segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Providência Divina

Nós não cremos em um deus criador que fez este mundo e depois virou as costas para sua criação, entregando-a à sorte e ao destino. Não, O Deus das Escrituras é o Criador de tudo o que veio a existir e, ainda, mantém o controle absoluto sobre tudo. Este ato divino é denominado “providência de Deus”. Por providência de Deus entendemos o permanente exercício do poder divino, pelo qual o Criador preserva todas as suas criaturas, operando em tudo que se passa no mundo e dirigindo todas as coisas para o seu determinado fim. Esta providência Divina é refletida nos seus atos de preservação, governo e cooperação.
I – Preservação
O primeiro reflexo da providência Divina é a preservação. L. Berkhof a definiu como “ a obra contínua de Deus pela qual Ele mantém as coisas que criou, juntamente com as propriedades e poderes de que as dotou”. Isto quer dizer que Deus mantém a ordem e a existência da criação, conforme as leis que ele próprio impôs desde o princípio. Nada foge ao seu controle e à sua vontade. Deus não cria continuamente, mas preserva o que já criou, conforme as leis estabelecidas no ato da criação.
1 – Deus está sustentando e controlando ativamente todas as coisas criadas.
A terra, o mar e os céus são mantidos pela determinação e ação de Deus (Hb 1:3; Cl 1:17; At 17:28).
2 – Deus mantém a ordem da natureza nos reinos animal, vegetal e mineral
A provisão e o sustento para a vida terrena dependem da interferência divina (Mt 5:45; At 14:17; Sl 104:14).
3 – Deus preserva a vida dentro do seu propósito estabelecido
A essência e o tempo da vida estão submissos ao controle de Deus (Ne 9:6; Jó 34:14-15; Sl 104:29, 139:16).
O fato de saber que é Deus quem mantém o controle e a ordem de todo este vasto mundo e universo não poderia me levar a confiar e a entregar aos cuidados deste mesmo Deus a minha própria vida, bem como minhas necessidades e as de minha família?
II – Governo
O segundo reflexo da providência Divina é o governo. Governo é a “contínua atividade de Deus pela qual Ele rege as coisas a fim de garantir a realização do propósito divino”. Isto quer dizer que Deus tem um propósito estabelecido em tudo o que fez e faz no mundo, de maneira que conduz todas as coisas em direção aos seus divinos propósitos. A idéia de governo implica a execução ou cumprimento da sua vontade.
1 – Deus governa universalmente suas criaturas
Conforme a sua vontade, Deus opera no mundo e entre as pessoas, individualmente (Ef 1:1; Dn 4:35; 1 Sm 2:6-7; Pv 16:9; At 17:26).
2 – Deus domina universalmente com onipotência infalível
Não somente o indivíduo está sujeito à vontade de Deus, mas também as grandes nações! (Sl 47:9, 66:7; Dn 2:21; Is 10:5-6).
3 – Deus dirige universalmente com sabedoria e santidade
Os planos divinos são projetados e executados em favor do bem daqueles que O temem (Sl 103:17-19; Mt 10:29-31; Rm 8:28; Fp 2:13).
Dias instáveis, nos quais imperam as guerras, desemprego, preços altos, instabilidade financeira, violência ou problema familiares, tendem a gerar crises entre as pessoas. Existem momentos em que Deus permite que dificuldades venham sobre seus filhos. Job perdeu a família, fazenda, fortuna, fama, mas não perdeu a fé.
Há alguma coisa que tem me causado medo, desespero, ansiedade ou incredulidade? Até onde minha fé está amarrada a Deus ou às circunstâncias da vida?
III – cooperação
O terceiro reflexo da providência divina é a cooperação. Cooperação é a ação do poder divino aliado aos poderes subordinados, vistos nas leis estabelecidas na criação de todas as coisas. Ou seja, Deus pode tomar uma lei da natureza e direcioná-la para executar algum propósito.
1 – Deus ordena que as leis naturais se cumpram
As leis naturais (chuva, neve, vapor) são movidas por Deus (Sl 148:8; Jô 37:6-13, 38:22-30; Sl 135:6-7).
2 - Deus sustenta a vida dos animais no mundo
A própria cadeia alimentar natural é exercida mediante ação ordenada de Deus (Sl 104:7-29; Jó 38:39-41; Mt 6:26).
3 – Deus usa as circunstâncias particulares da vida
Situações, circunstâncias, “coincidências” ou aparentes fatalidades podem servir para um objetivo maior (Gn 45:5-8; Êx 4:11-12; Js 11:6; Ed 6:22; Pv 21:1).
Deus pode nos socorrer através de atos milagrosos e sobrenaturais, mas pode muito bem usar os meios naturais e normais que Ele mesmo estabeleceu. Esperar que Deus faça aquilo que, conforme determinado na Bíblia é da competência humana, implica desobediência e irresponsabilidade pessoal. De modo “natural e normal ”, Deus usa o trabalho para prover o sustento, a medicina para tratar da saúde, etc…
Conclusão
Como filhos de Deus, temos a confiança de que servimos a um Deus ativo em todo este universo, o qual promove o bem maior daquilo que lhe pertence, conforme sua perfeita vontade.

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