domingo, 31 de janeiro de 2016

A História do Carnaval

História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.

Sobre a origem da palavra Carnaval, não há unanimidade entre os estudiosos. Há quem defenda que a palavra Carnaval é originária do latim, carne vale” cujo significado é (adeus carne!) ou de “carnis levale” (supressão da carne). Esta interpretação da origem etimológica da palavra “Carnaval” leva-nos, indubitavelmente, para o início do período da Quaresma, uma pausa de 40 dias nos excessos cometidos durante o ano, excessos esses que incluem, segundo a religião católica, a alimentação (carne).

Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de “currus navalis”, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da Primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma e, posteriormente, entre os Teutões.


Vejamos algumas festas que, possivelmente, originaram o que conhecemos como carnaval:
- As Saceias (na Babilônia) – festas anuais de verão - eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Durante cinco dias, os lacaios tornavam-se iguais aos seus mestres. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

Saturnália era um festival romano em honra ao deus Saturno que ocorria no mês de dezembro, no solstício de inverno e durava uma semana. As Saturnálias tinham início com grandes banquetes e sacrifícios; os participantes tinham o hábito de saudar-se com io Saturnalia, acompanhado por doações simbólicas. Durante estes festejos subvertia-se a ordem social: os escravos se comportavam temporariamente como homens livres; elegia-se, à sorte, um "princeps" - uma espécie de caricatura da classe nobre - a quem se entregava todo o poder. Todos os homens, escravos ou cidadãos, ficavam em igualdade. As barreiras jurídicas eram ficticialmente abolidas. Os escravos, portanto, não precisavam trabalhar, podiam se vestir como seus senhores, participar das refeições e jogar dados. Com essa inversão de valores “os soldados travestidos escolhiam o rei das saturnais dentre os condenados através de dados. Este rei usaria as insígnias de sua dignidade como o rei dos gracejos e deboches. Após o festival o rei é morto e tudo volta à ordem.”

Marduk o principal deus da Babilônia
- Outro rito babilônico, que tinha como fundamento a inversão, durava 11 dias e ocorria dentro do templo de Marduk, o primeiro dos deuses mesopotâmicos.

No fim do quarto dia depois do equinócio da primavera, que marca o Ano Novo babilônico, o sumo sacerdote despojava o rei de seus emblemas de poder. A partir desse momento, o monarca era surrado e arrastado até a estátua divina.

A figura do governante humilhado revelava, então, seu objetivo moderador: o rei se jogava no chão e declarava solenemente não ter abusado de seu poder em relação à Marduk e seu templo, à cidade e a seus súditos. Era, em seguida, novamente consagrado, em um ato que garantia a renovação e a justa reordenação do todo o reino.

Alguns antropólogos vêem nesse antiquíssimo rito mesopotâmico, e não nas Sacéias, a fonte do carnaval, que mais tarde seria exportado pelos Persas ao Ocidente.

Outros deuses pagãos e reis contribuíram para enraizar as festas carnavalescas no mundo.Na Assíria da Antiguidade, sempre em março, acontecia a festa de Ísis, a divindade egípcia protetora dos navegantes e talvez a de maior popularidade na sua região de influência. Seus adoradores introduziram as máscaras na festa. Era com o rosto coberto que marchavam em uma alegre procissão, na frente de um carro que transportava uma barca, depois oferecida à deusa.


Curiosidade
O fim do festival e sua incorporação à outras comemorações
A professora de Língua e Literatura Latina (Universidade Federal do Espírito Santo) Leni Ribeiro Leite* afirma que a Saturnália foi comemorada até a Era Cristã, mas com o nome de Brumália(ocorria no início do inverno e era uma das festas em honra a Baco). Em meados do século IV d.C., teria sido absorvida pela comemoração do Natal, havendo uma continuidade na prática da troca presentes oriundas do festival. Alguns autores também defendem a hipótese sobre haver uma relação entre a Saturnália e as comemorações do carnaval, devido ao caráter de inversão da ordem social ocorrido nos dias de festividades.
*está atualmente participando do Projeto Wikipédia na Universidade.

O rei ou a rainha “dos gracejos e deboches” 
Quem foi Momo?
Na mitologia grega, Momo (em grego Μωμος, Mômos, "burla", "crítica" ou "zombaria" e em latim Momus) é a personificação do sarcasmo, das burlas e de grande ironia, sendo a deusa dos escritores e poetas.

Hesíodo (poeta grego) contava que Momo (nome feminino, ao contrário do que se pensa) é uma filha de Nix (a Noite).

A deusa grega Nix é a personificação da noite. Uma das melhores fontes de informação sobre essa deusa provém da genealogia dos deuses (Teogonia) de Hesíodo.

Momo - Durante seu reinado, era praticado, sob o seu comando,todo tipo de orgia, bebedeira e lasciva. No término das festividades, ou seja, no final do quarto dia, o rei Momo era sacrificado de forma brutal no altar de Saturno.

Mas quem afinal é a entidade Momo?
Momo era o deus da irreverência, e irreverência, segundo os léxicos, é sinônimo de desrespeito, profanação, sacrilégio, ofensa, desveneração e relaxo.

Na Mitologia Grega, relata-se que, por ser irreverente e profanador, Momo teria sido expulso do Olímpio (local onde os gregos acreditavam morar os deuses da sua mitologia). Mas porque afirmar que essa entidade era cultuada em Roma se a sua origem é Grega? Momo é uma das formas de Dionísio, o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo (para os Romanos), daí também se origina o termo Bacanal que significa festas orgísticas.

Saturno (deus cultuado nas Saturnálias) também é conhecido como o deus sol e isso nos retrocede bem antes da época dos reinados Romano, Grego e Egípcio, nos levando até um homem chamado Ninrode (Gênesis 10:8 a 12). 
Ninrode = "ele se rebelou" ou "rebelião" 

Ninrode significa “ele se rebelou" ou "rebelião" ou "Nós nos rebelaremos”. De fato, Ninrode era a personificação da rebeldia. Embora a Bíblia diga que ele era um poderoso caçador diante do Senhor, apontava apenas para a sua profissão. O fato de dizer que ele foi o primeiro poderoso na Terra indica que foi o primeiro homem a exercer influência sobre os outros homens. 
 Saiba mais sobre Ninrode

Mas o que havia de comum nas festas?
O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa tradição mesopotâmica.


As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
Escultura Saturnalia de Ernesto Biondi,
localizada no Jardim Botânico de Buenos Aires.
Havia ainda em Roma, além das festas de Saturnálias, as Lupercálias.

A festa da Lupercalia simbolizava a purificação que devia acontecer em Roma em todo o final de ano (que começava em Março). Acredita-se que essa cerimonia,caracterizada pela licenciosidade, servia para espantar os maus espíritos e para purificar a cidade, assim como para liberar a saúde e a fertilidade às pessoas açoitadas pelos lupercos.
Como descrito nos parágrafos anteriores, Saturnália ocorria no solstício de inverno, em dezembro, e as Lupercálias, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças.

Mas tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos as festas. Nesta concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio.

A Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século VIII, com a criação da quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa.

Ilustração medieval simbolizando um carnaval do período
Ilustração medieval simbolizando um carnaval do período
Durante os carnavais medievais por volta do século XI, no período fértil para a agricultura,homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites. O carnaval era basicamente uma festa de rapazes jovens. Vestidos de mulher percorriam em grupos os sombrios campos, nas noites de lua cheia, com o rosto enegrecido de fuligem ou sob panos. Alguns usavam as roupas pelo avesso ou um simples saco grosseiro sobre o corpo. Acessórios comuns eram focinhos de porco e capuzes de pele de coelho. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os “beijos” das jovens das casas.

No oeste da França, também havia as festas com excessos de violência e obscenidade, porém com fortes tentativas de controle por parte da “igreja”, por exemplo, havia o jogo de soule –longínquo ancestral do rúgbi –, em que todos os golpes eram permitidos. Assim, as partidas da “terça-feira gorda” acabavam sempre em batalhas desordenadas.

Nos países germânicos, a vigilância foi muito mais rigorosa do que na França, em particular em Nurembergue. A partir do fim do século XIV, a duração do carnaval passou a se limitar aos três dias anteriores à quaresma, quando em outras localidades a festa tendia sempre a ocupar mais espaço no calendário.

A festa dos germânicos também foi contida na forma. Os desfiles foram regulamentados, e as fantasias, proibidas, com severas punições aos desobedientes. Em compensação, nasceu uma atração que duraria até a Renascença, apesar da oposição dos luteranos a partir do século XVI: as rápidas representações teatrais de rua. Os espetáculos eram feitos por personagens fantasiados e competiam em obscenidade.

Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi.
Quadro de Johannes Lingelbach (1622-1674), Carnaval em Roma, exemplo de um carnaval da Commedia Dell'arte
Quadro de Johannes Lingelbach (1622-1674), Carnaval em Roma, 
exemplo de um carnaval da Commedia Dell'arte
Em Roma e Veneza, os festejos celebravam vitórias políticas do passado e outros feitos históricos. Usava-se a bauta veneziana – uma capa de renda com capuz de seda negra, que enquadrava o rosto e cobria os ombros. Os acessórios eram um chapéu de três pontas e uma máscara branca. A fantasia permitia a abolição temporária de diferenças sociais e, em alguns casos, o prazer de uma perversão à sombra do anonimato.

O carnaval em Veneza começava em 26 de dezembro, com bailes nas grandes praças da cidade. Prosseguia com festas, jogos, representações teatrais e outros espetáculos até a terça-feira gorda. Varrido com a República nas guerras napoleônicas do século XVIII, o carnaval de Veneza só foi efetivamente retomado na década de 70 do século XX.

No Novo Mundo, o carnaval chegou junto com a bagagem dos navegadores e exploradores, a partir do século XVI. Floresceu no Caribe, na América Latina e no Brasil.

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus, marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados e passaram a fazer parte da festa “cultural” carnavalesca brasileira.

MardiGrasPaull1897Cover.jpgO Carnaval (como o conhecemos hoje) tem a duração de três dias que vão do Domingo Gordo à Terça-feira Gorda (Terça-Feira Gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras).

O termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.

A quarta-feira seguinte, conhecida por Quarta-feira de Cinzas (reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida) ou Entrudo (do latim “introitus” que significa entrada), simboliza a entrada no período da Quaresma, que antecede a Páscoa.

"Em outras palavras, em três dias o cidadão faz tudo o que desagrada a Deus e, quando chega no quarto dia, recebe um sinal da cruz 'de cinzas' na testa e está tudo perdoado. Agora é só aguardar o próximo Carnaval! Que hipocrisia!"

Fontes: Wikipédia; passadocurioso-Curiosidades da Historia; calendarr.com/Brasil; canal da graça.com; Historia Viva -Carnaval reportagem de Véronique Dumas-edição 64 Fevereiro 2009; BrasilEscola./carnaval.


Ismael Brito
http://aquieuaprendi.blogspot.com.br/2014/03/carnaval-festa-paga.html

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Linhas Teológicas

“… antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós”. (I Pe 3.15)
Vivemos em um momento de grande marasmo teológico, onde ideologias e novas concepções surgem a cada momento atacando e afrontando as maneiras tradicionais de se crer no divino. Diante dessa conjuntura é preciso que sejamos objetivos quando somos abordados acerca da razão de nossa esperança cristã; por que cremos assim? Qual a nossa concepção de Deus? Qual a cosmovisão em que estamos estribados? Enfim, qual é a definição teológica dos evangélicos em contraste com as demais, pois se soubermos distinguir desse marasmo o que realmente acreditamos teremos como levar avante o verdadeiro evangelho de Jesus.
Por isso exporemos abaixo algumas das mais expressivas linhas de pensamentos teológicos.

Linhas Teológicas

Teologia Católica Romana:
A Teologia Católica está estribada em um tripé – A Bíblia, incluindo os apócrifos; A Tradição e o ensino dos Pais da Igreja e a autoridade Papal, ex cathedra, onde o Papa decide questões doutrinárias e morais. Com esse tripé teológico a Igreja Católica concatenou novas doutrinas, sem criar constrangimentos por tais doutrinas estarem além ou aquém da Bíblia. A Bíblia tem um papel secundário em detrimento da própria Igreja que é superior a qualquer outra fonte de autoridade eclesiástica. Essa conjuntura ideológica da cosmovisão teológica gerou os sete sacramentos: batismo, crisma ou confirmação, penitência, eucaristia ou missa, matrimônio, unção de enfermos ou extrema-unção e santas ordens. Segundo o catecismo de 1994, “a Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliança são necessários à salvação.” Os sete sacramentos são nada menos que uma séria de boas obras que os católicos crêem que precisam fazer para alcançar a salvação. (A deterioração da doutrina católica iniciou-se por volta de século IV).

Teologia Natural

A Teologia Natural Baseia-se somente na razão em detrimento da fé e a iluminação do Espírito Santo e seu mover. Os atributos de Deus são aqueles comuns a todos os indivíduos, ou seja, criação, raciocínio lógico, etc… O conhecimento de Deus é obtido pelo relacionamento com o universo por meio da reflexão racional, sem se voltar a vaticínios e meios sobrenaturais.

Teologia Luterana

Sola Escriptura – Somente a Bíblia, Sola Gratia – Somente a Graça e Sola Fide – Somente a Fé formam o fundamento da Teologia Luterana. A Bíblia é a bandeira pela qual o exército de Cristo deve marchar, Ela não fala apenas de Deus, mas é a própria Palavra de Deus. O centro das escrituras é o Cristo revelado a humanidade. Na questão salvífica o indivíduo em nada contribui, sendo destituído do livre-arbítrio, Deus é a causa eficiente da obra redentora. (Século XVI)

Teologia Anabatista

A Teologia Anabatista preconizou o batismo somente para adultos, testificando assim o rompimento do cristão em relação ao mundo e o seu comprometimento em obedecer a Jesus Cristo. Opunham-se ao controle da religião pelo o estado e nutriam um enorme zelo missionário. Devido a maneira pragmática como viam a vida não deram ênfase aos estudos teológicos sistemáticos.

Teologia Reformada

Como na Teologia Luterana, a Teologia Reformada tem como principal bandeira “sola scriptura”. A Bíblia é a Palavra de Deus e isenta de erros. Deus é soberano sobre todas as coisas, tudo está sob o domínio de Deus, como criador e soberano de universo Ele não pode ser limitado por nada. Deus predestinou um certo número de criaturas caídas para serem reconciliadas com Ele mesmo. A salvação pode ser resumida nos cinco pontos do Calvinismo: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irreversível e Perseverança dos Santos. (adaptado, 01)

Teologia Arminiana

A Teologia Arminiana divergiu do calvinismo, argumentando que os benefícios da graça são oferecidos a todos, em oposição ao princípio calvinista da condenação predestinada. A ênfase desta Teologia gira em torno da presciência divina, da responsabilidade e livre arbítrio do indivíduo e do poder da Graça capacitadora de Deus.

Teologia Wesleyana

A Teologia Wesleyana era praticamente de cunho arminiana, embora a principal doutrina destacada por Wesley fosse a da justificação pela fé através de uma experiência súbita de conversão. Também se destacava a doutrina da perfeição cristã ou do perfeito amor, segundo a qual era possível a perfeição cristã absoluta ainda nesta vida… Wesley deixou claro que não propunha a perfeição sem pecado nem a perfeição infalível, mas, antes, a possibilidade da santidade no coração (03).

Teologia Liberal

A Teologia Liberal é recheada por convicções contemporâneas de novas ideologias filosóficas e culturais. A humanidade não é pecadora e nem caída por natureza, não precisa de uma conversão pessoal, apenas o aperfeiçoamento sociológico. Jesus não sofreu vicariamente na cruz, ele não é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, nem Deus, mas simplesmente um representante de Deus, um modelo a ser seguido. A Teologia Liberal segue a visão unitária da pessoa de Deus, Jesus estava cheio de Deus, mas nunca foi Deus. O Espírito Santo é simplesmente a atividade de Deus no Mundo. Os registros bíblicos são falíveis.

Teologia Existencial

Os teólogos existenciais explicam tudo o que é sobrenatural como sendo um mito. Deus atua no mundo como se não existisse, e não se pode conhecê-lo de nenhum modo objetivo. A Trindade, os milagres de Jesus Cristo e sua historicidade, o Velho e o Novo Testamento, as atuações do Espírito Santo, tudo isso, não passam de mitologia religiosa, sendo que pouco se aproveita como conteúdo histórico fidedigno. Encontrar o nosso verdadeiro eu e desmistificar a Bíblia é a maneira pela qual a humanidade poderá ser salva.

Teologia Neo-Ortodoxa

Essa teologia foi uma reação contra a concepção liberal implantada no final do século XIX e houve a tentativa de preservar a essência da teologia da Reforma ao mesmo tempo em que se adaptava a questões contemporâneas. Deus não pode ser conhecido por doutrinas objetivas, mas por meio de uma experiência de revelação. O Cristo importante é aquele experimentado pelo indivíduo, o Cristo bíblico não teve um nascimento virginal. A Bíblia apenas contém a Palavra de Deus, sendo humana e falível. O relato da criação não passa de um mito. Não existe nenhum pecado herdado de Adão, o homem peca por concepção, e não por causa da sua natureza. O inferno e o castigo eterno não são realidades. (adaptado, 01)

Teologia da libertação

A experiência cotidiana das comunidades cristãs latino-americanas que combatem as injustiças econômicas, sociais, culturais e políticas, está na origem da chamada teologia da libertação. A teologia da libertação constitui uma nova interpretação da mensagem evangélica, à luz da injustiça social. Apesar do nome, não é propriamente uma teologia, no sentido de reflexão sobre Deus. Suas raízes podem ser encontradas no movimento denominado teologia política, surgido na Europa na década de 1970, depois que o Concílio Vaticano II (1962-1965), examinou o problema das relações entre a igreja e o mundo moderno. A característica mais inovadora do movimento foi encarar os problemas políticos como base para a interpretação dos textos bíblicos… A mensagem de salvação é interpretada à luz das mazelas sociais de que o homem precisa ser libertado. Ao narrar a libertação dos hebreus do cativeiro no Egito e sua marcha para a Terra Prometida, o Êxodo é a imagem bíblica da mensagem da salvação, e a história sagrada não é algo distinto da história da humanidade ou superposto a ela, mas sim a intervenção de Deus. Um outro elemento importante da teologia da libertação é o método de análise marxista (02).

Conclusão

Mas enfim qual é a concepção teológica dos Evangélicos? A Soberania de Deus, Ele está acima da sua criação e de tudo o que há, não é limitado por nada. A Bíblia é a única fonte de autoridade, inerrante, verdadeira, ela não contém mas é a Palavra de Deus (II Tm. 3:16). Jesus Cristo é o centro das Escrituras; a sua pessoa e obra, principalmente sua obra vicária, são o fundamento de nossa fé cristã e da mensagem da salvação (Jo. 5:39). O Espírito Santo é uma pessoa, que atua por intermédio da Palavra de Deus convencendo o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16:8). A salvação é somente pela graça mediante a fé (Ef. 2:8-9), a fonte da salvação é a graça de Deus manifestada pela obra de Cristo, o fundamento da salvação. A concepção trinitariana é a única maneira de compreender o Deus revelado na Bíblia (Mt. 28:19; II Co. 13:13). O batismo é simbólico, para quem já tem consciência do que é pecado, mostrando a decisão de se separar do mundo em compromisso para com o Senhor Jesus (Cl. 2:12). A Igreja é o corpo de Cristo na terra, composta pelos filhos de Deus (I Co. 12:27; Ef.4:15.16). O cristão deve sempre procurar a santificação em sua vida diária (I Ts. 4:3). A Santa Ceia é em memória da obra de Cristo (I Co. 11:24) e todos os batizados devem participar da mesma (Mc. 16:16; Jo. 6:54).
Em linhas gerais, o que concluímos no fim desse estudo comparativo é a teologia professada pelos protestantes evangélicos atuais.

Fontes de Pesquisas:
(01) H. W. House, “Teologia Cristã Em Quadros”, Editora Vida, 2000, São Paulo – SP.
(02) Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda – CD ROM.
(03) E. E. Cainrs, “O Cristianismo Através dos Séculos”, Editora Vida Nova, 1988, São Paulo – SP.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A Capa Babilônica de Acã

Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro, do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata por baixo dela. JOSUÉ 7:21

Há uma guerra que transcende o literal, e adentra no mundo espiritual da carne contra (cobiça) o Espírito.

Esta guerra só é vencida de batalhas em batalhas; pois a luta maior em todos os sentidos é travada nos campos da vontade da alma.

Os deleites que nos prendiam dantes ao mundo ecoam solenes nas passarelas dos olhos para satisfazer o "EU SOU EU" em declínio do ELE É e vive em mim.

Não conseguimos nos libertar dos DESPOJOS DESTA GUERRA, pois os escondemos na TENDA DO NOSSO CORAÇÃO, como se o Pai amado, querido e Santo não visse.

AS CAPAS BABILÔNICAS coloridas dos Acã's, OS VALORES DESTE SÉCULO nas duzentas moedas de prata, são como CUNHAS DE OURO para nos separar de um só corpo (igreja) do nosso amado Mestre, o Senhor e Salvador Jesus Cristo.

As maldições (anátemas) atreladas a estas infortunas CONDIÇÕES BÍBLICAS nos levarão a não só a lapidação (apedrejamento, juízo) como também ao abismo da alma (condenação divina).

Refutamos A PALAVRA COMO ELA É, como se fosse "SÓ" uma mera colocação para o Acã da tribo de Judá (tribo, família do Senhor Jesus), nos tempos de Josué.

Esquecemos que o testemunho e o exemplo dela ultrapassam os séculos e aportam nos ACÃ'S da vez em todos os tempos das nossas vidas, COMO FAMÍLIAS DO SENHOR JESUS CRISTO.

A CAPA DE ACÃ

Os despojos locupletados por Acã, provavelmente fossem do vencido rei de Jericó (?); onde a capa residia como ostentação de grandeza colorida da IDOLÁTRICA BABILÔNIA (Apoc. 17).

Hoje, quantas CAPAS BABILÔNICAS COLORIDAS: vermelhas e brancas; pretas, azuis e brancas; vermelhas, pretas e brancas, (...), não usamos para ostentarmos as grandezas idolátricas da Babilônia?

E ou até mesmo não usamos em público esta capa PORQUE ELA ESTÁ ESCONDIDA NA TENDA DO NOSSO CORAÇÃO, junto com os valores de prata, como cunhas de ouro para nos separarmos do Senhor?

Saímos do Egito (mundo) que nos prendia, mas ainda ansiamos pelos temperos dele (cebolas); porquanto ainda carregamos TAMBÉM EM NOSSO CORAÇÃO a pintura nas cores dele.

Passando o Jordão (batismo), tomando Jericó, levaríamos conosco as capas e os valores dela para a Jerusalém celestial?

Os despojos deste mundo são para serem queimados, purificados pelo FOGO SANTO em nossas vidas.

Porque, até hoje NINGUÉM DO POVO SANTO FOI VENCEDOR usando os valores deste mundo, e as capas de Acã.

OS DESPOJOS DESTE MUNDO

Desfilam na passarela da vaidade como se fossem valores essências para uma vida terrena, mas infelizmente letais para uma vida com o Senhor Jesus Cristo através de SUA PALAVRA.

O rei Saul NÃO OBEDECEU A DEUS, e trouxe os despojos de guerra para SUA TENDA (reino), e foi rejeitado por ELE para que não fosse mais rei, pois OBEDECER A SUA PALAVRA É MELHOR DO QUE SACRIFICAR (I Samuel 15:22).

Quais são os valores deste mundo como duzentas moedas de prata QUE NOS ENGODAM O CORAÇÃO, onde só bastariam TRINTA MOEDAS DE PRATA para como Judas trair o Salvador e Senhor Jesus Cristo?

Presbítero Luiz Oliveira
http://sermoeseesbocos.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Vasos Quebrados

“Desci, pois, à casa do oleiro, e eis que ele estava ocupado com a sua obra sobre as rodas. Como o vaso, que ele fazia de barro, se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer. Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel”? (Jr.18.3-6).

Algumas vezes, ouvimos mensagens extremamente positivas que nos ensinam que tudo vai dar certo para nós, e que vamos crescer, prosperar, experimentar vida abundante, etc. Depois, a realidade cotidiana pode trazer decepções por não parecer coerente com toda a expectativa criada.

A mensagem pode ter sido correta ao falar dos resultados, mas incompleta por desconsiderar os meios, os caminhos, e o tempo de Deus. Pode também ter sido exagerada quanto ao cenário idealizado, principalmente se teve ênfase materialista.

A verdade é que Deus tem um tratamento específico, muitas vezes árduo, para cada um de nós e, enquanto um irmão está próximo de sair desse processo, o outro está apenas começando. Portanto, mensagens que generalizam correm sério risco de serem incorretas.

Assim como um apelo para a salvação pode não se aplicar a todos os presentes numa reunião, pois muitos ali já se entregaram a Cristo, o mesmo ocorre com outros tipos de mensagens, principalmente no que tange ao alcance imediato dos resultados propostos, e estamos considerando agora apenas as que têm fundamento bíblico e resultam da correta interpretação das Escrituras.

Muitas vezes, passamos por sofrimentos nesta vida, ainda que não os tenhamos causado, mas por permissão de Deus para que se realizem em nós os seus soberanos propósitos.

Somos como vasos de barro que se quebram, mesmo estando nas mãos dooleiro (Jr.18). Tal acontecimento nos deixa perplexos e questionamos: “Se soufilho de Deus, se minha vida está em suas mãos, por quê ele permite que estas coisas aconteçam”?

Deus permite dificuldades, ou mesmo fracassos, para nos quebrarem até percebermos que não somos coisa alguma por nossa própria capacidade, inteligência, merecimento ou posse.

Mesmo tendo sido moldados pelo Senhor, ainda precisamos ser quebrados ereconstruídos para que tenhamos consciência clara da nossa condição de pó e da nossa total dependência do Pai.

Algumas pessoas quebram-se por seus próprios erros. Outras são quebradas pelos homens, por Satanás ou até mesmo por Deus (Salmo 2.9; Pv.29.1; Jr.48.38; Ap.2.27).

Muitos já foram quebrados, mas seus pedaços ainda estão muito grandes. O orgulho ainda prevalece. Mesmo estando em dificuldades, não são capazes de pedir ajuda ou conselho. Então, serão quebrados novamente.

“E ele o quebrará como se quebra o vaso do oleiro, despedaçando-o por completo, de modo que não se achará entre os seus pedaços um caco que sirva para tomar fogo da lareira, ou tirar água da poça” (Is.30.14).

Exemplos bíblicos

Jacó era enganador e usou sua esperteza contra o irmão Esaú e o pai Isaque. Depois de ter sido abençoado pelo pai, ao contrário do que se poderia esperar, começou a ser quebrado por Deus. Certamente, a bênção viria, mas não imediatamente, não antes que o seu caráter fosse transformado pelas mãos dooleiro através de várias experiências dolorosas. Perdeu o convívio familiar, nunca mais viu os pais, foi enganado no casamento, explorado pelo sogro no trabalho, mas aprendeu, afinal, que precisava e dependia de uma aliança comDeus.

Em Êxodo 2.11 encontramos Moisés no auge de sua glória humana: com status de príncipe, jovem, forte e irado. Considerando-se superior, matou um egípcio. Ele precisava ser quebrado. Seu tratamento foi tão rigoroso que, 40 anos depois, não acreditava que poderia libertar o povo de Israel. Em Êxodo 3.11, encontramos um Moisés moído, mas Deus começava a reconstruí-lo. Por tudo isso, ele veio a tornar-se o homem mais manso da terra: resultado da obra de Deus em sua vida (Nm.12.3).

Outro exemplo clássico é Jó. Ele foi quebrado e moído até o pó (Jó 9.17; 16.12; 19.2). Naquele árduo processo, todos os seus conceitos de justiça própria foram destruídos.

A história de Nabucodonozor nos mostra a ação de Deus contra a soberba do homem. Aquele rei foi retirado do seu trono e do convívio humano, passando a comer a relva com os animais durante algum tempo (Dn.4.25).

No início de Atos 9, Paulo encontrava-se no auge do seu poder político e religioso. Então, encontrou-se com Jesus e foi quebrado. Foi humilhado e ficou cego. Paulo foi esvaziado de si mesmo. Muito tempo depois, estava pronto para afirmar: “Não sou eu quem vivo, mas Cristo vive em mim” (Gal.2.20). “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co.3.5).

Somos quebrados para que somente Cristo seja exaltado.

A quebra pode incluir perdas, humilhações e a desconstrução de uma imagem pessoal que esteja acima do propósito de Deus (Dt.8.2-3). Quando reconhecemos que nada somos, aprendemos a reconhecer o que Cristo pode ser em nós. Muitos querem prosperar, no sentido de verem tudo dando certo, mas estão no tempo de serem quebrados. Portanto, isto pode gerar um grande conflito e decepção, a não ser que aprendam a compreender o momento em que se encontram. Queremos sair do Egito e entrar direto em Canaã, mas não é assim que as coisas de Deus funcionam. Ainda temos um deserto para atravessar e muitos de nós estão apenas entrando nele.

Queremos que Deus nos ajude na realização dos nossos planos, mas o mais importante e necessário é que o plano de Deus prospere. Precisamos viver a prosperidade da cruz, conforme escreveu o profeta Isaías.

“Todavia, foi da vontade do Senhor moê-lo, fazendo-o enfermar. Quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos” (Is.53.10).

O texto fala sobre Jesus, mas, se ele mesmo disse que os seus seguidores deveriam tomar suas cruzes, era porque, em alguma medida, haveríamos de experimentar algo semelhante.

Alguns fracassos são resultado do pecado, mas até esses, embora indesejáveis, podem ser usado por Deus para nos moldar. Alguns reveses da vida podem ser necessários, mas não representam o objetivo final de Deus para nós. Não se trata de destruição individual, mas de uma limpeza que precede a nova edificação.

As tribulações são comparadas ao fogo e têm papel purificador em nossas vidas. Tal afirmação pode ser questionada por alguns, pois pensam que todapurificação ocorre através do sangue de Jesus. Não é bem assim. O sangue de Jesus nos purifica dos pecados cometidos, mas o sofrimento nos ajuda a abandonar a prática pecaminosa. Portanto, nos purifica também,aperfeiçoando o nosso caráter, como disse o salmista:

“Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra!” (Salmo 119.67).

Vejamos o que escreveu Pedro:

“Ora pois, já que Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo pensamento; porque aquele que padeceu na carne já cessou do pecado” (IPd.4.1). O apóstolo escreveu para cristãos que estavam sofrendo. Ele estava tentando demonstrar que o sofrimento pode ter um efeito santificador, embora isto não signifique que alguém possa ser salvo pelo sofrimento.

Algumas pessoas precisam de um tratamento de choque contra determinados pecados que, somente assim, serão desarraigados. A idolatria de Israel foi extirpada pelo cativeiro babilônico. Nunca mais houve ídolos em Israel. A nação é hoje um ícone do monoteísmo no mundo.

A palavra de Oséias expressa a experiência daquele povo:

“Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará; fez a ferida, e no-la atará. Depois de dois dias nos ressuscitará: ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante dele.” (Os.6.1-2).

Aqueles que contendem com Deus e resistem ao trabalho do oleiro serão despedaçados de modo definitivo e irreparável (ISm.2.10; Jr.19.10-11; Pv.29.1), mas a vontade do Senhor é que não sejamos assim: rebeldes, inflexíveis e intratáveis.

Depois de sermos quebrados e reconstruídos, por mais que cresçamos, será mais difícil que a vaidade nos domine. Teremos superado muitos pecados e adquirido resistência para a jornada. Quem foi quebrado, não se ressente mais dos arranhões da vida. Depois do grande problema com Absalão (2Sm.15), Davi não revidou aos insultos de Simei (2Sm.16.7).

Depois do duro tratamento a que foram submetidos, muitos homens na bíblia foram restaurados, alcançando bênçãos maiores do que as anteriores. Jacó tornou-se Israel. Moisés libertou o povo de Deus. Jó recebeu o dobro do que antes possuía. Nabucodonozor, ao dar glória ao Deus do céu, recuperou o trono da Babilônia. Paulo foi usado poderosamente por Deus para levar o evangelho a vários lugares do Império Romano e escrever cartas que estabeleceriam a doutrina da igreja em todos os tempos.

Coloque sua vida nas mãos de Deus, o oleiro supremo, para que ele possa moldá-lo conforme a sua vontade.  Pr. Anísio Renato de Andrade