sábado, 16 de julho de 2011

Andar com Deus

É uma necessidade de todo o ser humano devido à grande carência de segurança, proteção, sustento e conforto. Assim como a criança sente-se segura andando ao lado de seu pai, nós também nos sentimos quando andamos com Deus.
Este tipo de andar significa: concordar, comungar, harmonizar, combinar, compartilhar, estar em sintonia.
Para andar com Deus é preciso estar de acordo com Ele.
A Bíblia diz que Enoque andou com Deus e o resultado foi surpreendente, ele foi levado para o céu sem passar pela morte (Gn. 6:24). Todos que andaram com Deus experimentaram sua gloriosa presença e a sua incomparável força, provaram sua fidelidade, sua santidade e o tamanho do seu amor, alguns chegaram até a ter certa intimidade com Ele como Abraão (Gn. 18:17), Moisés (Ex. 32: 11-14).
Como podemos andar com Deus? Veja algumas condições.
Andar com Deus significa:
I- Andar segundo o Espírito, e não segundo a carne (Rm 8.4)
Paulo descreve duas classes de pessoas: as que vivem segundo a carne e as que vivem segundo o Espírito.
Viver "segundo a carne" ("carne", aqui, é o elemento pecaminoso da natureza humana) é desejar e satisfazer os desejos corrompidos da natureza humana pecaminosa; ter prazer e ocupar-se com eles. Trata-se não somente da fornicação, do adultério, do ódio, da ambição egoísta, de crises de raiva, etc. (ver Gl 5.19-21), mas também da obscenidade, de ser viciado em pornografia e em drogas, do prazer mental e emocional em cenas de sexo, em peças teatrais, livros, vídeo, cinema e assim por diante.
É impossível obedecer à carne e ao Espírito ao mesmo tempo (vv. 7,8; Gl 5.17,18). Se alguém deixa de resistir, pelo poder do Espírito Santo, a seus desejos pecaminosos e, pelo contrário, passa a viver segundo a carne (v.13), torna-se inimigo de Deus (8.7; Tg 4.4), e a morte espiritual e eterna o aguarda (v.13). Aqueles cujo amor e solicitude estão prioritariamente fixados nas coisas de Deus, podem esperar a vida eterna e a comunhão com Ele (vv. 10,11,15,16).
II- Andar em caridade (Ef 5.2)
O amor fraterno deve ser alimentado e torna-se um fonte certa de serviço alegre.
Responsabilidade de uns pelos outros (Gn 4.9) - Nós somos responsáveis pela maneira como tratamos os nossos irmãos e irmãs.
O Amor aceita os que falharam contra nós (Gn 45.4) - Deus espera que demonstremos um amor perdoador e expressivo àqueles que falharam contra nós.
Amor cristão desinteressado em relação aos estranhos (Lv 19.34) - Lembre-se do quanto a rejeição fere e nunca a pratique. Trate os outros com amor.
Para aproximar-se de Deus, é necessário amar o próximo (Sl 15.3) “Permanecer” na presença de Deus, falar gentilmente e nunca fazer fofoca ou desacreditar o seu próximo.
Perdoado: Perdoe! (Sl 86.5) - Deus deseja que exerçamos misericórdia de forma abundante, assim como a recebemos abundantemente.
Ame os inimigos - Mt 5.44 - Jesus nos exorta claramente a amarmos aqueles que demonstram animosidade em relação a nós.
Deus ama o homem incondicionalmente- Lc 6.31-35 - Através da transformação pelo amor de Deus, nós somos capacitados a amar sinceramente aqueles que aparentemente não merecem amor.
O amor tem espírito de servo - Jo 12.26 - O amor desprende-se do status social e aceita um lugar mais simples entre aqueles a quem servimos.
Amar o teu próximo 
A parábola do bom samaritano (Lucas 10:30-37) é um dos mais conhecidos ensinamentos de Jesus.
A história apresenta quatro conjuntos de personagens:
O homem que foi roubado, espancado e deixado como morto. Quase nada sabemos sobre este homem, exceto que estava viajando de Jerusalém para Jericó. Não sabemos sua classe social, seu caráter, nem mesmo sua raça. Não sabemos se ele tinha feito alguma coisa para merecer estes ferimentos.
Não faz diferença: O amor ao próximo responde à necessidade, não à identidade da pessoa.
Os assaltantes. Eles se aproveitaram de sua vítima, tomaram o que puderam, e se desfizeram dela. Muitos hoje em dia olham para os outros do mesmo modo que os ladrões. Procuram ganhar o que podem de alguém e depois não se preocupam mais com ele.
Um sacerdote e um levita que estavam viajando pela estrada. Eles viram o homem ferido e se desviaram, passando pelo outro lado. A despeito da posição religiosa deles, evidentemente encontraram alguma desculpa para não ajudar.
O samaritano. Um judeu poderia ter esperado que o samaritano tivesse sido o vilão da história. Mas Jesus mostrou que alguns dos desprezados samaritanos eram mais justos até mesmo que sacerdotes e levitas.
III- Andar em Santidade (Hb 12-14)
Ser santo é estar separado do pecado e consagrado a Deus. É ficar perto de Deus, ser semelhante a Ele, e, de todo o coração, buscar sua presença, sua justiça e a sua comunhão. Acima de todas as coisas, a santidade é a prioridade de Deus para os seus seguidores (Ef 4.21-24).
(1) A santidade foi o propósito de Deus para seu povo quando Ele planejou sua salvação em Cristo (Ef 1.4).
(2) A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele veio a esta terra (Mt 1.21; 1 Co 1.2,30).
(3) A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele se entregou por eles na cruz (Ef 5.25-27).
(4) A santidade é o propósito de Deus, ao fazer de nós novas criaturas e nos conceder o Espírito Santo (Rm 8.2-15; Gl 5.16-25, Ef 2.10).
 (5) Sem santidade, ninguém poderá ser útil a Deus (2 Tm 2.20,21).
(6) Sem santidade, ninguém terá intimidade nem comunhão com Deus (Sl 15.1,2).
(7) Sem santidade, ninguém verá o Senhor (Hb 12:14; Mt 5.8)
Deus Quer um Povo Santo
Desde a criação, Deus quis um povo santo. Ele desejou uma comunhão especial com os homens que fossem capazes de andar com ele e falar com ele numa união especial. Mas a própria natureza de Deus estabelece limites para tal associação. Seu caráter santo não pode permitir ser contaminado pelo pecado e pela corrupção. Os homens só podem estar na sua presença se forem puros.
Adão e Eva andavam no mesmo jardim que Deus, e falavam com Ele. Mas logo pecaram e perderam esta convivência especial. Foram expulsos do jardim do Éden, separados de Deus, o que foi a morte espiritual que Deus havia prometido como conseqüência do pecado (Gênesis 2:17; 3:23-24). Povo sem santidade não podia permanecer na presença do santo Deus.
Depois que gerações de pecadores morreram num mundo corrompido, Deus escolheu os descendentes de Abraão para serem um povo santo. Ele os separou da má influência dos senhores egípcios e preparou uma terra onde poderiam habitar livres da corrupção dos povos idólatras. Ele até mesmo lhes deu uma lei especial, que ressaltava a distinção entre o puro e o impuro. Deus explicou a necessidade da pureza deles quando lhes deu essa lei:
"Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo. . . Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo" (Levítico 11:44-45).
Os aspectos da santificação são:
- santificação posicional, isto acontece no momento em que a pessoa crê em Cristo (Hb 10.10,14; Jd 1; Ef 4.24);
- santificação experimental, isto é um processo diário, o crente procura a santificação no seu dia a dia (Rm 12.1,2);
- santificação final, isso acontecerá na segunda vinda de Cristo, por meio do arrebatamento, quando finalmente atingiremos o estágio final (Rm 8.29; Ef 5.25-27; 1Jo 3.1-3).
Alguns elementos na santificação:
- é uma realização exclusivamente divina, realizado por meio de Cristo e através do Espírito Santo (Ez 37.28; 1Ts 2.23;
Jd 1; Hb 2.11; 13.12; Rm 15.16; 1Co 6.11; 1Ts 4.8);
- o crente é separado para Deus e para o Seu serviço (Gl 4.3; 1Co 6.17);
- Cristo é o nosso maior exemplo de santidade, porquanto Ele é a nossa santificação (1Co 1.30);
- o crente é conduzido à mortificação da natureza pecaminosa por meio da santificação (1Ts 4.3);
- é dito que sem santidade ninguém verá a Deus (Rm 6.22; Ef 5.7-9; Hb 12.14);
- a santificação torna a oferta dos santos aceitável a Deus (Rm 15.16);
- é da vontade Deus que os crentes sejam santos (1Ts 4.13);
- os ministros de Deus são separados para o serviço divino por meio da santificação (Jr 1.5).
- o alvo da santificação é a perfeição de Deus (Mt 5.48).
IV – Andar em humildade (Mq6.8)
Humildade: Fundamental para nossa comunhão com Deus
Quando Jesus pregou o sermão que define o caráter do verdadeiro discípulo, suas palavras iniciais foram diretas ao coração: "Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mateus 5:3).
Ele continuou a pregar durante mais três capítulos, mas muitos ouvintes não o ouviram porque nunca passaram da linha de partida. Mesmo hoje, a maior parte da mensagem do evangelho cai em ouvidos surdos de homens e mulheres arrogantes que não querem mesmo reconhecer a posição de Jesus como Senhor.
Mas Jesus não reduziu os padrões. Ele não abriu uma porta extra para entrarem os arrogantes ou os "quase" humildes. Ele manteve intacto o seu requisito fundamental porque ele reflete a exigência eterna de Deus. Deus nunca aceitou o homem cheio de orgulho que pensava fazer as coisas a seu próprio modo. Ao contrário de toda a sabedoria dos homens carnais, tendentes a adquirir poder e posição, Deus aceita exclusivamente os humildes.
Uma geração depois de Uzias, o profeta Miquéias pegou perfeitamente a idéia quando ele citou as palavras de Deus: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom e o que é que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Miquéias 6:8).
As Escrituras deixam perfeitamente claro que não há outra maneira de caminhar com Deus. Ou andamos humildemente com nosso Deus, ou não andamos de modo nenhum com Ele!
Jesus andou no meio de homens carnais e enfrentou tremendo desafio. Como poderia ele capturar seus corações para moldá -los como os servos humildes que o Pai quer? Não foi uma tarefa fácil. Ele falava freqüentemente de humildade, e mostrava em sua vida de serviço o que significa elevar os outros acima de nós mesmos.
Quem poderia exemplificar melhor a humildade voluntária do que o próprio Deus, que deixou sua habitação celestial para servir e mesmo morrer pelos homens pecadores? (Esta é a essência do apelo irresistível de Paulo em Filipenses 2:3-8).
Dois exemplos mostram claramente como Jesus ressaltava a humildade para seus apóstolos.
O primeiro está em Mateus 18:1-4. Os apóstolos freqüentemente disputavam entre si sobre a grandeza. Dois deles uma vez foram tão ousados a ponto de pedir que fossem colocados acima de seus colegas no reino. Jesus respondeu à atitude deles chamando uma criança. Enquanto estes homens crescidos olhavam, Jesus começou a pregar um sermão memorável: "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus" (Mateus 18:3-4).
O segundo exemplo, ainda mais tocante, é registrado em João 13:1-17. Quando se preparavam para partilhar a refeição da Páscoa, Jesus aproveitou o momento para ensinar uma lição necessária. Os apóstolos jamais esqueceriam esta noite, e Jesus não perdeu a oportunidade para ensinar. Ele tomou uma toalha e água e foi, de discípulo em discípulo, lavando seus pés. Isto era, por costume, serviço dos servos mais humildes, mas aqui o Criador do universo estava se humilhando diante de simples galileus.
Quando terminou, ele voltou-se para os apóstolos e perguntou? "Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas cousas, bem-aventurados sois se as praticardes" (João 13:12-17).
Não é de se admirar que outros homens inspirados falassem da importância da humildade.
Tiago disse: "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós... Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará" (Tiago 4:6-10).
Como a arrogância impede a salvação
Podemos tirar algumas conclusões claras e importantes do ensinamento da Bíblia, mostrando o porquê a falta de humildade impede a salvação. Considere como o orgulho é absolutamente oposto às qualidades e comportamentos que Deus quer que demonstremos.
• Sem humildade, não serviremos outros como deveríamos, porque aqueles que são arrogantes e egoístas querem ser servidos, e não servir.
• Sem humildade, não seremos seguidores. Os orgulhosos querem ser chefes e cobiçam a posição e a influência de outros. Este foi o problema que
• Arão e Miriã tiveram em Números 12, e o mesmo pecado que custou as vidas de quase 15.000 pessoas, em Números 16.
• Sem humildade não buscaremos realmente a verdade. O homem orgulhoso pensa que já conhece as respostas, e não quer depender de quem quer que seja, nem mesmo do próprio Deus. A arrogância também impede nosso entendimento da verdade. Se não queremos admitir a necessidade de mudança, ou não queremos aceitar o fato que alguma outra pessoa sabe mais do que nós, nosso orgulho será um bloqueio fatal para o estudo eficaz da Bíblia.
• Sem humildade, não reconheceremos nossos próprios defeitos. Somos até capazes de enganar nossos próprios corações para não vermos nosso próprio pecado. Saul fez isto quando defendeu sua desobediência na batalha contra os amalequitas. Ele argumentou que tinha obedecido o Senhor e que o povo tinha errado (1 Samuel 15:20-21). Deus não aceitou esta desculpa esfarrapada, e não aceita a nossa.
• Um outro problema relacionado com a arrogância é a dificuldade em aceitar a correção. Provérbios 15:31-33 mostra a conseqüência de tal orgulho: "Os ouvidos que atendem à repreensão salutar no meio dos sábios têm a sua morada. O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire entendimento. O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e a humildade precede a honra." Provérbios 12:1 é mais direto: "Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido."
• O outro lado deste problema é que a pessoa arrogante também não perdoa o erro dos outros. O orgulho é inerentemente egoísta, e nos torna facilmente ofendidos e lentos a perdoar. Isto cria uma tremenda barreira para a salvação. Jesus ensinou claramente que a pessoa que não perdoa não será perdoada por Deus (Mateus 6:12,14-15).
A última linha é muito clara. Se não aprendemos como ser humildes, não entraremos no céu. Deus rejeita os orgulhosos e exalta os humildes (Tiago 4:6,10).
Como desenvolver a humildade
Uma vez que a humildade é obviamente essencial à nossa salvação, deveremos estar preocupados em acrescentar esta qualidade a nossas vidas. Aqui estão umas poucas sugestões simples que nos ajudarão:
• Devemos procurar o melhor nos outros, e buscar servir os outros como Jesus fez (Romanos 12:10; Efésios 4:2-3; Filipenses 2:3-4).
• Não devemos pensar que somos importantes (Lucas 17:10). Cada um deve usar sua capacidade, porém não devemos pensar que somos melhores do que outros (Romanos 12:3-8).
• Não devemos esperar que outros nos humilhem. A chave da obediência é nossa humildade voluntária (Tiago 4:10), não a humilhação forçada.
• Sempre que estivermos tentados a pensar que somos grandes e importantes, devemos parar para contemplar a grandeza e a majestade de Deus. Comparados com o Criador e Sustentador do Universo, somos débeis e insignificantes. O Salmo 8, especialmente nos versículos 3, 4 e 10, nos faz descer ao nosso tamanho rapidamente!
"Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará" (Tiago 4:10).
Quanto mais concordarmos com Deus, mais perto dele estaremos, conseqüentemente, mais abençoados seremos e com toda a certeza nos sentiremos seguros em quaisquer circunstâncias podendo encarar de frente todos os problemas que nos alcançarem, "ainda que eu ande no vale da sombra da morte, não temerei mal algum porque tu estás comigo." - Sl. 23:4.

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