A
palavra campanha
tem sua origem no latim e no glossário de termos e expressões para uso no exército, quer dizer acampamento de tropas, campo de batalha,
combate, luta, lida, esforço para se conseguir alguma coisa. Deste último
significado é que surge a ideia de campanha. Na verdade quando se fala em
campanha, pensa-se no conjunto de esforços para informar pessoas, mudar
comportamentos e a partir disso, obter algum resultado. Pode-se definir
campanha, como um conjunto de operações (espirituais), relacionadas no tempo e
no espaço, visando a um determinado fim. Uma guerra contra as forças inimigas.
A cura e libertação, não virá das águas do
Rio Jordão, nem do pisar o sal grosso do Mar Morto, nem tão pouco por orações
realizadas no Monte Sinai ou em qualquer outro lugar do mundo; a libertação
virá pela fé em Cristo, Aquele que derramou o Seu sangue inocente na cruz do
Calvário, para todo aquele que Nele crer.
Quando se faz uma campanha na Igreja,
busca-se por um alvo usando um método, para se atingir um objetivo
específico, num tempo determinado.
Quais seriam esses métodos e meios
disponíveis (espirituais) para conseguir os objetivos específicos?
São as orações, as táticas e estratégias
espirituais, que planejam e conduzem as campanhas; são os métodos para guerrear
e se defender de um inimigo em batalha.
Existem
vários tipos de campanha: campanha do
agasalho; de vacinação; da família, de doação de órgãos, de sangue; do leite; da cesta
básica; de prevenção; do quilo; de arrecadação; campanha política; sobre
drogas, campanha nacional de solidariedade, campanha da fraternidade, campanha evangelística e por aí
vai... Nós, os cristãos evangélicos não podemos usar desses meios, para
alcançar uma graça, em nome de jesus?
Certa feita pedi em oração ao Senhor, uma
direção e uma orientação. Passados três dias, estava lendo um livro, e
encontrei a resposta desejada, sendo abençoado logo em seguida. Outra feita
busquei mais direção, e folheando um apócrifo, obtive novamente a resposta.
Alguém se atreve a dizer que não foi Deus quem me respondeu, só porque os livros
que estava lendo não faziam parte das Sagradas Escrituras? Deus fala como quer,
e da forma que quer. Vejo o céu, os campos, a noite, os pássaros, os animais, e
neles ouço Deus falar comigo e responder às minhas indagações.
Não posso direcionar Deus a responder
assim e assim. Seria muita pretensão! Outra questão: nem tudo o que Jesus
falou, está escrito nas Escrituras Sagradas. Nem mesmo o mundo inteiro seria
capaz de conter os livros que se pudesse escrever sobre a pessoa de Jesus e sua
obra.
Assim, dentre as campanhas, a Igreja pode
livremente usar da campanha de oração, espiritual. Todos sabem que a Igreja
precisa de uma forma, de um meio, de uma metodologia de ensino, discipulado, um
modo de trabalhar com o rebanho de Deus.
As pessoas que criticam as campanhas são dúbias, nem têm algo a acrescentar; pelo contrário, são pessoas
frustradas que só querem mostrar na viseira seu farisaísmo e seu sensacionalismo barato. Estão
completamente equivocadas. Deus sabe
perfeitamente a maneira que cada um recebe sua bênção.
Não se sabe qual foi a primeira igreja a
utilizar este método de campanha. Se alguém a utiliza como uma doutrina está
errado, porém se a usa como espaço para conhecer a Palavra de Deus, adorar e orar a Deus; direcionar os cristãos para algum alvo, um auxílio, uma bênção, não há motivo para
não participar.
Há muitas passagens na bíblia, onde o povo
de Deus faz campanhas para atingir um objetivo.
Josué fez uma campanha para a
conquista de um território, uma cidade chamada Jericó (Josué 6:3-27); Naamã, para
ser curado da lepra, recebeu um chamado do profeta Elizeu para se esforçar,
buscando atingir um fim determinado no rio Jordão, onde teve que mergulhar sete
vezes; Daniel e Ester fizeram uma campanha de jejum; Os apóstolos
aderiram a campanhas para receber as coletas (1 Cor. 16:1-4). Há muitos outros
exemplos. Até o próprio Deus trabalha com alvos, e nestes propósitos, com
tempos determinados. Há um tempo determinado para cada coisa. O mundo foi feito
em seis dias.
A campanha não precisa ser necessariamente
de sete dias, mas de quanto tempo necessitar, porém com uma data pré-definida
para seu término. Se alguém propõe sete dias, ou vinte e um, ou quarenta, erra
o alvo; pois aí a igreja seria dominada por números, algo cabalístico que
denota um misticismo dentro deste método.
Como
as pessoas dirigem as campanhas, erroneamente:
Algumas pessoas fazem críticas às
campanhas nas Igrejas, sob pretextos mais pobres e sem conhecimento.
O
que não é campanha:
A campanha não é doutrina bíblica;
Não é uma reprodução de
"novenas" da igreja católica;
Não é passar o envelope para o povo fazer
uma barganha com Deus;
Não é uma fórmula mágica, onde os
problemas serão resolvidos e os desejos atendidos;
Não é meio para se alcançar o céu; (Jesus
é o Caminho);
Não é meio de salvação; (Jesus é o
Salvador);
Não é meio para se alcançar prosperidade;
Não é meio para se adquirir vida eterna (É
Jesus quem a dá, gratuitamente);
Não é baú de realização de promessas
fantasiosas e mirabolantes;
Não é meio para se santificar ou crescer
espiritualmente;
Não é um ritual para se aproximar mais de
Deus;
Não é um meio para determinar bênção e
rejeitar provações;
Quando se diz que a campanha de
determinada Igreja é a mais forte, onde tudo se cumpre, é garantida, não tem
como dar errado e não acontece nada e nada se cumpre, neste caso, o método da
campanha é falho e as pessoas saem decepcionadas e ludibriadas.
Outros “pilantras”, se utilizam até mesmo
de apetrechos mundanos (campanha da rosa, do sabão, do sal grosso); falam em
trazer a pessoa amada em sete dias, além de distribuírem objetos idolátricos,
tais como arcas, martelos, anjos, medalhões, selos, lenços e muitos outros sob
o pretexto de que tais objetos trazem proteção ou riqueza. Foge destes,
pois são idólatras e lobos vorazes!
Faz-se a campanha usando de um método, e nunca
como se fosse uma doutrina a ser obedecida cegamente.
Serve para levar à oração, à consagração, à
perseverança. Tudo isto com o auxílio do Espírito Santo que intercede por nós
com gemidos inexprimíveis. Como diz Jesus: “Sem Mim, nada podeis fazer”.
Nem todas as igrejas usam deste método,
porém as que utilizam, devem se ater naquilo que visa o sentido da campanha e
não como uma certeza de que Deus só age por este meio.
A campanha é um auxílio. É uma forma de
testemunhar a Deus que estamos determinados a atingir um alvo. Não é a campanha
que faz o milagre, é Deus! Porém se fizer um voto a Deus usando este meio, não
tarde em cumpri-lo (Ecl. 5:4-5).
Esta é a campanha do verdadeiro adorador
do Pai: orar sem cessar, em todo tempo, em todo lugar, com mãos santas, sem ira
e sem contenda.
Evangelista Maurício
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