus servos para que não sofram com as demais trombetas.
Assim diz Apocalipse 8,13: “E olhei, e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra! Por causa dos outros toques de trombeta dos três anjos que ainda vão tocar”.

Mateus 24, 29-31: “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E Ele enviará os seus anjos com rijo clangor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”.

Haverá o chamado Arrebatamento da Igreja Fiel!
"O que há de vir virá, e não tardará" (Hb 10:37). "O Filho do homem há de vir à hora em que não penseis" (Mt 24:44).

"O mesmo Senhor descerá do céu, com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4: 16, 17).

Quem ficar sofrerá com o toque das demais trombetas. O que acontecera está escrito no livro do Apocalipse, capítulos 09, 10, 11. Literalmente, isto não aconteceu ainda até aos dias de hoje e por certo acontecerá; esse momento ainda não é o da última trombeta, mas não se sabe nem o dia nem a hora desses acontecimentos.

Não quero com este assunto molestar as consciências, nem tenho a intenção de se colocar na posição de profeta das catástrofes, porque bem sabemos que tudo está sob o controle de Deus, o Todo-Poderoso que, antes de agir ou condenar, providencia o Salvador, porque Ele ama o homem, objeto da Sua criação.

O legado dos pesquisadores como Cousteau, é parte de um grande sinal visível para todos, apontando para um projeto em andamento que corrobora com a profecia bíblica sobre o final dos tempos. A quarta trombeta Soará!

As demais trombetas referem-se à Grande Tribulação:
“E olhei, e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra! Por causa dos outros toques de trombeta dos três anjos que ainda vão tocar. (Apocalipse 8:13).

A certeza dos toques das trombetas foi assunto dos escritos de Paulo, apóstolo do Senhor Jesus, em sua primeira carta dirigida aos Coríntios, quando adverte:
“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará”. (I Coríntios 15:52)

Além dos problemas ecológicos há outros problemas que o mundo passa, objeto dos sinais dos tempos profetizados, a ponto de haver um clamor mundial que responda esses assuntos. As trombetas são sete; estamos no limiar da quarta trombeta, época análoga à “quarta taça”.

“O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo”. (Apocalipse 16:8) 

domingo, 10 de setembro de 2017

Pílulas Bíblicas para a Depressão

1 – Deus está conosco. “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois Sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; Eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa” (Isaías 41:10).
2 – Apesar das lutas, não seremos destruídos. “De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos” (II Coríntios 4:8-9).
3 – Deus ouve quando clamamos a Ele. “Na minha aflição clamei ao Senhor; gritei por socorro ao meu Deus. Do Seu santo templo Ele ouviu a minha voz; meu grito chegou à Sua presença, aos Seus ouvidos” (Salmo 18:6).
4 – O Senhor será uma luz para nós o tempo todo. “O povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz” (Isaías 9:2).
5 – Deus nos tirará das trevas. “Tu és a minha lâmpada, ó Senhor! O Senhor ilumina-me nas trevas” (II Samuel 22:29).
6 – Deus deseja que confiemos nEle. “Quem entre vocês teme o Senhor e obedece à palavra de seu servo? Que aquele que anda no escuro, que não tem luz alguma, confie no nome do Senhor e se apoie em seu Deus” (Isaías 50:10).
7 – Jesus entende nossa tristeza. Jesus “foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento” (Isaías 53:3).
8 – A presença de Deus nos salvará. “Em toda a aflição do seu povo Ele também se afligiu, e o anjo da Sua presença os salvou. Em Seu amor e em Sua misericórdia Ele os resgatou; foi Ele que sempre os levantou e os conduziu nos dias passados” (Isaías 63:9).
9 – Precisamos continuar a orar. “Dá atenção ao meu clamor, pois estou muito abatido; livra-me dos que me perseguem, pois são mais fortes do que eu” (Salmo 142:6).
10 – Jesus tem mais bênçãos para nós. Jesus disse: “O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (João 10:10). www.novotempo.com